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ED - PRÓTESE AUDITIVA Definição de prótese auditiva, para que serve? A prótese auditiva, aparelho auditivo ou AASI é um meio de reabilitação dos indivíduos que possuem algum dos tipos de perda auditiva para os quais não há tratamento cirúrgico ou medicamentoso, e sua função principal é amplificar o som e amenizar os problemas causados pela perda auditiva garantindo a audibilidade dos sinais menos intensos e conforto daqueles de moderada a forte intensidade. É importante conscientizar o paciente para que ele tenha expectativas reais sobre a prótese auditiva, já que ela apenas reduz a perda da sensibilidade auditiva e não tem a capacidade de curá-la por completo como alguns pensam. Histórico e evolução das próteses auditivas Período da próteses acústicas: Durou do século XVIII até o século XIX. A primeira prótese mecânica utilizada foi a mão em concha posicionada atrás da orelha que permitia o ganho de até 10 dB na faixa de 1000 a 3000 Hz. Logo após vieram as cornetas e tubos de fala que eram utilizados para meio de amplificação através do fenômeno de ressonância para concentrar energia sonora dentro das frequências mais importantes de fala, mas proporcionavam pouco ganho acústico. Período das próteses de carbono: Foi do final do século XIX até o início do século XX. As próteses possuíam a mesma tecnologia do telefone, microfone de carbono, receptor e uma fonte de energia elétrica, entretanto, proporcionavam pouco ganho acústico. Nesse período foi criado o conceito de utilizar diferentes amplificações para diferentes perdas auditivas. Período das próteses de válvula: Foi do ano de 1930 ao ano de 1940. As próteses possuíam microfone de cristal e o seus tamanhos eram reduzidos, permitiam um maior ganho acústico e sua faixa de frequência era mais ampla – até 4000 Hz. Nesse período deu-se início a tecnologia de bobinas telefônicas. Período do transístor: Ocorreu em 1947. Esse período fez uso de amplificador, reduziu o tamanho das próteses, da pilha, do custo, fios e ruído e permitiu a utilização ao nível da orelha com a prótese de óculos – que permitiu a utilização do CROS – , no entanto, não trouxe grandes modificações para o ganho acústico. Período digital: É o período mais atual de todos e trouxe as tecnologias analógica, digitalmente programáveis e digitais. Tecnologia das próteses Analógica: Nas próteses com essa tecnologia a onda é captada por um microfone e amplificada em sinal elétrico equivalente, ou seja, análogo. Além disso, o som é aumentado como um todo e para realizar os ajustes faz-se necessário uma pequena chave de fendas. As suas vantagens são o baixo custo, baixo consumo de energia e a miniaturização dos componentes. essa tecnologia apresenta limitações como restrições em relação à adaptação linear. Digitalmente programável: Essa tecnologia também é conhecida como híbrida e é essencialmente analógica com um ou mais componentes digitais. As próteses com essa tecnologia possuem a possibilidade de programação, memória e melhor desempenho entre as próteses. Na tecnologia digitalmente programável o sinal não é convertido em dígitos, mas existe no circuito interno um circuito digital que controla ou altera o modo como o som será amplificado. Digital: Nas próteses com essa tecnologia o processamento do sinal e os ajustes são realizados por meios digitais. A primeira prótese totalmente digital foi fabricada por um pequeno período devido ao seu alto custo, grande tamanho e consumo de energia. As suas vantagens são melhor compreensão da fala – principalmente nos ruídos – , som mais claro, filtragem múltiplas do sinal, amplificadores multicanais, ajustes seletivos dos níveis de saída máxima, controle automático do ganho e sistema de compreensão refinados. Modelos das próteses auditivas Convencionais ou de caixinha: É um dos modelos mais antigos. É composto por uma caixa externa que contém um microfone e amplificador com controles externos, nessa caixa um fio é conectado com o receptor acoplado em um molde auricular. É o único modelo de condução óssea. Retroauriculares: Foram criados a partir de 1956 e ficam localizados atrás do pavilhão auricular, onde um tubo em formato de ganho liga a prótese ao molde auricular. Esse modelo permite maiores amplificações e é