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ABDOME AGUDO Abdome agudo é uma condição clinica caracterizada por dor abdominal que se instala de forma “aguda”, a qual se associam frequentemente, outras manifestações locais e gerais A expressão abdome agudo refere-se a sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominal, uma manifestação clinica que, em geral, requer terapia cirúrgica de emergência. Esse cenário clinico desafiador requer uma avaliação completa e rápida para determinar se há necessidade de intervenção cirúrgica e para dar início à terapia adequada. Muitas doenças, algumas das quais não são cirúrgicas ou intra-abdominais, podem produzir dor abdominal aguda. O diagnóstico associado de abdome agudo varia conforme a idade e o sexo. A apendicite é mais comum em jovens, enquanto a doença biliar, a obstrução intestinal, a isquemia e o infarto intestinal e a diverticulite são mais comuns em pacientes idosos. A maioria das doenças cirúrgicas associadas com abdome agudo resultam de infecção, isquemia, obstrução ou perfuração. CLASSIFICAÇÃO: EXTRA-ABDOMINAL: CLASSIFICAÇÃO: CIRÚRGICO E NÃO CIRÚRGICO Causas não cirúrgicas de abdome agudo podem ser divididas em três categorias, endócrinas e metabólicas, hematológicas e toxinas ou drogas: • Causas endócrinas e metabólicas incluem uremia, crises diabéticas (cetoacidose diabética), crises addisonianas, porfiria intermitente aguda, hiperlipoproteinemia aguda e febre hereditária do mediterrâneo. • Os distúrbios hematológicos são crise de célula falciforme, leucemia aguda e outras discrasias sanguíneas. • As toxinas e substancias que provocam abdome agudo incluem envenenamento por chumbo e por outros, abstinência de narcótico e envenenamento por picada de aranha viúva-negra. • Inflamatórias: pielonefrite aguda, gastroenterites agudas, doença inflamatória pélvica, pericardite aguda, afecções pleuropulmonares Obs: hérnia pode dá processo obstrutivo ou isquêmico Obs: ruptura de baço dificilmente é espontânea, maioria das vezes é por cisto hemorrágico. Obs: apendicite e diverticulite são abdome agudo inflamatório, mas pode perfurar e se transformar em abdome agudo perfurativo CONDIÇÕES ABDOMINAIS AGUDAS CIRÚRGICAS: Hemorragia: • Trauma de órgão sólido • Vazamento ou ruptura de aneurisma arterial • Gravidez ectópica rompida (comum) • Divertículo gastrointestinal com sangramento • Malformação arteriovenosa do trato gastrointestinal • Ulceração intestinal • Fístula aortoduodenal após enxerto vascular aórtico • Pancreatite hemorrágica (pancreatite é uma causa de abdome agudo geralmente inflamatória e algumas vezes pode evoluir para necrose e hemorragia) • Síndrome de mallory-weiss • Ruptura espontânea do baço Isquemia: • Doença de buerger • Trombose/embolia mesentérica • Torção ovariana • Colite isquêmica • Torção testicular • Hérnias estranguladas: é quando esse conteúdo começa a sofrer deficiência de vascularização, evoluindo com necrose. Obs: a hérnia pode ser redutível (ou seja, o seu conteúdo retorna à cavidade abdominal e fica lá), pode ser domiciliada (que o conteúdo mora ali na hérnia, exemplo hernia umbilical quando vai reduzir ela reduz e volta, se reduz com cintas ou manualmente). Hérnias complicadas são as encarceradas/irredutível (ou seja, saiu e não volta para dentro do abdome, fica presa e não tem sofrimento o sangue vai e volta, gera dor pela compressão nervosa) e a hernia estrangulada (ela saiu e não volta para o abdome e tem sofrimento - não tem sangue indo nem voltando, pode levar inclusive a necrose e perder a alça). O encarceramento de alça evolui para estrangulamento. OBS: TORÇÃO TESTICULAR (comum nos 14/15 anos, é uma dor aguda sem relação com trauma): • No exame físico, podem ser observados aumento do volume da bolsa escrotal do lado da lesão, além de eritema e calor, entretanto os achados mais clássicos são a elevação e horizontalização do testículo afetado – Sinal de Angell - e a perda do reflexo cremastérico ipsilateral. • Outro teste classicamente descrito no exame físico do escroto agudo é a elevação mecânica do testículo afetado e verificação do alívio da dor – Sinal de Prehn. • Tem que operar