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Habilidades e atitudes II. Letícia – ATM 26. SONDA OROGÁSTRICA: Introduzida através da cavidade oral até o estômago. Não deve ser utilizada em pacientes com suspeita de fratura de base de crânio, pois pode subir e atingir o encéfalo. SONDA NASOGÁSTRICA: É introduzida através de uma das narinas. Gavagem – tudo que é inserido no paciente pelo sistema gastrointestinal. Sifonagem – saída de algo pelo sistema gastrointestinal. Utilizada para pacientes conscientes. Figura 2 - Sonda Levine Sonda nasoentérica é utilizada para alimentação e medicação, nunca para sifonagem, pois é muito longa. Não possui fio guia e não requer exame de raio-x para verificar localização. A sonda é fabricada em material de PVC, totalmente maleável, transparente e atóxica. FINALIDADES: Descompressão gástrica; É utilizada, geralmente, para lavagem gástrica. Por exemplo: preparação do aparelho digestivo para exames ou cirurgias, estancamento de hemorragias gástricas ou esofágicas e drenagem de conteúdo gástrico excessivo. Também podem ser utilizadas para alimentação. Lavagem gástrica; Investigação diagnóstica; Administração de fármacos; Infusão de dietas; Mensuração e avaliação do volume e do conteúdo gástrico. INDICAÇÕES : Intoxicações exógenas; Perioperatório; Pacientes que não podem ou não conseguem deglutir; Pacientes com traumas físicos; Pacientes com vômitos persistentes; *A maioria dos medicamentos não tem boa absorção no estômago, e sim no duodeno. Pacientes com varizes, lesões ou estenose esofágica não devem utilizar sonda, pois há risco de ruptura de vasos; Pacientes conscientes, com grandes lesões na cavidade oral, fraturas de mandíbula, maxilar e fixações cirúrgicas de mandíbula. MATERIAIS DO PROCEDIMENTO: 1. Sonda gástrica (calibre escolhido de acordo com o biotipo do paciente e indicação do dispositivo); 2. Luvas de procedimento; 3. Seringa de 20 ml, bico luer, para testagem da sonda; 4. Estetoscópio para testagem da sonda 5. Lidocaína (geleia). 6. Gaze – para passar a lidocaína na sonda. 7. Fita microporosa (preferencialmente a antialérgica); 8. Copo descartável com água filtrada, para testar se a sonda está no local correto; 9. Coletor de sistema aberto/frasco; 10. Compressas – para caso de vômito; 11. Cuba rim – para casos de vômito; 12. Saco de lixo e biombo. *Sempre fazer o teste se a sonda está no local correto, pois se ela for para o trato respiratório, a chance de levar o paciente a óbito é muito grande, uma vez que não há o procedimento de lavagem pulmonar. TÉCNICA DE PASSAGEM DA SONDA: Higienizar as mãos; Apresentar-se e apresentar o procedimento. Explicar os possíveis efeitos colaterais do procedimento realizado (desconforto, náusea, etc.). Questionar acerca do desvio de septo; Avisar que a sonda ficará no paciente de acordo com a situação clinica. Dispor o material na bandeja sobre a mesa auxiliar devidamente higienizada. Dispor saco para descarte de materiais. Colocar o paciente em posição dorsal. Habilidades e atitudes II. Letícia – ATM 26. Caso não haja contraindicação, erguer a cabeça do paciente em 30° a 45°. Dispor compressas e cuba rim para possíveis episódios e êmese (vômito) antes e durante o procedimento. COMO MEDIR A SONDA NASOGÁSTRICA? Dispor a sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha e descer circulando o pescoço até o apêndice xifoide. *Alguns autores consideram a necessidade de acrescentar mais dois cm a esse comprimento* Passagem do dispositivo deve ser realizada pelo profissional de saúde em conjunto com o paciente (caso seja possível), com a realização do movimento de deglutição. Fixar o dispositivo com fita microporosa antialérgica ou esparadrapo; Conectar a seringa de 20 ml, bico luer, no dispositivo; Posicionar estetoscópio na região epigástrica, logo abaixo do apêndice xifoide. Infundir 20 ml de (ar, pois se a sonda estiver no local errado, a entrada de água no pulmão é muito prejudicial); Se a ausculta for positiva (ouvir o ar entrando no estômago), a sonda está