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Emergências pediátricas - Aula 1 - Avaliação Inicial na EP

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências pediátricas – Aula 1 – Avaliação Inicial 
OBJETIVOS PRINCIPAIS 
• Como fazer uma abordagem inicial à criança na 
emergência; 
• Realizar uma avaliação sistematizada; 
• Reconhecer os sinais de gravidade; 
• Intervir nos principais problemas 
potencialmente fatais. 
EPIDEMIOLOGIA 
A primeira coisa que a gente quer evitar é a parada 
cardiorrespiratória na criança, pois tem uma 
mortalidade muito alta. 
CAUSAS DE PCR NA CRIANÇA: 
• Hipoxemia: é principal causa de PCR na criança. 
Pode ser tanto por acometimento do trato 
respiratório quanto por um quadro de choque ou 
comprometimento do sistema cardiovascular. Tanto 
o choque quanto a insuficiência respiratória levam a 
hipóxia, fazendo com que a criança tenha uma 
deterioração do quadro e chegue ao evento final. 
• Choque; 
• Colapso súbito (arritmias – FV/TV) – 5-15%: 
diferente dos adultos, na criança tem poucos 
casos de colapso e morte súbita. Normalmente, os 
colapsos súbitos são secundários as 
taquiarritmias, principalmente as ventriculares 
(fibrilação ventricular e taquicardia ventricular 
– ritmos chocáveis). 
SOBREVIDA PÓS-PCR APÓS ALTA 
HOSPITALAR: 
• Ambiente extra-hospitalar: 6-8% das crianças; 
é um ambiente crítico, pois nem sempre tem o 
suporte avançado de vida. 
• Ambiente intra-hospitalar: 33% das crianças. 
Mesmo com a assistência adequada, a criança 
levou um tempo sofrendo hipóxia, acidose e uma 
série de consequências da falência 
cardiorespiratória, o que faz com que tenha uma 
sobrevida não muito boa. 
A mortalidade é alta porque tem um processo de 
deterioração da criança que acontece antes de 
chegar ao evento final que é parada 
cardiorrespiratória. 
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) 
Na avaliação sistematizada, quando a gente tá diante 
de uma situação de emergência, a primeira coisa que 
precisa ser afastada é a PCR, pois este é o pior evento 
que pode acontecer e o médico só tem 10 segundos 
pra identificar isso. Análise de responsividade, 
consciência, respiração e pulso. 
Ao chegar no cenário da emergência, é importante 
avaliar de imediato o aspecto e a aparência (cor, 
cianose labial, palidez, pele mosqueada). 
• Ausência de batimentos cardíacos e 
movimentos respiratórios; 
• Ausência de pulso: é preciso palpar o pulso 
central. Lactente <1 ano → pulso braquial; 
criança >1 ano → pulso carotídeo. 
• Apneia ou gasping: drive respiratório ineficaz. 
Na criança, é perceptível a respiração curta e 
inefetiva. 
• Inconsciência. 
Na criança, muito mais frequente do que no adulto, 
pode ter também os eventos isolados, ou seja, só 
parada respiratória ou só parada cardíaca. A 
parada respiratória não necessariamente evolui 
para uma parada cardiorrespiratória, pois com a 
intervenção adequada, isso não ocorre. Normalmente, 
a criança demora pra fazer uma parada cardíaca, ou 
seja, após a parada respiratória leva um tempo pra 
ter a parada cardíaca, sendo passível de intervenção. 
MECANISMOS DE PREVENÇÃO 
 
