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Hepatite E (epidemiologia, classificação, características, biossíntese viral, patogênese, mecanismo de ação, transmissão, prevenção, manifestações clínicas e diagnóstico) - Virologia Clínica

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O vírus da Hepatite E foi identificado durante 
a ocupação soviética no Afeganistão, em 1983, 
durante uma epidemia de hepatite de etiologia 
desconhecida, que acometeu soldados em uma base 
militar. 
EPIDEMIOLOGIA 
 A infecção pelo HEV é mais frequentemente 
transmitida via ingestão de água contaminada. As 
epidemias causadas pelo HEV normalmente 
acometem grande número de indivíduos. Tais 
epidemias foram reportadas em muitos países, sendo 
a maioria em países tropicais e em regiões 
subtropicais do mundo. 
 
CLASSIFICAÇÃO E 
CARACTERÍSTICAS 
 Familia: Hepeviridae. 
 Gênero: Hepevirus. 
 As partículas virais icosaédricas de 27 a 34 mm; 
 Não envelopado; 
 RNA de fita simples de polaridade positiva; 
 Resistente a alteração do pH baixo do estomago; 
 
 
GENÔMICA E PROTEÔMICA 
Proteínas virais 
 
BIOSSÍNTESE VIRAL 
 Ainda não está bem esclarecido o modo de 
entrada do HEV nas células permissivas. Após a 
entrada do vírus por endocitose na célula, acontece 
uma fusão de membranas entre o endossoma e o 
vírus, promovendo então a descapsidação. Esse 
genoma será liberado no citosol da célula. 
Uma vez no citosol, esse RNA de polaridade 
positiva é traduzido, formando proteínas não 
estruturais (OFF 1 – transcrição do genoma). Além 
de produzir essas proteínas, esse RNA também vai 
ser fita molde para produzir o genoma do vírus. 
A partir do genoma viral de polaridade 
positiva (5’-3’) vai ocorrer a produção do RNA de 
polaridade negativa (3’-5’). Esse RNA (3’-5’) é a 
fita molde para que ocorra a produção do RNA 5-3, 
que vai formar o genoma do vírus (replicação). 
 
hepatites virais 
AULA 5 – VIROLOGIA CLÍNICA 
 hepatite E 
 
 
 
 PATOGÊNESE 
 
 
 
 
TRANSMISSÃO 
 Água e alimentos contaminados; 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 15 – 60 dias de incubação; 
 Adultos (1% mortalidade); 
 Gestante (15-25% mortalidade); 
 Não há cronicidade 
 Mas em pacientes imunocomprometidos 
pode evoluir para uma cronicidade. 
 Sintomas típicos: febre, anorexia, disgeusia 
(paladar alterado), dor abdominal, alterações 
intestinais e vômitos. 
 Icterícia; 
 Complicações: hepatites fulminantes em 
gestantes (40% dos casos). 
DIAGNÓSTICO 
 Exame direto 
 Espécimes: fezes e sangue 
 Microscopia eletrônica 
 Biologia molecular 
 RT-PCR de fezes e fluidos corporais 
 Laboratorial (bioquímica) 
 Bilirrubina 
 Aspartato aminotransferase (AST) 
 Alanina aminotransferase (ALT) 
 Fosfatase alcalina 
LABORATORIAL (SOROLÓGICO) 
O período de incubação é de 15 a 60 dias, 
com média de 40 dias. A fase pré-ictérica (fase 
prodrômica) pode durar até 10 dias e consiste em 
náusea, vômito e dor epigástrica. A elevação da ALT 
e a icterícia ocorrem de 4 a 8 semanas após a 
exposição ao vírus. O HEV pode ser detectado no 
sangue por 3 semanas após a infecção e nas fezes 1 
semana antes do início da doença. Com o 
surgimento dos sintomas a viremia desaparece, mas 
a excreção viral nas fezes persiste. A IgM anti-HEV 
atinge o pico durante a fase sintomática e declina 
dentro de 4 a 5 meses após o surgimento dos 
sintomas. A IgG anti-HEV permanece detectável 
por vários anos. 
 
LABORATORIAL (IMUNOENSAIOS) 
Interpretação dos resultados sorológicos para 
hepatite E 
Interpretação Anti-HEV total IgM anti-HEV 
Infecção recente +/- + 
Infecção passada + - 
Ausência de 
contato com o 
HEV (não imune) 
- - 
Ingesta de alimentos ou água 
contaminados
HEV atravessa o epitélio 
intestinal e alcança o fígado, 
via sistema porta
HEV infecta e se replica nos 
hepatócitos
Novas partículas virais são 
secretadas junto com a bile no 
duodeno
Esses vírus são excretados nas 
fezes e permanecem viáveis em 
mãos e objetos contaminados.
 
 
 
 
 
LABORATORIAL 
(IMUNOCROMATOGRAFIA
)

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