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FARMACOLOGIA Eduely Turbino “O que o fármaco faz com o organismo” •Mecanismo de ação dos fármacos (Agonismo e Antagonismo) •Alvos para ação dos fármacos (enzimas, canais, receptores e moléculas transportadoras) AÇÃO X EFEITO →Uma mesma ação é responsável por múltiplos efeitos •Como as drogas agem? AÇÃO INESPECÍFICA: não tem sítio alvo, atuam de acordo com as propriedades físico-químicas Ex: Tomar bicarbonato de sódio que em contato com o ambiente ácido do estômago desloca a reação para a direita e ↑ o O2 = arroto, gerando uma sensação de alívio!! Ex: Nujol (óleo mineral) usado para ação laxativa Ex: leite de magnésia (hidróxio de magnésio) dependendo da dose atua como antiácido ou laxativo Ex: álcool se dissolve em polar e apolar = se tomar álcool “bagunça” a bicamada lipídica, alterando a seletividade da membrana AÇÃO ESPECÍFICA: tem sítio alvo no organismo (receptor) (proteínas, enzimas, canais iônicos). “Maioria dos fármacos” →alto grau de seletividade e especificidade →só produz efeito se tiver sítio alvo no tecido →estruturas químicas semelhantes (complementalidade). Ex: corticoides →quanto maior a especificidade, menor a dose →potência diretamente relacionada com a dose MECANISMO GERAL DE AÇÃO DOS FÁRMACOS PERFIL FARMACODINÂMICO DE UM FÁRMACO •Classificação: terapêutica, química, farmacológica •Local de ação •Efeito: principal (efeito desejado), colateral (outros efeitos sem ser o principal, mas são esperados) e tóxico →elimina-se o efeito tóxico administrando a dose correta do fármaco •Reação adversa: são efeitos não esperados, como rush cutâneo, hipersensibilidade EX: AAS possui os seguintes efeitos: analgesia, antiagregante plaquetário, antitérmico, anti- inflamatório. Se eu usar em paciente com histórico de doença cardiovascular uma dose de 50 mg: o efeito principal é o antiagregante plaquetário e os outros 3 efeitos do AAS são efeitos colaterais. Se houverem efeitos não esperados será reação adversa, como aparecimento de bolinhas na pele (hipersensibilidade)! Classificação do AAS: →Terapêutica: anti-inflamatório, antipirético e analgésico →Química: Salicilato →Farmacológica: AINE Se a pessoa apresentar salicilismo é efeito tóxico MECANISMO DE AÇÃO ÚNICO EX: ATROPINA: substância química cuja ação é se ligar no receptor muscarínico, bloqueando-o, impedindo que a acetilcolina se ligue EFEITOS: ↓ trânsito intestinal; ↑ pupilas; ↑ temperatura; não altera FR; ↑ FC VÁRIOS MECANISMOS DE AÇÃO EX: DIFENIDRAMIDA: bloqueador de receptor H1, bloqueador de receptores muscarínicos, bloqueador de canais de sódio →mais efeitos colaterais devido aos vários mecanismos de ação →é específico, pois possui sítios ligantes específicos e não em todo o corpo DOSE - EFEITO “Ao aumentar a dose, aumenta-se o efeito. Mas chega um momento em que o efeito se estabiliza e não se altera, por mais que se aumente a dose” FARMACOLOGIA Eduely Turbino GRÁFICO EM ESCALA LOGARÍTIMICA Potência está relacionada com a dose (↓ dose = ↑ potência) Eficácia está relacionada com o efeito (↑ efeito = ↑ eficácia) A é mais eficaz? Não, A e B são igualmente eficazes A é o mais potente? Sim, pois possui a menor dose e alcança 100% do efeito com uma dose baixa A e B são igualmente eficazes? Sim, pois ambos chegam em 100% do efeito independente da dose C é o menos eficaz? Sim QUANTO + PRÓXIMO DO EIXO Y = + POTENTE QUANTO + DISTANTE DO EIXO Y = - POTENTE TIPOS DE DOSE • Dose-padrão: a maioria das pessoas responde a uma mesma dose. DE50 geralmente é a dose padrão • Dose regulada: quando a distribuição no gráfico é muito “achatada”, não atendendo ao DE50, sendo necessário uma dose regulada fazendo ajustes na dose. Ex: captopril • Dose eficaz individual: utilizada para crianças (pelo peso); paciente renal crônico; paciente hepatopata • Dose de ataque: função atingir de forma rápida a concentração-alvo, corre o risco de atingir o nível tóxico • Dose mediana eficaz (DE50): dose eficaz de 50%, em que a dose faz o efeito em 50% das pessoas • Dose letal 50 (DL50): dose que mata 50% dos indivíduos, sendo testada em animais e não em humanos OBS: Distribuição Gaussiana JANELA TERAPÊUTICA AMPLA: não há risco de toxicidade Ex: paracetamol JANELA TERAPÊUTICA ESTREITA: perigo de toxicidade Ex: digoxina FARMACOLOGIA Eduely