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Fisiologia 1 Resistências dos Materiais Paulo César Oliveira Carvalho 1ª e di çã o Resistências dos Materiais DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Ludmila Amitrano Mannarino Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes & Christina Corrêa da Fonseca Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói Bibliotecária: ELIZABETH FRANCO MARTINS – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Resistências dos Materiais Palavra da reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Resistências dos Materiais 4 Resistências dos Materiais 5 Sumário Apresentação da disciplina ................................................................................................ 07 Plano da disciplina .............................................................................................................. 08 Unidade 1 – Determinação dos Esforços......................................................................... 11 Unidade 2 – Tensão x Deformação .................................................................................. 29 Unidade 3 – Verificação da Segurança ............................................................................ 59 Unidade 4 – Dimensionamento de Peças ....................................................................... 71 Unidade 5 – Cisalhamento Puro........................................................................................ 87 Unidade 6 – Flexão Normal nas Vigas Isostáticas (Diagrama de Momentos Fletor e Forças Cortantes)................................................................................................................. 119 Considerações finais ........................................................................................................... 135 Conhecendo as autoras ...................................................................................................... 136 Referências ........................................................................................................................... 137 Anexos .................................................................................................................................. 139 Resistências dos Materiais 6 Resistências dos Materiais 7 Apresentação da disciplina Caros alunos, Preparem-se para uma jornada interessante no mundo dos materiais e suas aplicações no campo da Engenharia. A Resistência dos Materiais é uma disciplina do ramo da mecânica que estuda as relações entre cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das forças internas que atuam dentro do corpo. Serão abordados também o cálculo da deformação do corpo e o estudo da sua estabilidade quando este está submetido a forças externas. No projeto de qualquer estrutura ou máquina é fundamental que sejam estudadas não somente as forças atuantes, mas também o comportamento do material diante das situações de carregamento. Essa conjuntura é essencial para a escolha do material mais adequado para uma determinada situação de projeto. As dimensões dos elementos, sua deflexão e sua estabilidade dependem não só das cargas internas como também do tipo de material do qual esses elementos são feitos. Este livro foi preparado com intuito de ser um importante aliado para o enriquecimento do seu conhecimento, contribuindo para sua formação e atuação profissional! Ao final, seguem as principais referências bibliográficas, que você, nobre estudante, deverá consultar caso queira ampliar seus conhecimentos na disciplina. Sucesso na sua jornada! Resistências dos Materiais 8 Plano da disciplina Uma nova etapa se inicia e com ela vamos conquistar novos horizontes. Nesta disciplina você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as relações entre cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das forças internas que atuam dentro do corpo, abrangendo também o cálculo das deformações do corpo e o estudo da sua estabilidade, quando submetido a solicitações externas. Em resumo, a Resistência dos Materiais é a divisão da Mecânica dos Corpos Sólidos no qual se estuda o equilíbrio dos referidos corpos, considerando os efeitos internos, produzidos pela ação das forças externas. A origem da resistência dos materiais remontaao início do século XVII, época em que Galileu realizou experiências para estudar os efeitos de cargas em hastes e vigas feitas de vários materiais. Os métodos para tais descrições foram consideravelmente melhorados no início do século XVIII. Na época, estudos foram realizados, principalmente na França, baseados em aplicações da mecânica a corpos materiais, denominando-se o estudo de Resistência dos Materiais. Atualmente, no entanto, refere-se a esses estudos como mecânica dos corpos deformáveis ou simplesmente mecânica dos materiais. O conteúdo será abordado na seguinte ordem: Unidade 1: Determinação dos esforços; Unidade 2: Determinação das tensões e das deformações a que estão sujeitos os corpos sólidos devido à ação dos esforços atuantes; Unidade 3: Verificação da segurança; Unidade 4: Dimensionamento; Unidade 5: Cisalhamento Puro; Unidade 6: Força Cortante e momento Fletor. Resistências dos Materiais 9 Os objetivos deste estudo são: Determinação dos esforços, das tensões e das deformações a que estão sujeitos os corpos sólidos (barras, vigas, chapas, etc.) devido à ação dos carregamentos atuantes. Esta disciplina visa proporcionar o desenvolvimento da habilidade do acadêmico na análise crítica e resolução de problemas concretos, integrando conhecimentos multidisciplinares e viabilizando o estudo de modelos abstratos e sua extensão genérica a novos padrões e técnicas de solução. Objetivos fundamentais da Resistência dos Materiais: Hipóteses fundamentais. Sistema real e esquema de análise. Forças Internas. Conceito de Tensão e de Deformação. Tração-Compressão. Critérios de Resistência e Rigidez. Sistemas Isostáticos. Sistemas Estaticamente Indeterminados. Teoria do Cisalhamento Puro. Critérios de Cálculo. Rebites e Juntas Soldadas. Torção. Critérios de Rigidez. Flexão. Portanto, esperamos que, ao final desta disciplina, você esteja habilitado a identificar os conceitos básicos de Resistências dos Materiais, suas aplicações cotidianas e a solução de exercícios que envolvam este assunto. Para que os objetivos sejam alcançados você terá condições de, numa carga de trabalho de 60 horas, desenvolver todo o conteúdo teórico da disciplina e aplicarem os conhecimentos adquiridos na solução de exercícios. Então, dedique tempo para fazer a leitura, as atividades e retirar suas dúvidas. Resistências dos Materiais 10 Sempre que considerar necessário, volte ao texto e refaça as atividades. Não se limite a este material, procurando sempre complementar os estudos com a bibliografia indicada ao final do material. Bons estudos! Resistências dos Materiais 11 Determinação dos Esforços 1 Resistências dos Materiais 12 O projeto da estrutura de qualquer edificação, máquina ou outro elemento qualquer é um estudo através do qual a estrutura em si e suas partes componentes são dimensionadas de forma que tenham resistência suficiente para suportar os esforços para as condições de uso a que serão submetidas. Este processo envolve a análise de tensões das partes componentes da estrutura e considerações a respeito das propriedades mecânicas dos materiais. A análise de tensões, esforços e as propriedades mecânicas dos materiais são os principais aspectos da resistência dos materiais. A determinação dos esforços e as deformações da estrutura quando as mesmas são solicitadas por agentes externos (cargas, variações térmicas, movimentos de seus apoios, etc.) são os principais aspectos da análise estrutural. Objetivos da unidade: Nesta unidade, faremos uma revisão dos princípios importantes da estática e mostraremos como eles são usados para determinar as cargas resultantes internas em um corpo. Plano da unidade: Cargas externas. Reações do apoio. Equações de equilíbrio. Cargas resultantes internas. Vamos começar! Resistências dos Materiais 13 Tipos de Ações Cargas externas. Um corpo pode ser submetido a vários tipos de cargas externas; todavia, qualquer uma delas pode ser classificada como uma força de superfície ou uma força de corpo (Figura 1). Forças de superfície são causadas pelo contato direto de um corpo com a superfície de outro. Em todos os casos, tais forças estão distribuídas pela área de contato entre os corpos, logo a força de superfície pode ser idealizada como sendo uma única força concentrada, aplicada a um ponto do corpo. Figura 1 – Equilíbrio de um corpo deformável. