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Prof. Douglas P. de Abreu Curso Técnico em Laboratório Operação de Equipamentos em Laboratório Prof. Douglas P. de Abreu Introdução Uma etapa importante na hora da montagem do laboratório é equipá-lo. Por isso, o empreendedor deve saber sobre os equipamentos de laboratório de análises clínicas e suas funções. Quais equipamentos devem estar presentes desde o início das atividades? E será que eles se relacionam somente à atividade-fim do negócio? Nessa disciplina, pontuamos os principais equipamentos de laboratório de análises clínicas e suas funções. Mas, antes de listar cada um deles, falamos um pouco sobre o cuidado que se deve ter com a estrutura técnica do empreendimento. Estrutura técnica de um laboratório de análises clínicas Um laboratório de análises clínicas depende de uma estrutura técnica de primeira para oferecer a seus clientes e pacientes um serviço de excelência. Ao mesmo tempo, sua estrutura deve atender perfeitamente aos colaboradores, para que exerçam suas tarefas de forma correta, minimizando erros. Os equipamentos de laboratório de análises clínicas e suas funções podem dizer respeito aos espaços comuns do laboratório, como área de atendimento, sanitários, copa, sala de espera e outros. Sobre esses, faremos uma explicação breve ao fim deste texto. Porque o que realmente pode causar dúvidas ao gestor são os equipamentos de laboratório de análises clínicas e suas funções relacionados aos espaços “técnicos”, como sala de coleta, bioquímica e imunologia, e hematologia. São nestes espaços que são coletadas e estudadas as amostras. Os exames determinam diagnósticos sobre as condições de saúde dos pacientes. E ter bons equipamentos é uma das garantias que os resultados sejam precisos, sem falhas. Diante disso, montar um laboratório de análises clínicas exige cuidados especiais quanto aos equipamentos. Não se pode negligenciar o investimento nessa estrutura. Prof. Douglas P. de Abreu Equipamentos de laboratório de análises clínicas e suas funções Os exames laboratoriais são classificados por setores. Exames de bioquímica, hematologia e imunologia são os mais comuns. Cada empreendimento possui uma forma de funcionamento, mas há um comportamento geral de que as áreas com maior volume de exames são de responsabilidade interna, executados pelo próprio laboratório. Já os setores com Prof. Douglas P. de Abreu exames de menor volume podem ter seu trabalho terceirizado para laboratórios de apoio. Considerando essa realidade, o gestor deve saber os equipamentos de laboratório de análises clínicas e suas funções necessários para executar seus exames internamente. Sabemos que não basta um microscópio e meia dúzia de equipamentos específicos para processar os materiais biológicos e gerar os resultados. Na verdade, são dezenas de equipamentos de laboratório de análises clínicas e suas funções. Confira os principais! 1. Microscópios Dentre os equipamentos de laboratório de análises clínicas e suas funções, o mais conhecido pelo público geral é o microscópio. Mas a dúvida do gestor é: quantos microscópios serão necessários para o negócio? A quantidade depende da demanda de exames. O microscópio serve para a análise e compreensão dos micro- organismos. Ele amplia a imagem de objetos minúsculos, que pode ser formada por meios ópticos, acústicos ou eletrônicos. A imagem pode ser recebida por reflexão, processamento eletrônico ou por uma combinação dos métodos. Em um laboratório de análises clínicas, o microscópio mais utilizado é o óptico, que, por meio de um feixe de luz, possui lentes que aumentam o tamanho dos componentes da amostra. Os microscópios eletrônicos utilizam feixes de elétrons e são mais utilizados na área científica. Para atender à precisão requerida por um laboratório de excelência, o gestor deve se atentar a alguns pontos na hora de adquirir esse equipamento: qualidade de imagem, manuseio simples e ergonomia (garante o conforto do profissional que o utiliza). Prof. Douglas P. de Abreu 2. Colorímetro Colorímetro é um equipamento cuja função é dosar a concentração de um elemento conforme a intensidade da cor do composto formado. Em regra, quanto maior a concentração, mais intensa é a cor. Os colorímetros são digitais e podem ser de dois tipos: Colorímetro portátil: utilizado para quando há