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Desenvolvimento de Pessoas

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UNVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
FACULDADE DE NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS EM UNIDADES DE 
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
Material de apoio para a Disciplina 
Gestão de Unidades de Alimentação e 
Nutrição 
Autor: Profa Dra Rosana de Morais 
Borges Marques 
 
 
 
 
 
 
 
 
2020 
 
 
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS EM UAN 
Como já sabemos, as pessoas são o principal capital da organização e são os parceiros mais 
íntimos, pois estão diretamente ligados aos outros parceiros e processos. Pessoas qualificadas e 
motivas são a base para a garantia de atendimento dos objetivos organizacionais e satisfação dos 
clientes. Desde o processo de recrutamento e seleção procuramos atrair e selecionar as pessoas mais 
qualificadas e adequadas para a nossa UAN. Mas isso não quer dizer que ela não precisará de receber 
orientação, treinamento e desenvolvimento. 
 
 
Figura 1 - Subsistema de desenvolvimento de talentos. (CHIAVENATO,2020) 
 
 
Antes de discorrermos mais sobre o assunto, vamos aprender alguns conceitos básicos 
elencados por Oliveira e Silva (2016): 
• Informação: ações educacionais de curta duração. 
• Instrução: orientações baseadas em objetivos instrucionais, realizadas com apoio de 
manuais e roteiros. 
• Treinamento: ações educacionais de curta e média duração, com cursos e oficinas. 
São mais específicos. 
• Desenvolvimento: ações educacionais de apoio a programas de qualidade de vida no 
trabalho, orientação profissional, autogestão de carreiras e similares. 
• Educação: programas de média e longa duração, com cursos profissionalizantes, 
graduação, especialização. 
Agora que já conhecemos a diferença entres os termos, vamos seguir com a nossa unidade. 
Nas organizações, o setor que cuida do desenvolvimento de pessoal recebe o nome Treinamento e 
Desenvolvimento ou T&D, ou Treinamento, desenvolvimento e educação TD&E. Para Chiavenato 
(2020, p. 364) “Desenvolver pessoas significa criar talentos dotados de competências”. O autor ainda 
descreve as tendências nesta área: 
• Forte ênfase em agregar valor às pessoas e à organização: a antiga tradição das 
empresas em extrair o máximo possível dos conhecimentos e das habilidades de seus 
colaboradores sem nada repor ou adicionar em troca já é coisa do passado. 
Antigamente, as empresas recrutavam e selecionavam as pessoas, procurando 
introduzi-las já com seus conhecimentos e habilidades adquiridos em suas 
experiências em outras empresas do mercado. Não havia a preocupação de investir 
nas pessoas, pois predominava a preocupação de extrair o máximo delas que, em 
princípio, tinham a obrigação de estarem preparadas por sua conta, para o que desse 
e viesse. Essa cultura predadora e exploradora já se foi. Agora, a preocupação 
fundamental das organizações bem-sucedidas é agregar valor às pessoas de maneira 
contínua e intensa. Não como um esforço único e isolado, mas um esforço constante 
e permanente. É que, ao agregar valor às pessoas, as organizações estão 
enriquecendo seu próprio patrimônio, melhorando seus processos internos e 
incrementando qualidade e produtividade aos seus produtos e serviços. E todos 
os stakeholders saem ganhando. Isso faz parte da competitividade empresarial. Tudo 
vale nesse inusitado esforço conjunto das organizações e das pessoas. Aprender com 
experiências novas, com os erros, com os acidentes de percurso, com novos 
conhecimentos, com coisas de outras áreas e até de outras organizações. Agregar 
conhecimentos, experiências, habilidades, julgamentos e competências. Agregar 
valor, enfim. 
• Participação ativa dos gestores e suas equipes: os conteúdos dos programas de T&D 
estão sendo cada vez mais decididos, planejados e implementados por gestores e suas 
equipes. Esta é a influência visível da gestão participativa e democrática. Gestores e 
subordinados estão se debruçando juntos na busca de meios alternativos de 
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes e competências que 
melhor convenham ao negócio da empresa e às aspirações e características de cada 
pessoa. O T&D está se tornando não somente uma importante responsabilidade 