devidamente colocada. Caso não ouça, pode-se colocar a ponta da sonda que ficou fora do corpo dentro de um copo com água filtrada. Se houver a formação de bolhas, é porque a sonda está no trato respiratório e o procedimento de passagem deve ser repetido. SONDA NASOENTÉRICA: → Consiste na introdução de uma sonda pelo trato digestivo superior para comunicar diretamente o duodeno (segunda porção do intestino delgado) → Indica-se a nutrição enteral para pacientes que apresentem TGI funcionante e não podem ingerir nutrientes suficientes por via oral. É utilizada também para a medicação; A sonda utilizada é a Dobbhoff. Sonda de poliuretano com peso na ponta, utilizada para alimentação nasogástrica e nasoentérica. Apresenta um mandril (“ferrinho” interno) que auxilia na sua colocação no paciente, também chamado de “fio guia”. A posição da sonda nasoentérica pode ser checada por meio do raio-x mais ou menos 6 horas depois da colocação. Antes de infundir dieta ou medicação, deve-se retirar o mandril. MATERIAIS DO PROCEDIMENTO: 1. Sonda nasoentérica (tamanho 12, geralmente). 2. Luvas de procedimento; 3. Seringa de 20 ml, bico luer; 4. Estetoscópio; 5. Lidocaína em gel; 6. Gaze; 7. Fita microporosa; 8. Compressas e cuba rim para casos de vômito; 9. Saco de lixo; 10. Biombo; PROCEDIMENTO: Identificar-se; Orientar o paciente e/ou acompanhante quanto procedimento; Lavar as mãos, calçar luvas de procedimento; Utilizar Equipamentos de proteção individual (gorro, máscara cirúrgica e óculos de proteção, avental ou capote não estéril) caso necessário; Posicionar paciente em posição semi-fowler; se necessário, realizar contenção; Caso paciente não possa ter a cabeceira elevada, mantê- lo em decúbito dorsal e inclinando a cabeça para frente até encostar no tórax; Proteger o tórax com toalha ou compressa; Escolher a via para inserção da sonda (oro ou nasogástrica / entérica) conforme idade e condições do paciente; Realizar a medição da sonda, conforme a idade da criança: Habilidades e atitudes II. Letícia – ATM 26. SONDAGEM VESICAL: É a introdução de um cateter estéril através da uretra até a bexiga, com objetivo de drenar a urina. Deve-se utilizar técnica asséptica no procedimento a fim de evitar uma infecção urinária no paciente. Divide-se em cateterismo vesical de alívio, simples ou intermitente. É realizado com a sonda uretral (cateter ou sonda de Nélaton). E cateterismo vesical de demora (ou sonda de Foley, com duplo ou triplo lúmen). Divide-se em sonda vesical de alivio e sonda vesical de demora. INDICAÇÕES: Esvaziamento da bexiga; Prevenir complicações da retenção urinária; Preparo para intervenções cirúrgicas; Colher urina asséptica para exames; Hematúria – observar os aspectos da urina em pacientes traumatizados; Medir a diurese horária como sinal do estado de volemia e perfusão renal. Evitar complicações da incontinência urinária; Exploração da uretra, ou obtenção de uma amostra de urina para exame laboratorial. Irrigação da bexiga. *Bexigoma – tensão na bexiga;* Em caso de pacientes que chegam ao pronto- socorro é necessário realizar a limpeza local da região com clorexidina degermante. CONTRAINDICAÇÕES: Traumatismo de períneo, com ou sem fraturas de ossos da pelve e uretrorragia; Dificuldade na introdução da sonda; Processos infecciosos graves; Falta de cateteres apropriados; História de cirurgia na uretra; PRECAUÇÕES: Realizar a técnica de forma asséptica; Nunca forçar o cateter para evitar traumatismos; Observar a presença de estenose de orifício uretral e se há cirurgia de prepúcio; Em homens, uma vez colocada a sonda, baixar o prepúcio para evitar possível parafimose. As bolsas devem ser trocadas junto com a sonda, ou quando se rompem, apresentam escapes, acumulam sedimentos ou adquirem odor desagradável. Trocar a conda conforme as orientações do CCIH e usar coletores em sistema fechado. Assegurar sempre um fluxo de urina descendente e continuo. Manter a bolsa coletora sempre abaixo do nível da bexiga do paciente. TÉCNICA DE CATETERISMO VESICAL: Antes de iniciar, deve-se