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01 de setembro de 2020 Aula 3 – Atualização em feridas Objetivos: relembrar o conceito de ferida e curativo; reconhecer os tecidos e os tipos de lesões; compreender os conceitos gerais de desbridamento e indicação de coberturas. Classificação das feridas •Critério inicial para classificar o tipo de lesão: etiologia (causa), evolução (tempo), comprometimento tecidual, grau de contaminação e tipo de cicatrização - Etiologia - ↳Feridas patológicas: São causadas por fatores endógenos ou são secundárias a uma ou doenças de base. Tem difícil cicatrização (dependem da cura da doença). ↳Ferida iatrogênica: Referem-se aos efeitos ou às complicações adversas ocasionas por procedimentos realizados (que trouxeram agressão ou dano à pele). ↳Feridas intencionais ou cirúrgicas: São as feridas realizadas de forma previsível, sob condições controladas e assépticas, de acordo com uma necessidade terapêutica específica. ↳Feridas traumáticas ou acidentais: Ocorrem inesperadamente, variam em tamanho, forma, gravidade, profundidade a depender das condições sob quais foram produzidas. Exemplos: lacerações, amputações, perfurações por objetos, feridas contusas, queimaduras e por picada de animais. (fases das feridas: fase irritativa, fase vascular, fase exsudativa e fase reparativa) - Evolução - Classificação das feridas por tempo de evolução: ↳ Feridas agudas: são as feridas recentes, costuma responder rapidamente ao tratamento e passam pelo processo normal de cicatrização sem complicações (7 a 14 dias) ↳ Feridas crônicas: São de longa duração e têm recidivas frequentes. Surgem associadas a doenças, comorbidades e complicações que alteram o processo normal de cicatrização. - Classificação das feridas por comprometimento tecidual – Perda tecidual superficial: envolvem apenas epiderme e parte superior da derme. Perda tecidual profunda: envolvem epiderme, derme e subcutâneo. Perda tecidual total: correspondem às lesões com destruição ou perda total da epiderme, derme, tecido subcutâneo, atingindo tecido muscular e estruturas adjacentes e até ósseos. - Classificação de feridas por grau de contaminação - ↳Feridas não infectadas limpas: originadas de modo controlado e asséptico. Livres de microrganismos patogênicos e produzida sem falha técnica. Sem sinais flogísticos. ↳Feridas contaminadas: lesões que permanecem abertas por mais 6 horas ou produzidas sem observação técnica asséptica. Apresentam elementos contaminantes e são invadidas por microbiota bacteriana considerável, mas não virulenta. ↳Feridas infectadas ou sépticas: Apresentam mais de 100 mil colônias por grama de tecido, ou quando existem sinais claros de infecção, local ou generalizada, ou osteomielite. - Tipo de cicatrização – - Classificação pela etiologia – Lesões por pressão: No dia 13 de abril de 2016, o NPUAP anunciou a mudança da terminologia Úlcera por Pressão para Lesão por pressão e a atualização da nomenclatura dos estágios do sistema de classificação. As lesões por pressão são definidas como “lesões localizadas na pele e/ou estruturas subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de uma pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e cisalhamento.” ↳Classificação: é classificada conforme o grau de dano observado nos tecidos (epiderme, derme e subcutâneo) •Estágio 1: lesão na epiderme •Estágio 2: lesão na epiderme e derme •Estágio 3: lesão na epiderme, derme e tecido subcutâneo •Estágio 4: lesão na epiderme, derme, tecido subcutâneo e músculo •Lesão tissular profunda: tecido intacto colorido •Não classificável estágio indeterminado: desbridar tirar o tecido morto Técnica de avaliação para tratamento T issue non-viable (tecido não viável ou deficiente) I nfection and /or inflammation (infecção ou inflamação) M oisture imbalance (desequilíbrio da umidade) E dge of wound advancing (margem da ferida não avança) Wound Bed Preparation (WBP) Preparo do Leito da Ferida: “Manejo de uma ferida para acelerar a cicatrização endógena ou auxiliar na eficácia de outras medidas terapêuticas.” (Falanga, 2010) TIME: tecido não viável ⟶ tecido da ferida viável Desbridamento: remoção de tecidos necrosados e de corpos estranhos do leito da ferida usando técnicas específicas ↳Mecânico/instrumental: não seletivo. (Escarotomia quadricular a escara; Escarectomia retirar os quadradinhos até remover todo o tecido desvitalizado) ↳Químico (enzimático/autolítico): seletivo ↳Cirúrgico (médico): não seletivo TIME: infecção ou inflamação ⟶ equilíbrio bacteriano e redução da inflamação Antimicrobianos - Cobertura com prata: hidrofibra antibacteriana impregnada com prata, malha antibacteriana e fita de alginato de cálcio impregnada com prata nanocristalina – Equílibrio bacteriano/redução da inflamação. TIME: desequilíbrio da umidade ⟶ equilíbrio da umidade Manter a umidade ideal – Cobertura absorvente: carvão ativado, alginato de cálcio, espuma de poliuretano, hidrofibra, compressa absorvente de baixa aderência, curativo hidrocelular, espumas de silicone. TIME: epiderme não avança ⟶ margem epidérmica avançada Manter a umidade ideal: 1 - Cobertura que mantém a umidade existente: hidrocoloide, filme transparente. 2 – Cobertura que acrescenta umidade: hidrogel. Princípios básicos para realização de curativos e uso de tecnologias Materiais básicos para realização de curativo: 1 pinça Kelly, 1 pinça dente de rato, 1 pinça anatômica, 1 tesoura metezbaum, luvas cirúrgicas (se não utilizar instrumental) ou luvas de procedimento (para remoção do curativo anterior e quando utilizar instrumental). Avaliação da medida: Utilizar fita graduada/régua milimetrada/paquímetro. Medir o maior comprimento da ferida com a maior largura, em pontos perpendiculares entre si (ângulo de 90º) Para profundidade, introduzir uma espátula, seringa, cateter ou swab estéril na área mais profunda – retirar e medir com a régua. Escolha da cobertura: Criteriosa, após avaliação da ferida (TIME), com o objetivo de promover um ambiente adequado para a cicatrização, avaliar a resposta do organismo no processo de cicatrização, fármaco-econômico, prescrição médica ou do enfermeiro, avaliar a resposta da ferida à cobertura. Princípios básicos de curativo: Remoção do anterior ⟶ Limpeza ⟶ Desbridamento ⟶ Cobertura Como faremos? Medir a ferida Realizar estaroctomia (quadrados de cerca de 1,5 cm) Realizar escarectomia (remoção de cada quadrado) Avaliar a preservação dos “tecidos” profundos e a retirada o mais superficial possível (apenas a “camada mais externa – couro”) sem aprofundar.