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Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem INTRODUÇÃO Os distúrbios respiratórios são uma causa frequente de procura por atendimento nas unidades de emergência. Por implicarem em condições que rapidamente colocam a vida em risco; É preciso que o enfermeiro tenha condições de identificar precocemente as alterações presentes e riscos potenciais e intervir prontamente, de modo a propiciar melhores resultados para o paciente. Devido à complexidade e rapidez de atuação que os serviços de urgência e emergência exigem do profissional, nem sempre é capaz de identificar todas as necessidades do paciente; É importante que o enfermeiro aplique uma metodologia de identificação de problemas para que, em seguida, possa identificar os principais pontos voltados para o cuidado e posteriormente implementar as ações de enfermagem; Para que a conduta de enfermagem seja realizada de forma rápida e eficiente, é importante que o enfermeiro conheça os principais critérios de avaliação respiratória, de modo a identificar evidências de obstrução das vias aéreas ou de insuficiência respiratória aguda.; Anamnese, exame físico, exames laboratoriais, exames por imagem. REVISÃO ANATOMO FISIOLÓGICA Consiste em vários órgãos que funciona como um todo para oxigenar o corpo. O trato respiratório é dividido em três sessões: o Superior – Constituído por nariz, cavidades nasais seios paranasais e faringe e laringe. o Inferior – É constituído por traqueia, brônquios e pulmões propriamente ditos que são constituídos por: bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e dos alvéolos. FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Cada um dos órgãos do Sistema Respiratório ajuda a manter o equilíbrio do organismo. TROCA GASOSA - Quando inspiramos o ar atmosférico, que contém oxigênio e outros elementos químicos, ele passa pelas vias respiratórias e chega aos pulmões. É nos pulmões que acontece a troca do dióxido de carbono pelo oxigênio. E, graças aos músculos respiratórios que este órgão cria forças para o ar fluir. Tudo isso a partir de estímulos e comandos emitidos pelo Sistema Nervoso Central. Três processos são essenciais para a transferência de oxigênio do ar exterior para o sangue passando pelos pulmões Ventilação – processo mecânico de entrada e saída do ar dos pulmões – expiração e inspiração Perfusão – distribuição de oxigênio por todo o corpo saúde do adulto SISTEMA RESPIRATÓRIO AVALIAÇÃO CLÍNICA E DIAGNÓSTICA mailto:batistamillena73@gmail.com https://www.todamateria.com.br/sistema-nervoso-central/ Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem Difusão – troca gasosa realizada pontualmente O2 – CO2 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE - Corresponde à remoção do excesso de CO2 do organismo. Atuação do Sistema Nervoso, que é responsável por enviar informações para os controladores da respiração. PRODUÇÃO DE SONS - A produção e emissão de sons é realizada pela ação conjunta do Sistema Nervoso e dos músculos que trabalham na respiração. São eles que permitem o fluxo do ar das cordas vocais e da boca. DEFESA PULMONAR - Ao respirar, é praticamente impossível eliminar as impurezas contidas no ambiente atmosférico. A inspiração de microrganismos se torna inevitável. Para evitar problemas de saúde, o Sistema Respiratório apresenta mecanismos de defesa ORGÃOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO CAVIDADES NASAIS - são dois condutos paralelos revestidos de mucosa e separados por um septo cartilaginoso, que começam nas narinas e terminam na faringe. No interior das cavidades nasais, existem pelos que atuam como filtro de ar, retendo impurezas e germes, garantindo que o ar chegue limpo aos pulmões. A membrana que reveste as cavidades nasais contém células produtoras de muco que umidificam o ar. Ela é rica em vasos sanguíneos que aquecem o ar que entra no nariz. FARINGE - é um