Avaliação Inicial na Emergência Pediátrica 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências pediátricas – Aula 1 – Avaliação Inicial 
É importante saber reconhecer tanto a insuficiência 
respiratória quanto o choque, pois tais eventos levam 
a uma falência cardiopulmonar e uma PCR por 
hipóxia, mecanismo presente em 80-90% das PCR na 
criança. A arritmia ventricular levando a uma PCR 
súbita é o que acontece na minoria, chegando apenas 
a 10-20%. 
AVALIAÇÃO INICIAL 
A gente tem 10 segundos pra avaliar consciência, 
respiração, cor e pulso. 
CONSCIÊNCIA 
Avaliar se o paciente está irritado, responsivo, 
sonolento, torporoso. O paciente em parada vai estar 
em coma e irresponsivo. 
• Irritabilidade; 
• Sonolência/torpor; 
• Inconsciência. 
RESPIRAÇÃO: 
• Taquipneia: aumento da frequência respiratória. 
• Dispneia: falta de ar. 
• Gasping ou Apneia: parada da respiração. 
COR: 
• Cianose: cor arroxeada da pele 
• Palidez: cor esbranquiçada da pele. 
• Mosqueamento: manchas denominadas ¨livedo 
reticular¨. É um sinal de má perfusão. 
O bebê recém-nascido pode ter esse padrão por 
conta do frio, mas no paciente maior, pode significar 
um sinal de gravidade. O RN não tem muita 
regulação do termostato hipotalâmico, então eles 
oscilam muito a temperatura de frio e calor muito 
rápido. Como forma de absorver calor, eles fazem 
vasoconstrição, o que se manifesta como livedo. 
 
A questão do tônus vascular é muito importante, pois 
se o paciente tem uma vasoconstrição em decorrência 
de um choque ou insuficiência respiratória, ele pode 
ter esse livedo. 
Observação: Se o paciente não tiver em parada 
cardiorrespiratória não é necessário reanimar. Se 
não tiver em parada, parte para as avaliações (geral, 
primária, secundária e terciária). 
Avaliar respiração, esforço respiratório, tiragens 
(subdiafragmática, intercostal), cianose labial ou de 
extremidades. Saber se o colapso foi presenciado 
ou não, súbito ou não. 
IMPRESSÃO INICIAL 
 
Se a criança não responde ou não respira, é preciso 
ver se tem pulso. ¨Ver, ouvir e sentir¨ → ¨ver¨. Se o 
paciente não tem pulso, parte para o CAB 
(reanimação cardiorrespiratória); se tiver pulso, 
mas não respira, tem que abrir a via aérea para 
fornecer ventilação, porque ele provavelmente tem 
uma parada só respiratória. Se presenciado o 
colapso súbito, fazer o CAB (intervenção da RCP, 
começando pela circulação) e ativa 192/DEA. 
O ABCDE é uma avaliação sistematizada que deve 
ser feita em qualquer situação de emergência, 
exceto no evento da parada. Isso porque na PCR, 
primeiro é preciso tirar o paciente da parada e 
depois seguir o ABCDE. Na hora que reanima o 
paciente, tem que começar sempre pelo 
cardiovascular, porque quando se intervém 
precocemente na circulação, os pacientes tem maior 
sobrevida. 
O ABCDE é uma abordagem feita para identificação 
passo a passo do paciente, quando este está com 
insuficiência respiratória, sonolento, em choque ou 
evoluindo para falência respiratória, mas não em 
parada. 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências pediátricas – Aula 1 – Avaliação Inicial 
 
