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Comércio de medicamentos Medicamentos Genéricos

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Comércio de medicamentos. 
Medicamentos Genéricos 
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o comércio de medicamentos, regido pela Lei 
no 5.991/73, que é regulamentada pelo Decreto no 74.170, de 10 de junho de 1974, que dispõe 
sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e 
correlatos.
Estudaremos também a Lei no 9.787/99, regulamentada pelo Decreto no 3.181, de 23 de 
setembro de 1999, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico e 
dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar a legislação que regulamenta o controle sanitário do comércio de medicamentos.•
Identificar o medicamento genérico.•
Reconhecer os estabelecimentos que podem fazer a dispensação de medicamentos e as 
regras para Assistência e Responsabilidade Técnica.
•
DESAFIO
Com base nas RDC 71/2009, RDC 47 /2001 e RDC 58/20014, como você poderia 
diferenciar um medicamento referência, genérico e similar equivalente através de sua 
embalagem secundária?
INFOGRÁFICO
Veja a seguir informações sobre as legislações que regem o comércio de medicamentos e 
medicamentos genéricos.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
O Capítulo 3 do livro A regulação de medicamentos no Brasil, é intitulado "Registro de 
medicamentos genéricos e similares" e mostra para você mais detalhes sobre os medicamentos 
genéricos.
Boa leitura.
CYAN
VS Gráfica VS Gráfica
MAG
VS Gráfica
YEL
VS Gráfica
BLACK
Livro inédito e abrangente,
foi elaborado por mais de especialistas da área,
tendo como objetivo sistematizar o conhecimento acumulado
sobre o assunto.
No âmbito da vigilância sanitária, cabe ao sistema regulatório
avaliar os riscos associados à cadeia de produção,
comercialização e consumo dos medicamentos, bem como
desenvolver um conjunto de ações para proteger e promover
a saúde da população. Nesse sentido, a obra fornece aos
estudantes de farmácia e áreas afins, pesquisadores,
profissionais do ramo farmacêutico e da área regulatória não
apenas um compilado de normas, mas um apanhado conciso
e valioso dos aspectos técnicos, científicos e
regulatórios envolvidos.
Didático e objetivo, o texto fornece referencial teórico,
técnico e regulatório sobre as exigências para o registro
sanitário de medicamentos no Brasil.
Ações transversais da regulação de medicamentos, como
inspeção em boas práticas de fabricação, propriedade
intelectual, regulação econômica, publicidade e
fiscalização, entre outros temas, também são
abordadas na obra.
A regulação de medicamentos no
Brasil 60
DESTAQUES
ALLEN, L.V.; POPOVICH, N.G.; ANSEL, H.C.
ANSEL, H.C.; PRINCE, S.J.
ANSEL, H.C.; STOKLOSA, M.J.
AULTON, M.E.
BARREIRO, E.J.; FRAGA, C.A.M.
BAXTER, K.
CORRER, C.J.; OTUKI, M.F.
LARINI, L.
LEE, A.
MASTROIANI, P.C.; VARALLO, F.R. (Organizadores)
NETZ, P.; GONZÁLES ORTEGA, G.
PANDIT, N.K.
RASCATI, K.L.
SINKO, P.J.
TOZER, T.N.; ROWLAND, M.
YANG,Y.; WEST-STRUM, D.
Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos – 9.ed.
Manual de cálculos farmacêuticos
Cálculos farmacêuticos – 12.ed.
Delineamento de formas farmacêuticas – 2.ed.
Química medicinal: as bases moleculares da ação dos fármacos – 2.ed.
Interações medicamentosas de Stockley: referência rápida
A prática farmacêutica na farmácia comunitária
Fármacos e medicamentos
Reações adversas a medicamentos – 2.ed.
Farmacovigilância para promoção do uso correto de medicamentos
Fundamentos de físico-química: uma abordagem conceitual para
as ciências farmacêuticas
Introdução às ciências farmacêuticas
Introdução à farmacoeconomia
Martin: físico-farmácia e ciências farmacêuticas – 5.ed.
Introdução à farmacocinética e à farmacodinâmica: as bases quantitativas
da terapia farmacológica
Compreendendo a farmacoepidemiologia
VIEIRA, F.P.; REDIGUIERI, C.F.; REDIGUIERI, C.F.
A regulação de medicamentos no Brasil
r
R344 A regulação de medicamentos no Brasil [recurso eletrônico] / 
 Organizadoras, Fernanda Pires Vieira, Camila Fracalossi 
 Rediguieri, Carolina Fracalossi Rediguieri. – Dados
 eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2013.
 Editado também como livro impresso em 2013.
 ISBN 978-85-65852-68-5
 1. Farmácia. 2. Medicamentos. 3. Regulação de 
 medicamentos – Brasil. I. Vieira, Fernanda Pires.
 II. Rediguieri, Camila Fracalossi. III. Rediguieri, Carolina 
 Fracalossi.