tubo que serve de passagem tanto para os alimentos quanto para o ar, portanto, faz parte do sistema respiratório e do sistema digestório. Sua extremidade superior se comunica com as cavidades nasais e com a boca, na extremidade inferior se comunica com a laringe e o esôfago. Suas paredes são musculosas e revestidas de mucosa. LARINGE - é o órgão que liga a faringe à traqueia. Na parte superior da laringe está a epiglote, a válvula que se fecha durante a deglutição. Este é também o principal órgão da fala. Nela estão localizadas as cordas vocais. TRAQUÉIA - é um tubo situado abaixo da laringe e formado por quinze a vinte anéis cartilaginosos que a mantêm aberta. Este órgão é revestido por uma membrana mucosa, e nela o ar é aquecido, umidificado e filtrado. BRÔNQUIOS - são duas ramificações da traqueia formados também por anéis cartilaginosos. Cada brônquio penetra em um dos pulmões e divide-se em diversos ramos menores, que se distribuem por todo o órgão formando os bronquíolos. Os brônquios se ramificam e subdividem-se várias vezes, formando a árvore brônquica. PULMÕES - O sistema respiratório é composto por dois pulmões, órgãos esponjosos situados na caixa torácica. Eles são responsáveis pela troca do oxigênio em gás carbônico, através da respiração. Cada pulmão é envolvido por uma membrana dupla, chamada pleura. Internamente, cada pulmão apresenta cerca de 200 milhões de estruturas muito pequenas, em forma de cacho de uva e que se enche de ar, chamados de alvéolos pulmonares. Cada alvéolo recebe ramificações de um bronquíolo. Nos alvéolos, realizam-se as trocas gasosas entre o ambiente, denominada hematose. Tudo isso acontece graças às membranas muito finas que os revestem e abrigam inúmeros vasos sanguíneos bem finos, os capilares. mailto:batistamillena73@gmail.com https://www.todamateria.com.br/sistema-nervoso/ https://www.todamateria.com.br/pulmao/ https://www.todamateria.com.br/alveolos-pulmonares/ https://www.todamateria.com.br/hematose/ Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem O pulmão direito é o mais espesso e mais largo que o esquerdo. Ele também é um pouco mais curto pois o diafragma é mais alto no lado direito para acomodar o fígado. O pulmão esquerdo tem uma concavidade que é a incisura cardíaca. Cada pulmão têm uma forma que lembra uma pirâmide com um ápice, uma base, três bordas e três faces. Ápice do Pulmão: está voltado cranialmente e tem forma levemente arredondada. Apresenta um sulco percorrido pela artéria subclávia, denominado sulco da artéria subclávia. No corpo, o ápice do pulmão atinge o nível da articulação esterno- clavicular. Base do Pulmão: a base do pulmão apresenta uma forma côncava, apoiando-se sobre a face superior do diafragma. A concavidade da base do pulmão direito é mais profunda que a do esquerdo (devido à presença do fígado). Margens do Pulmão: os pulmões apresentam três margens: uma anterior, uma posterior e uma inferior. A borda anterior é delgada e estende-se à face ventral do coração. A borda anterior do pulmão esquerdo apresenta uma incisura produzida pelo coração, a incisura cardíaca. A borda posterior é romba e projeta-se na superfície posterior da cavidade torácica. A borda inferior apresenta duas porções: (1) uma que é delgada e projeta-se no recesso costofrênico e (2) outra que é mais arredondada e projeta-se no mediastino. Divisão: Os pulmões apresentam características morfológicas diferentes. O pulmão direito apresenta-se constituído por três lobos divididos por duas fissuras. Uma fissura oblíqua que separa lobo inferior dos lobos médio e superior e uma fissura horizontal, que separa o lobo superior do lobo médio. O pulmão esquerdo é dividido em um lobo superior e um lobo inferior por uma fissura oblíqua. Anteriormente e inferiormente, o lobo superior do pulmão esquerdo apresenta uma estrutura que representaresquícios do desenvolvimento embrionário do lobo médio, a língula do pulmão. Cada lobo pulmonar é subdividido em segmentos pulmonares, que constituem unidades pulmonares completas, consideradas autônomas sob o ponto de vista anatômico. PLEURA - É uma membrana serosa de dupla camada que envolve e protege cada pulmão. A camada externa é aderida à parede da cavidade torácica e ao diafragma, e é denominada Pleura Parietal (reflete-se na região do hilo pulmonar para formar a pleura visceral). A camada interna, Pleura Visceral, reveste os próprios pulmões (adere-se intimamente à superfície do pulmão e penetra nas fissuras entre os lobos). Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, a cavidade pleural, que contém pequena quantidade de líquido lubrificante, secretado pelas túnicas. Esse líquido reduz o atrito entre as túnicas, permitindo que elas deslizem facilmente uma sobre a outra, durante a respiração. mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem DIAFRAGMA - é o principal músculo que atua no processo da respiração pulmonar. Durante a inspiração, o diafragma se contraem e descem. Com isso, reduz a pressão intratorácica e comprime as vísceras abdominais. Esse movimento facilita a entrada de ar nos pulmões. Durante a expiração, ocorre o movimento inverso. O diafragma relaxa e sobe. Assim, aumenta a pressão intratorácica e expulsa o ar dos pulmões. CAVIDADE TORÁCICA – Espaço onde se localiza os pulmões, o mediastino e o coração. O mediastino está no centro do tórax (peito) e aloja o coração, o timo e os gânglios linfáticos, além de partes da aorta, da veia cava, da traqueia, do esôfago e diversos nervos. Ele engloba a área limitada pelo tórax (esterno) na parte anterior (frente), a coluna vertebral na parte posterior, a entrada para cavidade torácica na parte superior e o diafragma na parte inferior. O mediastino separa o pulmão esquerdo do direito, de modo que funcionem como duas cavidades torácicas separadas. Por exemplo, se a parede torácica fosse perfurada em um dos lados e provocasse o colapso do pulmão daquele lado, o outro pulmão permaneceria inflado e funcional, pois os dois pulmões estão separados pelo mediastino. Uma caixa óssea (comumente chamada caixa torácica), formada pelo esterno, costelas e coluna vertebral, protege os pulmões e os outros órgãos no tórax. Os 12 pares de costelas curvam-se em torno do tórax a partir da parte posterior (costas). Cada par está ligado aos ossos (vértebras) da coluna vertebral. Na parte frontal do corpo, os sete pares superiores de costelas estão ligados ao esterno por cartilagem. O oitavo, nono e décimo pares de costelas se unem à cartilagem do par acima deles. Os últimos dois pares (costelas flutuantes) são mais curtos e não se unem na frente. PROJEÇÃO NA PAREDE TORÁCICA DOS PULMÕES Para se reconhecer a projeção dos pulmões na superfície do tórax toma-se como primeira referência uma linha que acompanha a 4ª costela (Figura 16.1), a qual corresponde à cissura (fissura) mailto:batistamillena73@gmail.com https://www.todamateria.com.br/respiracao-pulmonar/ Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem horizontal, situada entre o lobo superior e o lobo médio do pulmão direito. Prolongando-se esta linha para a face lateral do tórax, ela deixa de corresponder à 4ª costela, passando à 5ª costela, no seu cruzamento com a linha axilar média. A partir dessa região, a borda inferior do lobo superior é delimitada por outra linha que se dirige para cima e para trás, acompanhando a borda interna da escápula (estando o paciente com a mão no ombro oposto), e alcançando a apófise espinhosa da 4ª vértebra torácica. Essa linha corresponde à cissura (fissura) oblíqua. Para delimitar a área de projeção do lobo médio, basta traçar uma linha que se inicie na interseção da linha axilar média com a 5ª costela e se dirija, obliquamente, para baixo e para diante, até a extremidade anterior da 6ª costela. O limite inferior do lobo inferior deve ser demarcado nas duas fases da respiração: na expiração