Buscar

QUINONAS

Prévia do material em texto

Farmacognosia I 
Quinona	
Profª Bárbara Rocha
INTRODUÇÃO
▶	São compostos orgânicos que podem ser considerados como produtos da oxidação de fenóis; Por isso, a redução de quinonas pode originar os correspondentes fenóis.
▶	Principal característica: presença de dois grupos carbonílicos que formam um Sistema conjugado com pelo menos duas ligações duplas C-C.
▶ Apenas algumas podem ser classificadas como substâncias com caráter aromático (nafto, antra e fenantraquinona)
▶	Apresentam-se	como	substâncias	cristalinas	de	cor	amarela	a	vermelha, ocasionalmente pode ser azul, verde ou mesmo preta.
▶ As reações de oxi-redução que ocorrem devido a alta reatividade química são responsáveis pelo papel importante de carreadores de elétrons nos processos metabólitos das células.
Desde a antiguidade, plantas contendo quinonas têm sido usadas por sua atividade biológica ou como fonte de corantes naturais.
Nos últimos anos, quinonas apresentando atividades biológicas importantes foram isoladas.
	Rubia tinctorum L (Rubiaceae)	Presença de alizarina, antraquinona Usada no antigo Egito, Pérsia e Índia como material corante e na dieta alimentar.
	Conospermum incurvum Lindl. (Proteaceae)	Presença de naftoquinona trimérica conocurvona- Atividade inibidora da replicação do vírus HIV
Terminologia e Classificação
Unidade quinoide (1,4 dicetociclohexa-2,5 dieno ou 1,2-dicetociclohexa-3,5-dieno) ocorre com relativa abundância em substâncias de origem biológica. 
Características Químicas
Formas reduzidas e oxidadas de antraquinona
Antraquinonas também conhecido como antranóides, derivados antracênicos ou derivados hidroxiantracênicos.
Os derivados contidos nas plantas secas apresentam-se geralmente em um estado mais oxidado do que as substâncias desse grupo presentes originalmente em plantas frescas.
São os primeiros derivados que se formam nas plantas;
Normalmente se encontram ligados a açucares formando glicosídeos.
Atenção a contagem dos carbonos:
Variações estruturais e ocorrência na forma de heterosídeos
▶ São característicos grupos hidroxilas em C-1 e C- 8, bem como o grupamento cetônico em C-9 e C-10.
▶ Grupamentos metílicos, metoxila e carbonila podem estar presente em C-3 (R1) e um grupo hidroxila ou metoxila em C-6(R2).
▶ Geralmente apresentam-se como O-glicosídeos, normalmente no C-1, C-8 e C-6.
▶ Podem ocorer C- glicosídeos, geralmente a ligação ocorre no C-10.
Biogênese
As quinonas de plantas superiores são sintetizadas através de várias rotas metabólicas;
As antraquinona podem ser formamadas via ácido chiquímico e acetado ou totalmente acetato.
proveniente da desaminação do ac glutâmico quanto do ciclo do ácido cítrico
Proveniente do acetato
Ocorrência e Distribuição
Conhecimento de maios ou menos 1500 quinonas encontradas em bactérias, fungos, líquens, gimnosperma e angiosperma.
Reino animal: ouriço do mar e certos artrópodes.
Plantas superiores - Antraquinonas: Rubiaceae, Caesalpiniaaceae, Rhannaceae, Polygonaceae, Liliaceae, Verbenaceae e Asphodelaceae.
Maioria das naftoquinonas: Bignoniaceae, Juglandaceae, Plumbaginaceae, Boraginaceae e outros.
Benzoquinonas: Myrsinaceae, Boraginaceae, Iridaceae e Primulaceae.
Atividade Biológica e Farmacológica
Papel de defesa na planta: contra insetos e outros patógenos.
Algumas apresentam toxicidade para cupins.
Atividade alelopática (produção e excreção de substâncias capazes de inibir a germinação de outras espécies próximas).
Atividade laxante é responsável pela sua maior utilização na terapêutica.
Algumas apresentam atividade antitumoral, antiprotozoária contra Leishmania e antiviral. 
Muitas são utilizadas como pigmentos naturais/ corantes alimentares.
Relação estrutura x atividade 