Se a criança não está em parada 
cardiorrespiratório, fazer ABCDE e avaliação 
completa. ABCDE → avaliação primária → secundária 
→ terciária. 
Avaliar → Identificar o que 
está acontecendo → Intervir. 
Depois da intervenção, tem 
sempre uma reavaliação, por 
isso que vira um ciclo. 
AVALIAR 
Nos 10 segundos de ouro, é preciso ver se o paciente 
está em parada ou não. Se o paciente não está em 
parada não precisa reanimar, mas precisa entender 
o que está acontecendo. 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
• ABCDE: sistemática. Identifica por gravidade e 
pelos sinais críticos. 
• Monitor cardíaco/DEA (desfibrilador 
automático); 
• Oximetria de pulso; 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
• Histórico com anamnese detalhada: perguntar 
ao responsável sobre: o que aconteceu, uso de 
medicação, presença ou ausência de febre, 
presença ou ausência de quadro respiratório, 
quadro alérgico, trauma. 
• Exame físico específico: detalhado. Exame 
neurológico, neste momento, pode avaliar reflexo 
e sensibilidade. 
AVALIAÇÃO TERCIÁRIA 
• Exame laboratoriais; 
• Exames de imagem. 
Base da anamnese + base do exame físico + exames 
complementares (laboratoriais + imagem). 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
• A → abertura de vias aéreas: análise de via 
aérea pérvia, corpo estranho, secreção, ruído 
de obstrução, estridor. 
• B → respiração: Análise da respiração afetiva, 
ausculta do paciente, presença ou ausência de 
ruídos adventícios, saturação, tiragem 
(intercostal, subcostal, fúrcula), sinais de 
desconforto. 
• C → circulação: avaliação de perfusão 
periférica, tempo de enchimento capilar, 
livedo, pulsos (finos, prolongados, cheios - 
normal). 
O principal pulso periférico é o radial, mas no 
lactente também é palpado o pulso pedioso. Ao avaliar 
o tempo do enchimento capilar, comprimea 
mãozinha com o dedo entre 3-4 segundos e avalia o 
retorno da circulação, sendo o ideal até 2 segundos. 
• D → Disfunção: avaliar a resposta, 
responsividade, pupilas, tônus muscular. 
• E → Exposição: análise de lesões, equimoses, 
ferimentos, fratura, trauma. 
O ABCDE é sistematizado e vai por ordem de 
gravidade, ou seja, o que mata primeiro tem que ser 
avaliado primeiro. 
No trauma tem um X antes do ABCDE, porque uma 
lesão vascular ensaguinante (hemorragia) mata antes 
que A. 
 
A – VIA AÉREA 
 
1º foto: Cânula orofaríngea introdução da guedel pra 
rebater a língua. 2º foto: via aérea fechada sem 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências pediátricas – Aula 1 – Avaliação Inicial 
intervenção; 3º foto: abertura da via aérea com uma 
leve extensão da cabeça, utilizando um coxim 
embaixo do ombro. 
Cuidado para não hiperextender, lembrando que a 
criança já tem uma via aérea anteriorizada (usa a 
lâmina reta no laringoscópio). 
B – RESPIRAÇÃO 
Idade Respiração/min 
Lactente (<1 ano) 30-60 
1º infância (1-3 anos) 24-40 
Idade pré-escolar (4-5 anos) 22-34 
Idade escolar (6-12 anos) 18-30 
Adolescente (13-18 anos) 12-16 
A criança tem uma respiração que varia de caordo 
com a idades. Quanto menor a criança, maior a 
frequência respiratória. 
Exemplo: Criança 2 anos de idade, frequência 
respiratória 50-60 → Taquidispneia. 
• RN ou pequenos lactentes até 3 meses → <60ipm. 
• >3 meses – 1 ano → <50 ipm. 
• 1 – 3 anos → <40ipm. 
• Pré-escolar → 30 ipm. 
• Depois → referência de adulto. 
 
Uma parte muito importante na avaliação da 
respiração é a análise se o paciente tem desconforto 
respiratório ou não. Esse desconforto varia a 
gravidade de acordo com o local em que se 
encontra. O grau de desconforto respiratório vai 
piorando à medida que sobe. O primeiro músculo de 
suporte é o diafragma, principalmente no bebê 
(respiração abdominal). Depois, os músculos 
subcostais (tiragem mais frequente nos casos leves 
iniciando quadro moderado) auxiliares, intercostais 
(indica evolução do quadro) e subesternal vão sendo 
convocados, pois o diafragma não está dando conta. 
Ao chegar na tiragem de fúrcula (supraesternal e 
supraclaviular) significa que já passou por toda a 
musculatura acessória inferior até chegar lá em 
cima. Além disso, pode ter a presença de batimento 
da asa do nariz, que é o mais grave de todos. 
Além de identificar a frequência respiratória e a 
presença de desconforto respiratório, é necessário 
monitorizar, avaliar a saturação e auscultar. 
 
