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QUÍMICA ORGÂNICA UNINASSAU PARTE2 Hidrocarbonetos: alcanos, alcenos, alcadienos, alcinos, ciclanos, ciclenos e aromático Basicamente, os hidrocarbonetos são compostos por átomos de carbono e hidrogênio. De início, sua classificação é realizada de acordo com o tipo de ligação que o carbono realiza, podendo resultar em um hidrocarboneto saturado ou insaturado. Os hidrocarbonetos saturados são caracterizados pela presença de ligações simples entre seus carbonos, como o butano, classificado como alcano (Figura 1). Figura 1. Classes de hidrocarbonetos alifáticos, cíclicos e aromáticos. As moléculas de hidrocarbonetos insaturados podem se constituir em ligações simples, duplas e triplas. Assim, o hidrocarboneto que possui apenas uma ligação dupla é denominado de alceno, o que possui duas ligações duplas é designado de alcadieno e o que possui ligações triplas é chamado de alcino. Outra classificação dos hidrocarbonetos se relaciona com a disposição dos átomos de carbono, ou seja, um alcano, alceno, alcadieno e alcino, podem ser também classificados como hidrocarbonetos alifáticos, em outras palavras, possuem cadeia aberta. As diferenças entre os hidrocarbonetos também podem ser observadas na Figura 1. ASSISTA Diversos hidrocarbonetos possuem um alto valor agregado que está relacionado a sua aplicação, como no petróleo e gás natural, que são utilizados como matéria-prima para a indústria petroquímica, para a produção de diferentes reagentes químicos, e em refinarias de combustível. A grande maioria dos hidrocarbonetos provenientes de fontes do petróleo se desenvolveram há milhares de anos pela deposição de matéria orgânica que resultou na formação de rochas sedimentares. O vídeo Origem do petróleo apresenta mais detalhes de como esse processo ocorreu. Contudo, se um átomo de carbono da extremidade de uma cadeia alifática saturada se ligar a outro na extremidade oposta, então, fecha-se a cadeia carbônica produzindo um ciclano ou cicloalcano. Hidrocarbonetos insaturados, como os alcenos, também podem realizar o fechamento da cadeia e produzir um cicloalceno. Os cicloalcano e cicloalceno estão inseridos na classificação de hidrocarbonetos cíclicos. Quando um hidrocarboneto cíclico é condensado, ou seja, ligado a outro anel, passa a ser denominado hidrocarboneto policíclico. Os aromáticos são hidrocarbonetos formados por seis átomos de carbono em uma cadeia fechada e contêm três ligações duplas e duas simples que são dispostas alternadamente. Os compostos aromáticos também podem ser condensados, isso é, podem possuir mais de um anel aromático, que produzem os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. NOMENCLATURA IUPAC E PROPRIEDADES FÍSICAS Os alcanos, também conhecidos como hidrocarbonetos parafínicos, são compostos saturados, alifáticos e apolares. Sua a fórmula geral é CnH2n+2 (no qual, n representa a quantidade de carbono e é um número inteiro), os átomos de carbono dos alcanos possuem hibridização do tipo sp3. Em geral, esses hidrocarbonetos são obtidos a partir do petróleo, sendo que o estado físico no qual um alcano pode ser encontrado à temperatura ambiente se relaciona à quantidade de carbonos na molécula. Desse modo, os alcanos que possuem no máximo quatro átomos de carbono são gases, como o butano (C4H10), encontrado no gás de cozinha. Já alcanos que possuem entre, aproximadamente, 5 e 17 átomos de carbono, são líquidos como o octano (C8H18), encontrado na gasolina. Acima de 17 átomos de carbono o alcano é encontrado no estado sólido, por exemplo, o tetracontano (C40H82), presente nas velas e cosméticos, como batons. Outras propriedades se relacionam ao ponto de ebulição e viscosidade dos alcanos, que tende a crescer com o aumento do número de carbonos na cadeia carbônica. Por serem apolares, os alcanos são insolúveis em água, que é polar. Assim, uma mistura contendo alcano e água visualmente resulta em duas fases separadas, sendo que, por possuir menor densidade, os alcanos tendem a flutuar sob a superfície da água. A nomenclatura dos alcanos segue as regras impostas pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), que também pode ser aplicada para diversos outros hidrocarbonetos. Portanto: • 1 Inicialmente, deve-se determinar qual a cadeia principal de carbono, isso porque os hidrocarbonetos podem ser ramificados; logo, a cadeia principal é a que possui o maior número de hidrocarbonetos; • 2 Em seguida, determina-se qual o prefixo que deverá ser utilizado, esse prefixo se relaciona à quantidade de átomos de carbono, sendo que met- é utilizado quando se tem apenas um carbono (1C), como no metano (CH3); et- (2C); prop- (3C); but- (4C); pent- (5C); hex- (6C); hept- (7C); oct- (8C); non- (9C); dec- (10C), e assim por diante; • 3 O intermediário ou infixo se relaciona ao tipo de ligação, que quando é do tipo sigma, ou seja, ligação simples, será -an-; • 4 O sufixo indica a qual classe pertence a molécula; nesse caso, hidrocarboneto utiliza como sufixo a letra -o. Para simplificar o conceito da nomenclatura, entende-se que é composta por prefixo + infixo + sufixo. Considere um alcano com seis carbonos, seu prefixo é o hex-, o infixo é o -an-, portanto, a molécula possui apenas ligações simples, e seu sufixo é a letra -o, então, trata-se de uma molécula de hexano. Como mencionado, os hidrocarbonetos podem ser constituídos apenas de uma cadeia linear, nesse caso, são denominados de alcanos normais, sendo aconselhável utilizar a letra n antes de nomear o hidrocarboneto. Ou, os hidrocarbonetos podem ser ramificados, em outras palavras, podem possuir substituintes orgânicos no lugar do átomo de hidrogênio. A nomenclatura do hidrocarboneto com ramificação inicia pela determinação da posição da ramificação, que é numerada de modo que irá receber o menor número possível. Após o número, insere-se um traço e verifica-se a quantidade de carbonos na ramificação, que deve ser nomeada utilizando os mesmos prefixos indicados na formação da nomenclatura (met-, et-, prop- etc.) e, como sufixo da ramificação, se utiliza -il. Insere-se novamente um traço, e o restante da cadeia é nomeada normalmente de acordo com as regras anteriores. Por exemplo, uma molécula de alcano ramificada, cuja cadeia principal contém cinco carbonos e uma ramificação no carbono de número três, com dois carbonos, é denominada de 3-etil-pentano. Caso haja mais de uma ramificação idêntica no mesmo hidrocarboneto, além de numerar suas posições, utilizando a separação por vírgula, os prefixos di-, tri-, tetra- são empregados para indicar a quantidade de repetições da ramificação. Em seguida, adiciona-se os infixos (-met-, - et-, -prop- etc.) que indicam a quantidade de carbono na ramificação, seguidos do sufixo -il. O restante da nomenclatura do hidrocarboneto é realizada seguindo as mesmas regras anteriores. Assim, a ligação de um alcano ramificado contendo cinco carbonos em sua maior cadeia e duas ramificações idênticas com um carbono cada, nas posições dois e quatro da cadeia, é nomeada de 2,4-dimetil-pentano. Quando as