necessidade de precisão em análises e para quando o profissional precisa de mobilidade, já que ele é prático para carregar para trabalhos em campo; Colorímetro de bancada: um dos equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas, é voltado para análises feitas dentro dos laboratórios de pesquisas. Um exemplo de colorímetro fotoelétrico é o C-200, que permite a determinação da absorbância de uma solução em uma frequência particular de cores. Assim, torna-se possível verificar a concentração de um soluto conhecido, desde que esta seja proporcional à absorbância. Prof. Douglas P. de Abreu 3. Analisador de bioquímica Um dos equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas e suas funções necessários é o analisador de bioquímica. Como o próprio nome sugere, ele tem a função de fornecer análises bioquímicas das amostras. Ele também pode dosar componentes relacionados ao metabolismo do corpo humano. Esses aparelhos precisam de reagentes específicos para gerar resultados e são altamente automatizados. Prof. Douglas P. de Abreu 4. Agitadores Agitadores são equipamentos utilizados para homogeneizar soluções. Existem alguns tipos de agitadores, e cada um deles possui uma função específica. Há agitadores magnéticos, utilizados em líquidos menos viscosos. Há também os agitadores com hélice que servem para solubilizar conteúdos mais viscosos. Ainda, existem os agitadores do tipo vórtex, que são exclusivos para tubos, e as mesas agitadoras, que se destinam a soluções com volumes maiores. Quando o gestor pesquisa equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas e suas funções, deve considerar quais suas maiores necessidades para escolher os melhores agitadores. 5. Estufa Outro equipamento essencial em um laboratório de análises clínicas é a estufa. Ela possui duas funções: cultivo de células e esterilização de materiais. E como ela faz isso? Esses equipamentos mantêm temperatura e nível de CO2 Prof. Douglas P. de Abreu constantes. Isso é um fator indispensável para o crescimento celular saudável, por exemplo. Como o negócio é voltado para a análise de amostras, é fundamental que as estufas, um dos equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas e suas funções primordiais para análise, sejam modernas e funcionais. 6. Autoclave Imagine que você herdou um laboratório e acabou de assumir o negócio. Um colaborador vai até você com a demanda urgente de uma autoclave. E você se pergunta se ela é um dos equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas e suas funções. A resposta é simples e direta: a autoclave serve para esterilizar produtos por meio do contato com vapor de água em temperatura elevada. Para que ela faça seu trabalho, deve agir durante todo o tempo especificado, garantindo a destruição dos microrganismos. Prof. Douglas P. de Abreu Quando o gestor vai escolher um desses equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas e suas funções, deve considerar o tamanho da autoclave, a ordem e o tempo dos ciclos. Sabe aqueles materiais que não são descartáveis no laboratório, como as vidrarias? A autoclave que desinfetará e esterilizará tais materiais utilizando o vapor sob pressão. 7. Balança A balança em um laboratório cumpre a mesma função que o equipamento cumpreem qualquer outro lugar: realizar medições de forma precisa. Ela pode ser analítica, utilizada para pesagens que demandam maior precisão, ou semianalíticas. Prof. Douglas P. de Abreu 8. Banho-Maria Existem outros equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas e suas funções primordiais. É o caso do banho-maria, que aquece materiais a temperatura moderada, impedindo que eles percam suas propriedades. Sua função é, portanto, aquecer as amostras de forma gradual e segura para sua composição. Prof. Douglas P. de Abreu 9. Capela Capela é um equipamento utilizado para manipular produtos tóxicos à inalação. Ela impede que os gases produzidos em seu interior escapem para o ambiente externo. Ou seja, sua função primordial é exaustar o vapor desses produtos para fora do ambiente do laboratório. Prof. Douglas P. de Abreu 10. Cabine de segurança A cabine de segurança é um dos equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas, e suas funções se assemelham levemente às da capela. No entanto, a cabine protege o manipulador de toxicidade ou infecção, e seu fluxo laminar protege a amostra de contaminantes externos. Em seu interior, o ar é filtrado por filtros HEPA (de alta eficiência) que garantem a pureza. Por isso, é estéril. A cabine também se utiliza de lâmpadas ultravioletas no interior para combater diversos tipos de micro-organismos. Prof. Douglas P. de Abreu 11. Destilador de água O destilador de água é o equipamento cuja função é retirar impurezas e contaminantes da água comum. Ele possui importância alta no laboratório, porque a água destilada possui múltiplos usos, como solvente, reagente ou para limpeza de equipamentos e vidrarias. 