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(Lei 8934/94, art. 5° e 32; art. 967 a 969, CC): O art. 967, CC, prevê a obrigatoriedade da inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM) antes do início da atividade empresarial. No entanto, no que tange a tal obrigatoriedade, temos duas correntes: • A primeira corrente afirma que, atualmente, a matrícula (registro) não é necessária, tendo em vista que para ser considerado empresário basta apenas o exercício profissional habitual da atividade empresarial, vez que não é o registro que qualifica o empresário, mas, a atividade que desempenha. • A segunda corrente defende que o registro é obrigatório, sendo um dos principais deveres do empresário para oficializar sua condição. Para essa corrente, a falta de registro caracteriza prática irregular da atividade empresarial, surgindo, assim, os empresários informais, de fato. A corrente mais aceita é a que defende a necessidade do registro nos moldes do art. 967, CC, como também o exercício profissional da atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços (art. 966, CC), tendo em vista que o registro gera uma presunção relativa do exercício de atividade empresarial que apenas se converterá em realidade com a efetiva prática profissional. O simples fato de uma sociedade ser constituída e iniciar as suas atividades não lhe confere personalidade jurídica. Para tanto é necessário o registro de seus atos constitutivos no órgão competente. O empresário individual e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das juntas comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. (art. 1.150 do CC/2002). Caso a sociedade simples opte por uma das outras formas que lhe são possíveis (sociedade limitada, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples), o Registro Civil obedecerá aos ritos previstos para inscrição dessas sociedades na Junta Comercial. O registro, todavia, continua sendo feito do registro civil. Prazo para registro: 30 dias. Dentro desse prazo, retroage à origem. Se posterior, efeitos somente para frente. Atos de registro: Matrícula É o ato que rege a inscrição de leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes, trapicheiros, administradores de armazéns gerais e de todos aqueles que exercem atividades paracomerciais. Arquivamento É o ato que rege a inscrição do empresário individual, das sociedades empresariais, das cooperativas, dos grupos de sociedades, das sociedades empresariais estrangeiras, das microempresas e empresas de pequeno porte e dos grupos de consórcio. Constituição, alteração, dissolução e extinção de empresários individuais e sociedades empresárias, como contrato social, atas de reunião, atas de alteração contratual, entre outros. De acordo com art. 60 da Lei 8.934/1994, o empresário individual e a sociedade empresária que não procederem a qualquer arquivamento no período de 10 anos deverão comunicar à junta comercial que ainda se encontram em atividade, sob pena de, caso assim não procedam, serem considerados como inativos, acarretando, consequentemente, na perda da proteção do nome empresarial e na irregularidade da atividade empresarial (com todas as sanções reservadas a essa condição). Autenticação É o ato que atesta a regularidade dos livros comerciais e das fichas escriturais. Registro da escrituração realizada pelos empresários e sociedades empresárias. Na maioria dos casos, os atos de registro referentes ao arquivamento, à matrícula e à autenticação são decididos por meio de decisão singular da junta comercial, pelo presidente da junta ou o vogal por ele designado. Apenas o arquivamento dos atos apresentados por sociedade anônima e o julgamento de recursos contra as decisões do presidente da junta (ou do vogal) serão Empresário - Registro decididos por órgão colegiado (pelo plenário, composto pelos vogais, ou pelas turmas, compostas de 3 vogais). Importante tratamento recebe o Registro Público de Empresas Mercantis, ao qual o empresário deverá se inscrever, antes do início de sua atividade. Tal inscrição dar-se-á na respectiva sede e deverá conter (art. 968, I a IV, do CC): I – O seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; II – A firma, com a respectiva assinatura autografa que poderá ser substituída pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1º do art. 4º da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; III – O capital; IV – O objeto e a sede da empresa. Estabelece, ainda, o Código, que qualquer alteração nesses itens deverá ser averbada (o mesmo valendo para modificações nos contratos de constituição das sociedades), assim como os pactos e as declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança ou legado, os bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. Além disso, estatui que a sentença que homologar separação judicial ou reconciliação, somente poderá ser oposta contra terceiros depois de devidamente arquivada e averbada nesse mesmo RPEM, assim como a prova da emancipação ou a autorização do incapaz, bem como sua revogação. Caso o empresário abra uma filial ou sucursal de sua empresa em local sujeito à jurisdição de outro RPEM, essa também deverá ser inscrita, oportunidade em que será necessária a prova da inscrição original e, independentemente dessa nova inscrição, da averbação que comprove a existência de estabelecimento secundário no registro da sede. Por fim, ainda com relação ao registro, o art. 971 do CC faculta ao empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, requerer a inscrição na respectiva sede, deixando claro que, se realizado, passará a ser equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito ao registro. O mesmo vale para a sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária (art. 984 do CC). Essa possibilidade de inscrição do empresário rural é apenas uma das formas que o Código encontra para assegurar o tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e o pequeno empresário quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes; estampada no art. 970 da nova lei. A sociedade que opera embora não tenha inscrito seus atos constitutivos no Registro Público de Empresas Mercantis é denominada “sociedade em comum”, sendo que seus sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Ressalta-se, ainda, que tais sociedades não estão sujeitas à recuperação no caso de falência. Órgãos de registro: O RPEM está regulamentado pela Lei 8.934/1994 e sua estrutura é composta por 2 órgãos de níveis diferentes de governo: a) no âmbito federal: DNRC – Departamento Nacional de Registro Comercial – autarquia federal vinculada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior. Sua principal função é fiscalizar as Juntas Comerciais, bem como possui função supervisora, orientadora, coordenadora, normativa e supletiva no plano administrativo. b) no âmbito estadual: Juntas Comerciais – órgão pertencente ao governo estadual. Já que o nome empresarial é registrado na Junta Comercial, que é estadual, sua proteção é Estadual. Quando sede e filial estiverem em estados diferentes é necessário averbar no registro da sede e registrar no Estado em que está a filial. Funções: arquivamento (registro ou averbação); autenticação (dos livros e certidões); o que é arquivado na junta é público, o que é autenticadonão é. As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicamente, ao DNRC, nos termos desta lei.