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Síndrome de Beckwith-Wiedemann 1 👅 Síndrome de Beckwith- Wiedemann Síndrome de crescimento excessivo, caracterizada por visceromegalia, macroglossia, onfalocele e hipoglicemia hiperinsulinêmica, além de predisposição para desenvolvimento tumoral. Epidemiologia 1:10.000 a 1:14.000 Sem preferência por sexo ou etnia (exceção: gêmeos monozigóticos feminino>masculino) Risco aumentado de 4 a 10 vezes em caso de inseminação artificial Os fenótipos mais suaves, muitas vezes, podem não ser determinados Aspectos genéticos Herança autossômica dominante. Mutações de novo: 85% dos casos. Transmissão familiar: 15% dos casos Síndrome de Beckwith-Wiedemann 2 Alterações genéticas e epigenéticas nos centros de regulação → Expressão parental diferente do esperado A desregulação da expressão de genes susceptíveis à imprinting na região do cromossomo 11p15.5 pode resultar no fenótipo BWS Causas: IC2, LIT1, KvDMR → Metilação materna dos fatores de não crescimento (50%) → Crescimento IC1, H19DMR → Não metilação materna dos fatores de crescimento (5%) → Crescimento Isodissomia Uniparental Paterna (Pupd11) → Metilação materna e paterna dos fatores de não crescimento e não metilação dos fatores de crescimento (20%) → Crescimento Alterações em outras regiões genéticas podem resultar na síndrome, devido a essas regiões possuírem efeitos moduladores sobre o gene 11p15.5 ou sofre fatores relacionados/expressos por esse gene: NALP2 no Cromossomo 19; Grande deleção no Cromossomo 7 → GRB10 Deleção do Cromossomo 18q A configuração dos alelos/genes maternos é responsável por promover a inibição do crescimento, enquanto que a configuração dos alelos paternos é responsável por promover o crescimento. Síndrome de Beckwith-Wiedemann 3 Os genes BWS críticos nessa região incluem: Domínio 1 → Telomérico → Regulado por IC1 IGF2 → é de expressão paterna e é um fator de crescimento fetal Quando não está expresso é considerado um importante fator desencadeador da SBW H19 → é de expressão materna e é um supressor tumoral Domínio 2 → Centromérico → Regulado por IC2 CDKN1C KCNQ1 KCNQ10T1 Tipos de mutação: Microduplicações Microdeleções Translocação/Inversão Alterações na metilação do IC1 e IC2 Dissomia uniparental (UPD) Frequência de mutações: Síndrome de Beckwith-Wiedemann 4 50%: Perda da metilação de IC2 20%: Dissomia uniparental paterna 5%: Ganho da metilação do IC1 5%: Mutação CDKN1C <1%: Duplicação paterna, inversão materna ou translocação de 11p15.5 Correlação genético-clínica Predisposição à tumor embrionário: Dissomina uniparental Ganho de metilação em IC1 Perda de metilação materna em IC2 Distúrbios de crescimento: Alterações na região IC1 Onfalocele: Alterações genéticas no IC2 Mutações no CDKN1C Atraso no desenvolvimento: Duplicações na cópia paterna do 11p15.5 Hipoglicemia neonatal Prematuridade Hipoxia Hemihiperplasia: Dissomia uniparental → alterações de metilação em IC1 e IC2 Fenótipos mais severos: Dissomia uniparental paterna Manifestações clínicas Os bebês com síndrome de Beckwith-Wiedemann geralmente nascem grandes para a idade gestacional e têm, tipicamente, hipoglicemia no período neonatal, mas a gravidez não costuma ser complicada Características gerais: Síndrome de Beckwith-Wiedemann 5 Crescimento excessivo pré e pós- natal → taxa de crescimento diminui em torno 7/8 anos Crescimento acelerado na 1ª infância → adulto com estatura normal Macrossomia (90%) Hipoglicemia Defeitos da parede abdominal anterior (onfalocele) Também há visceromegalia (hepatomegalia e nefromegalia) Hemi-hiperplasia: crescimento assimétrico de regiões do corpo Anormalidades geniturinárias e renais (estruturais, cálculos renais, desenvolvimento tardio da medula renal) Criptoquirdia Citomegalia do Córtex da adrenal fetal → Sinal Patognomônico da SBW Tumores embrionários (Wilms ou hepatoblastoma (16%), neuroblastoma) e adrenais (neoplasias adrenocorticais) Hérnia umbilical Diástase dos retos abdominais Idade óssea avançada Cardiomegalia (20%) Fenda palatina (raro) Manifestações menores: Hipoglicemia neonatal, achados na gravidez (Polidrâmio e Prematuridade - 50% cada), cordão umbilical longo, placenta mais pesada, idade óssea avançada, lesões vasculares (Hemogioma ou nevus Cutâneos), cardiomegalias Vincos no lóbulo anterior da Orelha e cavidades auriculares helicoidais Síndrome de Beckwith-Wiedemann 6 Características faciais: Macroglossia Olhos proeminentes e largos Facial nervur flammeus Retração de face Vincos infraorbitários e auriculares As alterações craniofaciais têm caráter regressivo: Síndrome de Beckwith-Wiedemann 7 Diagnóstico Avaliação clínica: Características norteadoras (Ex: macroglossia e Onfalocele/Hérnia Umbilical) + características gestacionais (Polidrâmnio, prematuridade) + histórico familiar (Característica do desenvolvimento psicomotor dos Pais) + tipo de reprodução (Normal ou reprodução assistida). Em gestações com risco de BWS devido ao histórico familiar ou com detecção de onfalocele fetal na USG → Avaliação da glicemia do RN Avaliação genética: MS-MLPA (Análise de sonda de ligação múltipla sensível à metilação): Detecção de 75% dos casos: microduplicações e microdeleções, alterações na dosagem do DNA e metilação do DNA, inclusive em casos de UPD Maioria das etiologias epigenéticas e genéticas associadas a BWS Não detecta translocações e inversões Cariótipo: Inversão/Translocação transmitida pela mão e duplicação paterna Detecta 1% dos casos. Sequenciamento de DNA: É usado para detectar alterações genômicas no (CDKN1C) Acompanhamento Equipe multidisciplinar responsável → pediatra, oncologista, geneticista, otorrinolaringologista, pneumologista (p/ apneia obstrutiva do sono), endocrinologista (p/ hipoglicemia), cirurgião plástico (p/ macroglossia, se necessário), ortodontista e fonoaudiólogo Monitorar de forma rotineira o crescimento somático e o desenvolvimento em intervalos de três meses. Dosar alfa-fetoproteína → rastreio de hepatoblastoma USG rotineira → rastreio de neoplasias e avaliação de organomegalia Síndrome de Beckwith-Wiedemann 8 RM ou TC de abdome → rastreio de neoplasias no momento do diagnóstico ou posteriormente Tratamento imediato da hipoglicemia para reduzir o risco de complicações do sistema nervoso central. O início da hipoglicemia é variável e, portanto, os pais devem ser informados sobre os sintomas da hipoglicemia para que saibam quando procurar atendimento médico adequado para seu filho
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