12. Deionizador Como seria a água mais pura possível? Aquela que sequer possui sais minerais. Existem equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas que possuem funções relacionadas a ter uma água extremamente pura. É o caso do deionizador. Ele é responsável por filtrar os sais presentes na água, fornecendo a água mais pura possível, de modo que não haja interferência nos resultados. Prof. Douglas P. de Abreu 13. Centrífugas Este é mais um dos equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas. As centrífugas são muito utilizadas porque sua função é separar partículas biológicas em suspensão. A força centrífuga separa materiais mais densos dos menos densos. Em palavras técnicas, a amostra se separa em fases. Pense em uma amostra de sangue. Ela se dividirá em plasma, na parte superior, e células vermelhas no fundo (mais densas). Se as amostras contêm sólidos e líquidos em solução (densidades distintas), os componentes podem ser dissociados através da rotação. Ou seja, Prof. Douglas P. de Abreu tudo dependerá daquilo que se deseja adquirir para estudo. Considerando isso, analise a quantidade de rotações por minuto e o tempo de rotação. No caso das centrífugas, o gestor deve procurar equipamentos modernos e fáceis de manusear. Não tem muito espaço? Busque por modelos compactos. 14. Contador diferencial de células O contador diferencial de células é um equipamento que serve, como o próprio nome sugere, para realizar contagem celular e testes de viabilidade celular. Ele também é capaz de dizer ao seu usuário informações sobre distribuição dos tipos celulares e tamanho das células presentes na amostra. Por isso, é um dos equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas, e suas funções são fundamentais para dosagem de células em um hemograma, por exemplo. Prof. Douglas P. de Abreu 15. pHmetro As aferições do pH de soluções é uma das tarefas executadas pelos profissionais em um laboratório de análises clínicas. E ela é muito importante porque uma pequena alteração no pH é capaz de alterar completamente alguns sistemas biológicos. Diante disso, o uso de um pHmetro, que mede o pH das soluções, é fundamental. 16. Pipetadores e pipetas Pipetas são instrumentos que transportam líquidos entre recipientes. De diversos tipos e variadas finalidades, são muito utilizadas em laboratórios de análises clínicas. Uma pipeta muito usada é a graduada, que possui graduações em seu corpo, sendo possível mover uma quantidade específica de líquido. Há Prof. Douglas P. de Abreu também pipetas automáticas, fundamentais para pipetar com precisão líquidos de volumes pequenos. O manipulador, neste caso, define a quantidade de líquido a ser transportado. E pipetadores? O que são esses equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas e quais suas funções? Eles confinam volumes específicos no interior de uma pipeta. São automáticos ou manuais. Prof. Douglas P. de Abreu 17. Placa aquecedora O último da nossa lista de equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas e suas funções é a placa aquecedora. Usada para aquecer ou ferver rapidamente líquidos ou compostos, ela auxilia os profissionais que precisam de realizar determinadas reações químicas que ocorrem a uma temperatura específica de ação. Outros equipamentos fundamentais para o laboratório Existem muitos equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas, e suas funções são variadas. Além daqueles destinados às áreas técnicas, como acabamos de listar, existem outros que fazem parte da prestação de serviços. Os computadores, tablets ou smartphones, por exemplo, são fundamentais para as áreas administrativa e laboratorial. Os modelos escolhidos devem ser não só duradouros, mas com