CDU 615.1
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
REGISTRO DE MEDICAMENTOS 
GENÉRICOS E SIMILARES
Daniela Barros Rocha
Sâmia Rocha de Oliveira Melo
Teresa Amanda Correia Lima Castelo Branco
DEFINIÇÃO
Os medicamentos genéricos são os simi-
lares a um produto de referência ou ino-
vador, que se pretende ser com este inter-
cambiável, geralmente produzidos após a 
expiração ou renúncia da proteção paten-
tária ou de outros direitos de exclusividade, 
sendo comprovadas a efi cácia, segurança e 
qualidade e designados pela denominação 
comum brasileira (DCB) ou, na sua ausên-
cia, pela denominação comum internacio-
nal (DCI).1
Já os medicamentos similares são aque-
les que contêm os mesmos princípios ativos, 
na mesma concentração, forma farmacêutica, 
via de administração, posologia e indicação 
que o medicamento de referência, podendo 
diferir somente em características relativas ao 
tamanho e forma do produto, prazo de va-
lidade, embalagem, rotulagem, excipientes e 
veículos. Devem ser sempre identifi cados por 
nome comercial ou marca.1
A política de medicamentos genéricos foi 
implantada no Brasil em 1999, objetivando 
estimular a concorrência comercial, melhorar 
a qualidade dos medicamentos e facilitar o 
acesso da população ao tratamento medica-
mentoso, uma vez que o medicamento gené-
rico deve obrigatoriamente ser mais barato 
que respectivo medicamento de referência.2
Com a criação dos medicamentos ge-
néricos houve a introdução de conceitos de 
equivalência farmacêutica, bioequivalência, 
bioisenção e sistema de classifi cação biofar-
macêutica.2
A comprovação da equivalência terapêu-
tica entre dois medicamentos se dá por meio 
da comprovação da equivalência farmacêuti-
ca e da bioequivalência, quando aplicável.
Um medicamento genérico ou similar é 
dito equivalente farmacêutico a um medica-
mento de referência se possui mesma forma 
farmacêutica, via de administração e quan-
tidade da mesma substância ativa, isto é, 
mesmo sal ou éster da molécula terapêutica, 
3
00-LIVRO_Vieira.indb 5800-LIVRO_Vieira.indb 58 26/03/2013 13:50:0726/03/2013 13:50:07
Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 59
podendo ou não conter excipientes idênticos, 
desde que bem estabelecidos para a função 
destinada. Medicamento genérico ou similar 
e medicamento de referência devem cumprir 
os mesmos requisitos da monografi a indi-
vidual da Farmacopeia Brasileira preferen-
cialmente ou com os de outros compêndios 
ofi ciais, normas ou regulamentos específi cos 
aprovados/referendados pela Anvisa, ou, na 
ausência desses, com outros padrões de quali-
dade e desempenho. 
Medicamentos genéricos ou similares em 
formas farmacêuticas de liberação modifi cada 
que requerem reservatório ou excesso podem 
conter ou não a mesma quantidade da subs-
tância ativa que o medicamento de referência, 
desde que liberem quantidades idênticas da 
mesma substância ativa em um mesmo inter-
valo posológico.3 Os estudos de equivalência 
farmacêutica são abordados detalhadamente 
no Capítulo 15 – Equivalência farmacêutica.
A bioequivalência é comprovada por me-
dicamentos equivalentes farmacêuticos que, 
ao serem administrados na mesma dose mo-
lar, nas mesmas condições experimentais, não 
apresentam diferenças estatisticamente signi-
fi cativas em relação à biodisponibilidade.4
A bioisenção, por sua vez, é a isenção da 
realização dos estudos de bioequivalência 
ou a substituição destes por outros testes. A 
bioisenção baseia-se, entre outros requisitos, 
naclassifi cação biofarmacêutica que avalia a 
permeabilidade e a solubilidade de fármacos 
e na forma farmacêutica.5 Para obter mais in-
formações acerca desse tópico, ver o Capítulo 
19 – Bioisenção.
MARCO REGULATÓRIO
Quando os medicamentos genéricos foram 
criados no Brasil, o registro de um medica-
mento como similar já existia há mais de vin-
te anos.6
Com a Lei no 9.787, de 10 de fevereiro de 
1999,1 defi niu-se o conceito de medicamento 
similar válido atualmente e apresentou-se a 
defi nição de medicamento genérico com base 
nesse conceito, acrescentando-se a intercam-
bialidade com o medicamento de referência 
apenas para o medicamento genérico. Apesar 
das semelhanças conceituais entre essas duas 
categorias de medicamentos apresentadas 
nessa lei, os requisitos regulatórios para o re-
gistro de medicamentos genéricos e similares 
não progrediram concomitantemente.
Embora para os medicamentos genéricos 
a legislação de registro, publicada seis meses 
após a Lei no 9.787/1999,1 de 1999, já tenha 
contemplado a necessidade de apresentação 
de provas para comprovação da equivalência 
terapêutica entre o medicamento genérico e 
o medicamento de referência,7 a legislação de 
registro de medicamentos similares passou a 
contemplar essas provas de maneira efetiva 
para o registro somente em 2003.8
Ainda em 2003, foi publicada uma reso-
lução para tratar da adequação dos medica-
mentos similares que já estavam registrados 
e disponíveis no mercado, cujo registro havia 
sido concedido sem a apresentação das provas 
de equivalência terapêutica, agora previstas na 
legislação. A Resolução da Diretoria Colegia-
da (RDC) no 134, de 29 de maio de 2003,9 
estabeleceu três prazos para apresentação de 
estudos de bioequivalência para esses medi-
camentos. Para o primeiro grupo de medica-
mentos listados na resolução, o estudo deveria 
ser apresentado no prazo de até um ano e meio 
após a publicação da resolução. Para o segundo 
grupo, de medicamentos antibióticos, antirre-
trovirais e antineoplásicos, os estudos deve-
riam ser apresentados na primeira renovação 
após a publicação da resolução. Finalmente, 
para os demais medicamentos similares regis-
trados, o estudo deveria ser apresentado na se-
gunda renovação após a publicação da resolu-
ção. Assim, espera-se que, em 2013, os estudos 
de bioequivalência de todos os medicamentos 
similares, exceto os de venda sem prescrição 
médica, já tenham sido apresentados.9
00-LIVRO_Vieira.indb 5900-LIVRO_Vieira.indb 59 26/03/2013 13:50:0726/03/2013 13:50:07
60 A regulação de medicamentos no Brasil
Diferentemente dos medicamentos ge-
néricos, os medicamentos similares de venda 
sem prescrição médica ainda continuaram 
isentos da apresentação de estudos de bioe-
quivalência até 2011.10 O prazo de apresenta-
ção desses estudos para os medicamentos si-
milares que já estão registrados é na primeira 
renovação de registro a partir de 30 de junho 
de 2012. Dessa forma, até 2017, todos os si-
milares de venda sem prescrição não isentos 
dos estudos de bioequivalência deverão apre-
sentar o estudo.5
Hoje em dia, já foram apresentadas as 
provas de equivalência terapêutica necessárias 
para a maioria dos medicamentos similares e, 
ao fi nal dos prazos de adequação, as provas de 
equivalência farmacêutica e bioequivalência 
apresentadas para os medicamentos similares 
serão iguais às dos medicamentos genéricos, 
uma vez que os requisitos regulatórios de 
qualidade, segurança e efi cácia para o registro 
são essencialmente os mesmos para as duas 
categorias de medicamentos. Porém, mesmo 
com a apresentação de tais provas, por uma 
questão legal, apenas os medicamentos gené-
ricos são intercambiáveis com o medicamen-
to de referência.