se apresentar e explicar o procedimento. Material de higiene íntima: Bolas de algodão ou gazes não estéreis; Clorexidina aquosa ou sabão neutro; Habilidades e atitudes II. Letícia – ATM 26. Luvas de procedimento; Materiais para a técnica; Cateter uretral de nélaton; Luvas de procedimento; Luvas estéreis; Pacote de gazes; EPIs de proteção; Kit estéril de sondagem vesical: cuba-rim, cúpula, pinça cheron e campo estéril fenestrado. Anestésico local – lidocaína; Nesse procedimento não há necessidade de bolsa de drenagem para coletar urina, pode ser coletada em cuba- rim, pois é um procedimento mais rápido e acompanhado pelo profissional. Cateter vesical de Foley (pode ter duplo lúmen ou triplo); Coletor de urina de sistema fechado; Seringa de 20 ml. Agulha 30x10 (rosa); Anestésico local – lidocaína; Clorexidina degermante; Solução fisiológica; Fita adesiva; Luvas de procedimento e luvas estéreis; Pacote de gazes e kit de EPI’s. Kit estéril de sondagem vesical: cuba-rim, cúpula, pinça cheron e campo estéril fenestrado. Certificar-se da identificação do paciente por meio de pulseira (conferindo dois itens de identificação, p. ex., nome completo e data de nascimento). Orientar o paciente/acompanhante sobre o procedimento (benefícios e riscos). Higienizar as mãos. Calçar as luvas de procedimento; Higienizar a região com gazes e clorexidina degermante e, posteriormente, passar a clorexidina aquosa. Homens devem ficar em posição de decúbito dorsal e mulheres, em posição ginecológica. Abrir o kit de cateterismo vesical com técnica asséptica, de modo que seu invólucro sirva de apoio, entre as pernas do paciente, uma das pontas do kit próxima à genitália. Certificar-se de que o lixo esteja ao seu alcance. Retirar a seringa e a agulha dos seus invólucros e depositá-las no interior do kit de cateterismo, com cuidado para não os contaminar. Colocar a solução antisséptica na cuba redonda. Colocar lubrificante/anestésico: ◊ Para cateterismo feminino: na gaze estéril; ◊ Para cateterismo masculino: na seringa luer slip de 20 ml. Abrir o invólucro do cateter de Foley e colocá-lo na cuba-rim. Realizar a higiene das mãos com solução antisséptica. Calçar as luvas estéreis segundo técnica preconizada. Conectar a seringa à agulha, solicitando auxílio para aspirar a água destilada contida na ampola. Conectar o cateter de Foley (lúmen de drenagem) ao coletor em sistema fechado. Lubrificar a sonda por cerca de 10 cm. Utilizar lubrificante estéril e de uso único para cada paciente. Realizar antissepsia do meato uretral. Habilidades e atitudes II. Letícia – ATM 26. Em homens: Aplicar o lubrificante/anestésico, lentamente, através do meato uretral com auxílio da seringa luer slip de 20 mL. Aguardar alguns segundos para o início da ação do lubrificante/ anestésico. Introduzir o cateter vesical até encontrar resistência (Figura 6). Inclinar o pênis em um ângulo de 45° em direção ao abdome e continuar introduzindo o cateter, o que facilita a passagem na uretra bulhar. Introduzir o cateter até a bifurcação em “Y”: 15 a 20 cm, e até o refluxo de urina. Insuflar o balão com a quantidade de água destilada estéril recomendada. Tracionar o cateter delicadamente até encontrar resistência, indicando ancoragem do balão no trígono vesical. Retirar o campo estéril. Fixar o cateter na face interna da coxa do paciente (cerca de 2 cm da linha inguinal), saindo por cima desta (Figura 7). Atenção para não tracionar o cateter. O trauma uretral, possível complicação do procedimento, pode ser minimizado por meio da adequada fixação do cateter. Fixar a bolsa de drenagem na lateral da cama, abaixo do nível da bexiga. Posicionar o paciente confortavelmente. Recolher o material. Retirar as luvas. Higienizar as mãos. Registrar o procedimento no prontuário, anotando data e hora do cateterismo, tipo e calibre do cateter, volume de água do balão, quantidade, coloração e características da urina, bem como reações do paciente decorrentes do procedimento.
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