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AUTISMO [PSIQUIATRIA]

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Luysa Gabrielly de Araujo Morais - Medicina - @lugaaraujo 
Transtorno do Espectro Autista 
 
Alteração nas capacidades de comunicação + alteração 
das interações sociais + aspecto restrito repetitivo e 
estereotipado do comportamento, dos interesses e das 
atividades. 
Evidente dos 30-36 meses. 
Primeiros sintomas entre 12-18 meses. 
Sintomas precursores antes de 12 meses. 
CLÍNICA 
TRANSTORNOS DO CONTATO: alteração na interação 
social. Fuga do contato, ausência de expressão facial e 
mímica, ausência do diálogo tônico-postural, não 
compartilha objetos, não imita o outro, não há interesse 
compartilhado. Não nota que o outro é uma parte dele 
mesmo. 
TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM : 
atraso na linguagem, sem recurso à gesticulação; não 
fazem o jogo do “faz de conta” (não realizam abstrações 
subjetivas); ecolalia imediata ou diferida; prosódia 
monótona (“voz do google”, forma como a pessoa liga uma 
palavra a outra, liga a fala de forma “reta”); inversão 
pronominal (você → si mesmo; fala em terceira pessoa). 
REAÇÕES BIZARRAS E RESTRIÇÃO DE INTERESSE : 
angústia, cólera e agressividade por mudanças no 
ambiente ou frustração ou uma tentativa de um adulto 
entrar em contato; maneirismos motores estereotipados e 
repetitivos (flapping ou balançar de tronco 
principalmente); utilização de objetos particulares; 
ausência ou pouco jogo simbólico (é uma criança que não 
usa o objeto da forma que normalmente é usado, ele “cria” 
uma nova forma de usar, um novo jogo simbólico). 
MODULAÇÃO SENSORIAL E MOTRICIDADE : hipo ou 
hiper-reatividade a estímulo sensorial; indiferença ao 
mundo sonoro; interesse por sonoridades particulares; 
agitada ou rija. 
FUNÇÃO INTELECTUAL: níveis de desempenho 
globalmente baixo, QI não verbal <70, QI global <55. 
SINAIS PRECOCES DE AUTISMO 
0-6 meses: não chora, não reclama; hipotonia, ausência de 
diálogo tônico; hipertonia com gesticulação incessante; 
insônia; anorexia; ausência de sorriso voluntário a partir do 
3º mês. 
6-12 meses: interferência na qualidade de comunicação 
mãe-bebê; ausência do diálogo tônico; surgem as 
estereotipias, persistem ou acentuam-se quando adulto 
se aproxima; evitação do olhar manifesta (não consegue 
fixar o olhar) ; estilo reacional mecânico; indiferenças às 
separações e reencontros. 
12-30 meses: ausência de linguagem e de seus 
precursores – ausência do apontar protodeclarativo 
(atenção visual e conjunta compartilhada), transtorno do 
sono, interesse por objetos bizarros. 
 Apontar protodeclarativo é quando a criança 
aponta para determinado local e a mãe sabe o que 
ele está pedindo e vai lá buscar; 
Os pais normalmente chegam ao consultório referindo 
que: 
 Dr meu filho não é normal 
 Eu não me sinto reconhecida por meu filho 
Normalmente pais não conseguem reconhecer o que gera 
quadros diagnosticados mais tardiamente e, 
consequentemente, dificulta o tratamento; 
DIAGNÓSTICO 
DÉFICITS PERSISTENTES NA COMUNICAÇÃO 
SOCIAL E NA INTERAÇÃO SOCIAL EM MÚLTIPLOS 
CONTEXTOS: 
Déficits na reciprocidade socioemocional, dificuldade para 
estabelecer uma conversa normal a compartilhamento 
reduzido de interesses, emoções ou afeto, e dificuldade 
para iniciar ou responder a interações sociais. 
Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais 
usados para interação social, variando, por exemplo, de 
 