Devido a essa harmonização dos requisi-
tos para o registro de medicamentos genéri-
cos e similares, a tendência é de que as nor-
mas de registro vigentes sejam atualizadas e 
unifi cadas.11
REQUISITOS PARA O REGISTRO
Cada empresa envolvida na fabricação do me-
dicamento deve ter os seguintes documentos:
 • Certificado de boas práticas de fabricação e 
controle emitido pela Anvisa;
 • Certificado de responsabilidade técnica emiti-
do pelo conselho de farmácia da região;
 • Alvará sanitário emitido pela vigilância sanitá-
ria local;
 • Autorização de funcionamento emitida pela 
Anvisa.4,10
Nem todo medicamento pode ser regis-
trado como genérico ou similar. Desde que 
se enquadrem na defi nição e exista um me-
dicamento de referência eleito, podem ser 
registrados como medicamentos genéricos 
ou similares aqueles que não se enquadram 
em outras categorias como, por exemplo, 
medicamentos biológicos, fi toterápicos, es-
pecífi cos.10
Porém, para os medicamentos genéri-
cos ainda existem outras restrições que vêm 
se alterando ao longo do tempo. Até 2007, 
contraceptivos orais e hormônios endógenos 
de uso oral não podiam ser registrados como 
genéricos, o que passou a ser permitido com 
a publicação da Resolução da Diretoria Co-
legiada (RDC) no 16, de março de 2007.4,12
Atualmente, a legislação também especi-
fi ca a impossibilidade de registro como me-
dicamentos genéricos de produtos obtidos 
por biotecnologia, exceto os antibióticos, os 
fungicidas e outros a critério da Anvisa, antis-
sépticos de uso hospitalar, produtos com fi ns 
diagnósticos, contrastes radiológicos, além de 
medicamentos isentos de prescrição médica, 
exceto aqueles listados na norma.4
Com a unifi cação das normas para o re-
gistro de medicamentos genéricos e similares, 
também é provável que essas diferenças entre 
o que pode ser enquadrado como medica-
mento genérico ou similar deixem de existir.11
MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA
O registro do medicamento genérico ou si-
milar é possível apenas com a eleição do me-
dicamento de referência.
De acordo com a Lei no 6.360, de 23 de 
setembro de 1976,6 medicamento de refe-
rência é o produto inovador registrado no 
órgão federal responsável pela vigilância sa-
nitária e comercializado no País, cuja efi cácia, 
segurança e qualidade foram comprovadas 
cientifi camente junto ao órgão federal com-
petente, por ocasião do registro.
00-LIVRO_Vieira.indb 6000-LIVRO_Vieira.indb 60 26/03/2013 13:50:0726/03/2013 13:50:07
Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 61
A lista de medicamentos de referência é 
atualizada periodicamente e está disponível 
no portal eletrônico da Anvisa. Uma vez na 
lista, a comprovação de equivalência terapêu-
tica do medicamento genérico ou similar é 
realizada tendo como referência esse medica-
mento.
A lista é, em regra, constituída por medi-
camentos inovadores que comprovaram efi -
cácia e segurança por meio de estudo clínico. 
Porém, também existe a possibilidade de que 
sejam incluídos na lista medicamentos que 
passaram a se enquadrar como medicamentos 
novos, nos termos da RDC no 134/2003,9 ou 
ainda medicamentos genéricos ou similares, 
em especial quando se verifi ca que o medica-
mento de referência inicialmente eleito não 
mais é comercializado/produzido pela em-
presa detentora do registro.13
Para a escolha de um medicamento ge-
nérico ou similar como medicamento de 
referência, avalia-se a semelhança dos da-
dos farmacocinéticos obtidos no estudo de 
bioequivalência realizado com o medicamen-
to a ser eleito e o antigo medicamento de re-
ferência, utilizando-se, para isso, parâmetros 
como intervalo de confi ança bioestatístico; 
razão entre as áreas sob a curva (ASC) entre 
os medicamentos comparados; concentrações 
máximas (C
máx
) dos medicamentos avaliados 
e sobreposição das curvas farmacocinéti-
cas parciais. Para os medicamentos de ação 
local ou tópica, adicionalmente aos estudos 
de equivalência farmacêutica, a eleição como 
medicamento de referência considera a for-
mulação que mais se assemelha à do antigo 
medicamento de referência.13
Outros critérios, como histórico de noti-
fi cações, queixas em relação ao produto no 
mercado brasileiro e antiguidade do registro 
também, são levados em consideração para a 
escolha de medicamento genéricoe similar 
como medicamento de referência.13
Recentemente a Anvisa iniciou o processo 
de revisão dos medicamentos constantes de 
sua lista de referência, de forma que consta-
rão na lista apenas medicamentos que foram 
avaliados tecnicamente pela área responsável 
quanto aos parâmetros de qualidade, efi cácia 
e segurança e que são considerados padrão-
-ouro para gerar cópias.