boas especificações técnicas, capazes de suportar o uso frequente e garantir a boa gestão do grande volume de dados gerado pelo laboratório. Prof. Douglas P. de Abreu Os laboratórios de análises clínicas também devem poder operar um bom software de gestão laboratorial. Esse sistema é responsável por organizar todos os processos internos do negócio, conferindo produtividade às equipes, melhor atendimento aos pacientes e redução de custos. Aliado a esse sistema, o gestor também deve implantar o interfaceamento no laboratório. O interfaceamento é uma tecnologia que permite uma comunicação rápida no laboratório entre todos os processos, incluindo de realização dos exames (desde o agendamento, análise dos testes, até a entrega dos resultados). Agora que você conhece os equipamentos essenciais para montar um laboratório de análises clínicas e suas funções, e sabe que o investimento neles é primordial para atingir a excelência em seu negócio. Controle de qualidade laboratorial: 5 dicas indispensáveis! Manter a ordem e a eficiência nos processos internos do laboratório não é só uma questão de competitividade no mercado. A responsabilidade e a precisão envolvidas nos serviços prestados por esse tipo de empreendimento exigem um controle de qualidade laboratorial sistematizado, no qual toda a normas, regulamentações e precauções sejam observadas para assegurar a perfeita atuação da empresa. A qualidade está conectada à regularidade do empreendimento em diversas frentes. O controle de qualidade no laboratório (CQ) é, por isso, extremamente importante. Ele é, inclusive, indispensável na gestão dos custos, já que um dos principais reflexos do aumento na qualidade operacional do laboratório é o melhor aproveitamento dos seus recursos. Prof. Douglas P. de Abreu Agora que você já está ciente da importância do CQ, confira algumas considerações sobre o assunto e nossas 5 medidas essenciais para fazer um bom controle de qualidade de laboratório clínico! O que é controle de qualidade laboratorial? Controle de qualidade laboratorial é um conjunto de ações que visam manter a regularidade do empreendimento em diferentes frentes. Por exemplo, por meio desse expediente é possível garantir aprecisão dos resultados do laboratório, a rastreabilidade dos procedimentos e a confiabilidade transmitida aos usuários. Esse conjunto se configura não só como uma boa prática para proporcionar mais segurança, eficiência e qualidade na coleta de exames. É, na verdade, uma exigência da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A Resolução da Diretoria Colegiadas (RDC) 302/2005 define os requisitos para que um laboratório realize exames de análises clínicas, citologia e patologia. Essas normas servem para padronizar critérios sanitários para o atendimento em laboratórios. Acreditação laboratorial Acreditação laboratorial é uma medida que atesta e reconhece a qualidade dos serviços prestados pelos laboratórios. São qualificações atestadas, em outras palavras. O laboratório recebe o aval do órgão responsável. Para conseguir a acreditação laboratorial, o negócio deve obedecer às normas brasileiras sobre o setor e manter uma rotina diária de controle de qualidade de equipamentos e dependências do laboratório. Prof. Douglas P. de Abreu A iluminação ou a temperatura de uma sala pode influenciar no resultado de um exame, por exemplo. Quando existe um controle de qualidade laboratorial eficaz, todas essas variáveis são consideradas na hora de prestar o serviço. Dessa forma, obtém-se resultados de exames dentro do padrão, contribuindo para o processo de acreditação. Mas por que é importante conseguir tais qualificações? As certificações passam credibilidade ao serviço prestado ao paciente. Além disso, apresenta três consequências importantes: Eficiência e segurança na realização de procedimentos por parte da equipe técnica responsável; Otimização de processos de gestão; Satisfação do cliente. A acreditação, por fim, é uma forma do laboratório garantir um ambiente em que os procedimentos são realizados com qualidade e eficácia, com controle de cada etapa. Relação entre controle de qualidade no laboratório e redução de custos Os processos de controle de qualidade no laboratório podem ser complexos. No entanto, muitos laboratórios utilizam ferramentas digitais como grandes aliadas na hora de