ramificações são diferentes, a ordem alfabética deve ser seguida. Logo, a ligação de um alcano ramificado com cinco carbonos em sua maior cadeia e uma ramificação com dois carbonos na posição 3 e um carbono na posição 2 é nomeada de 3-etil-2-metil-pentano. Portanto, as cadeias ramificadas são nomeadas seguindo o número da posição da ramificação + nome da ramificação + prefixo + infixo+ sufixo. Os alcenos, também conhecidos como olefinas, têm como fórmula geral CnH2n, em que n é a quantidade de carbonos e um número inteiro. Alcenos são hidrocarbonetos insaturados de cadeia aberta, ou seja, possuem uma dupla ligação, sendo que o carbono da dupla ligação possui orbital hibridização sp2. Em comparação com os alcanos, os alcenos possuem pontos de ebulição e fusão mais elevados, são insolúveis em solventes polares, como a água,e solúveis em solventes polares, além de serem mais reativos quimicamente se comparados com alcanos, isso porque sua dupla ligação pode ser quebrada com mais facilidade. Geralmente, os alcenos são encontrados em óleos essenciais naturais e em alguns pigmentos de origem vegetal como no licopeno, responsável pela cor vermelha de tomates, por exemplo, e também são produzidos no processo de amadurecimento de frutas. Além disso, diversos alcenos são sintetizados em laboratório e utilizados como precursores de polímeros, como o polietileno, utilizado na fabricação de embalagens plásticas e para induzir artificialmente o amadurecimento de frutas. A nomenclatura dos alcenos, como os demais hidrocarbonetos, segue as regras da IUPAC, portanto, de modo geral, pode utilizar o mesmo princípio aplicado aos alcanos, ou seja, prefixo + infixo + sufixo, com uma modificação no infixo de -an- para -en-, que indica que a molécula possui uma dupla ligação. Adicionalmente, a posição da dupla ligação deve ser identificada, a numeração deve ser iniciada pela extremidade da molécula mais próxima à dupla ligação, de modo que a indicação da dupla tenha o menor número possível. A nomenclatura do alceno indicando a posição da dupla ligação pode ser realizada de duas formas: na primeira, o número é indicado entre o prefixo e infixo, separado por traços; na segunda, o número antecede o nome do alceno. Por exemplo, um alceno contendo quatro átomos de carbono, cuja dupla ligação está no segundo carbono, pode ser nomeado como but-2-eno ou 2-buteno. De maneira análoga à descrição para as moléculas de alcanos, se o alceno apresentar ramificação, deve preceder o nome do alceno. Então, considere um aceno com sete carbonos, com a dupla ligação no segundo carbono e com duas metilas nos carbonos cinco e seis, logo, seu nome será 5,6-dimetil-hept-2-eno. Os alcenos podem apresentar isômeros espaciais, produzindo os isômeros cis e trans. Os isômeros ocorrem quando os átomos ligados aos carbonos, que possuem a dupla ligação, são distintos. Considere um etano com dois substituintes como o bromo, a quantidade do substituinte também deve ser indicada por di-, tri-, entre outros. Ao representar o etano, os bromos podem estar apenas de um lado do plano da molécula, assim, o isômero será o cis, logo a nomenclatura da molécula será cis-dibromoeteno. Se os bromos estiverem em lados opostos do plano da molécula o isômero produzido é o trans e a nomenclatura da molécula será trans- dibromoeteno. Caso o hidrocarboneto seja um alcadieno, que possui duas duplas ligações, deve-se adicionar ao prefixo a letra -a- e o infixo é, então, alterado para -dieno-. A nomenclatura deve indicar a posição das ligações, sendo que a numeração da cadeia deve ser sempre a menor possível. Por exemplo, um alcadieno com seis carbonos e com as duplas ligações na posição um e três tem como nomenclatura hexa-1,3-dieno ou 1,3-hexadieno. Ainda, se o alcadieno for ramificado, a nomenclatura deve conter as posições e nomes das ramificações de maneira análoga aos demais hidrocarbonetos descritos anteriormente, ou seja, a posição e as ramificações devem ser indicadas em ordem alfabética, utilizando traços para separá-las. Os alcinos são hidrocarbonetos insaturados de cadeia aberta, cuja fórmula geral é CnH2n-2, possuem uma tripla ligação e o carbono relaciona essa ligação ao orbital hibridizado do tipo sp. Seus pontos de ebulição e fusão são maiores em relação aos alcanos e alcenos com mesmo número de carbono. São incolores, inodoros, insolúveis em solvente polar e solúveis em solventes apolares. Com relação ao aroma e solubilidade, a única exceção é o etino, que é utilizado na produção de borracha sintética, aplicada em pneus. A nomenclatura dos alcinos segue a ordem prefixo + infixo + sufixo, sendo que o infixo, nesse caso, será o -in-. Ademais, de maneira análoga à nomenclatura descrita para os alcenos, a posição da ligação tripla também deve ser indicada nos alcinos. Portanto, um alcino com seis átomos de carbono e com a tripla ligação no carbono dois será designado de pent-2-ino ou 2- pentino. Alcinos ramificados também devem seguir as regras descritas para hidrocarbonetos ramificados, portanto, sua nomenclatura se baseia no número da posição da ramificação + nome da ramificação + prefixo + infixo + sufixo. Desse modo, a ligação de um alcino, cuja cadeia principal contém sete carbonos, tripla ligação no terceiro carbono, e a ramificações no carbono dois e cinco, contendo um e dois carbonos respectivamente, será nomeada de 5-etil-2-metil- hept-3-ino. O Quadro 1 apresenta exemplos de hidrocarbonetos, bem como sua nomenclatura. Quadro 1. Nomenclatura de hidrocarbonetos de cadeia aberta. Os cicloalcanos são hidrocarbonetos de cadeia fechada contendo apenas ligações simples, sua formula geral é CnH2n e possuem propriedades físicas como ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade mais altas em comparação com os alcanos. São compostos apolares, portanto, insolúveis em água. A nomenclatura do cicloalcano segue os conceitos descritos anteriormente para os alcanos, no entanto, o nome do composto é precedido pela palavra ciclo. Assim, um cicloalcano com três átomos de carbono é denominado de ciclopropano. De modo simplificado, segue o padrão ciclo + prefixo + infixo + sufixo. Cicloalcanos também podem apresentar ramificação, quando apenas uma ramificação está presente, não é preciso que seja indicada. No entanto, se houver mais de uma ramificação, deve-se indicar as suas respectivas posições em ordem alfabética, assim, a nomenclatura segue o padrão de número da posição da ramificação + nome da ramificação + ciclo + prefixo + infixo + sufixo. Cicloalcenos seguem a mesma regra, sendo alterado o infixo -na- para -en-. Cicloalcanos podem ter anéis condensados entre si ou anéis ligados por meio de pontes, denominados de alcanos bicíclicos ou bicicloalcanos. Se mais anéis compartilharem seus carbonos, a molécula passa a ser denominada de policíclica. Em um composto bicíclico, os átomos de carbono compartilhados pelos anéis são designados de cabeça de ponte e as ligações que se conectam aos carbonos cabeça de ponte são denominadas de ponte de carbono. Os bicicloalcanos possuem em sua nomenclatura a descrição da quantidade de