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Gabriela Gomes 1 Hiperplasia prostática benigna • Maior prevalência em homens com idade acima de 45 anos • Diagnóstico é histológico ➢ Proliferação do músculo liso e das células epiteliais da zona de transição da próstata • O crescimento da glândula pode contribuir para o aumento dos sintomas do trato urinário inferior (STUI) de duas maneiras: ➢ Obstrução direta ao esvaziamento vesical devido ao aumento tecidual (componente estático) ➢ Aumento do tônus e da resistência da musculatura lisa (componente dinâmico) • Função da próstata: armazenar e secretar um fluido claro e levemente alcalino; compõe 10-30% do volume do fluido seminal ANATOMIA PROSTÁTICA • Próstata é dividida em lobos • Lobo anterior (ou istmo) corresponde a uma porção da zona de transição • Lobo posterior, da zona periférica • Lobos laterais direito e esquerdo englobam todas as zonas • Lobo mediano (ou lobo médio) corresponde a uma porção da zona central EPIDEMIOLOGIA • Idade avançada • Presença de testículos • Atividades físicas e ingestão moderada de álcool atenuam as manifestações clínicas indesejáveis de hiperplasia benigna da próstata • Fatores socioeconômicos FISIOPATOLOGIA • A HPB se instala na zona transicional, situada em torno da uretra • Ocorre a proliferação de nódulos formados por tecido glandular ou estroma fibromuscular • Os sintomas miccionais resultam de três mecanismos fisiopatológicos distintos: ➢ Obstrução uretral propriamente dita (aumento da resistência uretral) – fator mecânico (estático) ➢ Hiperatividade de musculatura lisa – fator funcional (dinâmico) ➢ Resposta do detrusor à obstrução – fator funcional (dinâmico) • A obstrução uretral decorre do efeito mecânico causado pelo crescimento prostático e de um efeito funcional, relacionado com a contração das fibras musculares existentes no colo vesical, cápsula e estroma prostático ➢ Essas fibras, ricas em receptores α-adrenérgicos, tendem a se contrair por estimulação simpática, ocluindo a luz uretral • Detrusor sofre um processo de hipertrofia que preserva o fluxo urinário nas fases iniciais da obstrução, mas reduz a complacência e a capacidade vesical, levando ao aparecimento de urgência, polaciúria e redução do volume miccional • Sintomas urinários flutuantes • Aos 55 anos cerca de 25% dos homens podem apresentar sintomas de HPB QUADRO CLÍNICO • Hipertrofia da musculatura detrusora • Formação de divertículos • Distúrbios de esvaziamento e/ou armazenamento • Aumento da resistência uretral • Sintomas de esvaziamento do trato urinário inferior: ➢ Jato fraco ➢ Esforço miccional ➢ Intermitência ➢ Sensação de esvaziamento incompleto ➢ Gotejamento terminal Gabriela Gomes 2 ➢ Hesitação • Sintomas de armazenamento do trato urinário inferior: ➢ Noctúria ➢ Polaciúria/frequência ➢ Urgência ➢ Disúria ➢ Dor suprapúbica ➢ Incontinência urinária paradoxal DIAGNÓSTICO • Clínico • Anamnese detalhada dos STUI contendo história de cirurgias prévias do trato genitourinário, avaliação da função sexual, medicações usuais • Exame físico com toque retal e palpação abdominal suprapúbica, avaliação da frequência miccional e o gráfico do volume miccional diário • Exames laboratoriais: ➢ Urina tipo I ➢ Urocultura ➢ PSA ➢ Creatinina ➢ Ureia ULTRASSONOGRAFIA DA PRÓSTATA VIA ABDOMINAL • Avaliar: ➢ Dimensões da próstata ➢ Presença do lobo mediano ➢ Características do trato inferior • Ultrassonografia transretal é mais precisa para definir o tamanho da próstata ULTRASSONOGRAFIA