realizar o controle. O uso da tecnologia serve para integrar as atividades, reduzir o tempo de atendimento ao paciente, aumentar a segurança das informações e reunir dados necessários para análise de desempenho dentro do próprio negócio. Prof. Douglas P. de Abreu As ferramentas, em outras palavras, auxiliam os profissionais a executarem suas tarefas de maneira otimizada e controlada. O monitoramento se torna mais simples devido à visibilidade das informações, o que garante que cada etapa do fluxo de trabalho se enquadre dentro dos requisitos de qualidade. A partir do momento em que a gestão e os processos do laboratório são controlados de forma efetiva, todos os profissionais se beneficiam dessa otimização. Afinal, gasta-se menos tempo para realizar as tarefas, o que aumenta a produtividade. Com tomadas de decisões mais fundamentadas e menos índices de erros, ocorre um natural redução de custos, além da maior segurança nos resultados. A redução é, assim, fruto de uma equipe eficiente e produtiva, que realiza “mais com menos”. Quais os pontos que devem ser considerados no controle de qualidade de laboratório clínico? O controle de qualidade de laboratório clínico depende de alguns fatores. Cada um deles deve ser mensurado e acompanhado de perto para que os resultados sejam atingidos. Existem padrões predeterminados para cada setor de um laboratório, e analisar tais métricas é o que garante a qualidade na prestação dos serviços. E quais são esses pontos? O controle de qualidade interno e externo em laboratório, a biossegurança, otimização e padronização dos processos. Prof. Douglas P. de Abreu Controle Interno da Qualidade – CIQ A RDC nº 302/2005 traz a definição de Controle Interno da Qualidade (CIQ): “Procedimentos conduzidos em associação com o exame de amostras de pacientes para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites de tolerância pré-definidos”. A norma também traz as ações que garantem o CIQ no laboratório de análises clínicas, tais como: Monitoramento do processo analítico pela análise das amostras controle, com registro dos resultados obtidos e análise dos dados; Definição dos critérios de aceitação dos resultados por tipo de análise e de acordo com a metodologia utilizada; Liberação ou rejeição das análises após avaliação dos resultados das amostras controle, com registro das ações adotadas decorrentes de rejeições. Prof. Douglas P. de Abreu Controle Externo da Qualidade – CEQ Por definição da norma RDC nº 302/2005, Controle Externo da Qualidade ou Avaliação Externa da Qualidade é a “Atividade de avaliação do desempenho de sistemas analíticos através de ensaios de proficiência, análise de padrões certificados e comparações interlaboratoriais”. Os Ensaios de Proficiência se destinam a cada unidade do laboratório clínico (para aqueles que possuem mais de uma unidade) e incluem todos os exames realizados na rotina do laboratório. No entanto, os ensaios podem deixar de contemplar determinados exames, que deverão ser controlados por formas alternativas de controle externo da qualidade. Os resultados decorrentes do CEQ devem ser registrados pelo laboratório. Também devem ser registradas inadequações, investigação de causas e ações tomadas para os resultados rejeitados ou em que não se obteve proficiência. Prof. Douglas P. de Abreu Investimento em biossegurança Biossegurança em um laboratório de análises clínicas é o conjunto de medidas relacionadas à integridade do ambiente laboratorial. Esterilização dos equipamentos, tratamento do ar, manuseio correto de resíduos e outras ações contribuem para tornar as instalações mais adequadas ao trabalho, evitando riscos à integridade física e à saúde dos usuários do negócio. A biossegurança tem papel fundamental no controle de qualidade laboratorial. Não à toa existem regulamentações específicas sobre o tema, de forma a se evitar acidentes, contaminações e outras ocorrências que possam interferir na saúde dos usuários e dos funcionários. Por isso, o gestor deve investir em biossegurança, o que pode ocorrer com as seguintes medidas: Utilização de equipamentos de proteção individuais (EPIs) ou coletivos (EPCs), que protegem o usuário da exposição a elementos insalubres ou perigosos que podem causar algum tipo de dano à saúde; Treinamentos para emergências: prepara os colaboradores para lidar com