ciclos, seguida da indicação, entre colchetes, da quantidade, em ordem decrescente, de átomos em cada ponte de carbono, e, por fim, o nome do hidrocarboneto. Por exemplo, a ligação de um bicíclico com o total de sete carbonos, contendo três pontes de carbono, sendo que duas contêm dois carbonos e uma contém apenas um carbono, terá como nomenclatura biciclo[2,2,1]heptano. Os bicicloalcanos podem presentar ramificações, sendo que deve ser indicada em sua nomenclatura. Para tal, a numeração tem início na cabeça de ponte e segue a contagem pela ponte com maior quantidade de carbonos, até chegar na outra cabeça de ponte, onde continua pela ponte com menor número de carbonos. Usualmente, a ponte de carbono mais curta é enumerada por último, como pode ser observado na Figura 2. Figura 2. Nomenclatura de cicloalcanos, bicicloalcano e policíclos. Em compostos policíclicos, além das cabeças de ponte e quantidade de carbono na ponte, deve- se considerar o biciclo principal, que é o de maior número e adiciona-se o prefixo indicando a quantidade de ciclos (triciclo, tetraciclo etc.). Adiciona-se a série de números referente às pontes entre colchetes. Se houver pontes secundárias aos carbonos, então, serão indicadas no colchete por meio da respectiva numeração e, em sobrescrito, deve-se indicar em quais carbonos se ligam, separados por vírgula, como demonstrado na Figura 2. CONFORMAÇÕES DE CICLOEXANO Os ângulos entre as ligações do carbono nos cicloalcanos são formados na tentativa de reduzir a energia excedente devido à tensão do anel. Nas moléculas de cicloexano, o desvio da planaridade pode ser claramenteobservado por meio das estruturas de conformação, que podem assumir a forma de cadeira ou a forma de barco. A conformação em cadeira permite que a ligação entre os carbonos ocorra em um ângulo de 109,5º, o que resulta na ausência da tensão angular e tensão de torção, consequentemente, é a conformação mais estável e de menor energia para o cicloexano. Observando uma projeção de Newman para o cicloexano, é possível notar que as ligações nessa conformação são alternadas, logo, a repulsão entre os hidrogênios também é menor. Ao fornecer uma energia de aproximadamente 45 kJ, as ligações entre os carbonos começam a rotacionar, chegando à conformação de meia cadeira e, em seguida, começam a perder energia até atingirem a conformação em barco, que não possui tensão angular, mas que apresenta o aumento da tensão de torção. Adicionalmente, os átomos de hidrogênio dos carbonos aproximam-se, o que gera repulsão. Essa conformação permite que a molécula seja mais flexível. Um intermediário entre as conformações também ocorre, a conformação torcida, que possui menor energia, cerca de 23 kJ, e estabilidade ligeiramente maior em comparação à de barco, que tem 30 kJ de energia. A Figura 3 apresenta as principais conformações em cadeira e barco, as projeções de Newman e um gráfico das diferenças de energia entre as conformações. Figura 3. (A) Projeções de Newman nas conformações em cadeira e barco; (B) Alteração da energia com a mudança da conformação do cicloexano. Fonte: SOLOMONS; FRYHLE, 2012. (Adaptado). PROPRIEDADES DOS DERIVADOS BENZÊNICOS O benzeno é a molécula mais simples entre os compostos aromáticos, sendo constituída por seis carbonos ligados entre si por ligações simples e duplas alternadas, formando um anel e tendo um hidrogênio ligado a cada carbono, sendo classificada como mononuclear. Esse hidrocarboneto aromático é altamente estável devido à presença de seis elétrons π deslocalizados, além de ser a origem de diversos outros compostos aromáticos, os chamados derivados de benzênicos. Os derivados mais simples do benzeno são resultado da condensação de anéis aromáticos que, de acordo com a quantidade, são classificados como: • Dinuclares, quando contêm dois anéis aromáticos fundidos, como o naftaleno; • Trinucleares, como o antraceno; • Polinucleares, como o coroneno, que é também classificado como hidrocarboneto aromático policíclico. Além disso, o benzeno pode ser utilizado em reações de substituição eletrofílica, na qual um hidrogênio do anel aromático é trocado por outro átomo, produzindo benzenos com outras funções orgânicas. As substituições mais comuns são as de nitração (NO2), halogenação (F, Cl, Br, I), sulfonação (SO3), alquilação (por exemplo, -CH3), acilação (RC=O, onde R é um alquil). A nomenclatura dos benzenos substituídos segue as regras da IUPAC, em que cada função possui uma especificação. Por exemplo, benzenos monossubstituídos com halogênios utilizam o prefixo indicando o átomo ou grupo funcional seguido do sufixo benzeno, como clorobenzeno. Se a substituição é pela função ácido carboxílico, então a nomenclatura do benzeno será ácido benzoico. O benzeno pode ser dissubstituído e, nesse caso, a posição das substituições deve ser indicada na nomenclatura por meio da utilização de números ou dos prefixos orto-, meta- ou para-, simplificadamente, o-, m- e p-, respectivamente. Caso o benzeno seja trissubstituído, apenas a numeração deve ser utilizada para indicar a posição da substituição. Além disso, o benzeno pode sofrer reação de adição, em que as ligações duplas são quebradas, permitindo que outros átomos sejam adicionados à molécula, que se torna cíclica, como o hexaclorociclohexano. As propriedades dos derivados de benzeno se relacionam com as funções dos seus substituintes. Uma característica importante para se avaliar é a eletronegatividade do substituinte e sua influência sobre o anel aromático. Por exemplo, uma acilação produz carga parcialmente ou totalmente positiva no átomo de carbono ligado ao anel aromático, isso porque o oxigênio é mais eletronegativo que o carbono, o mesmo ocorre quando é feita a substituição por halogênios. Adicionalmente, a presença de um substituinte afeta a posição em que outros grupos funcionais se ligam, podendo ser orto-, para-ou meta-dirigentes, além da velocidade com a qual um grupo secundário se liga. Se a velocidade da ligação do segundo substituinte for maior, tem-se um grupo ativador que eleva a taxa de substituição eletrolítica; se for menor, o grupo funcional é desativador, pois reduz a taxa de substituição eletrolítica. Por exemplo, a halogenação com bromo (Br) de um metoxibenzeno faz com que 96% do Br se ligue ao benzeno na posição para- e apenas 4% na posição orto-. Ainda mais, devido à presença do grupo funcional éter, a bromação ocorre com mais velocidade se comparada à bromação de um benzeno. A nitração de um nitrobenzeno ocorre, preferencialmente, na posição meta-. Portanto, o grupo NO2 é metadirigente e sua velocidade é muito menor do que a nitração do benzeno, isso porque o grupo NO2 é desativador. A Figura 4 apresenta o efeito dos substituintes na adição dos grupos secundários. Figura 4. Efeito dos substituintes na adição dos grupos secundários. Fonte: BROWN; POON, 2016. (Adaptado). De modo geral, pode-se dizer que quando grupos alquil e fenil se ligam ao benzeno, têm-se uma ativação moderada e o direcionamento dos substituintes ocorre para a posição orto- e para-. Halogênios são desativadores