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. Resistências dos Materiais 14 Por exemplo, a força do solo sobre as rodas de uma bicicleta pode ser considerada uma força concentrada quando estudamos a carga que age sobre a bicicleta. Se a carga de superfície for aplicada ao longo de uma área estreita, ela pode ser idealizada como uma carga distribuída linear, w(s). Neste caso, a carga é medida como se tivesse uma intensidade de força/comprimento ao longo da área, e é representada graficamente por uma série de setas ao longo da linha s. A força resultante FR de w(s) é equivalente à área sob a curva da carga distribuída, e essa resultante age no centroide C ou centro geométrico dessa área. A carga ao longo do comprimento de uma viga é um exemplo típico de aplicação frequente dessa idealização. Figura 2 Fonte: Autor Reações do apoio. As forças de superfície que se desenvolvem nos apoios ou pontos de contato entre corpos são denominadas reações. Para problemas bidimensionais, isto é, corpos sujeitos a sistemas de forças coplanares, os apoios mais comuns são mostrados na Tabela 1. Observe cuidadosamente o símbolo usado para representar cada apoio e o tipo de reações que cada um exerce sobre o elemento de contato. Em geral, sempre podemos determinar o tipo de reação do apoio imaginando que o elemento a ele acoplado está sendo transladado ou está girando em uma determinada direção. Se o apoio impedir a translação em uma determinada direção, então uma força deve ser desenvolvida no elemento naquela direção. Da mesma forma, se o apoio impedir a rotação, um momento deve ser exercido no elemento. Por exemplo, um apoio de rolete só pode impedir translação na direção do contato, perpendicular ou normal à superfície. Por Resistências dos Materiais 15 consequência, o rolete exerce uma força normal F sobre o elemento no ponto de contato. Como o elemento pode girar livremente ao redor do rolete, não é possível desenvolver um momento sobre ele. Tabela 1 Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. Resistências dos Materiais 16 Equações de equilíbrio. O equilíbrio de um corpo exige um equilíbrio de forças, para impedir a translação ou um movimento acelerado do corpo ao longo de uma trajetória reta ou curva, e um equilíbrio de momentos, para impedir que o corpo gire. Essas condições podem ser expressas matematicamente pelas duas equações vetoriais. ∑ࡲ ൌ ∑ࡹ ൌ Nessas fórmulas, ΣF representa a soma de todas as forças que agem sobre o corpo, e ΣM0 é a soma dos momentos de todas as forças em torno de qualquer ponto O dentro ou fora do corpo. Na prática da engenharia, muitas vezes a carga sobre um corpo pode ser representada como um sistema de forças coplanares. Se for esse o caso, e se as forças encontrarem-se no plano x-y, então as condições de equilíbrio do corpo podem ser especificadas por apenas três equações de equilíbrio escalares, isto é, ∑ࡲ࢞ ൌ ∑ࡲ࢟ ൌ ∑ࡹ ൌ A aplicação correta das equações de equilíbrio exige a especificação completa de todas as forçasconhecidas ou desconhecidas que agem sobre o corpo. A melhor maneira de levar em conta essas forças é desenhar o diagrama de corpo livre do corpo. Certamente, se o diagrama de corpo livre for desenhado de maneira correta, os efeitos de todas as forças e momentos binários aplicados poderão ser levados em conta quando as equações de equilíbrio forem escritas. Cargas resultantes internas. Uma das mais importantes aplicações da estática na análise de problemas de resistência dos materiais é poder determinar a força e o Resistências dos Materiais 17 momento resultantes que agem no interior de um corpo e que são necessários para manter a integridade do corpo quando submetido a cargas externas. Podemos ver que há, na verdade, uma distribuição de força interna agindo sobre a área "exposta" da seção. Essas forças representam os efeitos do material que está na parte superior do corpo agindo no material adjacente na parte inferior. Reações em Vigas As vigas são estruturas que podem ser classificadas como: Vigas Hipostáticas: são aquelas que não possuem equilíbrio estático (não são estáveis), tendo por isso algum movimento (grau de liberdade) não restringido. Fonte: autor Obs :Caso o carregamento exterior seja apenas vertical a estrutura pode estar em equilíbrio. Vigas Isostáticas: são aquelas que têm o número de reações estritamente necessário para impedir qualquer movimento. Fonte: autor Na primeira figura acima (à esquerda), temos o caso de uma estrutura isostática com o número de reações de apoio igual ao número de equações de Resistências dos Materiais 18 equilíbrio estático. Já na segunda figura, a estrutura tem um número de reações de apoio superior ao número de equações de equilíbrio estático e com uma libertação interna garantida pela rótula. A introdução desta rótula garante a isostaticidade desta estrutura. Vigas Hiperestáticas: são aquelas que têm um número de reações superior ao estritamente necessário para impedir qualquer movimento. Fonte: autor Observações importantes: Resistência dos Materiais é um estudo da relação entre as cargas externas que agem sobre um corpo e a intensidade das cargas internas no interior do corpo. Forças externas podem ser aplicadas a um corpo como cargas de superfície distribuídas ou concentradas ou como forças de corpo que agem em todo o volume do corpo. Ao aplicarmos as equações de equilíbrio, é importante desenhar o diagrama de corpo livre antes, de modo a considerar todos Os termos presentes nas equações. Um apoio produz uma força em uma determinada direção sobre o elemento a ele apoiado se ele impedir a translação do elemento naquela direção e produz um momento sobre o elemento se ele impedir a rotação. Resistências dos Materiais 19 Exemplos para reforçar a aprendizagem. 1) Determinar as reações nos apoios das vigas a, b, c, d, carregadas conforme mostram as figuras a seguir. a) Viga solicitada por carga perpendicular. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Obs.: O símbolo à esquerda da figura representa a convenção de sinal adotada para calcular o Momento (torque). ∑ࡹ ൌ ࡾሺࢇ ࢈ሻ ൌ ࡼ. ࢇ ࡾ ൌ ࡼࢇ ሺࢇ ࢈ሻ ∑ࡹ ൌ ࡾሺࢇ ࢈ሻ ൌ ࡼ. ࢈ ࡾ ൌ ࡼ࢈ ሺࢇ ࢈ሻ b)Viga solicitada por carga inclinada. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 20 A primeira providência a ser tomada, para solucionar este exemplo, é decompor a carga de 10kN, visando obter as componentes vertical e horizontal. A componente horizontal será obtida através de 10 cos. 53° = 6kN, e a componente vertical é obtida através de 10 sen. 53° = 8kN. Agora, já temos condição de utilizar as equações do equilíbrio para solucionar o exemplo. ∑ࡹ ൌ ૠࡾ ൌ ൈ ૡ࢞ ࡾ ≅ , ૡࡷࡺ ∑ࡲࢂ ൌ ࡾࢂ ൌ ૡ െ ࡾ ࡾࢂ ൌ ૡ െ ,ૡ ࡾࢂ ൌ ૠ,ࡷࡺ ∑ࡲࡴ ൌ ࡾࡴ ൌ ࡷࡺ Resultante no apoio A ࡾ ൌ ටࡾࢂ ࡾࡴ ࡾ ൌ ඥૠ, ࡾ ≅ ૢ,ࡷࡺ Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Viga solicitada por carga paralela ao suporte principal. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 21 ∑ࡹ ൌ ࡾ ൌ ࢞ ࡾ ൌ ࡷࡺ ∑ࡲࡴ ൌ ࡾࡴ ൌ ࡷࡺ ∑ࡲࢂ ൌ ࡾࢂ ൌ ࡾ ൌ ࡷࡺ Resultante no apoio A ࡾ ൌ ටࡾࡴ ࡾࢂ ࡾ ൌ ඥ ࡾ ൌ , ࡷࡺ Fonte: MELCONIAN, S. 1999. b) Viga solicitada por torque. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 22 O binário da figura A pode ser representado conforme a figura acima. ∑ࡹ ൌ ࡾ ൌ ࡾ ൌ ࡷࡺ ∑ࡲࢂ ൌ ࡾ ൌ ࡾ ൌ ࡷࡺ Ao finalizar está unidade, esperamos que você estudante tenha compreendido os tópicos dos assuntos abordados, lembrando que o referencial bibliográfico é um forte aliado para complementação dos seus estudos. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Resistências dos Materiais 23 Exercícios – unidade 1 1.Calcule as reações de apoio da viga de aço abaixo. Dado: gs = 77 kN/m3 2.Determine as cargas internas resultantes que agem na seção transversal em C da viga mostrada na Figura abaixo. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. Resistências dos Materiais 24 3.Calcule V e M nos pontos B e D da viga abaixo. 4.Determine a força normal, o esforço cortante interno e o momento fletor nos pontos C e D na viga. Assuma que o apoio em B seja um rolete. O ponto C está localizado logo à direita da carga de 40 kN. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. a)NC=0N; ND = 0N;VC=-3,333kN;VD=-3,333kN; MC=73,33kN.m; MD=66,67kN.m b) NC=10N; ND = 0N;VC=-6,666kN;VD=-3,333kN; MC=73,33kN.m; MD=66,67kN.m c) NC=0N; ND = 10N;VC=-3,333kN;VD=-3,333kN; MC=78,33kN.m; MD=66,67kN.m d) NC=10N; ND = 0N;VC=-3,333kN;VD=-3,333kN; MC=13,33kN.m; MD=66,67kN.m e) NC=0N; ND = 10N;VC=-3,333kN;VD=-13,333kN; MC=13,33kN.m; MD=66,67kN.m Resistências dos Materiais 25 5. Calcule a força de tração nos dois cabos da figura. a)T1 = 2269,2N; T2 = 3730,8N b) T1 = 1.000 N; T2 = 5.000 N c)T1 = 5.000 N; T2 = 1.000 N d) T1 = 3269,2N; T2 = 2730,8N 6.Calcule as reações no apoio da viga em balanço (ou viga cantilever). a) Hb = 10N ; Vb = 3.000 N; Mb = 1.000N.m b) Hb = 0; Vb = 0 N; Mb = 3.000N.m c) Hb = 0; Vb = 1000 N; Mb = 3.000N.m d) Hb = 0; Vb = 4.000 N; Mb = 3.000N.m Resistências dos Materiais 26 7.etermine as reações de apoio da viga abaixo. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. a) RB = 3,3 kN; RA = 16,7 kN b) RA = 6,6 kN; RB =13,4 kN c) RB = 13,3 kN; RA = 6,7 kN d) RA = 36,7 kN; RB = 3,3 kN 8.classifique corretamente as vigas abaixo, quanto ao seu tipo de apoio e a estaticidade. a) b) Resistências dos Materiais 27 9.Dada a viga abaixo submetida ao carregamento mostrado, determine as reações de apoio. A B a) RAH = 1,6 kN; RAV = 1,6 kN; RBV = 1,9 kN b) RAH = 2,6 kN; RAV = 0,6 kN; RBV = 0,9 kN c) RAH = 0,6 kN; RAV = 1,6 kN; RBV = 1,9 kN d) RAH = 2,6 kN; RAV = 3,6 kN; RBV = 0,9 kN 10.Qual das vigas abaixo é hiperestática? a) c) b) d) Resistências dos Materiais 28 Resistências dos Materiais 29 2Tensão x Deformação Resistências dos Materiais 30 Sempre queuma força é aplicada a um corpo, esta tende a mudar a forma e o tamanho dele. Essas mudanças são denominadas deformações e podem ser altamente visíveis ou praticamente imperceptíveis se não forem utilizados equipamentos que façam medições precisas. Por exemplo, uma tira de borracha sofrerá uma grande deformação quando esticada. Por outro lado, os elementos estruturais de um edifício sofrem apenas leves deformações quando há muitas pessoas anelando dentro dele. Também pode ocorrer deformação em um corpo quando há mudança de temperatura. Um exemplo típico é a expansão ou contração térmica de um telhado causada pelas condições atmosféricas. Objetivos da unidade: Capacitar o estudante a resolver problemas específicos de dimensionamento de peças estruturais, tanto relativamente aos esforços quanto às deformações, obedecendo às hipóteses e teorias apresentadas para os tópicos estudados no período. Introduzir no estudante o entendimento do funcionamento físico das estruturas de engenharia, levando em consideração as condições de carga aplicadas. Em engenharia, a deformação de um corpo é especificada pelo conceito da deformação normal e por cisalhamento. Nesta unidade, definiremos essas quantidades e mostraremos como elas podem ser determinadas para vários tipos de problemas. Plano da unidade: Estudo das Tensões. Tipos de Tensão. Unidade de Tensão. Deformação. Bons estudos! Resistências dos Materiais 31 Estudo das Tensões Na primeira unidade, dissemos que a força e o momento que agem em um ponto específico da área secionada de um corpo (Figura 3a) representam os efeitos resultantes da distribuição de forças que agem sobre a área secionada (Figura 3b). Obter essa distribuição da carga interna é de suma importância na resistência dos materiais. Para resolver esse problema, é necessário estabelecer o conceito de tensão. Figura 3a Figura 3b Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. Tipos de tensão Tensão normal. A intensidade da força ou força por unidade de área, que age perpendicularmente à ΔA, é definida como tensão normal, a σ (sigma). Visto que ΔFz é normal à área, então: ࣌ࢠ ൌ ܔܑܕ∆→ ∆ࡲࢠ ∆ Resistências dos Materiais 32 Se a força normal ou tensão tracionar o elemento de área ΔA, como mostra a Figura 3a, ela será denominada tensão de tração, ao passo que, se comprimir o elemento ΔA, ela será denominada tensão de compressão. Simplificando-se esta ideia através das figuras 4 e 5, abaixo representadas. Figura 4 – Tensão de Tração Figura 5 – Tensão de Compressão Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. Unidades de Tensão. No Sistema Internacional de Unidades de Medidas, ou Sistema SI, os valores da tensão normal e da tensão de cisalhamento são especificadas nas unidades básicas de newtons por metro quadrado (N/m2). Essa unidade, denominada 1 pascal (1 Pa = 1N/m2), é muito pequena, e, em trabalhos de engenharia, são usados prefixos como quilo (103), simbolizado por k, mega (106), simbolizado por M, ou giga (109), simbolizado por G, para representar valores de tensão maiores, mais realistas. Às vezes, a tensão é expressa em unidades de N/mm2, em que 1 mm = 10-3 m. Todavia, o SI não permite prefixos no denominador de uma fração, portanto é melhor usar a unidade equivalente 1 N/mm2 = 1 MN/m' = 1 MPa. Resistências dos Materiais 33 Tensão Normal Média em uma barra com carga axial. Geralmente, elementos estruturais ou mecânicos são compridos e delgados. Além disso, estão sujeitos a cargas axiais (cargas que passam pelo eixo da peça) que normalmente são aplicadas às extremidades do elemento. Pendurais, parafusos e elementos de treliças são exemplos típicos. Nesta seção, determinaremos a distribuição de tensão média que age na seção transversal de uma barra com carga axial, como aquela cuja forma geral é mostrada na Figura 6a. Esta seção define a área da seção transversal da barra e, como todas as outras seções transversais são iguais, a barra é denominada prismática. Se desprezarmos o peso da barra e da seção conforme é indicado, então, para o equilíbrio do segmento inferior (Figura 6b), a força resultante interna que age na área da seção transversal deve ter valor igual, direção oposta e ser colinear à força externa que age na parte inferior da barra. Figura 6 – Tensão Normal Média em Barra com Carga Axial. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. Resistências dos Materiais 34 Antes de determinarmos a distribuição da tensão média que age sobre a área da seção transversal da barra, é necessário adotar duas premissas simplificadoras em relação à descrição do material e à aplicação específica da carga. Primeira. É necessário que a barra permaneça reta antes e depois da aplicação da carga; além disso, a seção transversal deve permanecer achatada ou plana durante a deformação, isto é, durante o tempo em que ocorrer a mudança no volume e na forma da barra. Se isso acontecer, as linhas horizontais e verticais da grade aplicada à barra se deformarão uniformemente quando a barra for submetida à carga (Figura 6c). Não consideraremos aqui as regiões da barra próximas às suas extremidades, onde a aplicação das cargas externas pode provocar distorções localizadas. Em vez disso, focalizaremos somente a distribuição de tensão no interior da seção média da barra. Segunda. Para que a barra sofra deformação uniforme é necessário que P seja aplicada ao longo do eixo do centroide da seção transversal e que o material seja homogêneo e isotrópico. Materiais homogêneos têm as mesmas propriedades físicas e mecânicas em todo o seu volume e materiais isotrópicos têm as mesmas propriedades em todas as direções. Muitos materiais de engenharia podem ser considerados homogêneos e isotrópicos por aproximação, como fazemos neste livro. O aço, por exemplo, contém milhares de cristais orientados aleatoriamente em cada milímetro cúbico de seu volume, e, visto que a maioria dos problemas que envolvem esse material tem um tamanho físico muito maior do que um único cristal, a premissa adotada em relação à composição desse material é bem realista. Resistências dos Materiais 35 Entretanto, devemos mencionar que o aço pode ser transformado em anisotrópico por laminação a frio (isto é, se for laminado ou forjado em temperaturas subcríticas). Materiais anisotrópicos têm propriedades diferentes em direções diferentes e, ainda que seja esse o caso, se a anisotropia for orientada ao longo do eixo da barra, então a barra também se deformará uniformemente quando sujeita a uma carga axial. Por exemplo, a madeira, por causa de seus grãos ou fibras, é um material de engenharia homogêneo e anisotrópico e, como possui uma orientação padronizada de suas fibras, ela se presta perfeitamente à análise que faremos a seguir. Distribuição da tensão normal média. Contanto que a barra esteja submetida a uma deformação uniforme e constante como já observamos, essa deformação é o resultado d e uma tensão normal constante σ Figura 6d. O resultado é que cada área ΔA na seção transversal está submetida a uma força ΔF = σ.