é representado por uma linha horizontal que se origina com a respectiva vértebra, enquanto, na inspiração, este limite se desloca ao nível da articulação da 11ª costela para a 12ª costela. Na face lateral do tórax, essas linhas cruzam o 8° e o 9° espaços intercostais, na altura da linha axilar média, para terminarem, quase conjuntamente, no plastrão cartilaginoso que constitui a reborda costal. PONTOS DE REFERÊNCIA ANATÔMICOS, LINHAS E REGIÕES TORÁCICAS Os principais pontos de referência anatômicos são: as costelas; os espaços intercostais; o ângulo de Louis, que corresponde à linha transversal traçada ao nível da junção do manúbrio com o corpo do esterno; a 4ª vértebra torácica, que se encontra na mesma altura do ângulo de Louis; a 7° vértebra cervical, também denominada proeminente; as clavículas; a articulação xifoesternal; a incisura supraesternal e o ângulo de Charpy. A numeração das costelas e dos espaços intercostais é feita de cima para baixo. A 1ª costela não é acessível à palpação por estar situada atrás das clavículas. Para o reconhecimento da 2ª costela, toma-se como ponto de referência o ângulo de Louis. Após identificá-lo, o examinador desliza os dedos médio e indicador abertos, no sentido de dentro para fora, de modo a deixar entre eles a extremidade anterior do 2º arco costal. LINHAS TORÁCICAS A primeira linha torácica é traçada verticalmente pelo centro do esterno. Recebe a denominação de linha medioesternal; as linhas próximas às bordas deste osso denominam-se linhas esternais; as que se originam no meio das clavículas chamam-se linhas hemiclaviculares. Na parede lateral, são traçadas três linhas: linha axilar anterior, cuja referência são as pregas axilares anteriores; linha axilar posterior, que passa pelas pregas posteriores da axila, e linha axilar média, que desce a igual distância das outras duas linhas laterais. Na parede posterior, encontram-se a linha medioespinal ou espondileia, que liga as apófises espinhosas das vértebras, e as linhas escapulares, que passam pelo ângulo inferior das omoplatas. mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem REGIÕES TORÁCICAS Região supraclavicular: é a área delimitada pela borda superior da clavícula, pelo prolongamento cervical da linha esternal e pela borda superior do trapézio; Região clavicular: corresponde à área de projeção superficial da clavícula; Região infraclavicular: compreende a área delimitada pela borda inferior da clavícula, pela borda anterior do deltoide, por uma linha horizontal traçada a partir da 3ª articulação condroesternal e pela borda do esterno; Região mamária: seu limite superior corresponde ao limite inferior da região infraclavicular. Os limites laterais são as linhas axilares anteriores e a linha esternal. O limite inferior é demarcado por uma linha horizontal que parte da 6ª articulação condroesternal; Região inframamária: é circunscrita pela linha horizontal que passa pela 6ª articulação condroesternal, pela reborda costal e pela linha axilar anterior; Região supraesternal: o limite superior são os primeiros anéis da traqueia; o inferior, a fúrcula esternal e os laterais, as bordas internas dos músculos esternocleidomastóideos; Região esternal superior: o limite superior é a fúrcula esternal; o inferior, uma linha transversa que passa pela 3ª articulação condroesternal e os laterais são as linhas esternais; Região esternal inferior: compreendida entre a linha transversal que passa pela 3ª articulação condroesternal e o apêndice xifoide; Região axilar:limitada pelo côncavo axilar, pelas linhas axilares anterior e posterior e pelo prolongamento da linha horizontal que passa pela 6ª articulação condroesternal; Região infra-axilar: compreende desde o limite inferior da região axilar até a reborda costal, tendo como limites laterais as linhas axilares anterior e posterior; Região supraescapular: esta região apresenta forma triangular; cujo limite superior