moderados e induzem as ligações de outros substituintes para que ocorram, preferencialmente, nas posições orto- e para-. Os grupos funcionais que direcionam outras substituições na posição meta- possuem carga total ou parcial positiva. Como exemplo, considerando-se a síntese do bromonitrobenzeno, se for iniciada pela nitração, então, o bromo se ligará à posição meta-, entretanto, se for iniciada pela bromação, o grupo nitro- se ligará nas posições orto- e para-. Outro modo de avaliar a capacidade de ativação e desativação dos grupos funcionais ligados ao benzeno, é por ressonância e efeito indutivo. Por exemplo, ressonâncias em grupos -NH2, -OH e -OR deslocalizam a carga positiva do íon intermediário, o que eleva a taxa de substituição da molécula em comparação com o benzeno sozinho. O efeito indutivo e de ressonância de grupos -NO2, -C=O, -SO3H, -NR3+, -CCl3 e -CF3, ligados ao anel aromático, diminuem a sua densidade eletrônica, o que causa redução na taxa de substituição aromática em comparação com o benzeno. Grupos alquil não reduzem a densidade eletrônica do anel aromático, ou seja, são ativadores. OUTROS COMPOSTOS AROMÁTICOS: NANOTUBOS E FULERENOS Os nanomateriais de carbono ganharam destaque ao longo dos últimos anos devido as suas propriedades óticas, eletrônicas e mecânicas, que se diferem de compostos de carbono macroscópicos. Dentre os nanomateriais de carbono mais estudados estão os nanotubos e os fulerenos. Os nanotubos foram descobertos na década de 1990 e vêm sendo estudados em áreas de pesquisa da física, química, biologia, ciências médicas e dos materiais. Basicamente, são formados a partir de uma folha de grafeno enrolada para se obter um cilindro ou tubo e que, dependendo da forma como é feito, pode influenciar na estrutura dos nanotubos. Podem ser classificados de acordo com a quantidade de camadas, simples ou múltiplas, nas quais as folhas de carbono se enrolam concentricamente. Dentre suas principais propriedades estão sua alta flexibilidade e resistência, que são mais elevadas quando comparadas com fibras de carbono, sua característica metálica ou semicondutora e alta condutividade térmica. As extremidades dos nanotubos possuem ligações incompletas permitem que sejam funcionalizados pela adsorção de compostos com grupos funcionais de interesse, que resulta um novo material, com outras propriedades e, consequentemente, outras aplicações.Sua versatilidade permite que sejam utilizados em dispositivos emissores de elétrons, em sensores de gás e biosensores, na remoção de poluentes, no armazenamento de energia, na catálise e na produção de compósitos, por meio da mistura de nanotubos com polímeros e fibras. A Figura 5 (A) apresenta nanotubos de carbono. Figura 5. Representação esquemática de nanotubos de carbono (A); e fulerenos (B). Fonte: ZARBIN; OLIVEIRA, 2013. (Adaptado). Os fulerenos foram descritos pela primeira vez em meados da década de 1980, e são moléculas constituídas por 60 carbonos ou mais, com hibridização sp², com aspecto de esférico, sendo por hexágonos e pentágonos intercalados, semelhante a uma bola, como apresentado na Figura 5 (B). Os fulerenos constituídos por menos de 300 carbonos são denominados de endoédricos. São considerados altamente simétricos e sua estabilidade fica atrás apenas do diamante. O fato de poderem ser produzidos com diferentes quantidades de carbono permite que suas propriedades possam ser adaptadas de acordo com a aplicação desejada. Possuem interessantes propriedades fotofísicas e fotoquímicas, que possibilitam sua utilização em processos de transferência de carga em células solares orgânicas, na obtenção de cristais líquidos, devido à organização da sua estrutura, e na construção de peças de computadores. Aplicações na área médica têm sido estudadas, como a atividade antimicrobiana e antiviral, terapia fotodinâmica e transporte de medicamentos. Devido a sua estrutura oca, os fulerenos podem ser funcionalizados com átomos de interesse, como metais, fornecem dá propriedades magnéticas. Funções orgânicas O carbono pode se ligar a outros átomos, como o oxigênio, nitrogênio, enxofre e metais, por meio de diferentes combinações, dando origem a milhares de compostos orgânicos que são utilizados em diversos processos químicos que ocorrem no nosso corpo e, também, são aplicados industrialmente na produção de produtos de diferentes setores, como o farmacêutico, cosmético e petroquímico. Nesse contexto, serão apresentados os diferentes grupos funcionais do carbono, bem como suas principais características e nomenclatura. HALETOS ORGÂNICOS Haletos orgânicos, também conhecidos como haloalcanos ou haletos de alquila, são compostos que contêm um halogênio como o flúor, cloro, bromo e/ou iodo, ligado a um átomo de carbono de uma molécula orgânica. Genericamente, a fórmula dos haletos pode ser representada como R-X, onde R representa a parte orgânica da substância e X o halogênio. Os halogênios podem se ligar a carbonos hibridizados sp³ e sp², e, nesse último caso, passa a ser denominado de haleto vinílico ou haleto de arila. A ligação entre um haleto e um carbono com ligação tripla, ou seja, hibridização sp, não é verificada na química. Esses compostos podem ser classificados de diversos modos, podendo ser de acordo com a quantidade de halogênios ligados à cadeia de hidrocarboneto (mono-haleto, di-haleto etc.), com relação ao halogênio (brometo, fluoreto etc.) e devido ao carbono no qual está ligado (primário, secundário e terciário). Sua nomenclatura deve ser realizada inicialmente informando o número do carbono no qual o halogênio está ligado, nome do halogênio e o nome do hidrocarboneto. Os haletos orgânicos podem ser utilizados como solventes, como o tetracloreto de carbono (CCl4), refrigerantes, como o diclorodifluorometano (CCl2F2), e pesticidas, como o diclorodifeniltricloroetano (C14H9Cl5). A Figura 6 apresenta alguns exemplos de haletos orgânicos e suas respectivas nomenclaturas. Figura 6. Exemplos de haletos orgânicos. Os haletos orgânicos são comumente utilizados na síntese de compostos orgânicos, principalmente em reações de substituição e eliminação, sendo que nessas reações o halogênio é convertido a um ânion, ou seja, um íon com carga negativa. FUNÇÕES OXIGENADAS As funções oxigenadas correspondem a uma das maiores classes de compostos orgânicos, sendo os mais relevantes os álcoois, enóis, fenóis, aldeídos, cetonas, éteres, éter etílico, ácidos carboxílicos, ésteres, sais orgânicos, cloretos ácidos e anidridos. Diversos compostos oxigenados são utilizados em processos de síntese de outros compostos orgânicos ou como solventes, ainda, algumas funções orgânicas oxigenadas estão presentes em moléculas biologicamente importantes, como os lipídios. O Quadro 2 apresenta de modo simplificado as funções oxigenadas, respectivas nomenclaturas e exemplos. Onde R e R’ são os radicais orgânicos e -Me são cátions. Quadro 2. Funções oxigenadas. Os álcoois são caracterizados pela presença do grupamento hidroxila (-OH) ligado a um átomo de carbono hibridizado sp3, ou seja, realiza ligação simples. Se a