EQUIVALÊNCIA TERAPÊUTICA
A formulação em que um fármaco é veicu-
lado e seu processo de produção podem in-
terferir na liberação e, consequentemente, na 
sua efi cácia e na sua segurança. Medicamen-
tos genéricos e similares podem ter excipien-
tes diferentes dos do medicamento de refe-
rência qualitativa e quantitativamente, assim 
como processo produtivo. É por esse motivo 
que deve existir a comprovação de que medi-
camentos genéricos e similares são terapeu-
ticamente equivalentes ao medicamento de 
referência.
O estudo de equivalência farmacêutica 
deve ser apresentado para toda solicitação 
de registro de medicamento genérico ou si-
milar.4,10 Para obter mais informações sobre 
esse estudo, ver Capítulo 15 – Equivalência 
farmacêutica. Os estudos de bioequivalência 
devem ser apresentados dependendo das ca-
racterísticas do fármaco e da forma farmacêu-
tica. O estudo convencional, que compara 
parâmetros farmacocinéticos, é realizado para 
medicamentos de ação sistêmica. Para medi-
camentos de ação local ou nos casos em que 
não é possível a quantifi cação do fármaco na 
corrente sanguínea, são necessários outros ti-
pos de estudos comparativos, como ensaios 
farmacodinâmicos ou ensaios clínicos.5 O 
estudo de bioequivalência é abordado de for-
ma detalhada no Capítulo 17 – Estudos de 
bioequivalência.
PRODUÇÃO
Os estudos de equivalência terapêutica apre-
sentados em um pedido de registro de me-
00-LIVRO_Vieira.indb 6100-LIVRO_Vieira.indb 61 26/03/2013 13:50:0726/03/2013 13:50:07
62 A regulação de medicamentos no Brasil
dicamento genérico ou similar são realizados 
com um lote específi co. Para que os resulta-
dos desse lote possam ser extrapolados para 
os demais lotes do medicamento que serão 
comercializados, é importante que o lote 
testado seja representativo do lote industrial 
proposto e que suas características sejam con-
sistentes e reprodutíveis.
Para avaliação da consistência da formu-
lação e do processo produtivo, a legislação 
vigente preconiza que se apresentem dossiês 
contendo registros de produção (ordem de 
produção, fórmula, processo produtivo, 
equipamentos e controles em processo), re-
gistros de controle de qualidade e estudos de 
estabilidade para três lotes, sendo um deles o 
lote da equivalência terapêutica.4,10
Qualquer alteração de tamanho, processo 
produtivo, equipamentos ou formulação que 
possa ocorrer em lotes subsequentes deve ser 
muito bem controlada, e o impacto dessas al-
terações nas características do medicamento 
deve ser avaliado. A documentação e as pro-
vas mínimas necessárias para essas modifi ca-
ções estão previstas na Resolução da Diretoria 
Colegiada (RDC) no 48, de 6 de outubro de 
200914 (ver Capítulo 12 – Alterações pós-
-registro de medicamentos).
Assim, a melhor situação é aquela em que 
os estudos são realizados no lote fabricado 
em escala industrial. Por esta razão, a legis-
lação solicita que estes sejam realizados com 
lotes industriais sempre que possível, como 
no caso de medicamentos importados ou já 
fabricados em escala industrial no Brasil.4,10 
Porém, por razões econômicas, por vezes tor-
na-se inviável a realização dos estudos em lo-
tes industriais e estes são realizados com lotes-
-piloto. Neste caso, é de extrema importância 
que estes tenham sido fabricados com tama-
nho, processo produtivo e equipamentos que 
representem, da melhor forma possível, os 
dos lotes industriais. Os lotes produzidos em 
escala galênica não são aceitos para fi ns de re-
gistro. Para medicamentos cuja concentração 
do princípio ativo é menor do que 1 mg por 
unidade posológica, não são permitidos lotes-
-piloto com quantitativos diferentes dos lotes 
industriais, a fi m de evitar potenciais proble-
mas com a uniformidade na transposição de 
escala.15
Lote em escala piloto é um lote de produ-
to farmacêutico produzido por um processo 
totalmente representativo e reprodutivo de 
um lote de produção industrial.15 Já os lotes 
de desenvolvimento farmacotécnico, tam-
bém denominados de lotes galênicos ou lotes 
em escala laboratorial, são produzidos com 
a fi nalidade de pesquisa e início do estágio 
de desenvolvimento laboratorial, para dar 
suporte ao desenvolvimento da formulação 
e do acondicionamento ou, ainda, para dar 
suporte aos estudos não clínicos e clínicos, e 
podem ser de tamanhos bem reduzidos.16
Acerca do tamanho mínimo dos lotes-
-piloto, a primeira legislação de genéricos 
estabeleceu um limite mínimo de 100.000 
unidades farmacotécnicas para formas farma-
cêuticas sólidas orais e 10% do tamanho do 
lote industrial para as demais formas farma-
cêuticas. Essa medida visava evitar que os lo-
tes fabricados e submetidos para registro não 
representassem o tamanho verdadeiro do lote 
industrial do mesmo produto a ser fabrica-
do no futuro (ou seja, minimizar o risco de 
que o processo de fabricação dos lotes-piloto 
não seja representativo do processo indus-
trial). Se isto acontecesse, ou seja, se os lotes-
-piloto fabricados para registro não fossem 
representativos do processo industrial, isso 
levaria a problemas de escalonamento (scale 
up), com a necessidade de muitos ajustes que, 
por sua vez, poderia tornar o lote industrial 
muito diferente dos lotes-piloto fabricados 
para registro, os quais tiveram comprovada 
a intercambialidade com um medicamento 
de referência e cujos dossiês de produção e 
controle de qualidade foram submetidos para 
a apreciação da agência reguladora. Assim, se 
não observado esse requisito do tamanho mí-
00-LIVRO_Vieira.indb 6200-LIVRO_Vieira.indb 62 26/03/2013 13:50:0726/03/2013 13:50:07
Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 63
nimo dos lotes-piloto, havia o risco de que o 
estudo de bioequivalência e/ou equivalência 
farmacêutica realizado para o lote-piloto não 
pudesse ser extrapolado para o lote industrial 
de tamanho muito maior.1 A legislação brasi-
leira atual estabelece o tamanho de 10% do 
lote industrial previsto ou a capacidade mí-
nima do equipamento industrial, com uma 
quantidade mínima de 50.000 unidades far-
macotécnicas para sólidos.15
O scale up é uma extrapolação realizada 
por meio de um processo de trabalho que 
permite a mudança de uma escala laborato-
rial de desenvolvimento para uma escala pilo-
to e posteriormente da escala piloto para uma 
escala ampliada de produção (industrial), 
sendo um importante mecanismo de seleção 
de equipamentos e de condições de operação 
industrial. Muitas formulações otimizadas 
em escala laboratorial apresentam alterações 
de suas propriedades quando produzidas na 
planta industrial.17
Diversas alterações no processo de fabri-
cação de um produto podem ser necessárias 
no momento da transposição de escala. Lach-
man e colaboradores18 exemplifi cam isso com 
o processo de transferência de tecnologia na 
produção de comprimidos e de cápsulas de 
lotes laboratoriais para uma produção inter-
mediária e em larga escala, no qual se deve 
considerar cuidadosamente cada fase da ope-
ração. Um processo que recorra ao mesmo 
tipo de equipamento gera resultados diferen-
tes quando o tamanho do equipamento e a 
quantidade do material envolvido aumentam 
signifi cativamente. Em algumas circunstân-
cias, a transposição de escala pode necessitar 
de alterações signifi cativas do processo ao se 
usarem técnicas e equipamentos que são ina-
dequados ou estão indisponíveis no laborató-
rio de desenvolvimento.18
A primeira legislação de registro de me-
dicamentos genéricos também solicitava vali-
dação de processo para os lotes apresentados, 
como forma de evidenciar que o processo 
conduziria a um produto de forma consis-
tente, de acordo comas especifi cações pre-
defi nidas e as características de qualidade.7 
Atualmente, apresentar a documentação de 
validação de processo não é requisito para a 
submissão no processo de registro e a docu-
mentação relacionada à validação de processo 
é avaliada no ato de concessão do certifi cado 
de boas práticas de fabricação da empresa.
Porém, nesta ocasião, a avaliação é feita 
para alguns produtos, de forma amostral, 
sendo que a validação de processo para cada 
medicamento fabricado deve estar ligada ao 
registro.
Assim, a fabricação de lotes-piloto repre-
sentativos, o monitoramento da qualidade do 
processo produtivo, a avaliação do impacto 
de ajustes ou alterações e a validação do pro-
cesso produtivo são necessários para garantir 
que a comprovação de qualidade, segurança 
e efi cácia do medicamento apresentada para 
o registro seja mantida para os demais lotes.
FORMULAÇÃO
Na documentação de registro, deve ser apre-
sentada a descrição de cada componente da 
fórmula do medicamento, com indicação de 
sua função e respectiva referência das meto-
dologias analíticas de controle de qualidade. 
A fórmula do lote que foi submetido aos es-
tudos de equivalência terapêutica será a refe-
rência para a defi nição das provas necessárias 
quando se solicita o registro de diferentes con-
centrações do medicamento. Caso as demais 
formulações com concentrações diferentes 
sejam proporcionais à submetida ao estudo 
in vivo, estas podem ser isentas de apresen-
tação de bioequivalência, se demonstrada 
semelhança entre os perfi s de dissolução. As 
fórmulas são consideradas proporcionais se 
todos os seus componentes estão na mesma 
proporção ou se a razão entre os excipientes e 
o peso total da formulação estiver dentro dos 
limites para alteração moderada de excipien-
00-LIVRO_Vieira.indb 6300-LIVRO_Vieira.indb 63 26/03/2013 13:50:0826/03/2013 13:50:08
64 A regulação de medicamentos no Brasil
tes estabelecidos na RDC no 48/2009 (ver 
Capítulo 19 – Bioisenção).4,5,10
A fórmula qualitativa de medicamento-
-teste e de referência deve constar nas bulas 
desses produtos. Porém, sua fórmula quanti-
tativa e o processo produtivo não são infor-
mações de conhecimento público.
A empresa fabricante do medicamento 
genérico ou similar deve ser extremamente 
cuidadosa ao escolher excipientes diferentes 
dos do medicamento de referência, pois es-
tes podem limitar o uso do medicamento por 
certas populações, como, por exemplo, medi-
camentos que contêm sacarose e etanol para 
pacientes diabéticos e pediátricos, respectiva-
mente.
Além disso, o medicamento pode deixar 
de ser isento de apresentação de provas de 
bioequivalência se utilizar excipientes dife-
rentes, como nos casos de medicamentos de 
aplicação tópica que não contêm excipientes 
de mesma função que os do medicamento 
de referência, uma vez que esses excipientes 
interferem na liberação e na permeação do 
medicamento. Outro exemplo são as soluções 
aquosas de uso oral: a presença ou não de ex-
cipientes que afetam a biodisponibilidade do 
fármaco nas fórmulas dos medicamentos de 
referência ou dos medicamentos genéricos e 
similares pode tornar necessária a apresenta-
ção de estudos de bioequivalência.5
Dessa forma, quanto mais próxima a for-
mulação do genérico ou do similar da fórmu-
la do medicamento de referência, mais segura 
será a comprovação de sua equivalência tera-
pêutica, principalmente para os medicamen-
tos isentos de apresentação de provas in vivo.