Na ausculta já é possível ter algumas pistas de onde 
está a doença, o que ajuda no diagnóstico etiológico, 
analisando a patologia do ponto de vista anatômico. 
• O principal ruído da via aérea superior é o 
estridor (ruido inspiratório presente em 
pacientes com corpo estranho em via aérea, 
edema de glote, obstrução de amígdala, 
abcesso). 
• O principal ruído da via aérea inferior é o sibilo 
(dificuldade na exalação principalmente, mas 
pode estar presente tanto na inspiração quanto 
na expiração – a exemplo dos casos de asma e 
bronquiolite, dependendo do grau de obstrução). 
Quando o paciente tem sibilo inspiratório é mais 
grave, porque começa a ter uma dificuldade na 
entrada de ar. 
• Doença de parênquima pulmonar apresenta 
relação com crépitos, pois o paciente tem um 
preenchimento alveolar, seja um edema agudo, 
pneumonia ou qualquer outra coisa que preencha 
o alvéolo. 
• Na falência cardiorrespiratória a gente tem o 
gemido, que é um importante sinal de gravidade. 
• O ronco é um ruído super inespecífico, podendo 
ser desde via aérea superior até inferior. 
Obviamente, quando o ronco é mais baixo tem um 
ruído diferente, que só o ouvido bem treinado é 
capaz de reconhecer. 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências pediátricas – Aula 1 – Avaliação Inicial 
A respiração abdominal (uso do diafragma pra 
compensar) pode acontecer em qualquer situação 
clínica, tanto em obstrução de via aérea superior 
quanto obstrução de via aérea inferior e doença do 
parênquima pulmonar. Na hora que o sistema 
respiratório precisa compensar pra manter troca 
gasosa adequada, ele utiliza o que tem de músculo. 
DIFERENCIAR: 
Desconforto 
respiratório 
Insuficiência 
respiratória 
Tiragens Sat <92% 
Taquipneia Murmúrio vesicular 
diminuído 
Uso de musculatura 
acessória 
Diminuição de 
consciência 
Irritabilidade Hipotonia 
 Balanço de cabeça 
 Batimento de asa de 
nariz 
 Cianose 
Insuficiência respiratória vai além do desconforto. A 
insuficiência é a incapacidade de manter oxigenação 
e/ou ventilação, onde o organismo não consegue 
atender a demanda metabólica da troca gasosa, 
então o paciente tem hipoxemia ou hipercapnia. 
A falência respiratória é superior a insuficiência, 
tendo comprometimento cardiovascular, sinais de 
gravidade, hipotensão, bradipneia, bradicardia. É 
um estágio pré-parada. 
Desconforto → insuficiência respiratória → 
fadiga/falência → parada cardiorrespiratória. 
Cianose e palidez perioral indica que uma grande 
quantidade de hemoglobina está insaturada. 
• Oximetria de pulso: 
❖ Valores ideias acima 94% (meta); O normal é 
entre 96-98%. 
O GINA traz que as crianças asmáticas >6 anos, 
quando tem a saturação <90%, é sinal de gravidade, 
enquanto que nas crianças menores, 92% já é sinal de 
gravidade. 
❖ Abaixo de 94% já começa a ter hipóxia. 
❖ Abaixo 90% → GRAVIDADE! 
 