hidroxila estiver ligada a um carbono hibridizado sp2, então a molécula passa a ser denominada de enol, e se a ligação do -OH ocorrer em um anel aromático, então a substância é designada de fenol. Um dos álcoois mais conhecidos e amplamente difundido é o álcool etílico, ou etanol, que é utilizado como solvente, combustível e agente desnaturante. Além disso, o grupo -OH é quimicamente ativo, podendo ser oxidado, por exemplo, em reações que convertem o álcool do vinho (etanol) em vinagre (ácido etanoico). Os enóis são utilizados como aromatizantes de alimentos e medicamentos, um dos enóis mais conhecidos é o ácido ascórbico, ou vitamina C, que contém quatro hidroxilas, sendo duas ligadas a carbonos sp2. Os fenóis também possuem diversas aplicações industriais, como na preparação de polímeros, síntese de aspirina, e em produtos dermatológicos como o benzeno-1,4-diol, também conhecido como hidroquinona, que é utilizada para o clareamento de manchas presentes no tecido cutâneo. Os álcoois podem ser classificados em primários, secundários e terciários, de acordo com o carbono no qual o -OH se liga. Sua nomenclatura é semelhante à dos hidrocarbonetos, contudo, utiliza-se como sufixo o -ol, por exemplo, um álcool com três carbonos será denominado de 1- propanol. Para a nomenclatura dos enóis, devem ser informadas as posições da dupla ligação e da hidroxila; por exemplo, a ligação de um enol com seis carbonos, contendo uma insaturação e -OH no carbono três, será denominada de hex-3-en-3-ol. A nomenclatura dos fenóis pode ser realizada de modo simplificado iniciando pelo número do carbono ao qual o grupo -OH está ligado, seguido do infixo -hidroxi e, como sufixo, o nome do anel aromático; por exemplo, um benzeno com duas hidroxilas é denominado de 1,2-dihidroxibenzeno. Aldeídos são geralmente produtos da oxidação de álcoois primários, sendo caracterizados pela presença de uma carbonila (-C=O) na extremidade da cadeia carbônica. Sua nomenclatura é iniciada pela quantidade de carbonos, seguida da identificação do tipo de ligação, simples, dupla ou tripla e como sufixo utiliza-se o -al, por exemplo um aldeído com dois carbonos é chamado de etanal. Caso a molécula apresente duas carbonilas, o infixo -di- deve preceder o sufixo -al, um aldeído com cinco átomos de carbonos e duas carbonilas será intitulado de pentanodial. Os aldeídos podem ser aplicados na conservação de tecidos vivos e, por serem facilmente oxidados, também são utilizados como agentes redutores e como aromatizantes na indústria alimentícia e farmacêutica, sendo o mais conhecido a vanilina ou baunilha. As cetonas também possuem uma carbonila, no entanto, diferente do aldeído, sua -C=O se encontra no meio da cadeia carbônica, ou seja, ligada a um carbono secundário. A ausência do hidrogênio ligado à carbonila torna a cetonas menos reativas em comparação com os aldeídos, devido a isso, muitas cetonas são utilizadas como solventes. Sua nomenclatura se baseia no mesmo princípio aplicado aos aldeídos, contudo, o sufixo utilizado é o -ona, assim, uma cetona com três carbonos é denominada de propanona. Em cetonas simples, com até quatro carbonos, não é necessário especificara posição da carbonila, mas o cenário é diferente se a cetona apresentar mais carbonos, por exemplo, uma cetona com seis carbonos e uma dupla ligação no primeiro carbono terá como nomenclatura o hex-1-en-3-ona. A cetona mais conhecida é a propanona, também chamada de acetona, utilizada como removedor de esmaltes, solvente, para a extração de óleos vegetais e síntese de medicamentos. As cetonas são também responsáveis por aromas, como a jasmona, extraída de flores de jasmin, e podem ser encontradas na forma de acetofenona em frutas como a banana. Os éteres são compostos orgânicos oxigenados caracterizados pela presença do oxigênio entre grupos alquila, definidos por sua baixa polaridade e reatividade. Sua nomenclatura deve sempre ser iniciada pelo nome do menor radical, infixo -oxi-, seguido da adição de um traço e nome do maior radical. Um éter com um radical meti e outro propril será denominado de metoxi-propano. Outro modo de nomear os éteres é adicionando no início do nome a palavra éter, seguido dos nomes dos radicais, menor e maior, respectivamente, e do sufixo -ico, assim, um éter com um radical metil e ou etil recebe o nome de éter metil-etílico. O etoxietano, comumente denominado de éter etílico, é um importante solvente de óleos, podendo ser utilizado na fabricação de pólvora e seda artificial, entretanto, seu uso é controlado, uma vez que pode ser aplicado para a síntese de produtos ilícitos. Na área médica, o éter etílico é utilizado como anestésico. Ainda mais, os éteres também podem ter compostos cíclicos que recebem o nome de epóxidos. Um dos éteres cíclicos mais conhecidos é o óxido de etileno ou epóxi-etano, empregado industrialmente nos processos de produção de fibras, resinas, tintas, entre outros. A nomenclatura dos éteres cíclicos se inicia com a numeração da posição do oxigênio ligado aos carbonos, seguido do prefixo -epóxi-, nomeando em ordem alfabética os substituintes e, por fim, a cadeia de carbonos. Considere uma molécula com cinco átomos de carbono, no qual o oxigênio fecha o ciclo se ligando simultaneamente no carbono um e quatro, a estrutura será nomeada de 1,4-epoxipentano. Ácidos carboxílicos possuem em sua estrutura um grupo carboxila, ou seja, uma cadeia carbônica, onde o carbono da extremidade realiza uma ligação dupla com um oxigênio, e uma simples, com uma hidroxila. A nomenclatura desses compostos é realizada adicionando a palavra ácido, seguida do nome da cadeia carbônica e do sufixo -oico, ou -dioico, se a cadeia apresentar em ambas as extremidades a função ácido carboxílico. Assim, uma cadeia carbônica com três átomos de carbono é chamada de ácido propanoico e, se a mesma cadeia apresentar a função do ácido carboxílico em ambas extremidades, terá como nome ácido propanodioico. Alguns ácidos têm importante aplicação industrial como o ácido metanoico, conhecido como ácido fórmico, é utilizado como fixador de corantes, já o ácido etanoico é um dos principais constituintes do vinagre. Os ésteres podem ser obtidos por meio de reações de ácidos carboxílicos com álcoois, sendo, caracterizados por possuírem um átomo de carbono, no meia de uma cadeia carbônica, ligado a dois oxigênios, por meio de uma ligação simples e outra dupla, em outras palavras, um radical se liga ao oxigênio, substituindo o hidrogênio do ácido carboxílico. A nomenclatura dos ésteres é realizada utilizando o prefixo que se relaciona à quantidade de hidrocarboneto, até o carbono contendo o grupo funcional, sendo o sufixo utilizado na primeira parte o -ato, seguido da preposição de e do nome do radical com sufixo -ila. Portanto, um éster com quatro carbonos, com a função orgânica no terceiro carbono, é designado de propanoato de metila. Os ésteres possuem geralmente aroma de frutas e, portanto, são amplamente utilizados na indústria alimentícia, também podem ser biologicamente ativos, como os lipídios. Outra aplicação importante se relaciona