gerencial, mas sobretudo uma responsabilidade individual de cada pessoa e coleta de 
cada equipe. Cada vez mais, cresce a conscientização de que cada pessoa e cada 
equipe deve se responsabilizar pelo seu autodesenvolvimento ou pela cobrança ao 
seu gestor dos meios e recursos necessários para proporcionar e alcançar seu 
crescimento profissional. O órgão de RH passa a funcionar cada vez mais como um 
apoio e suporte de staff e de consultoria para que isso aconteça. 
• Intensa ligação com o negócio da organização: os processos de desenvolvimento de 
RH não estão mais obedecendo ao imediatismo e ao oportunismo, nem mais às 
prioridades específicas da área de RH, mas estão sendo planejados e elaborados como 
partes integrantes do planejamento estratégico da organização e, cada vez mais, 
voltados para o negócio da empresa. Estão sendo utilizados para obter consonância e 
adequação ao negócio da organização e, com isso, substituir qualquer forma de 
controle externo sobre o comportamento das pessoas. 
• Aprimoramento pessoal como parte da melhoria da qualidade de vida das pessoas: 
a QVT das pessoas pode ser incrivelmente aumentada por meio da sua constante 
capacitação e do seu crescente desenvolvimento profissional. Pessoas treinadas e 
habilitadas trabalham com mais facilidade e confiabilidade e com mais prazer e 
felicidade. Sem falar na qualidade e produtividade da organização. 
• Contínua preparação da empresa e das pessoas para o futuro e o destino: os 
programas de T&D estão cada vez mais voltados para o futuro e o destino das pessoas 
e da empresa. Por meio desses programas, cada empresa cria, molda e planeja o seu 
futuro, isto é, como ela deverá ser a médio ou longo prazo. Com isso, enfatiza-se a 
mudança organizacional, a criatividade e a inovação. É como se os programas de T&D 
fossem verdadeiros laboratórios onde as pessoas são envolvidas em uma atmosfera 
do que virá a ser a organização em futuro próximo ou remoto. 
• Novas abordagens decorrentes da poderosa influência das tecnologias emergentes: 
em plena Era Digital, o RH não poderia ficar distanciado das modernas tecnologias de 
difusão do conhecimento existentes. O treinamento está surgindo agora como um 
subproduto da TI. A escola por meio de multimídia já chegou, e o local físico dela 
simplesmente evaporou. A escola está no computador, no celular, em casa, na 
empresa, em qualquer lugar ou tempo. É o treinamento móvel, a distância. Ou, 
melhor dizendo, é o centro de treinamento virtual. O treinamento constitui a nova 
arma das empresas rumo à competitividade. A importância do conhecimento é 
grande demais para ficar circunscrita às antigas tecnologias e recursos audiovisuais. 
Os progressos nesse campo são monumentais. Cada vez mais, o computador e a 
internet estão presentes nos programas de T&D. 
• Adequação das práticas de treinamento às diferenças individuais das pessoas: cada 
vez mais, os processos de desenvolvimento de RH estão levando em consideração as 
diferentes características das pessoas e se adequando gradativamente a cada uma 
delas de modo individualizado e particular. 
• Ênfase em técnicas grupais e solidárias: os processos de T&D estão privilegiando o 
trabalho em conjunto e a atividade grupal. Mais do que isso, estão ajudando as 
pessoas e equipes multifuncionais a aprenderem a conviver melhor e socialmente. Os 
processos de desenvolvimento estão balizando uma nova forma de trabalho em que 
as equipes passam a constituir o núcleo de toda a atividade humana. 
• Utilização de mecanismos de motivação e de realização pessoal: é impressionante 
como os processos de desenvolvimento estão sendo importantes investimentos 
pessoais e organizacionais e como um meio eficaz para o alcance de objetivos pessoais 
e organizacionais. A conscientizaçãoda importância do desenvolvimento pessoal e 
gerencial é aspecto comum nos dias de hoje. As organizações estimulam seus 
colaboradores a aprender sempre e a valorizar e aplicar o conhecimento. Isso faz com 
que as pessoas, em todos os níveis da organização, se interessem vivamente em 
participar de programas de T&D, não somente como treinandos, mas também como 
instrutores, ou meros ouvintes. 
• Busca incessante da excelência: o papel do processo de desenvolvimento de RH 
evoluiu bastante na produtividade e na qualidade. Há um profundo inconformismo 
com a situação atual, com o status quo e com o sucesso já alcançado pelas 