imediatamente para evitar perda do testículo • Quando se tem torção testicular uma vez existe a tendência de torção do testículo contralateral também Infecção: • Apendicite (causa mais comum) • Colecistite • Divertículo de meckel (pode causar processo inflamatório e pode sangrar também – sangramento que sangra e para) • Abscesso hepático (depois da radiologia intervencionista, o tratamento é prioritariamente conservador – punciona apenas o abscesso sem precisar abrir cavidade peritoneal... com antibiótico terapia longa associada) • Abscesso diverticular • Abscesso do psoas Perfuração: • Úlcera gastrointestinal perfurada (mais comum, historia típica- paciente com dor que já teve várias vezes com resolução e que no momento doí sem resolução) • Câncer gastrointestinal perfurado • Síndrome de boerhaave (ruptura espontânea do esôfago) • Divertículo perfurado Obstrução: • Obstrução do intestino delgado/grosso relacionado a aderência (brida) – causa mais comum. Brida: ✓ 80% se resolve com tratamento conservador (hidratação, procinético e antibiótico) ✓ Pode se ter brida secundaria a um processo cirúrgico anterior ou peritonite ✓ Primária principais em mulheres com endometriose (processo inflamatório entre pelve e abdome) ✓ Espontânea • Volvo do sigmoide (hoje pode-se tentar tratamento minimamente invasivo por meio de colonoscopia descompressiva) • Volvo cecal (hoje pode-se tentar tratamento minimamente invasivo por meio de colonoscopia descompressiva) – ceco maior que 10cm (probabilidade alta de perfurar) não se faz colonoscopia descompressiva, logo faz laparotomia ou laparoscopia. • Hernia encarceradas: é quando o conteúdo herniário não consegue ser reduzido, ficando "preso" na hérnia. • Doenças intestinal inflamatória. • Neoplasia maligna gastrointestinal. • Intussuscepção (em idoso ligar alerta para doença neoplásica, que costuma ser por doença neoplásica infiltrativa da parede princ. de delgado; e na pediatria costuma ser secundaria a processo inflamatório do intestino) ANATOMIA E FISIOLOGIA: • A dor abdominal é divida em componentes viscerais e parietais. Ela tende a ser vaga e imprecisamente localizada no epigástrio, região periumbilical ou hipogástrio, dependendo de sua origem do intestino embrionário anterior, médio ou posterior. • Em geral é consequencia de distensão de uma víscera oca. A dor na parede abdominal depende do comportamento das raízes dos nervos segmentar que inervam o peritônio e Maxwell Messias Destacar tendem a ser mais agudas e mais bem- localizadas. • A dor referida é a dor percebida em um local distante da fonte do estimulo. Por exemplo, a irritação do diafragma pode produzir dor no ombro. Obs: a dor do ureterolitíase pode ser referida nas virilhas Obs: dor muito comum é dor no ombro esquerdo ser dor referida de IAM Obs: A penetração de bactérias ou irritantes químicos na cavidade peritoneal pode causar um extravasamento de líquido na cavidade peritoneal. O peritônio responde à inflamação com maior fluxo sanguíneo, maior permeabilidade e formação de exsudato fibrinoso em sua superfície. O intestino também desenvolve paralisia local ou generalizada. A superfície fibrinosa e uma redução do movimento intestinal provocam aderência entre o intestino e o omento ou a parede abdominal e ajudam a bloquear a inflamação. Como resultado, um abscesso pode produzir dor aguda localizada com ruídos hidroaéreos e função gastrointestinal preservados, enquanto um processodifuso, como uma úlcera duodenal perfurada, produz dor abdominal generalizada com diminuição da motilidade intestinal. Obs: A peritonite é uma inflamação peritoneal de qualquer causa. Em geral, é reconhecida no exame físico por sensibilidade intensa à palpação, com ou sem descompressão brusca positiva e retração abdominal à compressão. A peritonite é geralmente secundária a uma agressão inflamatória, mais frequentemente uma infecção Gram-negativa por um organismo entérico ou anaeróbio. Pode resultar de inflamação não infecciosa, sendo um exemplo comum a pancreatite. A peritonite primária ocorre mais comumente em crianças e é mais frequentemente causada por Pneumococcus ou Streptococcus spp hemolítico. Adultos com doença