à síntese de polímeros pela utilização de ésteres, sendo um dos mais conhecidos o poliéster, manuseado na produção de garrafas e tecidos. CURIOSIDADE Os lipídios, ou simplesmente moléculas de gordura, têm uma importante função no organismo humano: fornecer energia. Podem ser saturados, sendo encontrados no queijo, leite e ovos, ou insaturados, presentes em óleos de girassol e coco. O consumo de lipídios deve ser moderado, pois em alta quantidade acabam se armazenando como tecido adiposo na forma de gordura. Os sais orgânicos são outra classe de compostos derivados da interação entre ácidos carboxílicos e uma base, muito semelhante ao que ocorre em uma reação de neutralização. De forma análoga à descrita para os ésteres, o hidrogênio da hidroxila é substituído pelo cátion proveniente da base. Os sais orgânicos possuem estrutura cristalina, além de altos pontos de fusão e ebulição. Sua nomenclatura é dada pelo prefixo relacionado ao número de carbonos, infixo -oato, conector de e nome do cátion. Por exemplo, um sal orgânico contendo cinco átomos de carbono e um sódio tem como nomenclatura pentanoato de sódio. Se houver mais um cátion na outra extremidade do sal orgânico, a nomenclatura do infixo deve ser -dioato, logo considerando uma molécula com quatro carbonos, um sódio e um potássio, o sal será denominado de butanodioato de potássio e sódio. Os sais orgânicos são muito utilizados na produção de sabão e sabonete. O cloreto ácido é resultado da interação entre um ácido carboxílico e um cloro, sendo que o Cl é proveniente de substâncias como pentacloreto de fósforo e cloreto de tionila, em meio básico. De forma análoga à descrita para os sais orgânicos, o cloreto ácido é resultado da substituição do hidrogênio da hidroxila presente em um ácido carboxílico pelo cloro. Sua nomenclatura é dada pela associação da palavra cloreto, seguida da preposição de, nome do radical ácido com o sufixo -ico ou -ila. Por exemplo, um ácido benzoico que é convertido em cloreto ácido passa a ser denominado de cloreto de benzoíla. Ainda pela interação entre ácidos carboxílicos ou entre um ácido carboxílico e um cloreto ácido, tem-se como produtos os anidridos. Esta reação ocorre basicamente devido à desidratação do ácido carboxílico. A nomenclatura do anidrido é realizada pela anidrido, seguida do prefixo relacionado aos carbonos, infixo contendo tipo de ligação e sufixo -óico. Na interação entre dois ácidos etanoicos, por exemplo, se produz o anidrido. FUNÇÕES NITROGENADAS O nitrogênio está presente em diversos compostos orgânicos e o modo como se liga ao carbono gera diversas funções nitrogenadas, sendo as principais: aminas, iminas, amidas, imidas, nitrilos e nitrocompostos. Alguns compostos nitrogenados têm grandes aplicações industriais e outros são importantes em processos biológicos, como na síntese de proteínas. O Quadro 3 apresenta as principais funções nitrogenadas e suas respectivas nomenclaturas. Onde R representa os radicais orgânicos. Quadro 3. Funções nitrogenadas. Aminas são caracterizadas pela presença de um nitrogênio ligado a, no máximo, três grupos orgânicos, podendo ser classificadas como primárias, secundárias e terciárias, de acordo com a quantidade de grupos orgânicos. As aminas podem ser alifáticas ou aromáticas, de acordo com o grupo ligada ao nitrogênio. A nomenclatura das aminas baseia-se na utilização do nome do grupo ligado ao nitrogênio, seguido do sufixo -amina, por exemplo uma amina primária com apenas um carbono é designada de metilamina. No caso de uma amina secundaria ou terciaria os prefixos -di- e -tri-, respectivamente, devem preceder o nome dos grupos alquil, como por exemplo a dimetilamina, que possui duas metilas ligadas ao nitrogênio. Entretanto se a molécula possuir mais de uma função amina, então deve-se indicar a posição das aminas utilizando números e os infixo -di- e -tri-, por exemplo no butano-1,2,4-triamina, que possui três funções aminas na cadeiacontendo quatro carbonos. Uma amina biologicamente importante é a adrenalina, que é liberada em situações de perigo pelas glândulas suprarrenais. As plantas também podem possuir moléculas de amina, como nicotina e a cocaína. Cheiros desagradáveis, como o de putrefação, também estão relacionados à amina, a putrecina. As iminas, também conhecidas como base de Schiff, podem ser sintetizadas a partir de uma reação entre uma amina primária e uma cetona ou aldeído em meio ácido. Basicamente, são caracterizadas pela presença de um carbono ligado a um nitrogênio por uma ligação dupla. As iminas seguem a nomenclatura baseada no nome da cadeia carbônica seguido do sufixo -imina, desse modo, uma cadeia com seis carbono e uma função imina é denominada de hexan-1-imina. Caso a função imina esteja presente no meio da cadeia, o sulfixo -imina deve acompanhar a cadeia mais longa ou a cadeia na qual a imina se encontra, assim, uma cadeia H3C-CH=N-CH3 é denominada de N-metiletanimina. As iminas possuem um comportamento interessante de cristal líquido devido a sua planaridade, e são utilizadas em química analítica, na área de polímeros e possuem propriedades antifúngicas. As amidas são caracterizadas pela presença de um grupo carbonila (C=O) ligado a um nitrogênio. Podem ser classificadas como primárias, secundárias e terciárias de acordo com a quantidade de carbonila ligada ao nitrogênio. A nomenclatura das amidas utiliza como prefixo a determinação da quantidade de hidrocarbonetos e como sufixo -amida. Uma amina primária com apenas três carbonos é denominada de propanamida. Em uma amida secundária e terciária, o sufixo -amida permanece junto à cadeia principal, ou seja, que possui maior número de carbonos, como por exemplo, a N-metil-propanamida. Contudo, caso a amida esteja ligada uma cadeia cíclica, o sufixo -amida é substituído pelo -carboxiamida, desse modo, um ciclo hexano com função amida será designado de ciclo hexanocarboxiamida. Uma amida muito conhecida é a ureia, excretada na urina humana. Industrialmente, a ureia é utilizada como matéria-prima de fertilizantes, plásticos e na indústria farmacêutica As imidas possuem duas carbonilas ligadas ao átomo de nitrogênio, podendo ser aliafáticas ou aromáticas. A nomenclatura utiliza o mesmo princípio aplicado para hidrocarbonetos, indicando a posição dos carbonos com a carbonila, seguido do sufixo -imida ou -carboximida, como o cicloexano-1,2-dicarboxiimida e o 1,4,5,8-naftalenodiimidas. As imidas alifáticas como a maleimida e succinimidas possuem atividade antimicrobiana e analgésica. As imidas aromáticas podem ser utilizadas em condutores orgânicos e possuem atividade fotofísica, ser utilizadas em processos de catálise. Nas nitrilas o nitrogênio é ligado ao carbono por uma tripla ligação, os compostos com este grupo funcional são polares, podem estar presentes nos estados gasoso, liquido e sólido, dependendo da quantidade de carbonos ligados ao grupo nitrila, além disso as nitrilas possuem altos pontos de fusão e ebulição. Sua nomenclatura deve indicar a quantidade de hidrocarbonetos no prefixo, o infixo deve indicar o tipo de ligação