C – CIRCULAÇÃO 
 
• Frequência e ritmo cardíacos; 
• Pulsos (periféricos e centrais): choque, pulso 
fino, pulso cheio. É preciso estabelecer a volemia 
(acesso periférico, intraósseo)? 
• Tempo de enchimento capilar; 
• Coloração (Análise da perfusão: livedo) e 
temperatura da pele: quando há uma evolução da 
doença meningocócica é muito comum ter choque 
e equimose. 
• Pressão arterial; 
• Débito urinário: sempre perguntar pra mãe 
quando foi a última vez que a criança urinou e 
olhar se a fralda está seca ou molhada e qual a 
coloração da urina. Isso porque a circulação 
inadequada afeta o rim e o paciente não vai urinar. 
ATENÇÃO 
❖ FC <60bmp: sinal de alerta. Muitas vezes 
reanima (faz massagem) o paciente quando ele 
mantém uma bradicardia, apesar de ter uma boa 
oxigenação, porque se não ela vai parar. 
❖ FC >180bpm: sinal de alerta, porque pode estar 
acontecendo uma taquiarritmia. Nos lactentes o 
ponto de corte é 220 e nas crianças >1ano o 
ponto de corte é 180. 
Observação: Os valores da PaO2 e PaCO2 das 
crianças são os mesmos dos adultos. 
Pulsos centrais Pulsos periféricos 
Femorais Radiais 
Braquiais (bebês <1a) Dorsais do pé 
Carotídeos Tibiais posteriores 
Axilares 
Nos bebês até 1 ano, os 
pulsos braquiais e 
femorais são muito 
utilizados, não sendo 
possível uma boa 
avaliação pelo pulso 
carotídeo (pescoço curto). 
 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências pediátricas – Aula 1 – Avaliação Inicial 
Imagem: indica circulação 
comprometida. Quando 
aperta tem que retornar 
longo igual na palma da mão. 
Idade PAS mínima 
(mmHg) 
Neonatos a termo (0-28 dias) 60 
Bebês (1-12 meses) 70 
Crianças de 1 a 10 anos; 70 + (Idade 
em anos X 2) 
Crianças >10 anos 90 
A tabela representa o percentil 5, ou seja, é a 
pressão mínima sistólica que a criança deve ter para 
sobreviver. Abaixo disso é hipotensão e vai haver 
comprometimento de perfusão cerebral e de 
coronária. 
Na emergência, a pressão diastólica não é utilizada 
como parâmetro para hipotensão. É de extrema 
importância garantir a perfusão de carótida e 
cerebral, pois o coração e o cérebro são os orgaõs 
nobres. Para se ter uma boa perfusão cerebral, é 
necessário débito cardíaco, que é dado pela pressão 
sistólica, a qual perfunde primeiro o coração e o 
cérebro. Se eu não tenho uma boa pressão sistólica, 
eu não tenho uma boa perfusão. 
DÉBITO URINÁRIO 
Débito urinário é parâmetro de choque, porque 
quando em estado de choque, tem baixa pressãode 
perfusão do rim, que acaba por fazer seu mecanismo 
de defesa (contração da arteríola eferente), 
diminuindo o ritmo de filtração e, 
consequentemente, o débito urinário. O rim pode, 
inclusive, fazer uma necrose tubular. 
O comprometimento de perfusão em relação ao 
débito urinário não traduz a gravidade do quadro. 
Isso indica muito mais prognóstico do que gravidade. 
Quanto mais urina, maior é a recuperação renal 
• Normal: 1 a 2 ml/kg/hora; 
• Oligúria (redução do volume urinário): 0,5 a 1 
ml/kg/hora; 
• Anúria (diminuição ou supressão da secreção 
urinária): <0,5 ml/kg/hora. 
 
 
D – DISFUNÇÃO 
SINAIS CLÍNICOS DE PERFUSÃO 
CEREBRAL 
• Nível de consciência; 
• Tônus muscular; 
• Resposta pupilar; 
• Convulsões: significa que o paciente pode estar 
tendo um comprometimento da circulação e da 
perfusão cerebral. 
AVALIAÇÕES CONVENCIONAIS 
• Escala de resposta pediátrica – AVDN: escala 
de Glasgow simplificada. 
• Escala de coma de Glasgow: escala mais 
completa e mais detalhada. 
• Resposta da pupila à luz: dá pistas de onde está 
o comprometimento. 
 