ΔA, e a soma dessas forças que agem em toda a área da seção transversal deve ser equivalente à força resultante interna P na seção. Se fizermos ΔA dA e, portanto, ΔF dF, então, reconhecendo que σ é constante, tem-se: ↑ ࡲࡾࢠ ൌ ∑ࡲࢠ; නࢊࡲ ൌ න ࣌ࢊ ࡼ ൌ ોۯ Logo: σ = P/A Onde: σ = tensão normalmédia em qualquer ponto na área da seção transversal. P = força normal interna resultante, que é aplicada no centroide da área da seção transversal. P é determinada pelo método das seções e pelas equações de equilíbrio. A = área da seção transversal da barra. Resistências dos Materiais 36 A equação σ = P/A dá a tensão normal média na área da seção transversal de um elemento quando a seção é submetida a uma força normal resultante interna P. Para elementos com carga axial, a aplicação dessa equação exige as etapas descritas a seguir: Carga interna Secione o elemento perpendicularmente a seu eixo longitudinal no ponto onde a tensão normal deve ser determinada e use o diagrama de corpo livre e as equações de equilíbrio de forças necessárias para obter a força axial interna P na seção. Tensão normal média Determine a área da seção transversal do elemento na seção analisada e calcule a tensão normal média σ = P/A. Sugerimos que a ação de σ seja mostrada sobre um pequeno elemento de volume do material localizado em um ponto na seção onde a tensão é calculada. Para isso, em primeiro lugar, desenhe-a na face do elemento coincidente com a área secionada A. Aqui, σ age na mesma direção que a força interna P, uma vez que todas as tensões normais na seção transversal agem nessa direção para desenvolverem essa resultante. A tensão normal σ que age na face oposta do elemento pode ser desenhada em sua direção adequada. Tensão de cisalhamento A intensidade da força, ou força por unidade de área, que age tangente a ΔA, é denominada tensão de cisalhamento, τ (tau). Aqui estão as componentes da tensão de cisalhamento: Observe que a notação do índice z em σz é usada para indicar a direção da reta normal dirigida para fora, que especifica a orientação da área ΔA (Figura 7). São usados dois índices para as componentes da tensão de cisalhamento, τzx e τzy Resistências dos Materiais 37 O eixo z especifica a orientação da área e x e y referem-se às retas que indicam a direção das tensões de cisalhamento. Figura 7 – Índices de tensões de cisalhamento. Tensão de cisalhamento média A tensão de cisalhamento foi definida anteriormente como a componente da tensão que age no plano da área secionada. Para mostrar como essa tensão pode desenvolver-se, consideraremos o efeito da aplicação de uma força F à barra na Figura 8. Se considerarmos apoios rígidos e F suficientemente grande, o material da barra irá deformar-se e falhar ao longo dos planos identificados por AB e CD. Um diagrama de corpo livre do segmento central não apoiado da barra (Figura 9) indica que a força de cisalhamento V = F/2 deve ser aplicada a cada seção para manter o segmento em equilíbrio. A tensão de cisalhamento média distribuída sobre cada área secionada que desenvolve essa força de cisalhamento é definida por: ࣎éࢊ ൌ ࢂ Onde, τmédia = tensão de cisalhamento média na seção, que consideramos ser a mesma em cada ponto localizado na seção. V = força de cisalhamento interna resultante na seção determinada pelas equações de equilíbrio. A = área na seção. Resistências dos Materiais 38 Figura 8 – Barra submetida à tensão de cisalhamento. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. Figura 9 – Diagrama de Corpo Livre do segmento central da barra. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. A ação da distribuição da tensão de cisalhamento média sobre as seções é mostrada na Figura 10. Observe que τmédia está na mesma direção de V, uma vez que a tensão de cisalhamento deve criar forças associadas e que todas elas contribuem para a força resultante interna V na seção analisada. O caso de carregamento discutido nas Figuras 8, 9 e 10 é um exemplo de cisalhamento simples ou direto, visto que o cisalhamento é causado pela ação direta da carga aplicada F. Esse tipo de cisalhamento ocorre frequentemente em vários tipos de acoplamentos simples que utilizam parafusos, pinos, material de Resistências dos Materiais 39 solda etc. Os acoplamentos mostrados na Figura 11 abaixo ilustram perfeitamente isto. Figura 10 - Diversos tipos de acoplamento que sofrem cisalhamento Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. . Figura 11 – Diversos tipos de acoplamento que sofrem cisalhamento. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. Quando a junta é construída como mostra a Figura 12.a ou 12.c, duas superfícies de cisalhamento devem ser consideradas. Esses tipos de acoplamentos são normalmente denominados juntas de dupla superposição. Se fizermos um corte entre cada um dos elementos, os diagramas de corpo livre do elemento central serão como os mostrados na Figura 12.b e 12.d. Temos, neste caso, uma condição de cisalhamento duplo. Por consequência, V = F/2 age sobre cada área secionada, e esse cisalhamento deve ser considerado quando aplicarmos τmédia = V/A. Resistências dos Materiais 40 Fonte: HIBBELER, R. C. 2010. Deformação Em física e engenharia, a deformação de um corpo contínuo (ou de uma estrutura) é qualquer mudança da configuração geométrica do corpo que leve a uma variação da sua forma ou das suas dimensões após a aplicação de uma ação externa (solicitação), a exemplo de uma tensão ou variação térmica que altere a forma de um corpo. Sempre que uma força é aplicada a um corpo, esta tende a mudar a forma e o tamanho dele. Essas mudanças são denominadas deformações e podem ser Resistências dos Materiais 41 altamente visíveis ou praticamente imperceptíveis se não forem utilizados equipamentos que façam medições precisas. Por exemplo, uma tira de borracha sofrerá uma grande deformação quando esticada. Por outro lado, os elementos estruturais de um edifício sofrem apenas leves deformações quando há muitas pessoas anelando dentro dele. Também pode ocorrer deformação em um corpo quando há mudança de temperatura. Um exemplo típico é a expansão ou contração térmica de um telhado causada pelas condições atmosféricas. As deformações por tensão podem ser classificadas basicamente em três tipos: Deformação transitória ou elástica. Deformação permanente ou plástica. Ruptura. Na deformação elástica, o corpo retorna ao seu estado original após cessar o efeito da tensão. Isso acontece quando o corpo é submetido a uma força que não supere a sua tensão de elasticidade (Lei de Hooke). Lei de Hooke Após uma série de experiências, o cientista inglês, Robert Hooke, no ano de 1678, constatou que uma série de materiais, quando submetidos à ação de carga normal, sofre variação na sua dimensão linear inicial, bem como na área da seção transversal inicial. Ao fenômeno da variação linear, Hooke denominou alongamento, constatando que: Quanto maior a carga normal aplicada, e o comprimento inicial da peça, maior o alongamento, e que, quanto maior a área da seção transversal e a rigidez do material, medido através do seu módulo de elasticidade, menor o alongamento, resultando daí a equação: Resistências dos Materiais 42 ∆र ൌ ࡲ .र . ࡱ Como σ = F/A podemos escrever a Lei de Hooke: ∆र ൌ ࣌ .रࡱ Na deformação permanente, o corpo não retorna ao seu estado original, permanece deformado permanentemente. Isso acontece quando o corpo é submetido à tensão de plasticidade, que é maior daquela que produz a deformação elástica. Onde: Δl - alongamento da peça [m]; σ - tensão normal [Pa]; F - carga normal aplicada [N]; A - área da seção transversal [m2]; E - módulo de elasticidade do material [Pa]; L - comprimento inicial da peça [m]; O alongamentoserá positivo, quando a carga aplicada tracionar a peça, e será negativo quando a carga aplicada comprimir a peça. É importante observar que a carga se distribui por toda área da seção transversal da peça. Resistências dos Materiais 43 Figura 13 – Alongamento. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Onde: lf - comprimento final da peça [m; mm...] l - comprimento inicial da peça [m; mm...] Δl - alongamento [m; mm...] A lei de Hooke, em toda a sua amplitude, abrange a deformação longitudinal () e a deformação transversal (t). Resistências dos Materiais 44 Deformação longitudinal () Consiste na deformação que ocorre em uma unidade de comprimento (u.c) de uma peça submetida à ação de carga axial. Sendo definida através das relações: Figura 14 – Deformação longitudinal. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Deformação transversal ( t) Determina-se através do produto entre a deformação unitária () e o coeficiente de Poisson (ࣰ). Figura 15 – Deformação transversal. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 45 Como = Δl/l = σ / E, podemos escrever: ࢿ࢚ ൌ െ࢜ࢿ ࢿ࢚ ൌ ࢜࣌ ࡱ ou ࢿ࢚ ൌ െ࢜ ∆रर Onde: t - deformação transversal adimensional σ - tensão normal atuante [Pa; MPa , GPa ] E - módulo de elasticidade do material [P a;...] t - deformação longitudinal adimensional (sem dimensão). ࣰ - coeficiente de Poisson adimensional Δl - alongamento [m; cm; mm] l - comprimento inicial [m; cm;...] Na deformação por ruptura o corpo rompe-se em duas ou mais partes. A ruptura acontece quando um corpo recebe uma tensão inicialmente maior daquela que produz a deformação plástica; essa tensão tende a diminuir após o início do processo. A forma de aplicação das tensões varia em relação à reação de apoio ou inércia do corpo; elas podem ocorrer por tração, compressão, cisalhamento, flexão e torção: Tração: Solicitação que tende a alongar o corpo e ocorre no sentido inverso ao apoio ou inércia resultante do sistema de forças (semelhante aos cabos de aço de um guindaste); Compressão: Solicitação que tende a encurtar o corpo e ocorre no mesmo sentido da reação de apoio ou inércia resultante do sistema de forças (semelhante às colunas de uma construção); Resistências dos Materiais 46 Cisalhamento ou corte: Solicitação que tende a cortar o corpo e ocorre com o deslocamento paralelo em sentido oposto de duas seções contíguas (semelhante ao corte de uma tesoura ou guilhotina); Flexão: Solicitação que tende a girar um corpo e ocorre quando a tensão tende a uma rotação angular no eixo geométrico do corpo e tangencial ao apoio ou inércia (semelhante a um trampolim de piscina); Torção: Solicitação que tende a torcer o corpo; ocorre quando a tensão tende a uma rotação angular sobre o eixo geométrico do corpo e axial ao apoio ou inércia (semelhante ao eixo cardã dos caminhões). Diagrama Tensão X Deformação A resistência de um material depende da sua capacidade de suportar carga sem deformações excessivas ou ruptura. Essa propriedade é própria do material e deve ser determinada experimentalmente. O teste mais importante para a obtenção de propriedades mecânicas do material é o teste de tração ou compressão axial. Esse teste é utilizado principalmente para a obtenção da relação entre a tensão média e a deformação normal média. O teste é realizado através da conformação do material selecionado em corpos de prova de dimensões padronizadas por normas. Uma máquina de teste, especialmente projetada para tal função, é utilizada para aplicar-se uma carga de compressão ou tração no corpo de prova em teste. Essa carga é aplicada a uma taxa muito lenta e constante até que o material atinja o ponto de ruptura. Os dados da carga aplicada são registrados sem intervalos frequentes assim como o alongamento ou encurtamento do corpo de prova. O valor desse alongamento é utilizando então para calcular a deformação do corpo de prova e a carga aplicada, juntamente com propriedades da seção transversal do corpo de prova, para calcular a tensão, obtendo-se assim, ao final do teste, o diagrama tensão-deformação para o material ensaiado. Resistências dos Materiais 47 O diagrama tensão-deformação é um gráfico bidimensional no qual se relacionam a tensão σ, ordenada, com a deformação , abscissa, obtidos pelo ensaio. Cada ponto do gráfico identifica uma leitura de tensão-deformação feita pela máquina de testes durante o ensaio. O último ponto caracteriza a ruptura do material. Exemplo: Seja o Diagrama Tensão deformação do aço ABNT 1020, mostrado abaixo, ensaiado conforme normas específicas. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Onde: Ponto O- Início de ensaio carga nula; Ponto A - Limite de proporcionalidade; Ponto B - Limite superior de escoamento; Ponto C - Limite inferior de escoamento; Ponto D - Final de escoamento início da recuperação do material; Ponto E - Limite máximo de resistência; Ponto F - Limite de ruptura do material. A partir do diagrama tensão-deformação é possível se obter diversas propriedades do material ensaiado. Resistências dos Materiais 48 Os materiais são classificados como dúcteis e frágeis, dependendo das suas características de tensão e deformação. Materiais dúcteis são aqueles que apresentam grandes deformações antes de se romperem como, por exemplo, o aço, borracha, alumínio. A madeira pode ser considerada como um material moderadamente dúctil, pois suas características variam muito de uma espécie para outra. Materiais frágeis são aqueles que se rompem bruscamente apresentando pequenas deformações como, por exemplo, o concreto. Outra característica é que não possuem tensão de ruptura à tração bem definida e sua resistência a esse esforço normalmente é baixa. Essa indefinição é causada pela existência de imperfeições e microtrincas no material. A consequência é que o aparecimento de trincas iniciais seja bem aleatório. Essas imperfeições ou microtrincas são próprias da natureza do material. O material é classificado como frágil, quando submetido a ensaio de tração não apresenta deformação plástica, passando da deformação elástica para o rompimento. Ex.: concreto, vidro, porcelana, cerâmica, gesso, cristal, acrílico, baquelite etc. Diagrama tensão deformação do material frágil Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 49 Onde: Ponto O - Início de ensaio carga nula; Ponto A - limite máximo de resistência, ponto de ruptura do material. Figura 16 – Tensão X Deformação para vários tipos de materiais. Fonte: adaptado. Conforme os gráficos da figura 16 observam-se em: a vê-se um material dúctil típico, como um aço de baixo carbono recozido. Entre os materiais dúcteis existem aqueles que não mostram claramente o patamar de escoamento, como em b. As figuras c e d mostram possíveis curvas de comportamento para materiais frágeis. No caso c aparece um comportamento não linear em baixos níveis de tensão, que é característica dos ferros fundidos. Já em d o comportamento é elástico e linear até próximo da ruptura, característica de materiais cerâmicos e ligas fundidas de elevada dureza. Resistências dos Materiais 50 Figura 17.a – Fratura de material frágil. Figura 17.b – Fratura de material dúctil Fonte: adaptado. Importante! Observação: a classificação de materiais dúcteis e frágeis não é rígida, pois um material pode mudar suas característicasde comportamento, por influência de vários fatores como, por exemplo, a temperatura de trabalho. Altas temperaturas tendem a promover o comportamento dúctil. Baixas temperaturas tendem a promover o comportamento frágil. Então um material de comportamento frágil em temperatura ambiente poderá se tornar dúctil em altas temperaturas, ou um material dúctil se tornar frágil em baixas temperaturas. No ensaio de tração, à medida que aumentamos a intensidade de carga normal aplicada, observamos que a peça apresenta alongamento na sua direção longitudinal e uma redução na seção transversal. Na fase de deformação plástica do material, essa redução da seção transversal começa a se acentuar, apresentando estrangulamento da seção na região de ruptura. Essa propriedade mecânica é denominada estricção, sendo determinada através da expressão: Resistências dos Materiais 51 ࣐ ൌ െ ࢌ . % Onde: φ - estricção [%] Ao - área da seção transversal inicial [mm2; cm2; ] Af - área da secção transversal final [mm2; cm2; ] Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e consulte sempre a biblioteca do seu polo. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Resistências dos Materiais 52 Exercícios – unidade 2 1.Um fio de cobre possui uma tensão de ruptura de 30 kgf/mm2 e apresenta uma estricção de 77%. Calcule: a) a tensão verdadeira de ruptura; b) a deformação verdadeira εv na ruptura. 2.Em uma haste de latão, são marcados dois traços, que distam entre si 50,0 mm. A haste e tensionada, de forma que a distancia entre os traços passa a ser 56,7 mm. Calcule a deformação sofrida pela haste de latão. 3.Uma barra de ferro de 4 m de comprimento e 0,5 cm2 de seção transversal e esticada 1 mm quando uma massa de 225 kg e pendurada em sua extremidade inferior. Considerando g = 9,8 m/s2, calcule o modulo de Young para a barra. a) 1,76 x 1011 N/m2 b) 176 x 1013 N/mm2 c) 0,176 x 1011 N/mm2 d) 1,76 x 106 N/m2 e) 3,76 x 1011 N/m2 Resistências dos Materiais 53 4. A haste ABCD, mostrada na figura abaixo, é feita de alumínio, com E = 70 GPa. Determinar, para as cargas indicadas, desprezando o peso próprio: a) O deslocamento do ponto B. b) O deslocamento do ponto D. Fone: HIBBELER, R. C. 2010. a) B = 5,71mm e D = 0,781mm b) B = 0,781mm e D = 5,71mm c) B = 1,781mm e B = 5,71mm d) B = 0,57mm e B 0,781mm e) B = 0,781mm e B = 3,81mm. Resistências dos Materiais 54 5. Uma barra circular possui d = 32 mm, e o seu comprimento l = 1,6 m. Ao ser tracionada por uma carga axial de 4kN, apresenta um alongamento l = 114 µm. Qual o material da barra? Consulte o quadro abaixo para dar a resposta. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Material Módulo de elasticidade E [GPa] Material Módulo de elasticidade E [GPa] Aço 210 Latão 117 Alumínio 70 Ligas de alumínio 73 Bronze 112 Ligas de chumbo 17 Cobre 112 Ligas de estanho 41 Chumbo 17 Ligas de magnésio 45 Estanho 40 Ligas de titânio 114 Fofo 100 Magnésio 43 Fofo Modular 137 Monel (liga níquel) 179 Ferro 200 Zinco 96 a)Bronze b) aço c) Alumínio d) Cobre e) Ferro. Resistências dos Materiais 55 6.Uma barra de AI possui seção transversal quadrada com 60 mm de lado e, o seu comprimento é de 0,8 m. A carga axial aplicada na barra é de 36 kN. Determinar a tensão normal atuante na barra e o seu alongamento. a) 5 MPa e 114 mm b) 10 MPa e 11,4 mm c) 10 MPa e 114μm d) 10 GPa e)1,14 mm. 7.Determinar a tensão de tração e a deformação específica de uma barra prismática de comprimento L= 5,0m, seção transversal circular com diâmetro φ=5 cm e Módulo de Elasticidade E=20.000 kN/cm2 , submetida a uma força axial de tração P=30 kN. a) 15,3 MPa e 0,0764 % b) 7,15 MPa e 7,64 % c) 30,6 MPa e 0,00764% d) 5,30 MPa e 1,0764% Resistências dos Materiais 56 8. No diagrama de ensaio de tração (tensão x deformação) para materiais dúcteis, o limite superior de escoamento, representa o ponto de: a) Ruptura b) O início da deformação plástica c) Limite máximo de resistência d) Limite de proporcionalidade e) O início da estricção Resistências dos Materiais 57 9.Dado o gráfico Tensão x Deformação abaixo, indicar o que significa a etapa 1 do mesmo, definindo-a corretamente conforme a teoria estudada. Tensão Deformação a)Ruptura b) Estricção c) Início da região plástica d) Tensão máxima. 10. Determine a deformação da barra de aço sob a ação das cargas indicadas. Dado: E=210 GPa. a) δ=2,75×10-3m = 2,75 mm b) δ=5,50 ×10-3m = 4,75 mm c) δ=27,5×10-3m = 275 mm d) δ=2,75×106m = 27,5 mm Resistências dos Materiais 58 Resistências dos Materiais 59 Verificação da Segurança 3 Resistências dos Materiais 60 O engenheiro responsável pelo projeto de elementos estruturais ou mecânicos deve restringir a tensão do material a um nível seguro, portanto, deve usar uma tensão segura ou admissível. Em Engenharia, uma estrutura ou máquina em uso contínuo deve ser analisada periodicamente para que se verifiquem quais ·cargas adicionais seus elementos ou partes podem suportar. Portanto, vale ressaltar, é necessário fazer os cálculos usando-se uma tensão segura ou admissível. Objetivos da unidade: Ao final desta unidade, o aluno (a) conhecerá a utilização do coeficiente de segurança e sua aplicação no dimensionamento dos elementos de construção, visando assegurar o equilíbrio entre a qualidade da construção e seu custo. Plano da unidade: Coeficiente de Segurança Carga Estática Carga Intermitente Carga Alternada Tensão Admissível Bons estudos! Resistências dos Materiais 61 Coeficiente de Segurança. Para se garantir a segurança, é preciso escolher uma tensão admissível que restrinja a carga aplicada a um valor menor do que a carga que o elemento pode suportar totalmente. Há várias razões para isso. Por exemplo, a carga para a qual o elemento é projetado pode ser diferente das cargas realmente aplicadas. As dimensões estipuladas no projeto de uma estrutura ou máquina podem não ser exatos por causa de erros de fabricação ou cometidos na montagem de seus componentes. É possível ocorrer problemas com vibrações, impactos ou cargas acidentais desconhecidas, que não tenham sido contemplados no projeto. Corrosão atmosférica, deterioração ou desgaste provocado por exposição a intempéries tendem a deteriorar os materiais em serviço. Coeficiente de Segurança k O coeficiente de segurança é utilizado no dimensionamento dos elementos de construção, visando assegurar o equilíbrio entre a qualidade da construção e seu custo. O projetista poderá obter o coeficiente em normas ou calcular em função das circunstâncias apresentadas. Os esforços são classificados em 3 tipos: Resistências dos Materiais 62 Carga Estática A carga é aplicada na peça e permanece constante; como exemplos, podemos citar: Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Um parafuso prendendo uma luminária. Uma corrente suportando um lustre.Carga Intermitente Neste caso, a carga é aplicada gradativamente na peça, fazendo com que o seu esforço atinja o máximo, utilizando para isso um determinado intervalo de tempo. Ao atingir o ponto máximo, a carga é retirada gradativamente no mesmo intervalo de tempo utilizado para se atingir o máximo, fazendo com que a tensão atuante volte à zero. E assim sucessivamente. Resistências dos Materiais 63 Ex.: o dente de uma engrenagem. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Carga Alternada Neste tipo de solicitação, a carga aplicada na peça (f(tensão) varia de máximo positivo para máximo negativo ou vice-versa, constituindo-se na pior situação para o material). Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Ex.: eixos, molas, amortecedores etc. Obs.: para cisalhamento substituir σ por τ. Resistências dos Materiais 64 Para determinar o coeficiente de segurança em função das circunstâncias apresentadas, deverá ser utilizada a expressão a seguir: ൌ ࢞ . ࢟ . ࢠ . ࢝ Onde: x é o fator do tipo de material. Ex. x = 2; para materiais comuns. x = 1,5; para aços de qualidade e aços liga. y é o fator do tipo de solicitação. y = 1 para carga constante y = 2 para carga intermitente y = 3 para carga alternada. .z é o fator do tipo de carga. z = 1 para carga gradual z = 1,5 para cargas leves z = 2,0 para cargas bruscas. .w é o fator que prevê possíveis falhas de fabricação. w = 1,0 a 1,5 para aços. w = 1,5 a 2,0 para ferro fundido. OBS: Para carga estática, normalmente utiliza-se 2 ≤ k ≤ 3 aplicado a σe (tensão de escoamento do material), para o material dúctil e ou aplicado a σr para o material frágil. Onde σr é a tensão de ruptura do material. A tensão admissível é a ideal de trabalho para o material nas circunstâncias apresentadas. Geralmente, essa tensão deverá ser mantida na região de deformação elástica do material. Resistências dos Materiais 65 A tensão admissível é determinada através da relação σe (tensão de escoamento) coeficiente de segurança para os materiais dúcteis, σr (tensão de ruptura) coeficiente de segurança para os materiais frágeis. ࣌ഥ ൌ ࣌࢘ Para materiais dúcteis. Para materiais dúcteis. ࣌ഥ ൌ ࣌࢘ Para materiais frágeis. Para materiais frágeis. Em projetos de porte, é necessário levar em conta, no dimensionamento dos elementos de construção, o peso próprio do material, que será determinado através do produto entre o peso específico do material e o volume da peça, conforme nos mostra o estudo a seguir. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. 0 ≤ y ≤ ℓ Pp = γAy Resistências dos Materiais 66 Na secção AA Y = 0 Pp = 0 Na secção BB Y = ℓ Pp = Máx. ࡼá࢞ ൌ ࢽ . . र Ao final desta unidade, lembramos a você, querido aluno(a), de revisar os conteúdos aqui abordados, resolvendo outros exercícios do referencial bibliográfico recomendados. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Resistências dos Materiais 67 Exercícios – unidade 3 1.O tirante está apoiado em sua extremidade por um disco circular fixo como mostrado na figura. Se a haste passa por um furo de 40 mm de diâmetro, determinar o diâmetro mínimo requerido da haste e a espessura mínima do disco necessários para suportar uma carga de 20 kN. A tensão normal admissível da haste é σadm = 60 MPa, e a tensão de cisalhamento admissível do disco é τadm = 35 MPa. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010 adaptado. Resistências dos Materiais 68 2.Determine o coeficiente de segurança para uma situação em que se Pretende fabricar um tirante de aço que irá suportar uma carga constante de tração, aplicada gradualmente quando ao final da montagem. Nota: O tirante é uma peça estrutural composta por um ou mais elementos, e que tem por função resistir a esforços, forças ou tensões, de tração. Geralmente são feitos com aço comum. 3.A coluna está submetida a uma força axial de 8 kN no seu topo. Supondo que a seção transversal tenha as dimensões mostradas na figura, determinar a tensão normal média que atua sobre a seção a-a. Mostrar essa distribuição de tensão atuando sobre a área da seção transversal. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010 adaptado. Resistências dos Materiais 69 4.O punção circular B exerce uma força de 2 kN no topo da chapa A Determinar a tensão de cisalhamento média na chapa devida a esse carregamento. Fonte: HIBBELER, R. C. 2010 adaptado. Resistências dos Materiais 70 Resistências dos Materiais 71 4Dimensionamento de Peças Resistências dos Materiais 72 Durante aplicações práticas, em engenharia, a determinação de tensões é um importante passo para o desenvolvimento de dois estudos relacionados a: Análise de estruturas e máquinas existentes, com o objetivo de prever o seu comportamento sob condições de cargas especificadas. Projeto de novas máquinas e estruturas, que deverão cumprir determinadas funções de maneira segura e econômica. Objetivos da unidade: Ao final desta unidade, o aluno (a) deverá prever o comportamento de uma estrutura ou equipamentos, quando estes estiverem sob condições de carregamento ou tensões repentinas, de modo a projetá-los corretamente. Plano da unidade: Peças de Secção Transversal Peças de Secção Transversal Qualquer Peças de Secção Transversal Circular. Dimensão de correntes. Bons estudos! Resistências dos Materiais 73 Peças de Seção Transversal Peças de Seção Transversal Qualquer Área Mínima. ൌ ࡲ ࣌ഥ Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Onde: Amin - Área mínima da secção transversal [m2: ... ]. F - Carga axial aplicada [N]. ߪത - Tensão admissível do material [Pa]. Resistências dos Materiais 74 Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Peças de Seção Transversal Circular Diâmetro da Peça Fonte: MELCONIAN, S. 1999. ߪത = F/A como a área do círculo é A = d2/4, temos que: ߪത= 4 F/ d2, portanto, ࢊ ൌ ඨࡲ࣊࣌ഥ Onde: D - Diâmetro da peça [m]. Resistências dos Materiais 75 F - Carga axial aplicada [N]. ߪത- Tensão admissível do material [Pa]. - Constante trigonométrica 3,141516... Dimensionamento de Correntes. A carga axial em uma corrente se divide na metade para cada seção transversal do elo, conforme demonstrado na figura abaixo: Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Tem-se então que: ࣌ഥ ൌ ࡲࢉ Como a área do círculo é A = d2/4, temos que: ࣌ഥ ൌ ࡲࢉ࣊ࢊ ൌ ࡲࢉ ࣊ࢊ portanto, ࢊ ൌ ඨ ࡲࢉ ࣊࣌ഥ Resistências dos Materiais 76 Onde: d - diâmetro da barra do elo [m). Fc - Força na corrente [N). - Constante trigonométrica 3, 1415.... 0= - Tensão admissível [Pa). Tabelas de algumas propriedades mecânicas. Tabela 1 - Coeficiente de Poisson (v) Material v Material v Aço 0,25 - 0,33 Latão 0,32 - 0,42 Alumínio 0,32 - 0,36 Madeira compensada 0,07 Bronze 0,32 - 0,35 Pedra 0,16 - 0,34 Cobre 0,31 - 0,34 Vidro 0,25 Fofo -0,23 - 0,27 Zinco 0,21 Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Obs: A sigla “fofo” significa ferro fundido. Tabela 2 - Características elásticas dos materiais. Material Módulo de elasticidade E [GPa] Material Módulo de elasticidade E [GPa] Aço 210Latão 117 Alumínio 70 Ligas de alumínio 73 Bronze 112 Ligas de chumbo 17 Cobre 112 Ligas de estanho 41 Chumbo 17 Ligas de magnésio 45 Estanho 40 Ligas de titânio 114 Fofo 100 Magnésio 43 Fofo Modular 137 Monel (liga níquel) 179 Ferro 200 Zinco 96 Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 77 Obs.: É comum encontrar-se o módulo de elasticidade em MPa (megapascal) Exemplos: Eaço 5 = 2,1 x 10 MPa EAl= 7,0 X 104 MPa ECu= 1,12 x 105 MPa Tabela 3 - Peso especí fico dos materiais. Material Peso Específico ࢽ [ N / m3 ] Material Peso Específico ࢽ [ N / m3 ] Aço 7,70 x 104 Gasolina 15ºC 8,3 x 103 Água destilada 4ºC 9,8 x 103 Gelo 8,8 x 103 Alvenaria tijolo 1,47 x 104 Graxa 9,0 x 103 Alumínio 2,55 x 104 Latão 8,63 x 104 Bronze 8,63 x 104 Leite (15ºC) 1,02 x 104 Borracha 9,3 x 103 Magnésio 1,72 x 104 Cal hidratado 1,18 x 104 Níquel 8,50 x 104 Cerveja 1,00 x 104 Ouro 1,895 x 105 Cimento em pó 1,47 x 104 Papel 9,8 x 103 Concreto 2,00 x 104 Peroba 7,8 x 103 Cobre 8,63 x 104 Pinho 5,9 x 103 Cortiça 2,4 x 103 Platina 2,08 x 105 Chumbo 1,1 x 105 Porcelana 2,35 x 104 Diamante 3,43 x 104 Prata 9,80 x 104 Estanho 7,10 x 104 Talco 2,65 x 104 Ferro 7,70 x 104 Zinco 6,90 x 104 Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 78 Tabela 4 - Coeficiente de dilatação linear dos materiais. Material Coeficiente de dilatação linear Material Coeficiente de dilatação linear ߙ [ºC]-1 ߙ [ºC]-1 Aço 1,2 x 10-5 Latão 1,87 x 10-5 Alumínio 2,3 x 10-5 Magnésio 2,6 x 10-5 Baquelite 2,9 x 10-5 Níquel 1,3 x 10-5 Bronze 1,87 x 10-5 Ouro 1,4 x 10-5 Borracha [20ºC] 7,7 x 10-5 Platina 9 x 10-6 Chumbo 2,9 x 10-5 Prata 2 x 10-5 Constantan 1,5 x 10-5 Tijolo 6 x 10-6 Cobre 1,67 x 10-5 Porcelana 3 x 10-6 Estanho 2,6 x 10-5 Vidro 8 x 10-6 Ferro 1,2 x 10-5 Zinco 1,7 x 10-5 Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Tabela 5 - Módulo de Elasticidade Transversal. Material Módulo de Elasticidade Transversal G [GPa] Aço 80 Alumínio 26 Bronze 50 Cobre 45 Duralumínio 14 28 Fofo 88 Magnésio 17 Nylon 10 Titânio 45 Zinco 32 Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 79 Tabela 6 – Tensões. Materiais Tensão de escoamento de [Mpa] Tensão de ruptura [Mpa] Aço Carbono ABNT 1010 - L 220 - T 380 ABNT 1020 - L 280 - T 480 ABNT 1030 - L 300 - T 500 ABNT 1040 - L 360 - T 600 ABNT 1050 - L 400 Aço Liga ABNT 4140 - L 650 - T 700 ABNT 8620 - L 440 - T 700 Ferro Fundido Cinzento - Branco - Preto - F - - P - Modular - Materiais Tensão de escoament o de [Mpa] Tensão de ruptura [Mpa] Materiais não ferrosos Alumínio 30 – 120 70 – 230 Duralumínio 14 100 – 420 200 – 500 Cobre Telúrio 60 – 320 230 – 350 Bronze de níquel 120 – 650 300 – 750 Magnésio 140 – 200 210 – 300 Titãnio 520 600 Zinco - 290 Materiais não metálicos Borracha - 20 – 80 Concreto - 0,8 – 7 Madeiras Peroba - 100 – 200 Pinho - 100 – 120 Eucalipto - 100 – 150 Plásticos Nylon - 80 Vidro Vidro plano - 5 – 10 L - laminado T - trefilado F - ferrítico P - perlítico Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Finalizamos mais uma unidade, novamente não se esqueça de refazer os exercícios do referencial recomendado. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Resistências dos Materiais 80 Exercícios – unidade 4 1.A barra circular representada na figura é de aço, possui d = 20 mm e comprimento l =0,8m. Encontra-se submetida à ação de uma carga axial de 7,2 kN. Pede-se determinar para a barra: a) Tensão normal atuante (). b) O alongamento (l). c) A deformação longitudinal (). d) A deformação transversal ( t). Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 81 2.Determinar o diâmetro da barra 1 da construção representada na figura. O material da barra é o ABNT 1010L com e = 220 MPa, e o coeficiente de segurança indicado para o caso é k=2. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. 3.A figura dada representa duas barras de aço soldadas na seção BB. A carga de tração que atua na peça é 4,5 kN. A seção 1 da peça possui d1 = 15 mm e comprimento. l 1 = 0,6 m, sendo que a seção 2 possui d2 = 25 mm e l 2 = 0,9 m. Desprezando o efeito do peso próprio do material, pede-se determinar para as seções 1 e 2. a) A tensão normal (1 e 2) b) O alongamento (l 1 e l 2) c) A deformação longitudinal (1 e 2) d) A deformação transversal (t1 e t2) e) O alongamento total da peça (l) Dados: Eaço = 210 GPa aço = 0,3 Resistências dos Materiais 82 4.Uma barra circular possui d = 32 mm, e o seu comprimento l = 1,6 m. Ao ser tracionada por uma carga axial de 4kN, apresenta um alongamento l = 114μm. Qual o material da barra? Fonte: MELCONIAN, S. 1999. 5.O lustre da figura pesa 120N, estará preso ao teto através do ponto A, por uma corrente de aço. Determinar o diâmetro do arame da corrente, para que suporte com segurança K = 5, o peso do lustre. O material do arame é o ABNT 1010L com e = 220 MPa. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 83 6.Uma barra de AI possui secção transversal quadrada com 60mm de lado e, o seu comprimento é de 0,8 m. A carga axial aplicada na barra é de 36 kN. Determinar a tensão normal atuante na barra e o seu alongamento. EAl = 0,7 X 105 MPa Fonte: MELCONIAN, S. 1999. 7.A coluna da figura dada suporta uma carga de 240 kN. Considerando o peso próprio do material, determinar as tensões atuantes nas seções AA; SS; CC. A coluna é de concreto, sendo que o bloco 1 tem h1 = 2m e área da seção transversal A1 = 0,24 m2, o bloco 2 tem h2 = 2m e área da seção transversal A2 = 0,36 m2. Dados: concreto = 2 x 104 N/ m3 Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 84 8.A viga AB absolutamente rígida suporta o carregamento da figura, suspensa através dos pontos AB, pelas barras 1 e 2 respectivamente. A barra 1 é de aço, possui comprimento l e área de seção transversal A1. A barra 2 é de Al, possui também comprimento l e área de seção transversal A2. Determinar a relação entre as áreas das secções transversais das barras, sabendo-se que a viga AB permanece na horizontal após a aplicação das cargas. Dados: Eaço = 210 GPa ; EAl = 70 GPa. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. 9.Uma barra de ferro de 4 m de comprimento e 0,5 cm2 de seção transversal e esticada 1 mm quando uma massa de 225 kg e pendurada em sua extremidade inferior. Considerando g = 9,8m/s2, calcule o modulo de Young para a barra. Resistências dos Materiais 85 10.Uma peça que pesa 123.000 kgf apoia-se sobre quatro peças de aço de baixa estatura, como indicado no desenho abaixo. Identifique as dimensões que a peça deve ter. As peças de apoio têm as seguintes medidas a x 5a. Fone: BOTELHO, M. H. C. 2013. Obs.: O peso próprio da estrutura só deve ser considerado nos cálculos quando o seu valor for significativo. No caso deste problema não será considerado. Resistências dos Materiais 86 Resistências dos Materiais 87 5 Cisalhamento Puro Resistências dos Materiais 88 Um elemento de construção submete-se a esforço de cisalhamento,quando sofre a ação de uma força cortante. Além de provocar cisalhamento, a força cortante dá origem a um momento fletor, que por ser de baixíssima intensidade, será desconsiderado neste capítulo. O cisalhamento está mais presente em nossas vidas do que se imaginamos: ao cortar uma folha, um pedaço de queijo ou aparas do papel com guilhotina, entre muitos outros exemplos. No caso de metais, podemos praticar o cisalhamento com tesouras, prensas de corte, dispositivos especiais ou simplesmente aplicando esforços que resultem em forças cortantes. Ao ocorrer o corte, as partes se movimentam paralelamente, por escorregamento, uma sobre a outra, separando- se. A esse fenômeno damos o nome de cisalhamento. Objetivos da unidade: Ao final desta unidade, o aluno (a) deverá compreender os esforços de cisalhamento em um elemento de junta (rebite, parafusos, solda ou pinos), quando esta junta estiver sob tração ou compressão. Plano da unidade: Força Cortante Q Tensão de Cisalhamento () Deformação do Cisalhamento Bons estudos! Resistências dos Materiais 89 Tensão de cisalhamento Tensão de cisalhamento ou tensão tangencial, ou ainda tensão de corte ou tensão cortante é um tipo de tensão gerado por forças aplicadas em sentidos iguais ou opostos, em direções semelhantes, mas com intensidades diferentes no material analisado. Um exemplo disso é a aplicação de forças paralelas, mas em sentidos opostos, ou a típica tensão que gera o corte em tesouras. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Força Cortante Q. Denomina-se força cortante, a carga que atua tangencialmente sobre a área de seção transversal da peça. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Resistências dos Materiais 90 Tensão de Cisalhamento (). A ação da carga cortante sobre a área da seção transversal da peça causa nesta uma tensão de cisalhamento, que é definida através da relação entre a intensidade da carga aplicada e a área da secção transversal da peça sujeita a cisalhamento. ࣎ ൌ ࡽࢉ࢙ Para o caso de mais de um elemento estar submetido a cisalhamento, utiliza- se o somatório das áreas das seções transversais para o dimensionamento. Se os elementos possuírem a mesma área de seção transversal, basta multiplicar a área de seção transversal pelo número de elementos(n). Tem-se então: ࣎ ൌ ࡽ .ࢉ࢙ onde: = tensão de cisalhamento [Pa, ...] Q = carga cortante [N] Acis = área da seção transversal da peça [m2] n - número de elementos submetidos a cisalhamento [adimensional]. Se as áreas das seções transversais forem desiguais, o esforço atuante em cada elemento será proporcional a sua área de seção transversal. Resistências dos Materiais 91 Deformação do Cisalhamento Supondo-se o caso da seção transversal retangular da figura, observa-se o seguinte: Ao receber a ação da carga cortante, o ponto C desloca-se para a posição C', e o ponto D para a posição D', gerando o ângulo denominado distorção. A distorção é medida em radianos (portanto adimensional), através da relação entre a tensão de cisalhamento atuante e o módulo de elasticidade. A distorção é medida em radianos (portanto adimensional), através da relação entre a tensão de cisalhamento atuante () e o módulo de elasticidade transversal do material (G). Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Onde: - distorção [rad.]; - tensão de cisalhamento atuante [Pa]; G - módulo de elasticidade transversal do material [Pa]. Resistências dos Materiais 92 Tensão Normal () e Tensão de Cisalhamento () A tensão normal atua na direção do eixo longitudinal da peça, ou seja, perpendicular à seção transversal, enquanto que a tensão de cisalhamento é tangencial à seção transversal da peça. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Pressão de Contato d No dimensionamento das juntas rebitadas, parafusadas, pinos, chavetas etc., torna-se necessária a verificação da pressão de contato entre o elemento e a parede do furo na chapa (nas juntas). Fonte: MELCONIAN, S. 1999. A carga Q atuando na junta tende a cisalhar a secção AA (ver figura acima). Ao mesmo tempo, cria um esforço de compressão entre o elemento (parafuso ou rebite) e a parede do furo (região AB ou AC). A pressão de contato, que pode Resistências dos Materiais 93 acarretar esmagamento do elemento e da parede do furo, é definida através da relação entre a carga de compressão atuante e a área da seção longitudinal do elemento, que é projetada na parede do furo. Tem-se então que: Região de contato AB e AC. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Pressão de Contato (Esmagamento). Quando houver mais de um elemento (parafuso ou rebite) utiliza-se: ࣌ࢊ ൌ ࡽ . ࢘ ൌ ࡽ ࢊ࢚ Resistências dos Materiais 94 Onde: (d) - pressão de contato [Pa] Q - carga cortante aplicada na junta [N] n - número de elementos [adimensional] d - diâmetro dos elementos [m] t - espessura da chapa [m] Distribuição ABNT NB14 (Norma). As distâncias mínimas estabelecidas pela norma e que deverão ser observadas no projeto de juntas são: Fonte: MELCONIAN, S. 1999. a) Na região intermediária, a distância mínima entre centros dos rebites deverá ser três vezes o diâmetro do rebite. b) Da lateral da chapa até o centro do primeiro furo, a distância deverá ter duas vezes o diâmetro do rebite na direção da carga. c) Da lateral da chapa até o centro do primeiro furo, no sentido transversal da carga, a distância deverá ter 1,5 (uma vez e meia) o diâmetro do rebite. Resistências dos Materiais 95 Para o caso de bordas laminadas, permite-se reduzir as distâncias d + 6mm para rebites com d < 26mm; d + 10mm para rebites com d > 26mm. Tensão Admissível e Pressão Média de Contato ABNT NB14- Material Aço ABNT 1020. Rebites Tração: ߪത = 140 MPa Corte: ߬̅ = 105 MPa Pressão média de contato (cisalhamento duplo): d = 280 MPa Pressão média de contato (cisalhamento simples): d = 105 MPa Parafusos Tração: =140 MPa Corte: parafusos não ajustados ߬ ̅= 80 MPa Parafusos ajustados ߬ ̅= 105 MPa Pressão de contato média (cisalhamento simples): d = 225 MPa Pressão de contato média (cisalhamento duplo): d = 280 Mpa Resistências dos Materiais 96 Pinos Flexão: ߪത = 210 MPa Corte: ߬̅ = 105 MPa Pressão média de contato (cisalhamento simples): d = 225MPa Pressão média de contato (cisalhamento duplo): d = 280 MPa Em geral, a tensão admissível de cisalhamento é recomendável em torno de 0,6 a 0,8 da tensão admissível normal. ࣎ത ൌ , ࢇ ,ૡ࣌ഥ Exemplos 1) Determinar a tensão de cisalhamento que atua no plano A da figura. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Solução: A tensão de cisalhamento atuante no plano A, é definida através da componente horizontal da carga de 300 kN, e área da seção A. Resistências dos Materiais 97 Tem-se então que: ࣎ ൌ . ൈ ࢉ࢙ ૠ ൈ ି ൈ ൈ ି ࣎ ൌ ࡹࡼࢇ 2) O conjunto representado na figura é formado por: a) Parafuso sextavado M12. b) Garfo com haste de espessura 6 mm. c) Arruela de pressão. d) Chapa de aço ABNT 1020 espessura 8 mm. e) Porca M12. Fonte: MELCONIAN, S. 1999. Supor que não haja rosca no parafuso, nas regiões de cisalhamento e esmagamento. A carga Q que atuará no conjunto é de 6 kN. Determinar: a) a tensão de cisalhamento atuante. Resistências dos Materiais 98 b) a pressão de contato na chapa intermediária. c) a pressão de contato nas hastes
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