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ELOISA DE ALMEIDA, TXX TÉCNICA OPERATÓRIA INSTRUMENTAL, MESA E FIOS CIRÚRGICOS INSTRUMENTAL CIRÚRGICO • Usamos os termos “instrumento” para denominar cada peça, em particular, e “instrumental” para o conjunto das peças; • Cirurgias especificas terão instrumentos específicos. TIPOS DE INSTRUMENTOS • Diérese: solução de continuidade; • Hemostasia: controle de vasos sangrantes; • Preensão: segurar e suspender vísceras/órgãos; • Separação: para afastar estruturas; • Síntese: união de estruturas e fechamento; • Especiais: tempos específicos de determinadas operações. DIÉRESE • Por diérese, entendemos serem as manobras cirúrgicas que dividem os tecidos; BISTURI • Bisturi clássico = escapelo ou bisturi de lâmina fixa → pouco usado nos dias de hoje; • Hoje: cabos de bisturi que utilizam lâmina descartável; • Os mais usados são: • AN – 019; • AN – 020. LÂMINAS • Diversos tipos e tamanhos; • Denominadas por números • Os mais usados: 11 e 15 (bisturi 3), 23 e 24 (bisturi 4). TESOURAS • Separam os tecidos por esmagamento → os tecidos são esmagados entre as lâminas que as compõe; • Quanto mais afiada e mais próximas as lâminas estiverem → mais fácil de separar os tecidos; • Na hora de cortar, tem que se fazer de maneira adequada → pegar a tesoura de uma forma que se consiga fazer uma pressão para que ↑ a aera de contato entre as lâminas da tesoura (evita que o fio entre no meio das lâminas e não consiga ser cortado); • MAYO • Usada para tecidos mais grosseiro (fáscia e músculos) e fios; • Pode ser chamada de “tesoura de fio”; • Pode ser: romba, ponta fina e semi- romba. • METZEMBAUM • Diérese mais delicada de tecidos; • É mais longa e fina; • NÃO utilizar para cortar fios; • Utilizada em cavidades → alcançando estruturas mais profundas. HEMOSTASIA • Hemostasia temporária: durante a cirurgia, onde você não vai parar de forma definitiva, com o uso de instrumentos; • Hemostasia permanente: não usa instrumentos temporários → ligaduras, cauterizações; • Pinças hemostáticas → Instrumentos preensores, dotados de travas. PINÇA DE CRILE • Possuem ranhuras transversais em toda a sua extensão de prensa; • Pinça mais delicada; • Útil para estruturas mais grosseiras, onde a sensibilidade é maior. • Útil também no pinçamento de pedículos. ELOISA DE ALMEIDA, TXX PINÇA DE KELLY • Semelhante em quase tudo com a Crile, com exceção das ranhuras → ocupam 2/3 da parte preensora. • Utilizada em estruturas mais delicadas e menores (mais especificas). PINÇA DE HALSTED • “Pinça de Crile”, mas pequena; • Possui ramos preensores delicados; • Pinçamento de vasos de menor calibre → precisão. PINÇA DE KOCHER • Semelhante a pinça de Crile, porém possui um “dente de rato” em sua extremidade; • Alta capacidade de prensa; • Tecidos grosseiros e fáscias; • Muito traumática. PINÇA DE CAMPO/BAKCHAUS • Finalidade de fixar os panos de campo, fenestrados ou não, à pele do paciente; • Pode possuir uma ponta pérfuro ou não; • Impede mudança de posição e contaminação. SÍNTESE • São responsáveis pelas manobras de fechamento de uma ferida cirúrgica → suturas. PORTA-AGULHA • MAYO-HEGAR • É semelhante as pinças hemostáticas clássicas; • É preso aos dedos pelos anéis presentes em suas hastes e possui uma cremalheira para travamento – pressão progressiva; • Parte preensora: + curta, + larga, com ranhuras e uma fenda central no sentido longitudinal → ↑ imobilização da agulha. • MATHIEU • Não possui anéis em suas hastes; • Possui uma mola em forma de lâmina que une as suas hastes → sempre aberto; • Utilizados presos à palma da mão; • Indicado para sutura de estruturas que oferecem pouca resistência à passagem da agulha; • Tecidos mais delicados, principalmente na cirurgia plástica. • OLSEN-HEGAR • Reúne, em um único instrumento, as funções de porta-agulha + tesoura; • Abaixo da porção que prende a agulha, há lâmina que cortam os fios; • Durante a confecção do nó, o fio pode se interpor às lâminas, sendo cortado de forma acidental → motivo pelo qual não é muito usado. ELOISA DE ALMEIDA, TXX • GILLIES • Possui anéis assimétricos em suas hastes: o + longa para do dedo anelar; o + curta para o polegar. • Não possui cremalheira para travar as hastes; • Vantagem de não ter cremalheira: para tecidos muito delicados, quando você faz o movimento de abrir a cremalheira pode rasgar o tecido • Utilizado para suturas com agulhas pequenas e tecidos mais brandos e delicados. AGULHAS • As agulhas cirúrgicas clássicas têm as formas de segmentos de circunferência (1/4, 3/8, ½ e 5/8). PINÇAS ESPECIAIS PINÇA DE FOSTER • Pinça “coração”; • Utilizadas para colecistectomia (pinçar vesícula). PINÇA DE ALLIS • Pinçar tecidos e na paraidectomia (pinças glândulas parótidas); • Traumática, mas menos que a Kosher. PINÇA BABCOCK • Atraumática; • Utilizada para pinçar as alças intestinais. PINÇA DE DOYEN • Atraumática; • Utilizada para pinçar intestino. INSTRUMENTOS AUXILIARES • Não interfere diretamente na ação, apenas cria condições propicias para a atuação de outros instrumentos; AFASTADOR DE FARABEUF • Utilizado em cirurgia de cabeça e pescoço, tireoidectomia, esvaziamento cervical e traqueostomia. AFASTADOR DE VOLKMAN • Ponta formada por várias garras; • Realiza um afastamento mais delicado; • Utilizado me cirurgias de cabeça e pescoço. ELOISA DE ALMEIDA, TXX AFASTADOR DE FINOCHIETTO • Afastamento dos arcos costais; • Utilizado em cirurgias cardíacas e torácicas. AFASTADOR DE GOSSET • Afastamento das paredes abdominais; • Utilizado em cirurgias abdominais, histerectomias, colicistectomias, laparotomias exploratórias. PINÇAS ANATÔMICAS/ADSON • Pode ser a anatômica dente de rato ou sem. MESA CIRÚRGICA • Cada profissional pode possuir o seu. Contudo, ele precisa saber onde estará – de forma precisa – os instrumentos que o cirurgião solicitar; • Realizar a contagem dos instrumentos no inicio e no final da cirurgia; • Contar TUDO, desde gases, fios, instrumentos etc; • A montagem depende do lado que o cirurgião ficará: • Cirurgião do lado DIREITO: instrumentador fica do lado esquerdo; • Cirurgião do lado ESQUERDO: instrumentador do lado direito. FIOS CIRÚRGICOS • Características de um fio ideal → NÃO existe • Resistência a tração e torção; • Calibre fino; • Mole, flexível e pouco elástico; • Promove pouca reação tecidual ou nenhuma; • Baixo custo. • A escolha do fio vai depender da cirurgia e do tecido. CLASSIFICAÇÃO DO FIO ESTRUTURA 1. MONOFILAMENTRAR • Um único filamento → menos maleável; • Ex: categute simples e cromado, nylon, polidioxanona, policapron; • Memória maior; • Apresentam ↓ potencial para o desenvolvimento de infecções; • Podem ser enfraquecidos pela pinça cirúrgica ou por outros instrumentos; • Exigem manipulação cuidadosa. 2. MULTIFILAMENTAR • Múltiplos filamentos torcidos ou trançados entre si; • Podem ter microrganismos entre os seus filamentos, causando uma infecção; • Mais flexibilidade e de fácil manuseio; • São mais traumatizantes e ásperos ao passarem pela tecido → arrasto tecidual; • Tendem a ser mais vulneráveis à força de cisalhamento → ruptura. ABDORÇÃO 1. ABSORVÍVEIS • Origem animal: categute simples e cromado; • Origem sintética: ác. poliglicólico e poliglactino (vicryl, dexon). 2. NÃO ABSORVÍVEIS • Origem orgânica: seda; • Origem vegetal: algodão; • Origem sintética: nylon, polipropileno poliéster; ELOISA DE ALMEIDA, TXX • Origem metálica: prata, cobre, aço, aço vitálico, agrafes ou clips de Michel. DIÂMETRO DO FIO • Determinado em milímetro e expresso em zeros; • Quanto ↓ o calibre, ↑ o número de 0; • Menor calibre:n° 12-0 (diâmetro 0,001 a 0,01 mm); • Maior calibre: n° 3 (diâmetro 0,6 a 0,8 mm); • Fios mais finos → tecidos mais delicados e em locais sem tensão; • Fios mais grossos → tecidos mais grosseiros ou com mais tensão. DEFINIÇÃO DE MEMÓRIA • Capacidade inerente de um material para retornar a sua forma original depois de manuseado e deformado; • Quanto ↑ a memoria de um fio → + rígido, + difícil o manuseio e – seguro. FIO ABSORVÍVEL CATGUT SIMPLES • Material natural; • Composição: • Serosa de intestino bovino; • Submucosa de intestino de ovino. • Força tênsil: 7 – 10 dias; • Absorção: 70 dias. CATGUT CROMADO • Material natural; • Composição: • Serosa de intestino bovino; • Submucosa de intestino de ovino. • Força tênsil: 21 – 28 dias; • Absorção: 90 dias. CAPROFYL • Material sintético; • Composição: Poliglecaprone 25 (copolímero de glicolida e caprolactona); • Força tênsil: 21 dias; • Absorção: 91 – 119 dias. VICRYL • Material sintético; • Composição: Poliglactina 910, coberta com Poligalactina 370 + estearato de cálcio; • Força tênsil: 28 dias; • Absorção: 56 – 70 dias. INABSORVÍVEL MONONYLON • Material sintético; • Composição: fibras de linho; • Força tênsil: perde 20% ao ano. PROLENE • Material sintético; • Composição: polipropileno; • Força tênsil: permanente. SEDA • Material natural; • Composição: casulo do bicho-da-seda (70% proteínas + 30% goma) – fibroína (proteína orgânica); • Força tênsil: 1 ano.
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