indicado para crianças – pelo menor custo uma vez que, em outros modelos é necessário trocar a cápsula à medida que a criança vai crescendo. Miniretroauriculares: Possui o mesmo funcionamento do modelo retroauricular, entretanto, o seu tamanho é menor. É importante ressaltar que quanto menor é o aparelho, menor é amplificação de que ele gera. Intra-aural: Esse modelo é colocado inteiramente na orelha externa e permite o aproveitamento das funções acústicas do pavilhão auricular, favorece a localização sonora – tendo ênfase nas altas frequências – e pode ser: - Intra-auricular: Do tipo concha – que ocupa toda relha e possibilita maior ganho acústico e versatilidade, maior possibilidade de ventilação – ou meia concha. Existe a desvantagem da dificuldade de se controlar a realimentação acústica devido à proximidade entre o microfone e o receptor do aparelho. - Intracanal: Esse modelo fica localizado inteiramente dentro do meato acústico externo. Ele também pode ser microcanal – traz uma menor distorção, menor possibilidade de realimentação acústica, melhora da localização sonora, facilidade ao utilizar o telefone, possibilidade de utilizar fone de ouvido, estética, saída ao nível peritimpânico e redução do efeito de oclusão. Recursos existentes Alguns dos recursos disponíveis são o botão liga-desliga, controle de volume, bobina telefônica, sinal sonoro para aviso de pilha fraca, controle remoto, aparelho à prova d’água, aparelho com inteligência artificial, conectividade com aplicativos de smartphones e sistema de frequência modulada (FM) – no qual um microfone que fica com o interlocutor está conectado ao aparelho de amplificação sonora individual, ele é indicado para melhorar o entendimento e a clareza da fala principalmente em situações com ruído de fundo, e favorece a relação sinal-ruído à voz em um nível mais forte do que o ruído de fundo e por isso é muito utilizado por alunos usuários de AASI. Quais são os componentes básicos dos aparelhos auditivos e suas respectivas funções? Microfone: É o primeiro componente a captar o som, é transdutor de entrada. Além disso, é responsável pela transformação da onda sonora em energia elétrica. - Material: ● Antes: Carbono, cristal, magnéticos, cerâmicos. ● Atualmente: Material sintético com propriedades elétricas. Vantagens: Tem uma resposta de frequência ampla; Resistente a altas temperaturas; Pode ser colocado mais próximo ao receptor (menor risco de acoplamento eletromagnético); Possui baixa sensibilidade a vibrações mecânicas (incluindo impactos) e baixo ruído interno e alta confiabilidade. Desvantagem: É sensível à umidade. - Tipos de microfone quanto à direcionalidade: ● Omnidirecional: Capta de forma praticamente igual todos os ângulos de incidência da onda sonora. ● Direcional: Foco no som que vem da frente; Capta de forma variável os sons vindos de diferentes ângulos. - Tipos de microfone quanto à resposta de frequências: ● Sensibilidade idêntica a todas as frequências ou sensibilidade maior para determinados sons. Amplificador: É responsável por amplificar o sinal elétrico, por aumentar o sinal elétrico captado pelo microfone e pelas características de ganho da prótese auditiva. - Tipos de amplificadores: ● Linear: Todo o sinal é amplificado da mesma forma até atingir um determinado limite. (Prótese analógica) ● Monocanal: Processa os sinais como um bloco único. Está relacionado ao amplificador linear. ● Não-linear: A amplificação ocorre de acordo com as características do sinal de entrada. (Prótese digital) ● Multicanal: Divide de acordo com as características das frequências. Está relacionado ao amplificador não-linear. Receptor: É responsável por transformar o sinal elétrico em onda. - De via aérea: O mais utilizado; Transforma o sinal elétrico em ondasonora. - De via óssea: Quase não é utilizado; o vibrador ósseo é o responsável por transformar o sinal amplificado em estímulo sonoro. Fonte de energia: É responsável pelo fornecimento de energia. Quanto maior a necessidade de amplificação e ganho, maior é o consumo da fonte de energia (pilha ou bateria). Existem próteses recarregáveis (como o aparelho celular). A pilha, ou bateria, não precisa ser da mesma marca do AASI, apenas precisa ser do mesmo tamanho.
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