existente na cadeia, seguido dos sufixos -o- e -nitrila, portanto uma cadeia contendo cinco carbonos, apenas ligações simples e uma nitrila é designada de pentanonitrila. Uma nitrila muito conhecida é a metanonitrila, que possui aroma de amêndoas e é altamente tóxica, tendo sido utilizada em câmaras de gás. Outra nitrila importante é a acrilonitrila, aplicada na síntese de materiais acrílicos e lãs. Os nitrocompostos são caracterizados pela presença do grupamento nitro -NO2 ligado aos hidrocarbonetos, podem estar presentes em cadeias alifáticas ou ligados a compostos aromáticos. Os nitrocompostos são polares, suas características relaciona-se ao tipo de cadeia, os nitrocompostos alifáticos possuem aroma agradável e não são tóxicos, em contrapartida os nitrocompostos aromáticos possuem odor ruim e são tóxicos. A nomenclatura destes compostos utiliza como prefixo nitro-, seguido no nome do hidrocarboneto, logo, um metano que possui em sua molécula a função nitro será nomeado de nitrometano. Se houver, na molécula, a presença de mais de um grupo nitro, a quantidade deve ser indicada utilizando antes do prefixo (-nitro-) di- e tri-. Nitrocompostos aromáticos são amplamente utilizados como solventes. Entretanto, o 2,4,6- trinitrotolueno, TNT, é um dos nitrocompostos mais conhecidos e, por ser reativo, costuma ser utilizado como explosivo. FUNÇÕES SULFURADAS As funções sulfuradas mais relevantes são os tióis, tioéteres e ácidos sulfônicos, hidrocarbonetos orgânicos sulfurados em que o enxofre (S) se liga ao carbono de diferentes formas e, além do carbono, também pode se ligar ao oxigênio. O Quadro 4 apresenta as funções sulfuradas que serão abordadas com mais detalhes, posteriormente. Onde R são os radicais orgânicos. Quadro 4. Funções sulfuradas. Os tióis são muito semelhantes aos álcoois, entretanto, a função -OH é substituída pela função - SH no caso dos tióis. Entre suas características, está a acidez e baixa polaridade, sendo que os tióis geralmente são encontrados no estado gasoso, e seus líquidos costumam ser voláteis. A nomenclatura segue as regras citadas anteriormente, ou seja, como prefixo, o nome do hidrocarboneto, o tipo de ligação, e como sufixo, -tiol. Por exemplo, uma molécula contendo dois carbonos ligados a um -SH é designada de etanotiol. CURIOSIDADE Os compostos orgânicos sulfurados são conhecidos pelo seu odor nada agradável. No entanto, sua utilização pode ser importante. Por exemplo, o butan-1-tiol é um hidrocarboneto com função orgânica tiol que, quando misturado ao gás de cozinha, resulta em um forte odor, facilitando sua percepção em caso de vazamento. Por conta disso, o butan-1-tiol é uma molécula muito utilizada para garantir a segurança de quem utiliza gás de cozinha. Os tioéteres apresentam um átomo de enxofre no meio da cadeia carbônica. Entre suas propriedades, se destaca o odor desagradável, alto ponto de fusão e ebulição, sua volatilidade menor em comparação aos compostos tióis e sua insolubilidade em solventes polares. A nomenclatura para essa classe de compostos é realizada iniciando pelo menor radial, seguido da adição de um traço (-), infixo -tio- e nome do maior hidrocarboneto. Como exemplo, considere o propil-tiopentano, que tem como menor radical o metil e como maior o pentano. Os tioésteres podem ser encontrados no petróleo e são utilizados na produção de plásticos. No corpo humano, estão presentes em aminoácidos precursores de proteínas como a metionina. Os ácidos sulfônicos possuem como grupo funcional o -SO3H ligado a hidrocarbonetos, que tiveram um hidrogênio substituído devido a sua interação com ácido sulfúrico. Esses compostos, na temperatura ambiente de 25 ºC, são sólidos e se assemelham a um cristal, são solúveis em água e, no processo de dissolução, produzem um ácido forte. A nomenclatura utiliza a palavra ácido, seguida do nome do hidrocarboneto e sufixo -sulfônico. Desse modo, um benzeno ligado a um ácido sulfônico é denominado de ácido benzenossulfônico. Os compostos que possuem essa função são empregados como tensos ativos na produção de xampus e detergentes, sendo responsáveis pela espuma que é observada durante a utilização desses produtos. FUNÇÕES OU COMPOSTOS ORGANOMETÁLICOS: COMPOSTOS DE GRIGNARD E DE FRANKLAND Os compostos ou reagentes de Grignard são haletos de organomagnésio, ou seja, são resultantes da interação entre haletos orgânicos e o magnésio metálico. A interação dos haletos orgânicos com magnésio é maior em haletos de iodo, seguido de bromo e cloro. A síntese desses compostos é realizada em éter anidro, sendo comum os utilizar em seguida para outras sínteses orgânicas devido à reatividade. Os compostos de Grignard são aplicados para a síntese de aldeídos, álcoois e cetonase, também, para a produção de outros compostos organometálicos. A nomenclatura é realizada pela utilização do nome do ânion, preposição de, nome do radical orgânico, hífen (-) e sufixo -magnésio, como por exemplo, o iodeto de isopropil-magnésio. O Quadro 5 apresenta um exemplo de composto de Grignard. Onde X é um aníon. Quadro 5. Compostos organometálicos de Grignard e de Frankland. Os compostos de Frankland são compostos do tipo organozinco, ou seja, possuem em sua constituição ligações entre o átomo de carbono e zinco. O primeiro composto organozinco foi obtido pela interação entre um iodeto de etila, que é um haleto orgânico, com o zinco metálico, utilizando hexano como solvente em atmosfera inerte de nitrogênio. Quimicamente, os compostos de Frankland são menos reativos quando comparados aos compostos de Grignard, portanto, são pouco usados na síntese orgânica. Sua nomenclatura se baseia na identificação da quantidade de grupos orgânicos, nome do radical e a palavra zinco, como por exemplo o dietilzinco. Cromatografia (prática) A cromatografia consiste em um processo no qual compostos de uma mistura na fase líquida ou gasosa, denominada de fase móvel, são separados ao passar por uma coluna cromatográfica, denominada de fase estacionária, podendo ser utilizada em processos de purificação e identificação de compostos. Na cromatografia, usualmente, o analito é diluído em um solvente apropriado, formando a fase móvel. A fase estacionária pode ser constituída de diferentes materiais, polares e apolares, sendo que sua escolha se relaciona com o material a ser analisado. Em um processo mais simples e mais antigo, a cromatografia utiliza como fase estacionária a sílica, que é empacotada em uma coluna de vidro. A separação ocorre pela diferença na interação dos constituintes da amostra com a coluna. O solvente utilizado pode ser mantido ao longo do processo ou alterado para facilitar a eluição dos compostos da mistura, conforme a mudança das frações coletadas. Outro modo de separar compostos é pela cromatografia de camada delgada, em que a fase estacionária é fixada em uma placa. A amostra é colocada na parte inferior da placa, que é inserida em um recipiente com uma pequena quantidade de solvente. A adsorção e ascensão do solvente e a diferença de interação entre o material da placa e da amostra são responsáveis pela