Presença de glicosídeos: Forma de transporte e de maior potência farmacológica. Porém pela reduzida solubilidade são menos absorvidos do a forma livre.
Presença de antronas e diantronas são até 10 x mais ativas que as formas oxidadas. Sendo liberada no intestino grosso após hidrólise do glicosídeo. Assim os glicosídeos de antronas são os mais potentes enquanto que glicosídeos de antraquinona só tem ação em doses altas
Presença de OH em C-1 e C-8: essencial para ação laxativa
Presença de OH em C-1 e C-8: essencial para ação laxativa
Relação estrutura x atividade 
Drogas Clássicas
Sene (Cassia angustifolia Vahl e C. senna L. Leguminosae).
Composição química:
Antraquinonas: Glicosídeos de bisantronas e antraquinonas 1,5 -3% nas folhas e 2-5% nos frutos se destacando os senosídeos A e B (bisantronas da reina), senosídeos C e D (heterobisantronas da reina, aloe-emodina).
Carboidratos (2,5%): Principalmente mucilagens, galactomanas e açúcares livres.
Flavonóides: Principalmente o Kaempferol e isoramnetina.
O sene é uma droga muito usadas há séculos principalmente em função da sua ação laxativa dada pelos Heterosídeos antraquinônicos.
Sene (Cassia angustifolia Vahl e C. senna L. Leguminosae).
Sene (Cassia angustifolia Vahl e C. senna L. Leguminosae).
Propriedades farmacológicas:
As antraquinonas estão classificadas como substâncias laxantes por contato. Elas intervêm no fluxo intestinal de eletrólitos e água gerando uma eliminação de água eeletrólitos para a luz do intestino, por inibição da bomba Na/K ATPase. Dessa forma inibem a captação de água, sódio e cloro com a espoliação de potássio.
Promovem também o aumento do peristaltismo pela intervenção na produção de intermediários prostaglandínicos, principalmente a reinantrona.
Age no intestino grosso daí a demora de 6 horas para sua ação.
Cáscara sagrada (Rhamnus purshianus Rhamnaceae)
A droga é a casca envelhecida, por 1 ano, ou sob processo de envelhecimento.
Composição química:
Antraquinonas de 6 a 9%: São formados nas folhas e se armazenam nas cascas, principalmente como C-heterosídeos, estando em maior concentração nos cascas mais velhas, são classificados em: 
Livres: Ácido crisofânico, emodol e aloe-emodina-antrona; C-heterosídeos: Cascarosídeos A, B, C e D, glicopiranosídeos de aloína ecrisofanol;
O-heterosídeos: São derivados da emodina (emodina-antrona).
Outros: taninos, sais minerais, princípios amargos, álcoois (ramnóis), ácidos graxos (linoleíco, mirístico, siríngico), resinas, ceras, amido, glicose, ácido málico.
Cáscara sagrada 
(Rhamnus purshianus Rhamnaceae)
Frângula (Rhamnus frangula Rhamnaceae)
A droga é caracterizada pelas cascas e ramos.
Composição química:
Compostos antracênicos (3-6%): sendo que uma pequena parte se apresenta de forma livre, frângula emodina (0,05-0,10%) e crisofanol, e rica em O-heterosídeos, as frangulinas A e B e heterosídeos de antranóis e antronas.
Outros: ácido tânico, princípios amargos e mucilagens.
Frângula (Rhamnus purshianus Rhamnaceae)
Propriedades farmacológicas:
São tomadas após o jantar para que tenham efeito de 8 a 12 horas.
Deve-se esperar como a cáscara cerca de 12 meses para seu uso.
Bom efeito laxante e colerético.
Assim como a cáscara não indicada na gravidez, amamentação, cólicas ou hemorróidas.
Evitar tratamentos prolongados.
Ruibarbo (Rheum officinale Poliganaceae)
A droga é composta pelos rizomas que já eram usadas pelos chineses a 2700 a.C., Dioscórides deu o nome de rheon. Marco Pólo no século XIII trouxe da china para a Europa.
Composição química:
Derivados hidroxi-antracênicos (3-12%):
Na forma de glicosídeos antraquinônicos (60-80%): emodina, aloe emodina, raponticina, crisofanol, reina e fisciona.
Glicosídeos de bisantronas (10-25%): derivados da reina (senosídeos C e D) entre outros palmidinas A, B e C, senidina C e reidinas B e C.

Continue navegando