As informações sobre o desenvolvi-
mento do medicamento são críticas para 
a avaliação da formulação proposta, bem 
como das especifi cações, métodos e proces-
so produtivo adotados. Nesse sentido, é de 
extrema importância a participação ativa 
da equipe de pesquisa e desenvolvimento 
(P&D) no setor farmacêutico. Para obter 
mais informações sobre o desenvolvimento 
de produtos, ver Capítulo 13 – Desenvol-
vimento de produtos.
FÁRMACO
Atualmente, no registro de medicamentos 
genéricos, são permitidos no máximo três di-
ferentes fabricantes do princípio ativo. Essa 
restrição não existe para medicamentos simi-
lares.4,10 Na revisão das normas de registro, o 
mesmo critério deve ser adotado para as duas 
categorias de medicamentos.11
As informações do fabricante do fármaco 
apresentadas para o registro devem incluir os 
dados gerais e o endereço de fabricação do 
fármaco, a rota de síntese, com descrição das 
moléculas intermediárias e solventes utili-
zados. Outras informações relevantes são as 
propriedades físico-químicas do fármaco, 
incluindo descrição física, pKa, polimorfi s-
mo, solubilidade em água, higroscopicidade, 
ponto de fusão e coefi ciente de partição, bem 
como os dados de caracterização e estabilida-
de do fármaco.
Além disso, devem ser apresentadas des-
crições dos métodos analíticos, especifi cações 
e laudos com resultados do controle de quali-
dade realizado tanto pela empresa que fabrica 
o fármaco quanto pela empresa fabricante 
do medicamento. É imprescindível que o fa-
bricante do medicamento realize também o 
controle de qualidade do fármaco que adqui-
re do fornecedor. O controle deve incluir a 
quantifi cação e os limites dos principais con-
taminantes presentes.4,10
Os métodos utilizados para o controle de 
qualidade do fármaco podem constar em mo-
nografi a ofi cial reconhecida pela Anvisa (de-
fi nidas na Resolução da Diretoria Colegiada 
(RDC) no 37, de 6 de julho de 200919) ou 
método interno. Neste último caso, deve-se 
apresentar também a validação dos métodos 
analíticos conforme o Guia para validação de 
métodos analíticos e bioanalíticos.20
00-LIVRO_Vieira.indb 6400-LIVRO_Vieira.indb 64 26/03/2013 13:50:0826/03/2013 13:50:08
Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 65
Há fármacos em que apenas um isôme-
ro ou uma estrutura cristalina é responsável 
pela atividade terapêutica. Consequente-
mente, para fármacos que apresentam qui-
ralidade, devem-se apresentar dados sobre os 
teores dos estereoisômeros, cuja proporção 
possa comprometer a efi cácia e a segurança 
do medicamento, e descrição dos testes para 
identifi cação e determinação dos estereoisô-
meros.4,10
Em relação à forma polimórfi ca, atual-
mente não existe regulamentação nacional 
sobre essa questão, e são seguidos os enten-
dimentos adotados internacionalmente em 
farmacopeias e guias. Como regra geral, não 
é obrigatório que se utilize para o medica-
mento genérico ou similar a mesma forma 
polimórfi ca do medicamento de referência. 
Porém, as demonstrações de qualidade, es-
tabilidade e bioequivalência são evidências 
necessárias para comprovação de que a forma 
polimórfi ca é viável. Uma vez garantida a sua 
viabilidade, a empresa detentora do registro 
deverá garantir sempre a aquisição da mesma 
forma polimórfi ca avaliada e aprovada no ato 
do registro do medicamento.
Formas polimórfi cas são as diversas for-
mas cristalinas que a molécula do fármaco 
pode apresentar. Diferem em sua estrutura 
interna no estado sólido, mas não na estru-
tura química.
A forma polimórfi ca é determinada prin-
cipalmente pela rota de síntese do fármaco. 
Em regra, quando o fármaco possui mais de 
uma forma cristalina, a presença majoritária 
de uma ou de outra dependerá do solvente 
utilizado na última etapa de sua rota de sínte-
se. As condições de umidade, temperatura e 
pressão também podem favorecer a formação 
de um ou outro polimorfo.21
Diferentes formas polimórfi cas de um 
fármaco podem ter diferentes propriedades 
físico-químicas, incluindo ponto de fusão, 
reatividade química, solubilidade aparente, 
dissolução, propriedades óticas e mecânicas, 
pressão de vapor, densidade. Essas proprieda-
des podem ter efeito direto na fabricação ou 
no processamento do medicamento, como 
comportamento durante a compressão, assim 
como na estabilidade, na dissolução e na bio-
disponibilidade do medicamento, podendo 
comprometer a qualidade, a segurança e a 
efi cácia.22
As diferenças na solubilidade podem ter 
impacto signifi cativo na absorção do fárma-
co no tratogastrintestinal, o que pode causar 
tanto inefi cácia terapêutica quanto proble-
mas de mais intensa toxicidade associados 
a fármacos de janela terapêutica estreita. 
Problemas quanto à utilização de diferentes 
formas polimórfi cas são abordados por Lee e 
colaboradores.23
Assim, é importante que a forma poli-
mórfi ca utilizada na fabricação do lote que 
comprovou qualidade, bioequivalência e es-
tabilidade seja mantida e que esta se mante-
nha estável no processo produtivo e ao longo 
do tempo, sendo que a possibilidade de tran-
sição da forma polimórfi ca durante o proces-
so produtivo e o estudo de estabilidade deve 
ser considerada.