renal terminal em diálise peritoneal podem desenvolver infecções do líquido peritoneal, os organismos mais comuns são os cocos Gram-positivos. Adultos com cirrose e ascite podem desenvolver peritonite primária e, nesses casos, os organismos são geralmente Escherichia coli e Klebsiella spp. HISTÓRIA: Uma história clínica detalhada e organizada é essencial para se formular um diagnóstico diferencial preciso e o esquema de tratamento subsequente. A história deve não apenas enforcar a investigação das queixas de dor, mas problemas antecedentes e os sintomas associados. A característica do dor, como localização, intensidade, caráter, irradiação, duração, fatores desencadeantes ou agravantes, fatores atenuantes, manifestações concomitantes, evolução, fatores de alívio e relação com as funções orgânicas (se piora quando urina, defeca, se piora quando come). Com frequência, pode-se obter mais informação observando-se como o paciente descreve a dor vivenciada: • Dor identificada com um dedo geralmente é mais localizada e típica de inervação parietal ou inflamação peritoneal em comparação com a indicação da área de desconforto com a palma da mão (mais difusa, mal localizada), que é mais típica de desconforto visceral do intestino ou doença de órgão sólido A intensidade e a gravidade da dor relacionam-se com a lesão do tecido subjacente. O início súbito de dor lancinante sugere condições como perfuração intestinal ou embolização arterial com isquemia, embora outras condições como cólica biliar possam manifestar-se subitamente também. A dor que se desenvolve e se exacerba ao longo de várias horas é típica de condições de inflamação progressiva ou infecção, como colecistite, colite ou obstrução intestinal →Dor gradual, dor mais arrastada A dor do intestino delgado é referida como dor periumbilical pouco localizada, enquanto a dor do cólon em geral está localizada entre o umbigo e a sínfise pubiana. Conforme a inflamação se expande para envolver a superfície peritoneal, as fibras de nervos parietais provenientes da coluna provocam sensação focal e intensa. Essa combinação de inervação é responsável pela dor periumbilical difusa clássica da apendicite aguda em sua fase inicial, que depois se transforma em dor intensa localizada na porção direita do abdome inferior, no ponto de McBurney. →Dor súbita grave, lancinante O relato de piora progressiva versus episódios intermitentes de dor pode ajudar a diferenciar processos infecciosos que evoluem com o tempo, em comparação com a dor espasmódica em cólica associada à obstrução intestinal, cólica biliar e a obstrução do ducto cístico, ou obstrução genitourinária A dor também pode se irradiar além do local da doença. O fígado partilha parte de sua inervação com o diafragma e pode criar dor referida no ombro direito mediada pelas raízes nervosas de C3-C5. A dor genitourinária comumente tem um padrão de irradiação. Os sintomas são primariamente na região do flanco, originando-se dos nervos esplâncnicos de T11-L1, mas a dor em geral irradia- se para a bolsa escrotal e/ou grandes lábios no sexo feminino via plexo hipogástrico de S2-S4. →Dor referida. →Dor epigástrica e irradiada para dorso (dor em barra - pancreatite). Dor no hipocôndrio direito (colecistite) que pode irradiar para o dorso e ombro direito. Obs: As atividades que exacerbam e/ou aliviam a dor também são importantes. A ingesta de alimentos em geral exacerba a dor da obstrução intestinal, da cólica biliar, da pancreatite, da diverticulite ou da perfuração intestinal. O alimento pode aliviar a dor da úlcera péptica não perfurada ou da gastrite. Os médicos muitas vezes reconhecerão que estão avaliando peritonite ao considerar a história. Os pacientes com irritação peritoneal evitam qualquer atividade que mobilize o abdome. Eles descrevem exacerbação da dor com qualquer movimento do corpo e informam que sentem melhora da dor quando flexionam os joelhos. EXAME FÍSICO: O exame físico deve sempre começar com a inspeção geral do paciente, seguida pela inspeção do próprio abdome. Os pacientes com irritação peritoneal apresentam agravamento da dor com qualquer atividade que movimente ou distenda o