Luysa Gabrielly de Araujo Morais - Medicina - @lugaaraujo 
comunicação verbal e não verbal pouco integrada a 
anormalidade no contato visual e linguagem corporal, ou 
déficits na compreensão e uso gestos a ausência total de 
expressões faciais e comunicação não verbal. 
Déficits para desenvolver, manter e compreender 
relacionamentos, variando, por exemplo, de dificuldade 
em ajustar o comportamento para se adequar a contextos 
sociais diversos a dificuldade em compartilhar brincadeiras 
imaginativas, ou em fazer amigos a ausência de interesse 
por pares. 
PADRÕES RESTRITOS E REPETITIVOS DE 
COMPORTAMENTO, INTERESSES OU ATIVIDADES, 
CONFORME MANIFESTADO POR PELO MENOS 
DOIS DOS SEGUINTES: 
Movimentos motores, uso de objetos ou fala 
estereotipados ou repetitivos (por exemplo, estereotipias 
motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, 
ecolalia, frases idiossincráticas). 
Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas 
ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não 
verbal (como sofrimento extremo em relação a pequenas 
mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de 
pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o 
mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos 
diariamente). 
Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em 
intensidade ou foco (por exemplo, forte apego a ou 
preocupação com objetos incomuns, interesses 
excessivamente circunscritos ou perseverativos). 
Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou 
interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente 
(como indiferença aparente a dor/temperatura, reação 
contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar 
objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou 
movimento). 
EVOLUÇÃO 
Evolução para debilidade profunda. 
Evolução centrada no autismo. 
Melhora parcial. 
Evoluções favoráveis. 
PROGNÓSTICO 
PROGNÓSTICO DESFAVORÁVEL 
Existência de fatores orgânicos associados. 
Ausência de linguagem depois dos 5 anos. 
Profundidade do retardo intelectual. 
A precocidade do aparecimento. 
A qualidade da família. 
ETIOLOGIA 
Genética: presença de traços autísticos na família, 
interesse restrito, dificuldade comunicacional; síndrome 
do X frágil, neurofibromatose; anormalidades 
cromossômicas 7q e 15q. 
Ambiente: complicações pré, peri e pós-natal: problemas 
obstétricos (prematuridade, hipóxia, sangramento, parto 
cesáreo, diabetes gestacional, uso de medicações, 
encefalopatia neonatal); exposição a agrotóxicos, 
talidomida; idade materna avançada. 
AVALIAÇÃO 
Não existem sinais patognomônicos de espectro autista. 
Prestar atenção para casos de crianças com atraso na 
linguagem. 
Observar mudanças de comportamento em situações 
específicas na vida (pressão social). 
Critérios diagnósticos, história pré-natal e perinatal, 
identificação de doenças genéticas na família. 
Avaliação física, uso de escalas (CARS) e entrevistas 
estruturadas (Autism Diagnostic Interview-Revised [ADR-I], 
Diagnostic Interview for social and Communication 
Disorders [DISCO], Development, Dimensional and 
Diagnostic Interview [3di]). 
Avaliação das condições familiares. 
Avaliação dos suportes sociais e religiosos. 
Atitude da família para com o diagnóstico. 
Avaliação da capacidade adaptativa da família. 
Observação de transtorno psiquiátrico familiar. 
 
Luysa Gabrielly de Araujo Morais - Medicina - @lugaaraujo 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS E 
COMORBIDADES 
Atraso específico ou transtorno da linguagem. 
Retardo mental. 
TDAH. 
Transtornos do humor, principalmente bipolar. 
Transtornos de ansiedade. 
Transtorno de vinculação. 
Transtorno desafiador de oposição. 
TOC. 
Transtorno de conduta. 
Psicose infantil. 
Síndrome de Rett. 
Encefalopatia epiléptica. 
Surdez? 
Maus tratos? 
Mutismo seletivo? 
TRATAMENTO 
Plano de manejo individualizado para a criança e sua 
família, de caráter multidisciplinar. 
OBJETIVOS: reduzir os sintomas nucleares do espectro 
autista; permitir ao sujeito alcançar seu pleno potencial; 
tratar as comorbidades que impedem o progresso do 
desenvolvimento; oferecer suporte às famílias e 
cuidadores através de psicoeducação e estratégias 
baseadas em evidência. 
Intervenções psicossociais e comportamentais para o 
manejo das características nucleares do espectro autista. 
 Intervenção comportamental intensiva precoce 
(método ABA) – análise comportamental 
aplicada. 
 Treinamento para aquisição de habilidades de 
atenção compartilhada e reciprocidade 
comunicacional. 
Terapia de integração sensorial. Quando há hiper ou hipossensibilidade a 
estímulos. 
Manejo e identificação das condições comórbidas. 
 Psicoterapia -> psicofarmacoterapia. 
Antipsicóticos para irritabilidade e agressividade 
(risperidona 1mg/ml). 
Questões educacionais. 
Suporte familiar. 
Planejamento das transições.

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