Parâmetro Resposta Pontos 
 
 
 
Abertura 
ocular 
Espontânea 4 
Ao comando verbal 3 
Ao estímulo doloroso 2 
Nenhuma 1 
 
 
 
 
 
 
Resposta 
verbal 
Sons apropriados, sorriso 
social, segue com os olhos 
5 
Choro consolável 4 
Choro inconsolável, 
irritado 
3 
Inquieto, agitado 2 
Nenhuma 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Movimentos intencionais 
espontâneos 
6 
Retirada em flexão à dor 
localizada 
5 
Retirada em flexão 
generalizada 
4 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências pediátricas – Aula 1 – Avaliação Inicial 
Resposta 
motora 
Postura de flexão 
(decorticação) 
3 
Postura de extensão 
(descerebração) 
2 
Nenhuma 1 
E – EXPOSIÇÃO 
• Despir a criança com cuidado; 
• Cuidado com coluna vertebral (colar); 
• Mantê-la o mais confortável possível: se for um 
bebê pequeno, o mais confortável possível é o 
mais perto dos pais. Se não for possível, tem que 
deixar na maca mesmo, principalmente se tiver 
risco de lesão. 
• Avaliar a temperatura. 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
 
• Sinais vitais; Alergias; Medicamentos; 
• Passado médico: Saber se o paciente tem 
histórico de asma, de internação, de cirurgia. 
• Líquidos ingeridos: qual foi a última refeição. 
• Ambiente do evento: O que aconteceu? Como 
aconteceu? Tem febre? Foi um evento súbito 
ou o paciente já vinha doente? 
AVALIAÇÃO TERCIÁRIA 
 
A glicemia deve ser feita lá no ABCDE durante a 
monitorização. Os exames laboratoriais e de 
imagem são pedidos de acordo com a etiologia. 
IDENTIFICAR RISCO DE VIDA 
Medidas dentro do ABCDE que identificam que o 
paciente tem risco de vida e necessitam de uma 
intervenção precoce. 
 