organizações. Tudo dentro delas pode e deve ser melhorado continuamente. O 
sucesso empresarial não significa o ponto de chegada, mas o ponto de partida. A 
excelência está constituindo o padrão básico de referência para essa mentalidade de 
mudança e inovação para o alcance do sucesso e da competitividade. Embora a 
eficiência não tenha sido desprezada, é cada vez maior a importância concedida à 
eficácia e ao alcance de resultados concretos. Isso vale não somente para pessoas, 
equipes ou gestores, mas sobretudo para tudo aquilo que ocorre dentro da 
organização. A contribuição que cada tarefa, cargo, função, pessoa, equipe, órgão ou 
área da empresa proporciona no alcance dos resultados organizacionais é o que vale. 
A eficácia serve como importante indicador do desempenho para pessoas, equipes, 
gestores ou áreas da empresa. E o treinamento deve mostrar em que aspecto pode 
efetivamente contribuir de maneira direta ou indireta para os resultados do negócio. 
É por isso mesmo que o processo de desenvolvimento de pessoas está cada vez mais 
nas mãos dos gestores e de suas equipes. 
• Compartilhamento da informação em substituição aos controles externos: as 
empresas estão descobrindo que os controles externos – artificiais, onerosos e 
custosos, que mais provocam problemas do que os resolvem e cuja relação custo-
benefício quase sempre é desfavorável – podem ser extintos e substituídos por outras 
maneiras mais suaves, construtivas e efetivas de conduzir e alinhar o comportamento 
das pessoas para os objetivos empresariais. Os programas de T&D estão adquirindo 
enorme importância – seja para alterações organizacionais ou mudanças culturais, 
seja para a criação e implementação de novas estratégias empresariais, seja para 
novos posicionamentos da empresa em relação ao mercado ou para a criação e 
consolidação de novos produtos ou serviços – como meios de preparar e aglutinar a 
força de trabalho frente a novos rumos ou situações. São a posse e o domínio da 
informação que produzem o espírito de iniciativa e empreendedorismo pessoal, que 
permite o melhor desempenho e a formação de empreendedores internos, que 
proporciona o campo pessoal para a ambição, a responsabilidade e o risco. A pessoa 
que possui informação e conhecimento pode assumir responsabilidades e riscos e 
tornar-se uma empreendedora dentro da organização, porque sabe aonde chegar e 
como chegar lá. 
• Permanente fonte de retroação ou retroinformação: o processo de T&D está 
fechando seu ciclo de operação ao incluir esquemas de retroação e retroinformação 
às pessoas. A informação de retorno constitui importante elemento orientador do 
comportamento das pessoas e favorece balizamentos e mudanças de rumo para o 
alcance de determinados objetivos. A retroação permite que a pessoa saiba como está 
se desempenhando, permite a autoavaliação e autodireção a cada pessoa, ao mesmo 
tempo em que proporciona maior autonomia e maior lapso de tempo de supervisão 
ou de controle externo. Em outros termos, a retroação favorece a maior liberdade e 
autonomia pessoal no trabalho, um sentido de melhoria do desempenho ao fornecer 
indicações de resultados alcançados e de aspectos a serem corrigidos ou 
aperfeiçoados. Basicamente, a retroação é a principal responsável pelo reforço 
positivo e pela aprendizagem em relação a novos comportamentos mais eficientes e 
eficazes. 
Apesar de toda a evolução de T&D, em alimentação coletiva ainda vivenciamos muitas lacunas 
e os resultados têm sido insatisfação no trabalho, maior rotatividade e absenteísmo, baixos salário. 
Os colaboradores, mesmo os nutricionistas gestores, perdem a percepção de autoeficácia que está 
diretamente associada ao sucesso dos participantes em treinamentos relativos aos domínios 
atitudinal, psicomotor e cognitivo, bom como em atividades de diagnóstico de falhas em 
equipamento, relacionamento interpessoal e gestão da qualidade. Autoeficácia, de acordo com a 
teoria social cognitiva, retrata as percepções que as pessoas possuem acerca de suas capacidades, 
bem-estar e realização profissional e, em conjunto com suas crenças e habilidades, tem a finalidade 
de organizá-las e desempenhá-las com sucesso para que seus objetivos sejam alcançados com 
eficiência (OLIVEIRA, SILVA, 2016). 
Os Nutricionistas enquanto gestores de pessoas e da UAN têm grandes desafios e precisam se 
