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Dhara Martins / @acadmedi SÍNDROME NEFRÍTICA Glomerulite é a 3º maior causa de DRC no brasil. Podem ser primárias ou secundárias. Conceitos: Em relação ao nº de glomérulos acometidos: focal (<50%) ou difusa (>50%). Glomérulo individualmente: segmentar (<50%) ou global (>50%). Lesão glomerular: proliferativa (hiperproliferação celular), necrotizante (áreas de morte celular) ou esclerosante (presença de tecido cicatrizante). Valores de referência: Taxa de filtração glomerular normal é >90mL/dia; proteinúria <150mg/dia; <5 leucócitos e /ou hemácias por campo. Exames gerais: EAS, proteinuria de 24h, ureia e creatinina, proteinas totais e frações; Exames especificos: sorologias virais (anti-HIV 1 e 2, AgHBs e Anti-HBS, Anti-HCV, VDRL), sorologias auto-imunes (FAN, crioglobulinas, fator reumatooide, anti-MBG, P-anca e C-anca), paraproteinemia, complemento. Quadro clínico: Edema súbito, hipertensão, hematúria dismórfica (pode ter cilindros), proteinúria subnefrótica, oligúria, azotemia. Doença FISIOPATOLOGIA QUADRO CLÍNICO DX TRATAMENTO Glomerulonefri te aguda pós- estreptocócica (GNPE) ▪ Mais frequente em crianças. ▪ Cepa nefritogênica M 12 e 49 ▪ Impetigo: 3 a 6s; ▪ Faringoamigdalites 1 a 3s ▪ Estreptococcia → ligação de Ag no tecido glomerular renal → deposição de imunocomplexos e ativação do complemento → inflamação aguda → diminuição da filtração glom. → oligúria → retenção de Na+ e água → edema + hipertensão arterial + congestão ▪ A maioria é assintomática → apenas alterações laboratoriais subclínicas. ▪ Hematúria macroscópica (até 6m-2a), oligúria (até 1s), ▪ Edema (leve, frio, mole, gravitacional. Região periorbitária e matutino. MMII, região lombar e genitália. ▪ Hipertensão arterial, azotemia (até 4s). ▪ Apresentação clínica: alteração urinária assintomática, glomerulonefrite rapidamente progressiva, emergências hipertensivas (edema agudo de pulmão hipertensiva, encefalopatia hipertensiva) ▪ Clínica + infecção estreptocócia recente (cultura + e/ou antígenos estreptocócicos) + queda de complemento ▪ EAS/proteinúria: hemácias dismórficas, cilindros hemáticos, osmolaridade elevada, proteinúria positiva. ▪ Consumo de complemento (C3 e CH 50). Antígeno anti- estreptococo reagente ▪ GNPE pós-farginoamigdalite: o anticorpo mais encontrado é o ASO (em 90% dos casos) e o pelo anti-DNAse B (75% dos casos); ▪ No impetigo é o anti-DNAse B (mais sensível); ▪ Biopsia: somente nos casos suspeitos de GNPE que estão foram do comum: que não evoluem conforme o curso clínico previsível da doença, anúria, oligúria >1s; piora da função renal, proteinúria >3,5g/24h - MO: infiltrado exsudativo endocapilar - IFI: depósitos granulares de IgG/C3 nas paredes dos capilares (endocapilares) e no mesângio - ME: depositos subepiteliais (“corcovas” ,humps); ▪ Consiste em medidas de suporte: -restrição hidrossalina (fundamental, max 2g de sodio por dia); -diuréticos de alça (furosemida); -vasodilatadores (para hipertensão, se necessário); -diálise (se necessário); Uso de antibióticos – penicilina* → infecção em atividade Prognostico: excelente após a fase aguda, 95% recuperação glomerular total, acompanhamento ambulatorial longo prazo (PA, função renal, proteinuria, C3 e hematuria). Diagnóstico diferencial: outras glomerulonefrites pós-infecciosas: (ex.: endocardite bacteriana subaguda); glomerulonefrite lúpica; glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP), também chamada de GN mesangiocapilar; Doença de Berger (Nefropatia por IGA) ▪ Principal causa de síndrome nefrítica no mundo. Pico na incidência de 2º e 3ª década. ▪ Há um desequilíbrio entre a produção e clearance hapatico de IgA → levando a um deposito de IgA no glomérulo → imunocomplexo → destruturando o mesângio ▪ Associação com IVAS (potencial gatilho) - amidalite ▪ Apresentação: hematúria macro recorrente (1-3dias pós infecção. apenas observar esses casos), hematúria micro persistente, GNRP ou sind nefrótica ▪ Diferente da GNDA, tem um Pleomorfismo clínico – pode ser insidiosa, de longa duração, não é tão aguda logo tem-se um normocomplementêmica. ▪ Biopsia renal (deposito de IgA no mesângio) → proteinúria >1g/dia, creatinina elevada, HAS. ▪ Complemento sérico normal. ▪ Fatores de mal prognóstico: ausência de hematúria macro, sexo masc, idade avançada, HAS, proteinúria >1,0g/24h. ▪ Pct com hematúria isolada: prognostico bom. Acompanhar semestral ▪ Hematúria + proteinúria <1g/dia: IECA ou BRA II ▪ Hematúria + proteinúria >1g/dia: Prednisona + IECA/BRA II ▪ Sind nefrótica ou creatinina elevada ou sinais de gravidade na biopsia renal - GNRP: Metilprednisolona(pulso) + ciclofosfamida ▪ PA <130X80mmHg IECA: Captopril (300mg ao dia, 100mg de 8/8h) Dhara Martins / @acadmedi Nefrite Lúpica ▪ Mais comum em mulheres jovens. 20-40anos. ▪ Classe III (GN proliferativa focal) e IV (GN proliferativa difusa) →são bastante inflamatórias e fazem a sind nefrítica clássica. ▪ Classe V – tem uma apresentação menos aguda, mas insidiosa e com muita proteinúria sem hematúria. ▪ Pode assumir características da Sind nefrótica e ou nefrítica frequentes ou rapidamente progressiva. ▪ Associação com outras manifestações clínicas do LES ▪ Rash malar, lúpus discoide, fotosensibilidade, úlceras orais, artrite não erosiva, acometimento renal etc. ▪ Quadro clínico ▪ FAN +, anti-DNA + e hipocomplementenemia (C3 e C4). ▪ Indução (3 a 6 meses): Pulso de metilprednisolona 1g EV 3 dias consecutivos + pulso ciclofosfamida mensal por 3 a 6 mensal + prednisona VO 1mg/kg (max 80mg/dia). ▪ Manutenção (mínimo 2 anos): ciclofosfamida VO + prednisona VO 1mg/kg e despois desmamando. GLOMERULON EFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA - GNRP ▪ É uma das glomerulonefrites mais agressivas. ▪ Quando um paciente que desenvolve síndrome nefrítica, independente da causa, evolui para falência renal de curso acelerado e fulminante. ▪ IRA + hematúria microscópica ▪ Pode ser de início abrupto (como na GNDA) ou, mais comumente, de início subagudo, tomando em seguida um curso acelerado. ▪ A oligúria costuma ser marcante, por vezes evoluindo para anúria (um sinal de lesão glomerular gravíssima ▪ Em muitos casos, os únicos sintomas são os da “síndrome urêmica”, identificados quando a taxa de filtração glomerular se torna inferior a 20% do normal, com elevação da creatinina além de 5 mg/dl. ▪ Dx: Biópsia renal Crescentes em mais de 50% ▪ DD: deve ser feito com as outras causas da chamada Síndrome Pulmão-Rim (hemoptise + glomerulite), como a leptospirose e algumas vasculites sistêmicas. Tipo I – deposito de AC anti-MBG goodpasture ou síndrome pulmão rim. Linear - Fisiopatologia: produção de AC contra a membrana basal (glomerular e alveolar) - Clínica: pneumonite hemorrágica e glomerulonefrite. Mal prognostico. - DX: Biópsia renal: padrão linear IF. Não consume complemento. Ac anti-MBG elevado - Tto: Plasmaférese diária ou em dias alternados, até a negativação do anti-MBG no soro. + Prednisona por 6meses (1 mg/ kg/dia) e um imunossupressor por 3 meses: Ciclofosfamida (2 mg/kg/dia) ou a Azatioprina (1-2 mg/kg/dia), esta última na manutenção. Tipo II – Deposito de imunocomplexos - granular - Clínica: GNRP clássica + consumo complemento sérico (C3 e CH50), anti-MBG e ANCA negativos. - Dx: Biópsia com padrão granular na IFI, contendo depósitos de IgG e C3, principalmente. - Tto: metilprednisolona em pulso. Prednisona 1mg/kg/dia pro 8 semanas + ciclofosfamida Tipo III – Pauci-imunes – ausência de depósitos na IFI - Diagnóstico: ANCA + (Anticorpo Anticitoplasma de Neutrófilo) - A biópsia renal mostra uma glomerulonefrite proliferativa geralmente focal e segmentar, apresentando áreas de necrose fibrinoide (glomerulite necrosante). - Tratamento: Indução – Prednisona 1mg/kg/dia (80mg/dia) + metilprednisolonaem pulso. Ciclofosfamida. Manutenção: Azatioprina. Hemorragia pulminar e IR: Metilprednisolona + plasmaférese.
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