CONTROLE DE QUALIDADE
DO PRODUTO ACABADO
Para o medicamento, também se deve apre-
sentar, no processo de registro, os certifi cados 
das análises realizadas com os três lotes apre-
sentados. Os métodos utilizados devem ter seu 
procedimento e as especifi cações devidamen-
te descritos. Ainda, deve-se enviar validação 
completa para os casos em que não há mono-
grafi a ofi cial para o produto acabado.4,10,20
Os testes mínimos exigidos para o con-
trole de qualidade de cada produto devem ser 
fundamentados nas características do fárma-
co ou da formulação, na via de administra-
ção e na posologia do produto. Por exemplo, 
para suspensões intravenosas e oftálmicas, é 
necessário, além de outros testes, o contro-
00-LIVRO_Vieira.indb 6500-LIVRO_Vieira.indb 65 26/03/2013 13:50:0826/03/2013 13:50:08
66 A regulação de medicamentos no Brasil
le do tamanho de partículas e o controle da 
esterilidade do produto. Outro exemplo são 
comprimidos que podem ser partidos. Partir 
comprimidos é uma situação que deve ser evi-
tada sempre que possível. Porém, há situações 
de posologias especiais em que esta prática é 
utilizada. Nestes casos, devem ser realizados 
testes que avaliam a qualidade de cada par-
te. O Capítulo 26 – Ensaios de controle de 
qualidade aplicados às formas farmacêuticas, 
trata dos ensaios necessários para cada forma 
farmacêutica.
ESTUDOS DE ESTABILIDADE
A estabilidade farmacêutica é a capacidade 
que o produto farmacêutico tem de manter 
suas propriedades físico-químicas, microbio-
lógicas e biofarmacêuticas dentro dos limites 
especifi cados durante todo o prazo de vali-
dade. O estudo de estabilidade deve conter 
testes para avaliar os atributos que podem se 
alterar ao longo do tempo: físicos, químicos, 
microbiológicos, efi cácia de conservante e 
testes funcionais ou de desempenho.24
A estabilidade do medicamento depen-
de de fatores ambientais, como temperatu-
ra, umidade e luz, e de outros relacionados 
ao próprio produto, como propriedades 
físicas e químicas de substâncias ativas e 
excipientes farmacêuticos, forma farma-
cêutica e sua composição, processo de fa-
bricação, tipo e propriedades dos materiais 
de embalagem.24
O prazo de validade é defi nido pelo estu-
do de estabilidade de longa duração. Porém, 
para fi ns de registro, poderá ser concedido 
prazo de validade provisório de até 24 meses, 
desde que seja apresentado estudo de estabi-
lidade realizado nas condições de longa du-
ração de 12 meses ou estudo de estabilidade 
acelerado realizado por seis meses, e que esse 
estudo esteja acompanhado dos resultados 
preliminares dos respectivos primeiros seis 
meses do estudo de longa duração. O prazo 
de validade deve ser confi rmado mediante 
a apresentação de estudo de estabilidade de 
longa duração de 24 meses, e os resultados 
fora das especifi cações devem ser reportados 
à Anvisa.25 Quando se deseja obter um pra-
zo de validade superior a 24 meses, deve-se 
apresentar estudo de estabilidade de longa 
duração concluído, contemplando o prazo de 
validade estabelecido.25 Para realizar o regis-
tro, devem-se apresentar resultados do estudo 
de estabilidade referentes a três lotes do me-
dicamento. Estes devem preferencialmente 
ser os lotes para os quais foram apresentados 
dossiês de produção, sendo um deles o lote 
da equivalência terapêutica. Também é reco-
mendável que, quando possível, sejam utili-
zados diferentes lotes do fármaco.24,25
Quando há mais de uma concentração ou 
volume para o medicamento, é permitida a 
utilização de modelos reduzidos de plano de 
estudo de estabilidade, matrização ou agru-
pamento, com base no Plano de estudo de esta-
bilidade reduzido de medicamentos disponível 
no portal da Anvisa.25
Os estudos de estabilidade devem ser con-
duzidos na embalagem primária do medica-
mento, por representar o “pior caso”, consi-
derando que, durante o uso, o medicamento 
pode ser retirado da embalagem secundária. 
Estudos de fotoestabilidade também devem 
ser apresentados para comprovar a estabilida-
de do medicamento exposto à luz.
Ainda se devem realizar estudos de es-
tabilidade em uso para prover informações 
sobre estabilidade de medicamentos após 
serem abertos, reconstituídos ou solubiliza-
dos, sendo que neste se deve simular o uso 
do medicamento na prática.24 Para obter mais 
informações acerca desse tópico, ver Capítulo 
13 – Desenvolvimento de produtos.
EMBALAGEM
Para as embalagens e os acessórios dosadores, 
devem ser apresentadas as especifi cações e os 
00-LIVRO_Vieira.indb 6600-LIVRO_Vieira.indb 66 26/03/2013 13:50:0826/03/2013 13:50:08
Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 67
métodos analíticos utilizados para controle 
de sua qualidade.
O controle de qualidade das embala-
gens deve seguir requisitos farmacopeicos, 
quando existentes, e os padrões de quali-
dade aplicáveis. Atenção especial deve ser 
dada nos casos de embalagens de medica-
mentos injetáveis, em relação a requisitos 
físicos, microbiológicos e químicos, como, 
por exemplo, a possibilidade de extração de 
componentes da embalagem para o medi-
camento e de adsorção do fármaco na em-
balagem.
O medicamento genérico ou similar deve 
ter a quantidade de acessórios dosadores ne-
cessária para o tratamento completo. Assim, 
por exemplo, no caso de cremes vaginais, cuja 
posologia prevê o tratamento completo du-
rante uma semana, devem ser fornecidos sete 
aplicadores.
BULA
As bulas e os rótulos são instrumentos de 
informação sobre medicamentos dirigi-
dos aos pacientes, aos dispensadores e aos 
prescritores.26 Esse assunto é abordado de 
forma detalhada no Capítulo 28 – Bula e 
rótulos.