situações críticas; Obediência à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 302 de 2005 e à NBR 14785; Utilização de mobílias e instrumentos de fácil limpeza; Prof. Douglas P. de Abreu Instalação de pisos antiderrapantes. Otimização de processos e padronização de técnicas Um ponto fundamental para o controle de qualidade laboratorial é a otimização de processos e a padronização de técnicas. É a melhor forma de obter resultados fidedignos, consistentes e condizentes com a situação clínica apresentada pelos pacientes. Não pode ocorrer nenhuma interferência no processo, para que o resultado não seja alterado. No mesmo sentido, a informação deve satisfazer as necessidades dos clientes, de forma a possibilitar a correta realização de diagnóstico, tratamento e prognóstico de doenças. Por este motivo, o controle de qualidade laboratorial depende de uma melhoria contínua dos processos envolvidos. Esse deve ser o foco principal para que seja possível prestar serviços de excelência aos clientes. Isso só é possível com o controle das etapas do fluxo de trabalho, que compreende fases pré- analítica, analítica e pós-analítica. Com o monitoramento, é possível minimizar consequências de falhas e suas recorrências. A tecnologia entranesse processo para padronizar cada atividade envolvida. Em um laboratório, isso ocorre por meio de POP (Procedimentos Operacionais Padrão) ou instruções de trabalho (IT). Quais as melhores dicas para controle de qualidade de laboratório clínico? Conhecer a demanda Um dos princípios básicos para se estabelecer um controle de qualidade laboratorial eficiente é ter o perfeito conhecimento sobre quais são as principais demandas às quais a empresa é submetida diariamente. A partir dessa informação, é muito mais fácil e estratégico iniciar um controle de qualidade de laboratório clínico que prioriza atividades e procedimentos mais realizados pelo empreendimento. Vale lembrar que, quanto maior for a demanda sobre um determinado serviço, maior deverá ser o controle de qualidade dele. Isso porque os riscos de algo dar errado é maior nessas atividades. Prof. Douglas P. de Abreu Por isso, é imprescindível que os líderes e gestores do laboratório tenham pleno conhecimento das demandas envolvidas na rotina do empreendimento. Dessa forma, é mais simples priorizar mudanças e estabelecer um controle de qualidade nos processos certos. Definir a estrutura de atividades Como dito, o controle de qualidade laboratorial é um conjunto de ações voltadas para o aumento da eficiência do empreendimento. De certa forma, também é uma garantia do perfeito funcionamento do negócio, sobretudo em termos operacionais. Porém, isso só é possível se houver uma metodologia de organização envolvida no controle, ou seja, é preciso que uma estrutura de atividades seja definida. Um controle de qualidade de laboratório clínico eficiente é aquele que trabalha com base em informações reais e dados precisos sobre as condições do negócio. Gestores, colaboradores e demais profissionais que atuam dentro da empresa precisam estar cientes sobre a organização dos processos e sobre como tudo é estruturado, desde o momento em que o usuário solicita um exame até o momento em que o resultado é entregue. A lógica é: quanto mais sistematizados e fluidos forem os processos internos do estabelecimento, maior a qualidade da gestão e, por conseguinte, maior também será a qualidade das entregas. Nesse sentido, muitas podem ser as estratégias para se definir a estrutura da empresa e gerenciá-la de forma mais eficiente. Hoje, com auxílio da tecnologia, softwares podem assumir a frente na gestão do negócio, controlando os processos e fornecendo toda a base informativa necessária para que se possa tomar as melhores decisões na hora de desenvolver um controle de qualidade laboratorial. Prof. Douglas P. de Abreu Buscar parcerias Outra medida altamente estratégica para o reforço do controle de qualidade laboratorial é a atuação com parceiros. Isso porque nem sempre um laboratório tem os recursos necessários para realizar da forma mais adequada alguns procedimentos. Em muitos casos, também não há demanda suficiente que justifique investimentos na compra de equipamentos específicos, por exemplo. Nesse tipo de situação, trabalhar com uma rede de parceiros pode ser o caminho mais viável para o sucesso