separação dos constituintes da amostra. Esse processo pode ser realizado, também, utilizando-se uma folha de papel. Na cromatografia gasosa, o material a ser analisado é inicialmente evaporado ao ser injetado no equipamento, segue em direção à coluna juntamente com um gás inerte, que pode ser o hélio, nitrogênio, argônio, também chamado gás de arraste. A coluna cromatográfica é capilar, com diâmetros < 1 mm, e outra variável que pode ser alterada na cromatografia gasosa é a temperatura da coluna, que pode ser mantida ou variar durante toda a análise. De maneira análoga, nas outras cromatografias o analito é separado devido à diferença de interação com a coluna. A exemplo, descreve-se a prática de separação de pigmentos presentes na folha de espinafre. A Figura 7 apresenta um fluxograma esquemático desse procedimento. Figura 7. Fluxograma esquemático do procedimento para extração de pigmentos da folha de espinafre utilizando cromatografia de coluna. Inicialmente, deve-se preparar a amostra para extrair o pigmento do espinafre, para isso, utiliza- se 15 g de folhas de espinafre picadas que devem ser colocadas em um recipiente 5 mL de acetona comercial (removedor de esmaltes) e 10 mL de removedor de cera. A mistura deve ser triturada utilizando um pistilo, por alguns minutos. A mistura é separada do restante das folhas por filtração. Ao líquido resultante, é adicionado uma pequena porção de sal, que remove a água derivada do processo de extração. Para montar a coluna, uma bureta com cerca de 30 cm de comprimento e no máximo 2 cm de diâmetro deve ser utilizada. Uma pequena quantidade de algodão deve ser inserida e pressionada no afinamento da bureta, para que a fase estacionária não saia junto com a fase móvel. Em seguida, entre 15 e 18 g de sílica gel deve ser inserida na bureta aos poucos, essa pode ser pressionada ou, ao final, pode-se bater suavemente para otimizar o empacotamento da coluna. Opcionalmente, pode-se utilizar açúcar para confeccionar a coluna. Ao final da montagem, é necessário colocar solvente na coluna, deixando-a úmida, com excedente acima da sílica e antes de realizar a separação da amostra. É importante não deixar a coluna secar. Com a torneira da bureta fechada, deve-se inserir cerca de 0,5 mL da amostra lentamente, e abrir a torneira, a amostra deverá escoar pela bureta; em seguida, sem deixar secar a coluna, adiciona- se pequenos volumes de 5 mL de acetona e, então coleta-se as frações em tubos de ensaio numerados. Após a coleta da primeira fração colorida (amarela), deve-se trocar o solvente para removedor de cera, contendo 25% de acetato de etila, para coletar a segunda fração que possui uma coloração verde. Agora é a hora de sintetizar tudo o que aprendemos nessa unidade. Vamos lá?! SINTETIZANDO Nessa unidade, demonstramos que hidrocarbonetos são compostos constituídos fundamentalmente de carbono e hidrogênio. A forma com a qual os carbonos se ligam influencia a classe de compostos formados, classificando-os como saturados ou insaturados. Adicionalmente, a presença de diferentes ligações faz com que o hidrocarboneto pertença a uma classe específica, sendo que, se houver apenas ligações simples entre os carbonos, a molécula será classificada como um alcano, se apresentar uma ligação dupla, será um alceno, se possuir duas ligações duplas, será um alcadieno e, por fim, se o carbono realizar uma tripla ligação com outros carbonos será considerado um alcino. Aprendemos, também, a nomenclatura dos hidrocarbonetos que é baseada na quantidade de carbono presente na cadeia. Vimos que os hidrocarbonetos não são apenas lineares, sendo que os carbonos das extremidades de uma cadeia podem se ligar tendo, tendo como resultado um hidrocarboneto cíclico. Quando um hidrocarboneto possui mais de um anel cíclico condensado, passa a ser denominado de policíclico. Um cicloalcano que desperta curiosidade e continua sendo alvo de estudos é o cicloexano, sua estrutura possui um desvio da planaridade, o que permite que ele assuma as conformações de cadeira ou barco, cuja a estabilidade varia com a energia necessária para que a conformação seja atingida. Aprendemos, também, que um anel contendo seis carbonos com ligações simples e duplas alternadas é designado de hidrocarboneto aromático, sendo o mais simples o benzeno. De maneira análoga aos hidrocarbonetos cíclicos, anéis aromáticos podem ser condensados, gerando, portanto, o hidrocarboneto aromático policíclico. O benzeno possui inúmeros derivados, que são obtidos principalmente a partir de reações de substituição eletrolítica. A substituição do hidrogênio ligado ao benzeno por outro grupo funcional permite que novas características sejam obtidas. Outros compostos aromáticos que têm despertado interesse são os nanotubos e fulerenos, cuja versatilidade, propriedades físicas e químicas, permitem que eles possam ser utilizados em diferentes áreas das ciências exatas e biológicas. Constatamos que os hidrocarbonetos podem se ligar a outros elementos químicos como os halogênios, produzindo os haletos orgânicos. Os halogênios podem se ligar a carbonos com hibridização sp3 e sp2. Demonstramos a nomenclatura dos haletos, que se inicia pela numeração da posição e nome do halogênio, seguido pela nomenclatura do hidrocarboneto. As funções oxigenadas basicamente possuem átomos de oxigênio ligados ao carbono. A disposição do oxigênio no hidrocarboneto pode resultar em diferentes combinações e, consequentemente, em diferentes funções orgânicas. A classe maissimples consiste em um uma hidroxila (-OH) ligada ao carbono, resultando nos álcoois, cuja composição da nomenclatura é similar a dos hidrocarbonetos. As funções orgânicas não se limitam à ligação entre o carbono e o oxigênio. O carbono possui muitas moléculas com funções nitrogenadas, como as aminas, que possuem um nitrogênio ligado a grupos alquil. As iminas apresentam o nitrogênio no meio da cadeia, ligado a um carbono por uma dupla ligação. As amidas possuem um carbono que se liga simultaneamente a um oxigênio e a um nitrogênio. A imidas são caracterizadas pela presença do nitrogênio entre duas carbonilas. A nitrila é caracterizada pela ligação tripla entre o carbono e o nitrogênio, os nitrocompostos possuem grupamentos NO2 ligados à cadeia carbônica. Outra classe de compostos são os sulfurados, os tióis são definidos pela presença de um grupos - SH. Os tioéteres são caracterizados pela presença do enxofre entre grupos alquil. Ácidos sulfônicos são caracterizados pela presença -SO3H. Dentre as mais diferentes funções, destacam-se os compostos organometálicos de Grignard e de Frankland, que são utilizados em reações de síntese orgânicas, principalmente, devido a sua reatividade. Por fim, apresentamos alguns princípios básicos da cromatografia e conceitos como fase móvel e fase estacionária, bem como as técnicas mais comuns de cromatografia, que são a de coluna, gasosa e em camada delgada. E, também, apresentamos uma sugestão prática de separação de compostos do espinafre utilizando a cromatografia em coluna.
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