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MEDICINA ingrid marques Pulso e enchimento capilar Habilidades Médicas Pulso A existência do pulso arterial é reflexo do volume sistólico do ventrículo esquerdo, e este, por sua vez, depende diretamente da atividade elétrica do coração. Variáveis hemodinâmicas que alteram o pulso arterial: volume sistólico, inotropismo, frequência e RVP. Fatores que alteram - Exercício: de curta duração aumentam a frequência de pulsação e os de longa duração fortalecem o músculo cardíaco, resultando numa frequência abaixo do normal quando o paciente estiver em repouso; - Febre, calor: ambos os fatores aumentam a frequência de pulsação devido ao aumento do ritmo metabólico; - Dor aguda, ansiedade: aumentam a frequência de pulsação devido à estimulação simpática; - Dor intensa não aliviada: diminui a frequência de pulsação devido à estimulação parassimpática; - Drogas: várias drogas alteram a frequência de pulsação, os digitálicos diminuem e a atropina aumenta. - Hemorragia: devido à estimulação do sistema nervoso, a perda de sangue aumenta a frequência de pulsação; - Alterações Posturais: na posição deitada, a frequência de pulsação diminui, enquanto nas posições sentada ou em pé, ela aumenta. Observações: Evitar verificar o pulso em membros afetados de paciente com lesões neurológicas ou vasculares; Não verificar o pulso em membro com fistula arteriovenosa; Nunca usar o dedo polegar na verificação, pois pode confundir a sua pulsação com a do paciente; Nunca verificar o pulso com as mãos frias; Em caso de dúvida, repetir a contagem; Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir o batimento do pulso. Devemos analisar: Frequência Ritmo Amplitude Tensão Estado da parede arterial Tipos de ondas de pulso MEDICINA ingrid marques Frequência Contar por 1 minuto Normalmente igual a frequência cardíaca Pulsação menor que a frequência cardíaca denomina-se déficit de pulso (FV) Normal entre 60-100 bpm < 60 bpm = bradisfigmia Atletas, hipotireoidismo, bradiarritmias >100 bpm = taquisfigmia Atividade física, estados hiperdinâmicos, hipertireoidismo, taquiarritmias e insuficiência cardíaca. Ritmo Quem dita a regularidade do aparecimento da onda de pulso é a regularidade da ejeção ventricular, que, por sua vez, dependerá do sistema elétrico. Regular: intervalos iguais Irregular: ora intervalos mais longos ora mais curtos O pulso irregular traduz arritmias (sinusal, extrassístoles, FA, BAV) Amplitude Relacionada com o grau de enchimento da artéria durante a sístole e seu esvaziamento durante a diástole. Amplo (magnus): febre, hipertireoidismo, insuficiência aórtica, fistula arteriovenosa Pequeno (parvus): estenose aórtica, hipovolemia, insuficiência cardíaca grave Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdiaco Taquisfigmia: pulso fino e taquicardíaco Tensão Resistência da artéria a compressão externa com interrupção do fluxo Duro (HAS), normal ou mole (hipovolemia, choque, insuficiência cardíaca grave) Estado da parede arterial - Anormalidades na parede arterial - Endurecimento, tortuosidade, irregularidade da superfície MEDICINA ingrid marques Simetria A sensação tátil de amplitude de um pulso, deve equivaler-se à avaliação do pulso contra- lateral. A perda da simetria suscita alterações como: - Obstrução arterial crônica como ocorre em fumantes e diabéticos. - Casos agudos de oclusão arterial por trombo; - Em crianças devemos pensar em coarctação da aorta. Tipos de onda de pulso Célere (Martelo d’água): aparece e some com rapidez – aumento da pressão diferencial – insuficiência aórtica, fistulas arteriovenosas, anemia graves e hipertireoidismo. Anacrótico (parvus et tarvus): pequena onda no ramo ascendente do ramo pulsátil – estenose aórtica Dicrótico: dupla