Uma vez que os medicamentos genéri-
cos e similares são registrados por meio da 
comprovação de que são equivalentes a um 
medicamento de referência, indicações tera-
pêuticas, posologia, reações adversas, con-
traindicações, restrição de venda e demais 
informações de bula devem estar de acordo e 
não podem ser inferiores às do medicamento 
de referência, sendo que a Anvisa pode exigir 
a complementação de dados sempre que hou-
ver recomendação técnica.4,10,27
Por exemplo, a presença de excipientes di-
ferentes entre o medicamento de referência e 
o medicamento genérico e similar pode gerar
a necessidade de advertências diferentes nas
bulas e nas rotulagens de um e outro.
ROTULAGEM
A rotulagem de medicamentos genéricos 
deve seguir um padrão visual estabelecido, 
que visa à fácil identifi cação destes pelos con-
sumidores, incluindo a frase “Medicamento 
genérico Lei no 9.787/1999”1 e o logotipo 
que os identifi ca impresso dentro de uma fai-
xa amarela. O logotipo consiste em uma letra 
“G” estilizada, e as palavras “Medicamento 
Genérico” são escritas na cor azul e inseridas 
em um retângulo amarelo.28 Já a rotulagem 
dos medicamentos similares não apresenta 
peculiaridades em relação à rotulagem dos 
demais medicamentos.28
 
00-LIVRO_Vieira.indb 6700-LIVRO_Vieira.indb 67 26/03/2013 13:50:0826/03/2013 13:50:08
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Veja no vídeo informações sobre o comércio de medicamentos e sobre medicamentos 
genéricos.
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EXERCÍCIOS
1) Segundo a Lei no 5.991, de 17 de dezembro de 1973,que dispõe sobre o controle 
sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, 
e dá outras providências, a dispensação de medicamentos é privativa apenas de: 
A) Farmácia; drogaria; posto de medicamento e unidade volante e dispensário de 
medicamentos.
B) Farmácia e drogaria.
C) Farmácia; drogaria; posto de medicamento e unidade volante.
D) Farmácia; drogaria e dispensário de medicamentos.
E) Farmácia; drogaria e postos de medicamentos.
2) Segundo a Lei no 5.991, de 17 de dezembro de 1973, é INCORRETO afirmar que: 
A) A farmácia homeopática só poderá manipular fórmulas oficinais e magistrais, obedecida a 
farmacotécnica homeopática.
É permitido às farmácias homeopáticas manter seções de vendas de correlatos e de B) 
medicamentos não homeopáticos quando apresentados em suas embalagens originais.
C) Nas localidades desprovidas de farmácia, poderá ser autorizado o funcionamento de posto 
de medicamentos homeopáticos ou a dispensação dos produtos em farmácia alopática.
D) Não dependerá de receita médica a dispensação de medicamentos homeopáticos.
E) Somente será permitido o funcionamento de farmácia e drogaria sem a assistência do 
técnico responsável, ou de seu substituto, pelo prazo de até trinta dias.
3) Assinale a alternativa CORRETA, segundo a lei no 5991 de 1973: 
A) Para atendimento exclusivo a seus usuários, os estabelecimentos hoteleiros e similares 
poderão dispor de medicamentos anódinos.
B) A dispensação de plantas medicinais é privativa das farmácias, observados o 
acondicionamento adequado e classificação botânica.
C) Posto de medicamentos é um setor de fornecimento de medicamentos industrializados, 
privativo de pequena unidade hospitalar ou equivalente.
D) Drogaria - estabelecimento de manipulação, dispensação e comércio de drogas, 
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos.
E) Dispensário de medicamentos é um setor de dispensação e comércio de drogas, 
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais.
4) Assinale a alternativa CORRETA, segundo a lei no 9787 de 1999 que dispõe sobre a 
vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de 
nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências: 
A) Denominação Comum Brasileira (DCB) - denominação do fármaco ou princípio 
farmacologicamente ativo recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
B) Produto Farmacêutico Intercambiável – equivalente terapêutico de um medicamento 
genérico, comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e segurança.
C) Medicamento de Referência – produto inovador registrado no órgão federal responsável 
pela vigilância sanitária e comercializado no país, cuja eficácia, segurança e qualidade 
foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do 
registro.
D) Nas aquisições de medicamentos a que se refere o caput deste artigo, o medicamento de 
referência, quando houver, terá preferência sobre os demais em condições de igualdade de 
preço.
E) Biodisponibilidade consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos 
apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e 
quantitativa de princípio(s) ativo(s).
5) Segundo a Lei no 13021, de 08 de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício e a 
fiscalização das atividades farmacêuticas e a Lei no 5.991, de 17 de dezembro de 
1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, 
insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
A) A farmácia e a drogaria deverão ter a presença de farmacêutico responsável durante todo o 
seu horário de funcionamento.
B) A farmácia e a drogaria poderão manter técnico responsável substituto para os casos de 
impedimento ou ausência do titular.
A cada farmacêutico será permitido exercer a direção técnica de, no máximo, duas C) 
farmácias, sendo uma comercial e uma hospitalar.
D) Para o funcionamento das farmácias de qualquer natureza, exige-se ter localização 
conveniente, sob o aspecto sanitário.
E) A farmácia poderá manter laboratório de análises clínicas nas mesmas dependências.
NA PRÁTICA
Um cliente chega em uma farmácia com uma receita de medicamento de Referência, 
porém, ele achou o preço do medicamento muito alto e solicitou auxílio do Farmacêutico 
Diretor Técnico, Responsável Técnico pela Farmácia.
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Medicamento genérico
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Medicamentos genéricos no Brasil: panorama histórico e legislação
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