é a borda superior do trapézio; o inferior, a borda superior da omoplata e seu prolongamento até a coluna vertebral; o limite interno é a linha medioespinal; Região supraespinhosa: corresponde à fossa supraespinhosa; Região infraespinhosa: corresponde à fossa infraespinhosa; Região infraescapular: seu limite superior é uma linha horizontal traçada pela ponta inferior da escápula até a linha mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem medioespinal, a qual faz o limite interno. O limite inferior é o próprio limite inferior do tórax. Lateralmente, vai até a linha axilar posterior; Região interescapulovertebral: área compreendida entre a borda interna da escápula e a linha medioespina. (A) FACE ANTERIOR: (1) região subclávia; (2) região clavicular; (3) região infraclavicular; (4) região mamária; (5) região inframamária; (6) região supraesternal; (7) região esternal superior; (8) região esternal inferior. (B) FACE POSTERIOR: (1) região supraescapular; (2) região supraespinhosa; (3) região infraespinhosa; (4) região interescapulovertebral; (5) região infraescapular. (C) FACE LATERAL: (1) região axilar; (2) região infra-axilar. LOCALIZAÇÃO DO PULMÃO O TÓRAX AVALIAÇÃO DE OXIGENAÇÃO ANAMNESE Na anamnese (ou história clínica) são obtidas as informações de interesse do enfermeiro que permitem compreender as dimensões do processo saúde-doença vivenciado pelo paciente. A anamnese também visa à relação enfermeiro-paciente. É fundamental que a anamnese siga um roteiro para facilitar o cruzamento e análise das informações na sequência. Identificação do paciente: nome, idade, naturalidade, procedência, profissão, ocupação. Motivo da admissão ou queixa principal. História clínica atual: características dos sinais e sintomas – início (súbito, gradual), evolução (contínua, intermitente), intensidade, fatores agravantes e associados. História pregressa: alergias, patologias prévias, intervenção cirúrgica, internações, traumatismo, acidentes, medicamentos em uso. História familiar: patologias prévias - enxaqueca, acidente vascular cerebral (AVC), tuberculose (TBC), hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melittus (DM), câncer (CA), cardiopatias, entre outras. Hábitos de vida: dieta, ingesta líquida, etilismo, tabagismo, uso de drogas, eliminação fisiológica: fezes e urina (aspecto, frequência, volume, odor). EXAME FÍSICO O exame físico é uma etapa fundamental para o planejamento do cuidado de enfermagem, no qual o paciente é avaliado por meio de sinais e sintomas, procurando por anormalidades que podem sugerir problemas no processo de saúde e doença. Esse exame deve ser realizado de maneira sistematizada, no sentido céfalo-caudal, através de uma avaliação minuciosa de todos os segmentos do corpo utilizando as técnicas propedêuticas: inspeção, palpação, percussão e ausculta. HIPÓXIA HIPOXEMIA O nível de O2 no tecido não está adequado – insufiente O nível de O2 no sangue não está adequado – insufiente Sempre que houver hipoxemia vai ter hipóxia, porém nem sempre que houver hipóxia vai ter hipoxemia. mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem INSPEÇÃO A inspeção envolve uma observação global da aparência do paciente e inclui a visão, a escuta e o odor. O objetivo da inspeção é observar os dados normais e alterações do paciente, prestando atenção a mudanças óbvias e súbitas que podem requerer investigação posterior. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA – A frequência respiratória deve ser contada por um minuto inteiro, e avaliada em uma das seguintes categorias: o Eupneia ou frequência “normal” – nas frequências entre 12 a 20 (mvm). o Taquipneia – frequências superiores a 20 mvm, geralmente é o primeiro indicador de dificuldade respiratória (febre, ansiedade, dor, problemas circulatórios, anemia). o Bradipneia – frequência respiratória inferior a 10 mvm. Pode ser um indicativo de elevação da PIC, depressão do centro respiratório, overdose ou hipotermia. o Hiperpneia - Aumento na profundidade da respiração além do normal, que pode existir com ou sem hiperventilação (acidose metabólica, febre, ansiedade). RITMO - o ritmo respiratório tem ciclos regulares, com a fase expiratória ligeiramente mais longa que a fase inspiratória. Uma curta pausa é normal entre a expiração e a próxima inspiração. O movimento do tórax deve ser igual, bilateral e simétrico. Na observação do ritmo, é importante identificar a dispneia, que é a experiência subjetiva de sensações respiratórias desconfortáveis. o Platipnéia o Trepopneia o Respiração de biot, cheyne-stokes e kussmaul. QUALIDADE DA RESPIRAÇÃO - Normalmente, o movimento torácico é simétrico. Falência da parede torácica em elevar-se adequadamente pode indicar fibrose, colapso de lobos superiores ou obstrução brônquica. o Dor torácica súbita e aguda, como encontrada no pneumotórax, pode inibir o paciente a realizar respirações profundas, resultando em hipoventilação alveolar. GRAU DE ESFORÇO VENTILATÓRIO - O uso de musculatura acessória (tais como dos músculos esternocleidomastoideo, escaleno e trapézio) pode indicar dificuldade ventilatória. o Pacientes com dificuldade expiratória podem ter anormalidades de retração pulmonar e/ou resistência de vias aéreas, em condições como enfisema, edema pulmonar ou asma. o Aumento do esforço inspiratório pode indicar obstrução de vias aéreas superiores por corpo estranho ou anafilaxia. É importante observar a influência da severidade da dificuldade respiratória em atividades comuns, como caminhar ou falar o Batimentos de asa de nariz pode indicar dificuldade respiratória em adultos, embora seja mais comum em crianças. COR DA PELE - A cianose pode ocorrer quando há uma grande quantidade de hemoglobina não saturada, e pode ser detectada quando a saturação de oxigênio no sangue arterial cai abaixo de 85%. A cianose geralmente é considerada um sinal tardio da disfunção respiratória, entretanto é sujeita a uma variação considerável. o Cianose periférica o Cianose central PRESENÇA DE DEFORMIDADES - O baqueteamento digital pode ser indicativo de hipoxemia originada por doença pulmonar crônica ou cardiovascular. o Deformidades do tórax anterior podem afetar a qualidade da respiração. O diâmetro do tórax anterior e posterior deve ser comparado com o diâmetro de um lado a outro (“tórax em barril”), deformidades espinhais tais como cifose também influencia a expansão pulmonar. mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem ESTADO MENTAL - A redução do nível de consciência do paciente e/ou a alteração do estado mental pode indicar hipoxemia. Os sinais podem incluir um comportamento inapropriado, agitação e confusão mental, pode indicar que o cérebro esta sofrendo privação de oxigênio. É importante considerar que a redução do nível de consciência pode estar também associada a alterações estruturais do sistema nervoso central, ou ainda à ocorrência de hipoglicemia, encefalopatia hepática e urêmica. TOSSE - Avaliação da tosse do paciente é importante, pois indica a dificuldade de eliminaçãode secreção ou líquidos que estejam obstruindo os pulmões ou vias aéreas. A avaliação da tosse inclui várias observações importantes, sendo o escarro um indicativo útil da patologia pulmonar. PALPAÇÃO É o uso do toque para identificar sinais físicos, e geralmente é usada para determina a densidade dos tecidos e movimento do tórax. Temperatura e turgor da pele, simetria de movimento ventilatório, expansão torácica, uso de musculatura ventilatória, qualidade das vibrações pulmonares, crepitação (enfisema subcutâneo), posição traqueal. Palpação da caixa torácica; Palpação da traqueia; PERCURSÃO Apenas lesões grandes ou processos patológicos (por exemplo, derrames pleurais com mais de 500 ml) podem ser determinados por esta técnica. A avaliação de estruturas subjacentes (identifica ar, líquido ou material sólido) é realizada