Petéquias purpúricas podem indicar algum quadro de 
hipoxemia ou doença infecciosa. 
INTERVIR 
• Adotar ações apropriadas de acordo com o 
problema identificado; 
• Use a sequência antes e após intervenção. 
OBJETIVOS PRINCIPAIS 
• Como fazer uma abordagem inicial à criança na 
emergência; 
• Realizar uma avaliação sistematizada; 
• Reconhecer os sinais de gravidade; 
• Intervir nos principais problemas 
potencialmente fatais. 
BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS 
❖ Pediatric Advanced Life Support (PALS) – PALS 
Manual 2016; 
❖ Simp1_Reconhecimento das Situações de 
Emergência_Avaliação Pediátrica; 
❖ 2016_Pediatric_Emergent_Urgent. 
ABORDAGEM INICIAL NA EMERGÊNCIA 
PEDIÁTRICA: TBL (TEAM BASED LEARNED) 
CASO CLÍNICO 1 
Paciente do sexo masculino, 3 meses, deu entrada na 
emergência com história de diarreia e vômitos há 2 
dias. Genitora refere que o menor está mais molinho, 
rejeitando o seio materno, com desconforto 
respiratório e tem atraso vacinal. Paciente acabou de 
vomitar em seu consultório. 
Questão 1: Paciente foi direcionado ao Pronto 
Atendimento, ao recepcionar essa criança na sala de 
emergência, você como médico plantonista deve: 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências pediátricas – Aula 1 – Avaliação Inicial 
a) Checar respiração, aspirar via aérea pra retirada 
de restos alimentares após o vômito, antes de 
iniciar ventilação. 
b) Checar o pulso, abrir via aérea e proceder 
intubação. 
c) Monitorizar, checar pulso e iniciar ventilação se 
apneia. 
d) Checar responsividade, checar pulso e iniciar 
RCP se ausência de pulso. 
Ao fazer a avaliação inicial constatando que paciente 
estava respirando, pulso estava presente, 
desconforto respiratório leve, hipoativo, 
desidratado. Ao exame, paciente gemente, com FR 70 
ipm (taquipneia), PA 50X20mmHg (hipotenso). Olhos 
encovados, turgor diminuído, saliva espessa, choro 
sem lágrima, pulsos filiformes. 
Questão 2: Após essa segunda avaliação e com base 
nos seus conhecimentos, assinale qual o próximo 
passo a ser tomado: 
a) O paciente deve ser encaminhado à UTI urgente. 
b) Monitorizar, posicioná-lo de forma a abrir 
adequadamente a via aérea e instalar oxigênio 
a 100%. 
c) Devemos pela gravidade realizar acesso 
intraósseo. 
d) Na sala de emergência deveria ser feito acesso 
central para hidratação vigorosa. 
Questão 3: Quais os prováveis diagnósticos para o 
caso? 
a) Desidratação leve, GECA. 
b) Insuficiência respiratória por sepse de foco 
intestinal. 
c) Choque hipovolêmico por GECA + atraso vacinal. 
d) Desidratação grave por gastroenterite (provável 
rotavírus). 
Gastroenterite → desidratação grave → choque 
hipovolêmico. 
CASO CLÍNICO 2 
Você está no seu primeiro plantão na UPA, após a 
formatura, e chega um garoto de 5 anos com história 
de tosse, febre e cansaço há 3 dias. Teve dois 
episódios de vômitos. 
Questão 1: Na avaliação do A e do B, paciente 
responde aos comandos, mas respira com dificuldade, 
FR 50, Sat)2 85%. Partindo para o C (circulação), o 
que você precisaria avaliar na sequência correta? 
a) Perfusão periférica, pulso e pressão arterial. 
b) Pulso, perfusão periférica e pressão arterial. 
c) Perfusão periférica, pressão arterial e pulso. 
d) Pressão arterial, pulso e perfusão periférica. 
Foi identificado nesta avaliação que paciente estava 
hipocorado, hipoativo, desidratado leve, HGT 90, 
pulsos periféricos filiformes, taquidispneia 
importante. AR: MV rude, crépitos em htx direito e 
ausculta abolida em base direita. TSD, TIC e 
retração de fúrcula. 
Questão 2: Baseado nestes dados iniciais, responda 
qual a sua principal suspeita? 
a) Choque por gastroenterite. 
b) Taquicardia sinusal por desidratação; 
c) Insuficiência respiratória por pneumonia. 
d) Angústia respiratória por bronquite. 
Questão 3: Paciente na sala de emergência e iremos 
iniciar tratamento imediato após identificar o quadro 
clínico. Assinale a sequência correta: 
a) Cabeceira elevada, oxigenoterapia, acessos 
calibrosos, expansão volêmica, coleta de 
hemocultura e antibioticoterapia. 
b) Monitorização, acesso venoso, suporte 
ventilatório invasivo. 
c) Oxigenoterapia, acesso intraósseo e expansão 
volêmica. 
d) Cabeceira elevada, oxigenoterapia e encaminhar 
pra UTI. 
Questão 4: Para complementar o diagnóstico seria 
necessário dar seguimento a avaliação terciária. 
Quais os exames solicitaria? 
a) Hemograma, hemocultura, PCR, USG de tórax. 
b) Hemograma, hemocultura, PCR e USG de abdome. 
c) Hemograma, hemocultura, gasometria, PCR e 
tomografia de tórax. 
d) Hemograma, hemocultura, PCR, Rx de tórax, 
gasometria com lactato.

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