capacitar para enfrentá-los e obter sucesso. Atuar em T&D não só faz parte do desafio, como também, 
será o meio pelo qual os resultados serão conquistados. Para Chesser e Cullen (2016), o 
desenvolvimento dos colaboradores é um investimento na saúde e bem-estar da empresa em longo 
tempo, cujo retorno estará na: 
• Maior eficiência com que os membros da equipe desempenham suas funções; 
• Melhor qualidade do produto e do serviço oferecido ao cliente; 
• Melhor comunicação interna e externa; 
• Maior segurança dos alimentos servidos; 
• Segurança do ambiente de trabalho. 
Considerando que a área de T&D pode ser dividida em educação e treinamento, sendo o 
treinamento o preparo da pessoa para o cargo, enquanto o propósito da educação é preparar a pessoa 
para o ambiente dentro ou fora do seu trabalho. O treinamento envolve a transmissão de 
conhecimentos específicos relativos a trabalho, atitudes frente a situações, conhecimento da tarefa e 
do ambiente e pode envolver desenvolvimento de habilidades e competências. O treinamento 
profissional é uma educação especializada que inclui desde a aquisição da habilidade motora até 
conhecimentos técnicos, desenvolvimento de aptidões administrativas e de atitudes referentes a 
situações (CHIAVENATO, 2020). 
Quando realizamos a educação no trabalho temos em vista os seguintes objetivos: 
1.Transmissão de informações: o conteúdo de muitos programas de treinamento são 
informações sobre a empresa, seus produtos e serviços, a organização e as políticas, as regras e os 
regulamentos. É um corpo de conhecimentos indispensáveis para que os treinandos saibam o que 
fazer, como, quando e onde. Por exemplo, quando contratamos um novo cozinheiro, ele precisa 
receber as informações sobre a empresa, horários, uniforme, seus equipamentos de proteção 
individual (EPI) e atividades a desenvolver. Pode envolver também transmissão de novos 
conhecimentos na medida em que os colaboradores progridem na empresa. Muitas vezes incorremos 
do erro de acreditar que os colaboradores mais antigos podem treinar os mais novos, chamado de 
“sistema do companheirismo”. Precisamos considerar que não é porque um sabe fazer, ele saiba 
ensinar, e que um colaborador pode passar seus próprios vícios para o outro. 
2.Desenvolvimento de habilidades: envolvendo destrezas e conhecimentos diretamente 
relacionados com o desempenho do cargo atual ou de possíveis ocupações futuras. Trata-se de um 
treinamento orientado diretamente para a execução adequada de tarefas e operações, ou seja, como 
aplicar as informações e os conhecimentos recebidos. Quando adquirimos um equipamento novo 
precisamos desenvolver a habilidade de manuseá-lo. Assim teremos segurança e produtividade. 
3.Desenvolvimento ou modificação de atitudes: trata-se de mudança comportamental ou 
atitudinal das pessoas, seja para mudar atitudes negativas para atitudes mais favoráveis entre os 
funcionários, seja para aumentar amotivação, desenvolver a sensibilidade dos gerentes quanto aos 
sentimentos e reações das pessoas. Pode envolver aquisição de novos hábitos e atitudes, 
principalmente em relação a clientes ou usuários (como no caso de treinamento de vendedores, 
balconistas etc.) ou técnicas de vendas. 
4.Desenvolvimento de conceitos: para elevar o nível de abstração e conceptualização de 
ideias e filosofias, seja para facilitar a aplicação de conceitos na prática administrativa ou elevar o nível 
de generalização para desenvolver gerentes capazes de pensar em termos globais e amplos. 
5.Criação de competências individuais: acima de todos os quesitos citados, trata-se de criar 
e desenvolver as competências duráveis nas pessoas, como aumentar conhecimento (saber), 
habilidades (saber fazer), julgamento (saber julgar e decidir) e atitudes (saber fazer acontecer) frente 
a situações. Em alimentação coletiva, as atividades são muito dinâmicas e muitas vezes o colaborador 
precisa tomas uma decisão rápida como não receber do entregador uma matéria prima fora dos 
padrões de qualidade, saber decidir sobre a manutenção do tempo e temperatura das preparações, 
entender para seguir as diluições dos produtos de limpeza, entre outras. 
Em relação ao processo de educação e treinamento, temos uma figura que vocês já devem 
conhecer de Educação Nutricional, mas que aqui foi elaborada por Chiavenato (2020): 
 
