DHAA - Direito Humano à Alimentação Adequada

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✔ O exercício do Direito Humano à Alimentação 
Adequada (DHAA) permite o alcance, de forma digna, 
do estado de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e 
da liberdade para exercer outros direitos fundamentais. 
Logo, estão interligados. 
✔ O DHAA é um direito humano de todos e a garantia 
da Segurança Alimentar e Nutricional para todos é um 
dever do Estado e responsabilidade da sociedade. 
 
DIREITOS HUMANOS: 
● São direitos universais, isto é, se aplicam a todos os 
seres humanos. São indivisíveis, inalienáveis (o que 
significa que não podem ser tirados por outros, nem 
podem ser cedidos voluntariamente por ninguém e 
independem de legislação nacional, estadual ou 
municipal específica) e interdependentes entre si. 
● Devem assegurar às pessoas condições básicas que 
lhes permitam levar uma vida digna. Isto é, com acesso 
à liberdade, à igualdade, ao trabalho, à terra, à saúde, à 
moradia, à educação, à água e alimentos de qualidade, 
entre outros requisitos essenciais. 
● Vale também ressaltar que a definição de direitos 
humanos está em constante construção pois são frutos 
de um longo processo de lutas e conflitos entre grupos 
(detentores do poder e as maiorias sem poder algum). 
● Os direitos avançam à medida que avança a 
humanidade, os conhecimentos construídos e a 
organização da sociedade e do Estado. 
 
ALIMENTAÇÃO ADEQUADA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
▶ Em 2002, o Relator Especial da ONU para o direito à 
alimentação definiu o direito humano a alimentação 
adequada da seguinte forma: 
 
O direito à alimentação adequada é um direito 
humano inerente a todas as pessoas de ter acesso 
regular, permanente e irrestrito, quer diretamente ou 
por meio de aquisições financeiras, a alimentos 
seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade 
adequadas e suficientes, correspondentes às tradições 
culturais do seu povo e que garanta uma vida livre do 
medo, digna e plena nas dimensões física e mental, 
individual e coletiva. 
 
● Além de tudo, estar livre da fome e má nutrição. 
● O DHAA não deve ter um sentido restritivo, que o 
condiciona ou o considera como “recomendações 
mínimas de energia ou nutrientes”. 
 
▶ O art. 6° da Constituição Federal passa a vigorar com 
a seguinte redação (incluindo o DHAA): 
 
“São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição." 
Emenda Constitucional n° 64 em 2010. 
 
 ▶ Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional: 
 
Art. 3º: “A Segurança Alimentar e Nutricional consiste 
na realização do direito de todos ao acesso regular e 
permanente a alimentos de qualidade, em quantidade 
suficiente, sem comprometer o acesso a outras 
necessidades essenciais, tendo como base práticas 
alimentares promotoras de saúde que respeitem a 
diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, 
econômica e socialmente sustentáveis”. 
 
 
@nattaduartee 
IMPLEMENTAÇÃO DO DHAA: 
✔O direito à alimentação adequada será efetivado de 
maneira progressiva. 
✔Os estados têm a obrigação de implementar as 
ações necessárias para diminuir a fome, como 
estipulado no parágrafo 2° do artigo 11 do PIDESC, 
mesmo em épocas de desastres, naturais ou não. 
 
✏ OBS: É obrigação do Estado garantir a Segurança 
Alimentar e Nutricional de todos. Vale ressaltar, que 
muitas famílias não possuem condição de prover por si. 
✏ OBS: Logo, é preciso que aja um comprometimento 
para fazer mudanças estruturais, para que seja 
efetivado esse direito de maneira progressiva. 
 
● Alimentação de qualidade, diversificada, 
nutricionalmente adequada, sem agrotóxicos ou 
contaminantes e isentos de OGMs. 
✏ OBS: Organismo geneticamente modificado: OGM. 
 
● Direito da população produzir o seu próprio alimento 
ou de ter recursos (financeiros, físicos e materiais) para 
alimentar-se de forma adequada e com dignidade. 
✏ OBS: Soberania alimentar significa garantir a 
soberania dos agricultores e agricultoras, extrativistas, 
pescadores e pescadoras, entre outros grupos, sobre 
sua cultura e sobre os bens da natureza. Ou seja, poder 
escolher como e o que consumir, a forma de plantar, 
autonomia sobre o que produzir, para quem produzir e 
em que condições produzir. 
 
● Garantia e a possibilidade concreta da população 
exigir a realização de seus direitos. 
● Respeito aos hábitos culturais. 
● Acesso à informação cientificamente comprovada 
sobre alimentação saudável e alimentos seguros e 
adequados. 
● Regulamentação da propaganda e publicidade que 
promovem o consumo de alimentos não saudáveis ou 
que “vendem” características que inexistem ou são 
inverídicas. 
 
BASE LEGAL DO DHAA NO BRASIL: 
→ Constituição Federal do Brasil (1988); 
→ Estatuto da Criança e do Adolescente (1990); 
→ Ratificação do PIDESC pelo Brasil (1992) – Decreto 
591/1992; 
→ Lei que reinstituiu o CONSEA (Lei n° 10.683, 2003); 
→ Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – 
LOSAN (2006); 
→ Lei Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional 
(2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIOLAÇÕES DO DHAA: 
↪ Exemplos de violações: 
● Baixa remuneração; Subemprego; Concentração de 
terras; Alimento contaminado; Fome; Desnutrição; 
Anemia; Obesidade; Diabetes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
↪ A imagem acima relata a dificuldade de acesso a 
mecanismos que impeçam as violações do DHAA. 
Também se percebe a insuficiência e inexistência de 
recursos, e o desconhecimento de quais são os recursos 
que existem e funcionam. 
@nattaduartee 
EXIGIBILIDADE DO DHAA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
↪ Níveis de exigibilidade do DHAA: 
1. Administrativo (INCRA; Ministério e Secretarias de 
Saúde; Escolas; PROCON. 
2. Político (CAE; Conselho Municipal de Saúde; 
CONSEA; Conselho de Defesa do Direito da Pessoa 
Humana – CDDDPH). 
3. Quase Judicial (Ministério Público – Termos de 
Ajustamento de Conduta – TAC). 
4. Judicial (Entrada de ação judicial); 
5. Internacional (Instâncias internacionais de Direitos 
Humanos). 
 
TRATADOS INTERNACIONAIS DE 
DIREITOS HUMANOS: 
→ Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) – 
Artigo 25. 
→ PIDESC (1966) – Artigo 11. 
→ Conferência de Viena (1993). 
→ Cúpula Mundial da Alimentação / FAO (1996). 
→ Comentário Geral 12 (CDESC / ONU – 1999). 
→ Diretrizes Voluntárias – 2004. 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES: 
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_________________________At.te Renata Duarte.