Turbino LIGAÇÃO DOS FÁRMACOS ÀS CÉLULAS: →Conceito chave-fechadura é antigo e não é assim no nosso organismo →No nosso organismo, no sítio receptor, há o AGONISTA NATURAL que se encaixa exatamente igual no receptor e causa atividade intrínseca e resposta biológica →AGONISTA MODIFICADO não se encaixa tão perfeitamente, mas se encaixa, gerando a resposta biológica →ANTAGONISTA é estruturalmente semelhante e causa bloqueio da resposta biológica ao se ligar no receptor AGONISTA X ANTAGONISTA •Adrenalina: é um agonista natural que possui o receptor B1 no coração; quando se liga ao seu sítio receptor, causa aumento dos batimentos cardíacos •Isoprenalina: é um agonista modificado que possui o receptor B1 no coração; quando se liga ao seu sítio receptor, causa aumento dos batimentos cardíacos •Propanolol: é um antagonista, que liga no receptor B1 do coração e bloqueia o receptor, impedindo que o ligante endógeno se ligue (adrenalina) e pode ou ↓ batimentos cardíacos ou não alterar, pois depende da adrenalina OBS: Nos gráficos observados, quando se administra somente o antagonista não se tem nenhum efeito, quando se administra somente o agonista o efeito normal é realizado. Entretanto, quando o antagonista é administrado em conjunto com o agonista obtêm-se 2 efeitos, dependendo se ele é competitivo ou não: ANTAGONISTA COMPETITIVIVO: relacionado com a dose →O antagonista ganha por competição (maior afinidade), então, para produzir o mesmo efeito/resposta o agonista aumenta a dose ANTAGONISTA NÃO COMPETITIVO : relacionado com o efeito →Liga em outros locais sem ser no sítio receptor, não competindo com o antagonista FARMACOLOGIA Eduely Turbino OBS: MODULADORES ALOSTÉRICOS: fármacos que alteram a conformação do receptor, podendo dificultar ou facilitar um estado (positivos ou negativos) EX: Diazepam e receptor GABA: →Diazepam é ansiolítico e induz ao sono, possui um receptor de canal iônico →GABA se liga e abre canal de cloro, liberando íons Cl- para os neurônios (agonista) →Quando o benzodiazepínico se liga (diazepam) ele liga em outro lugar sem ser o sítio receptor do GABA, não competindo. Abre mais canais de cloro (antagonista ligando no sítio de ligação alostérico) →Beneficia a ação final, sendo um modulador alostérico positivo EX: Protamina: antagonista químico que se liga a heparina. Pode ser usado em pacientes que estão com excesso de heparina em ambiente hospitalar, assim, administra-se protramina para se ligar a heparina e diminuir sua [ ]. Os fármacos atuam sobre: Receptores Canais iônicos Transportadores Enzimas Proteínas estruturais (menos comum) Para os fármacos atuarem, eles precisam de: afinidade pelo receptor (capacidade de se ligar pelo alvo) (↑ afinidade = ↓ dose necessária a dar para o paciente) e atividade intrínseca (agonistas promovem e antagonistas bloqueiam) MECANISMOS QUE ATUAM SOBRE RECEPTORES DE MEMBRANA: Induz a SINALIZAÇÃO TRANSMEMBRANA = atividade intrínseca •Fármaco se liga ao receptor que libera a proteína G que fosforila uma enzima que consegue converter uma substância química em outra e isso vai induziralgo dentro da célula •Fármaco se liga ao receptor e abre ou fecha canal iônico. Ex: GABA •Fármaco se liga ao receptor e a ligação faz a fosforilação da proteína intracelular •Fármaco se liga ao receptor e a ligação faz a conversão em A e B •Fármacos que travessam a membrana e se ligam em receptores citoplasmáticos ou nucleares RECEPTORES INTRACELULARES: CORTICOIDES (dexametasosa) entram na célula, se ligam no receptor dentro do citoplasma e o receptor com corticoide vai para o núcleo (transloca) induzindo a expressão gênica de RNAm que induz proteínas e produz o efeito FARMACOLOGIA Eduely Turbino →Efeitos demoram para sair do organismo, mesmo após parar de tomar o medicamento, pois há a indução de expressão gênica RECEPTORES EXTRACELULARES: INSULINA: Cascata mais simples pois é ao nível de citosol e o receptor está na membrana CANAIS IÔNICOS: Possui várias proteínas e um poro, por onde passam os íons. Importante no sistema cardiovascular e SNC ENZIMAS: FUNÇÕES ❖ Determinam as relações quantitativas entre dose e efeito farmacológico ❖ Responsáveis pela seletividade da ação do fármaco ❖ Medeiam as ações de antagonistas e agonistas ❖ farmacológicos
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