operacional. A possibilidade de utilizar serviços de terceiros em regime de parceria pode fazer toda diferença não só na qualidade das entregas, mas também na agilidade delas, o que também é muito importante. Desse modo, fica claro que os parceiros podem ser instrumentos importantes na melhoria do controle de qualidade laboratorial no tocante às operações, proporcionando uma gama maior de serviços aos usuários, mais precisão e agilidade. Realizar o controle FIFO A qualidade de um laboratório está ligada a uma série de processos internos que, quando somados, dão ao empreendimento toda robustez às suas atividades. Por exemplo, um dos pilares das atividades internas de um laboratório é o controle de estoque. Alta demanda diária, grande necessidade de insumos, materiais específicos para as análises e uma série de outros recursos tornam fundamental o cuidado com a disponibilidade do estoque do laboratório para manter o controle de qualidade de seus procedimentos. Nesse contexto, o controle FIFO (first in, first out) — que, em tradução livre, significa “primeiro a entrar, primeiro a sair” — é exemplo de medida que pode melhorar a qualidade operacional da empresa, pois garante que os insumos sejam utilizados da forma mais adequada possível. Prof. Douglas P. de Abreu A ideia dessa metodologia é que todos aqueles insumos que entraram primeiro no estoque devem ser consumidos primeiro. O que se pretende é evitar que mercadorias sejam desperdiçadas ou mal utilizadas. Imagine como pode ser prejudicial e perigoso para um laboratório, cuja precisão e conformidade dos processos deve ser extrema, ter insumos fora do prazo de validade no estoque por falta de organização. Pior que isso seria utilizá- los em algum procedimento, causando alterações nos resultados e interferindo na qualidade do exame. Calibrar os equipamentos Quando o assunto é o controle de qualidade de laboratório clínico, é impossível não envolver os equipamentos utilizados nos procedimentos. Nesse sentido, cuidar para que todos eles estejam devidamente calibrados é uma das medidas que mais contribui para que a qualidade das entregas seja garantida. A calibragem é o que garante a exatidão das amostras e a precisão das análises realizadas pelo equipamento. Logo, é imprescindível que esse procedimento seja realizado com certa regularidade, mantendo os resultados dentro dos padrões de acreditação. Como foi possível perceber, o controle de qualidade laboratorial deve estar presente na rotina do empreendimento em diversos pontos. Quanto mais o negócio se preocupa com esse fator, menores as probabilidades de que falhas e erros nos processos ocorram e a qualidade operacional seja prejudicada. Prof. Douglas P. de Abreu Conheça as três fases dos exames laboratoriais Os exames laboratoriais têm três fases: pré-analítica, analítica e pós- analítica. Cada uma delas tem suas particularidades e processos específicos para garantir que os exames sejam feitos de maneira correta e evitar não conformidades que podem prejudicar os resultados. FASE PRÉ-ANALÍTICA A fase pré-analítica diz respeito às etapas iniciais que antecedem a análise laboratorial: indicação do exame, escrita da receita, preparo do paciente, procedimentos de coleta, acondicionamento, transporte e preparo da amostra. É muito importante que os processos desta fase ocorram de maneira correta – erros têm um impacto significativo na segurança do paciente e na rotina do laboratório, que deverá corrigi-los o quanto antes. Os exames devem sempre ser realizados com muita responsabilidade e seriedade, uma vez que grande parte das decisões médicas são baseadas nos resultados. É essencial que a gestão e os colaboradores do laboratório estejam em sintonia e tenham processos definidos para garantir a qualidade e a assertividade dos exames realizados. A saúde dos pacientes depende disso! Prof. Douglas P. de Abreu FASE ANALÍTICA A fase analítica, segunda fase dos exames laboratoriais, como o próprio nome sugere, é dedicada à análise do material coletado. Nesta fase, os colaboradores do laboratório iniciam o processo de análise de acordo com o sistema analítico empregado, os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) do equipamento e do método, além do método de controle adotado, como o controle estatístico dos processos. Ainda que muitas vezes as análises sejam