DE RINS E VIAS URINÁRIAS • Útil para avaliar dilatações do sistema coletor • As dilatações podem ocorrer dilatação dos cálices e pelve renal associadas ou não à dilatação ureteral UROFLUXOMETRIA • Caracterizar grosseiramente o grau de obstrução infravesical • Fluxo inferior a 10 ml/s sugere a existência de processo obstrutivo infravesical ESTUDO URODINÂMICO COMPLETO • Em pacientes muito sintomáticos e sem obstrução anatômica evidente, ou em casos de presença de outras doenças que possam interferir na contratilidade ou inervação da musculatura vesical • Mensurar a capacidade vesical, a complacência vesical, presença de hiperatividade detrusora, estudo fluxo- pressão e demonstrar de maneira simples o resíduo pós- miccional TRATAMENTO • É indicado em pacientes sintomáticos cujo LUTS tenha impacto sobre a qualidade de vida ou naqueles que apresentem complicações decorrentes da evolução da doença TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ALFA-BLOQUEADORES (ANTAGONISTAS DO RECEPTORES ADRENÉRGICOS-ALFA1) • Com STUI moderados a severos secundários à HPB • Eficácia ao redor de 60% • Relaxam a musculatura lisa da próstata e do colo vesical • Tempo de ação inicia-se após 48-72 horas de uso, devendo ser reavaliados entre 2-4 semanas INIBIDORES DO 5-ALFA-REDUTASE • Bloqueio da enzima impede a conversão de testosterona em DHT, diminuindo a proliferação celular e o crescimento prostático • Em pacientes com LUTS secundários à HPB • Com volume prostático maiores de 40-50g • Que não desenvolverem complicações obstrutivas agudas • Tempo de ação inicia-se após 3 a 4 meses de uso • Pacientes com riscos cirúrgicos • Podem ser utilizados para tratar hematúria de origem prostática COMBINAÇÃO DE ALFA-BLOQUEADOR E INIBIDORES 5-AR • Tratamento efetivo em pacientes com LUTS obstrutivo associado ao aumento do volume prostático AGENTES ANTICOLINÉRGICOS • Pacientes com LUTS secundário à HPB, quando predominam sintomas de armazenamento e com baixo resíduo pós-miccional TRATAMENTO CIRÚRGICO Gabriela Gomes 3 • Indicado quando há falha do tratamento medicamentoso, e os sintomas da obstrução alteram a qualidade de vida do paciente • Estão relacionadas às complicações advindas do processo obstrutivo: ➢ Insuficiência renal pós-renal secundária à HPB ➢ Infecção recorrente do TU ➢ Hematúria macroscópica recorrente ➢ Cálculos vesicais ➢ Retenção urinária aguda RESSECÇÃO TRANSURETRAL DE PRÓSTATA (RTUP) • Mais comumente utilizado • Idealmente para pacientes com volumes prostáticos menores que 80g PROSTATECTOMIA ABERTA • Próstatas superiores a 80-100g • Via de acesso à próstata pode ser transvesical ou retropúbica a Millin • Cirurgia mais eficaz dentre todas as possibilidades de tratamento cirúrgico • Resultados duradouros • Morbidade reduzida LASERTERAPIA • Primeira técnica mais utilizada para enucleação (HoLep) e a segunda para vaporização • Menor tempo de permanência hospitalar, menor tempo de cateter vesical no pós-operatório, menor risco de sangramento, sem necessidade de interrupção do uso de anticoagulantes INCISÃO TRANSURETRAL DA PRÓSTATA • Tratamento cirúrgico alternativo • STUI moderado a severo • Próstatas menores que 30g TERAPIAS MINIMAMENTE INVASIVAS • Terapia transuretral da próstata com agulhas (TUNA) • Termoterapia transuretral por microonda (TUMT) • Lift uretra prostática (Urolift) • Embolização das artérias prostáticas (EAP) • Regime ambulatorial, sob anestesia local e menos morbidade ao paciente
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