através da percussão sobre osso, músculo, líquido ou tecido pulmonar consolidado para produzir um o respectivo som. Áreas de tecido preenchidas com ar produzem sons ressonantes (timpânicos), que são normais sobre o tecido pulmonar sadio. Áreas de tecido hiperinflado produzem sons hiperressonantes. AUSCUTA Os sons ventilatórios são reflexos do modo como o ar circula nas vias aéreas, podem ser normais ou anormais. Os tipos de sons normais são: a) Som traqueal - Som de caráter tubular, timbre rude, presente nas duas fases da respiração, mais intenso na expiração, ouvido principalmente na região cervical anterior e esternal. b) Som brônquico - Variante do som traqueal ouvido sobre as zonas de projeção dos brônquios de grande calibre, principalmente sobre o manúbrio esternal. O componente expiratório é mais pronunciado do que o inspiratório, seu timbre é rude e o tom grave. É anormal quando detectado em zonas representativas de projeção dos sons da periferia dos pulmões. c) Som broncovesicular - É ouvido nas regiões paraesternais, infra e supraclaviculares e possui algumas características dos sons brônquico e vesicular. É mais grave que o som vesicular e mais suave do que o som brônquico, é audível igualmente na inspiração e expiração. A expiração tem duração e intensidade iguais, não havendopausa entre elas. d) Som vesicular ou murmúrio vesicular - É o som ouvido na periferia pulmonar durante a respiração normal, durante a inspiração e o início da expiração, não se percebendo qualquer intervalo silencioso entre as fases da respiração. São mais suaves, menos ásperos e com um tom mais agudo do que os sons brônquicos. Audível em todo o tórax excetuando-se as regiões de projeção dos outros sons. Sons anormais ou normais adventícios: Ronco - É usado para denominar os sons graves com ruído alto, semelhantes ao roncar ou ressonar das pessoas. São mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem produzidos quando as vias respiratórias maiores estão repletas de líquido. Sibilo - Sons agudos produzidos pelas vias respiratórias quando em constrição e que ocorrem durante a expiração; semelhantes a um assobio ou chiado Estertores finos (ou crepitantes) - frequência relativamente alta, pequena amplitude e duração mais curta, não são influenciados pela tosse e são ouvidos na metade final da inspiração. O som é comparado ao ruído produzido por um velcro. Estertores grossos (ou bolhosos) - têm frequência mais baixa e maiores amplitude e duração que os estertores finos, são ouvidos principalmente no início da inspiração e em quase toda a expiração. Modifica-se com a tosse e não se altera com a posição do paciente. De origem pleural - Atrito pleural: apresenta-se como um ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração e nas regiões axilares inferiores. Frequentemente comparado com o ranger de couro atritado. Tem grande duração, baixa frequência e tonalidade grave, mais comum nas regiões axilares inferiores. EXAMES LABORATORIAIS Os exames laboratoriais auxiliam na identificação das diferentes intercorrências. GASOMETRIA ARTERIAL A análise dos gases do sangue arterial é uma parte essencial da avaliação e manuseio do estado de oxigenação e equilíbrio acidobásico do paciente. A gasometria do sangue arterial consiste na análise dos gases sanguíneos (oxigênio, dióxido de carbono), bicarbonato e pH, permitindo a avaliação da oxigenação, da adequação da troca gasosa nos pulmões e do o estado acidobásico. EXAMES DE IMAGENS RAIO X DO TÓRAX O RX de tórax é um instrumento diagnóstico importante na identificação rápida de anormalidades respiratórias na unidade de emergência. O RX de tórax pode fornecer confirmação de observações clínicas, mostrar limites anatômicos e também identificar mudanças no quadro respiratório do paciente. Existem quatro densidades radiológicas: a) Gás (ar) que aparece negro ou radiolucente; exemplos são gás ou ar na traqueia, brônquios ou