peritônio. Tipicamente, esses pacientes ficam imóveis no leito durante a avaliação e, em geral, mantêm os joelhos e os quadris flexionados para reduzir a tensão na parede anterior do abdome. Doenças que provocam a dor sem irritação peritoneal, como intestino isquêmico e cólica biliar e ureteral, fazem com que os pacientes mudem continuamente de posição no leito enquanto tentam achar uma posição que reduza seu desconforto. →Suspeita- se de brida (obstrução) A inspeção abdominal direciona-se ao aspecto do abdome, inclusive se ele parece distendido ou escafoide ou se um abaulamento localizado é observado. Atenção especial deve ser dada a todas as cicatrizes presentes e, se de natureza cirúrgica, devem ser correlacionadas com a história cirúrgica obtida. Hérnias fasciais podem ser suspeitadas e confirmadas durante a palpação da parede abdominal. Evidências de eritema ou edema da pele podem sugerir celulite da parede abdominal, enquanto equimoses são algumas vezes observadas com infecções necrosantes mais profundas da fáscia ou de estruturas abdominais como o pâncreas. →Sinal de cullen (equimose periumbilical) e sinal de grey-turner (equimose em flancos): indicativo de hemorragia retroperitoneal, pode ser encontrado em pancreatite necro- hemorrágica. A ausculta abdominal pode dar informações úteis sobre o trato gastrointestinal e o sistema vascular. Ruídos intestinais devem ser avaliados quanto à sua quantidade e qualidade. O silêncio abdominal sugere íleo, enquanto ruídos intestinais hiperativos podem ser encontrados nas enterites e na fase precoce da isquemia intestinal. A intensidade e a qualidade dos sons, bem como o padrão dos ruídos peristálticos, devem ser consideradas. A obstrução mecânica do intestino caracteriza-se por ruídos “metálicos” em tom alto, que tendem a ocorrer em salvas e estão associados a dor. Os sopros captados no abdome refletem fluxo sanguíneo turbulento no sistema vascular. São encontrados com maior frequência nos quadros compatíveis com estenose arterial de alto grau, de 70% a 95%, mas podem também ser na vigência de uma fístula arteriovenosa A percussão é utilizada para avaliar distensão gasosa do intestino, ar livre intra-abdominal, grau de ascite ou a presença de irritação peritoneal. O timpanismo comumente denominado timpanismo à percussão, é aracterístico de alças do intestino subjacentes repletas de gás. No quadro da obstrução intestinal ou íleo, esse timpanismo é ouvido em todos os quadrantes, exceto no superior direito, onde o fígado se localiza sob a parede abdominal. Se for identificada macicez localizada à percussão em qualquer área que não o quadrante superior direito, considera-se que possa haveruma massa abdominal deslocando o intestino. Quando a macicez do fígado não é detectada e a ressonância é uniforme, sugere a presença de ar livre na cavidade intra-abdominal. Esse ar surge e coleta-se sob a parede abdominal anterior quando o paciente está na posição supina Detecta-se ascite procurando a sensação de flutuação na cavidade abdominal. Uma onda líquida ou ondulação pode ser gerada por uma compressão firme e rápida na porção lateral do abdome. A onda resultante deve, então, se deslocar através da cavidade abdominal. O movimento do tecido adiposo no abdome do obeso pode ser confundido com uma onda de líquido. Exames falso positivos podem ser evitados pressionando-se a superfície ulnar da palma da mão no tecido frouxo da linha média da parede abdominal para minimizar qualquer movimento do tecido gorduroso enquanto se produz a onda com a mão oposta A principal etapa final do exame do abdome é a palpação. A palpação produz mais informação do que qualquer outro exame abdominal. Além de revelar a gravidade e a localização exata da dor abdominal, a palpação pode confirmar, adicionalmente, a presença de peritonite, bem como identificar organomegalia ou qualquer massa intra-abdominal anormal. A palpação deve ter início com manobras delicadas e distantes da área de dor relatada. Caso seja induzida dor considerável no início da palpação, o paciente provavelmente contrairá voluntariamente o abdome, limitando a informação obtida. A contração involuntária, ou espasmo