facilitadas pela tecnologia e automação, o trabalho dos profissionais é indispensável para garantir a qualidade e a segurança dos resultados. Os processos da fase analítica começam com o rigoroso controle interno de qualidade (CIQ) e incluem a verificação de instrumentos e reagentes, verificação do estado de controle dos sistemas, monitorização dos processos deanálises e manutenção de soroteca, por exemplo. Prof. Douglas P. de Abreu FASE PÓS-ANALÍTICA A fase pós-analítica, última etapa dos exames laboratoriais, inclui a verificação das análises realizadas na fase analítica, o envio dos resultados ao médico e, por fim, a tomada de decisão. Depois da análise e liberação por parte dos especialistas do laboratório, os dados levantados são utilizados no laudo do paciente, que também deve indicar as situações nas quais a análise foi realizada. Por fim, esta fase engloba a tomada de decisão, que é o último passo da complexa cadeia de análises dos exames laboratoriais. Depois de enviado ao médico, o laudo é analisado por ele e, em grande parte das vezes, utilizado para embasar suas decisões. Todas as fases dos exames laboratoriais são estabelecidas pela Anvisa através da RDC 302/2005. Cumprir as etapas previstas nas três fases dos exames é fundamental para garantir a ausência de não-conformidades indesejadas no processo. A qualidade dos serviços prestados e do laboratório como um todo está diretamente relacionada à assertividade destas fases. Certifique-se de que seu laboratório está de acordo com as normas exigidas! Prof. Douglas P. de Abreu MANUTENÇÃO EQUIPAMENTOS LABORATORIAIS A manutenção não deve ser encarada como um gasto e sim como um investimento. Com ela, evita-se atrasos na obra, já que é assegurada a produtividade de seu empreendimento. Além disso, caso algum erro ocorra pelo mau funcionamento de ferramentas, isso acarretará prejuízos e até mesmo multas. Todo tipo de maquinário e ferramentas necessita de manutenção e isso não é diferente para os que são utilizados na construção civil. Porém, o erro de diversas empresas é agir apenas quando algum tipo de erro ocorre. MOTIVOS PARA EFETUAR A MANUTENÇÃO EQUIPAMENTOS LABORATORIAIS A manutenção equipamentos laboratoriais tem como um de seus principais objetivos manter o pleno funcionamento dos equipamentos ao longo de períodos extensos, sendo efetuadas em diferentes modalidades para garantir o melhor em termos de aproveitamento dos recursos financeiros bem como do tempo de parada para consertos. Um fator que deve ser considerado ao escolher a empresa de manutenção equipamentos laboratoriais é o seu custo-benefício, pois, em casos em que o proprietário do laboratório opta por contratar serviços que resultam em uma quantidade menor de gastos, é possível que a qualidade dos serviços e peças de reposição utilizadas sejam comprometidas. Prof. Douglas P. de Abreu TIPOS DE MANUTENÇÃO EQUIPAMENTOS LABORATORIAIS DISPONÍVEIS Manutenção preventiva: Com o intuito de preservar os equipamentos, esse tipo de manutenção efetua a troca de peças que sofreram um desgaste maior e assim evita que essas partes causem maiores problemas para o equipamento, o que pode aumentar de modo exponencial a vida útil dos equipamentos. Manutenção corretiva: Um dos métodos menos custosos de manutenção, essa manutenção equipamentos laboratoriais tem como diferencial uma rápida solução para graves problemas nesses equipamentos, sendo possível contar com um profissional capacitado no local para cuidar dos equipamentos. Porém, há casos em que os danos são muito extensos, fazendo-se necessário que o equipamento seja levado para um local apropriado, onde os profissionais podem contar com uma melhor infraestrutura para a manutenção, seja em termos de peças de reposição ou máquinas utilizadas para minimizar os problemas no equipamento. Dentre os instrumentos que posso efetuar a manutenção equipamentos laboratoriais, estão: Fonte de eletroforese; Homogeneizador; Incubadora Co²; Leitora de elisa; Manta térmica; Multímetro; Ponto de fusão; Tacômetro; Torquimetro; Vidrarias (becker / Provetas / Buretas/ etc); Visor de aglutinação – Phoenix; Centrífugas; Capelas de fluxo laminar; Capela de exaustão; Prof. Douglas P. de Abreu Microscópios; Equipamentos laboratorial em geral; Pipetas. Bons estudos!!!
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