estômago. b) Gordura, que aparece cinza ou menos radiolucente do que o ar; um exemplo é o tecido gorduroso ao redor do músculo. c) Água (partes moles) que aparece branco com discreta radiopacidade; exemplos são o coração, vasos sanguíneos, músculos e diagragma. mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P5 – Enfermagem d) Ossos (ou metal) que aparecem completamente brancos ou completamente radiopacos; exemplos são ossos, depósitos de cálcio, próteses e meio de contraste. Visualização do RX A incidência padrão do tórax é a radiografia póstero-anterior ou abreviadamente “tórax PA”. O termo póstero-anterior refere-se à direção do feixe de raios X que, neste caso, atravessa o paciente de trás para frente. Por outro lado, na incidência antero-posterior (AP), o feixe de raio X atravessará o paciente da frente para trás. Comparada com a radiografia AP, a radiografia PA apresenta imagens com menor magnificação e maior nitidez. As radiografias AP ou PA são visualizadas como se você estivesse olhando de frente para o paciente. Em todas as radiografias, o lado esquerdo do paciente fica a sua direita. Método sistemático de visualização do Raio X Como um método sistemático de visualização do RX do tórax, as diferentes estruturas podem ser avaliadas separadamente. Partes moles: Consistem principalmente em gorduras e algumas densidades de água. Os tecidos devem aparecer simétricos quando comparados de lado a lado. Tecido da mama é um exemplo de tecido mole. Às vezes, a sombra do tecido da mama obscurece o tecido da região inferior do pulmão. Traqueia: Aparece como uma coluna de tecido radiolucente ou de densidade de gás entre as clavículas ou sobre a coluna vertebral. A Carina é normalmente posicionada aproximadamente no nível da 6a costela anterior ou T4. Quando um tubo endotraqueal está bem posicionado, a extremidade do tubo está aproximadamente de 3 a 5 cm acima da Carina. Ossos do tórax: Escápula, clavículas, coluna e costelas são identificáveis como densidade de osso. Espaços intercostais: Cada espaço intercostal é numerado de acordo com a costela acima dele. A largura do espaço intercostal é determinada pela medida do grau do ângulo costovertebral relativo às costelas posteriores. O ângulo normal é 45 graus; com espaços intercostais alargados, o ângulo pode dobrar a mais de 90 graus. Espaços intercostais alargados ocorrem em condições como DPOC, pneumotórax e derrame pleural que aumentam o volume pulmonar. Por outro lado, espaços intercostais estreitados ocorrem na atelectasia e fibrose intersticial, que estão associadas a condições que diminuem o volume pulmonar. Diafragma: Tem densidade de água e cada hemidiafragma tem forma de domo. O hemidiafragma direito normalmente é mais alto no tórax que o esquerdo, devido aofígado. A elevação diafragmática é evidente quando menos de nove a dez costelas estão visíveis, e pode ser causada por distensão abdominal, compressão do nervo frênico ou colapso pulmonar. A depressão diafragmática está presente quando 11 a 12 costelas estão visíveis. A depressão ou achatamento do diafragma está associado com hiperinflação do pulmão ou tórax como no DPOC e pneumotórax. Mediastino: inclui o coração, grandes vasos, traqueia e brônquios fonte direito e esquerdo. O coração e os grandes vasos possuem densidade de água, e a traqueia e brônquios têm densidade de ar. O átrio direito forma a borda direita do coração. O ventrículo direito não pode ser detectado diretamente na radiografia de tórax porque esta estrutura está localizada no centro da sombra do coração. A veia cava superior está visualizada acima da sombra da aorta ascendente no tórax direito. Campos pulmonares: constituídas principalmente de ar e muito pouco tecido ou sangue. Assim os campos pulmonares são visualizados como áreas de densidade de ar/gás ou como uma área completamente radiolucente. mailto:batistamillena73@gmail.com
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