muscular da parede abdominal, é sinal de irritação peritoneal e precisa ser diferenciada da contração voluntária. Para alcançar esse objetivo, o examinador faz pressão consistente na parede abdominal afastado do ponto de dor máxima, enquanto pede ao paciente que inspire lenta e profundamente. No quadro de contração voluntária, os músculos abdominais se relaxarão durante a inspiração, enquanto no involuntário os músculos permanecerão espásticos e tensos. O sinal de Murphy da colecistite aguda ocorre quando a inspiração durante a palpação do quadrante superior direito resulta em exacerbação súbita da dor consequente ao rebaixamento do fígado e da vesícula em direção à mão do examinador. Vários sinais ajudam a identificar o local da peritonite subjacente, incluindo sinais de Rovsing, psoas e obturador. Outros, como os sinais de Fothergill e Carnett, ajudam a diferenciar doença intra-abdominal da parede abdominal SINAIS DE EXAME ABDOMINAL: Exame físico do abdome envolve toque renal e toque vaginal: →Toque retal (não pode deixar de fazer em suspeita de doença obstrutiva), preferencial posição de sims. →Toque vaginal (fazer principalmente em mulher em idade fértil com dor em abdome inferior): faz toque bimanual (quando chega no colo do útero e movimenta o fundo do útero leva a dor abdominal importante – sinal de candelabro→Doença inflamatória pélvica) Estudos Laboratoriais para Abdome Agudo: • Nível de hemoglobina e hematócrito (ex. gravidez ectópica que dá Hb baixo) • Leucograma com diferencial (suspeita de doença inflamatória) – ex. apendicite inicial o leucograma vai ter alteração pequena (Geralmente 14.000, no max. 16.000) e quando é abscesso (o leucograma dá 30.000, 40.000) • Eletrólitos, ureia, níveis de creatinina • Exame de urina • Nível de gonadotrofina coriônica humana na urina (beta-HCG) • Amilase, níveis de lipase • Níveis de bilirrubina total e direta • Nível de fosfatase alcalina/Gama GT • TGO/ TGP • Níveis séricos de lactato • Fezes para ovos e parasitas. • Cultura de C. difficile e ensaio de toxina Obs: Um hemograma completo com contagem diferencial é valioso porque a maioria dos pacientes com abdome agudo apresenta leucocitose Obs: Dosagem de eletrólitos séricos, ureia no sangue e nível de creatinina ajudarão na avaliação do efeito de fatores tais como vômitos ou acúmulo de líquido no terceiro espaço Obs: As determinações da amilase e da lipase séricas podem sugerir pancreatite como causa da dor abdominal, mas podem também estar elevadas em outros distúrbios como infarto do intestino delgado ou perfuração de úlcera duodenal Obs: Os exames da função hepática, inclusive bilirrubina total e direta, aminotransferase sérica e fosfatase alcalina, são úteis na avaliação de potenciais causas de dor abdominal aguda oriundas do trato biliar. Obs: Os níveis de lactato e as determinações da gasometria arterial podem ser úteis no diagnóstico da isquemia ou infarto intestinal. Obs: A análise de urina é útil no diagnóstico de cistite bacteriana, pielonefrite e determinadas anormalidade endócrinas, como diabetes ou doença parenquimatosa renal. Obs: As dosagens urinárias dos níveis da gonadotrofina coriônica humana tanto podem sugerir gravidez Obs: O exame de fezes para sangue oculto pode ser útil na avaliação desses pacientes, mas é inespecífico. Fezes para avaliação de ovos e parasitas, bem como cultura e ensaio para toxina de Clostridium difficile, podem ser úteis caso a diarreia seja um componente do quadro do paciente. Estudos por Imagem: A rotina radiológica é composta pelas seguintes incidências: radiografia de tórax em PA ortostática, AP de abdome em decúbito dorsal e AP de abdome em posição ortostática. A: Abdome em decúbito dorsal (avalia se tem distensão se o gás está bem distribuído) B: abdome em ortostase (se formou nível hidroaérea que é típico dos processos obstrutivos) →Pneumoperitônio (abdômen agudo perfurativo) Obs: Denomina-se síndrome de Chilaiditi a interposição temporária ou permanente do cólon ou intestino delgado no espaço hepatodiafragmático, causando sintomas. A apresentação isolada e assintomática é conhecida como sinal de Chilaiditi TC (excelente para obesos):