onda em cada pulsação, (cuidado com a palpação forte) – febre Bisferiens: dupla pulsação, mas as duas ondas aparecem no ápice, (palpação forte) – estenose e insuficiência aórtica associada Alternante: onda ampla, seguida de uma fraca (percebido na aferição da PA), sem relação com as fases da respiração – insuficiência do ventrículo esquerdo. Filiforme: pequena amplitude e mole – colapso circulatório periférico Paradoxal: diminuição da amplitude durante a inspiração forçada (pode ser percebido pela aferição da PA) – pericardite constritiva, derrame pericárdico volumoso, enfisema pulmonar. Centrais: Carotídeo, axilar, braquial e femoral Periféricos: Temporal, radial, poplíteo, tibial posterior e pedioso Radial Dedo indicador e médio Medialmente ao processo estilóide do rádio e o tendão dos flexores Antibraço em supinação Polegar se fixa ao dorso Mão direita para pulso esquerdo MEDICINA ingrid marques Carotídeo Medialmente ao musculo esternocleidomastóide Técnica do polegar (paciente sentado) Técnica do indicador, médio e anular (paciente deitado) Delicadeza para não comprimir o seio carotídeo (Bradicardia, PCR, desprendimento de trombos) Temporal superficial Dedo indicador, acima da articulação temporomandibular, logo adiante do trago Subclávio Dedo indicador, médio e anular, na fossa supraclavicular. Paciente sentado fazendo leve flexão da cabeça para o lado a ser examinado Pulso difícil de achar principalmente em pacientes obesos. Axilar Dedo indicador, médio e anular da mao contralateral comprima a artéria contra o colo do úmero, no oco axilar. Examinador ao lado do membro a ser examinado e a mão homolateral sustenta o braço ou antebraço. Braquial Mais acessível no seu terço distal Dedo indicador, médio e anular da mão contralateral palpam o sulco bicipital, utilizando o polegar como ponto de fixação na face lateral do braço. Médico ao lado do membro a ser examinado, a mão homolateral segura a mão do paciente, fazendo leve flexão. Ulnar Dedo indicador, médio e anular da mão contralateral palpa a pulsação da arteria cubital, no musculo flexor superficial dos dedos e flexor ulnar do carpo ou o processo estiloide da ulna, com o polegar como ponto de apoio no dorso do punho MEDICINA ingrid marques Aórtico abdominal Decúbito dorsal fazendo leve flexão da coxa sobre o quadril para promover relaxamento dos músculos abdominais. Espaço entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical. Femoral Região inguinocrural, logo abaixo do ligamento inguinal. Ou o ponto médio entre a crista ilíaca e a sínfise púbica, no trígono femoral Com o paciente em decúbito dorsal Superficial Poplíteo O examinador coloca os polegares sobre a patela e pressiona os outros dedos de ambas as mãos na fossa poplítea, medial ao tendão do bíceps femoral. Deve envolver a perna com um grau leve de flexão. Difícil de palpar, principalmente por não ser superficial. Tibial anterior Localizar-se no terço distal da perna, entre os músculos extensor do hálux e extensor longo dos dedos. Paciente em decúbito dorsal fazendo uma leve flexão do joelho, palpar a região da artéria e firmar uma dorsiflexão do pé com uma das mãos ao mesmo tempo. Tibial posterior Posteriormente ao maléolo medial, entre o tendão tibial posterior e o tendão do músculo flexor longo dos dedos. Pode estar ausente em até 15% dos pacientes saudáveis. Pedioso Entre o primeiro e o segundo metatarsianos, lateralmente ao tendão extensor do hálux. Decúbito dorsal com leve flexão do joelhoMEDICINA ingrid marques Enchimento Capilar Tempo necessário para o leito capilar distal recupere a perfusão basal após compressão aplicada. Fornece rapidamente uma ideia de volume sanguíneo circulante Permite avaliar estado de hidratação do paciente Sobretudo usado no lactente e crianças