Figura 1 - Ciclo do treinamento 
 
Figura 2 - Processo de treinamento 
 
O treinamento do colaborador na UAN deve começas no dia que ele ingressa na organização 
e só deve terminar quando ele estivar deligado da mesma. Como percebemos na Figura 1, trata-se de 
um processo cíclico, cujas etapas dialogam entre si, retroalimentando o sistema. Cada nova avaliação, 
trará ao Nutricionista outras necessidades (diagnóstico) de treinamento. 
A identificação das necessidades de um treinamento, ou análise das necessidades, é de suma 
importância. Um bom diagnóstico é o ponto de partida para o sucesso da ação. Os principais meios 
utilizados para o levantamento de necessidades de treinamento são: 
■Feedback do desempenho, ou problemas de desempenho: por meio da apreciação do 
desempenho, é possível descobrir os colaboradores que executam suas tarefas abaixo de um nível 
satisfatório e averiguar os setores da empresa que reclamam uma atenção imediata dos responsáveis 
pelo treinamento. Por exemplo, quando são recorrentes as reclamações de inadequação de 
temperatura do balcão de distribuição. O colaborador pode não estar ligando o balcão em tempo 
suficiente para garantir que ao colocar as cubas, a temperatura do alimento será garantida. Outro 
exemplo recorrente é a falta de hortaliças para a salada, e foi garantida um compra adequada. O 
colaborador não está seguindo as orientações para as aparas, gerando desperdício e falta do produto 
pronto. 
■Observação: verificar onde há evidência de trabalho ineficiente, como quebra de 
equipamento, atraso em relação ao cronograma, perda de matéria-prima, número acentuado de 
problemas disciplinares, ausências, acidentes, rotatividade elevada etc. 
■Questionários: pesquisas por meio de questionários e listas de verificação (checklist) que 
coloquem em evidência as necessidades de treinamento. Muitas vezes usamos de forma 
concomitante a observação com um checklist para avaliar os processos de sanitização das hortaliças, 
entrega de dietas. 
■Solicitação de gestores: quando a necessidade de treinamento atinge um nível mais alto, os próprios 
gestores tornam-se propensos a solicitar treinamento para o seu pessoal. Periodicamente devemos 
realizar alguns treinamentos sobre segurança no trabalho, boas práticas de fabricação, ente outros 
assuntos. 
■Entrevistas com gestores: contatos diretos com gestores com referência a problemas 
solucionáveis por meio do treinamento. 
■Reuniões interdepartamentais: discussões interdepartamentais acerca de assuntos 
concernentes aos objetivos organizacionais, problemas operacionais, planos para determinados 
objetivos e outros assuntos administrativos. Os Nutricionistas como gerentes, participam de reuniões 
com outros gerentes, como em um hospital. Nessas reuniões podem surgir necessidades de 
treinamento para os colaboradores. 
■Exames de seleção de colaboradores: verificação de resultados de exames de seleção de 
colaboradores que executam determinadas funções ou tarefas. 
■Mudanças no trabalho: sempre que modificações totais ou parciais nos processos de 
trabalho sejam introduzidas, torna-se necessário o treinamento prévio dos colaboradores nos novos 
métodos e processos de trabalho. Como já citado anteriormente, quando compramos um forno novo, 
mudamos os fluxos de alguns processos. 
■Entrevistas de saída: quando o colaborador está deixando a empresa, é o momento mais 
apropriado para conhecer sua opinião sincera sobre a organização e as razões que motivaram sua 
saída. É possível que várias deficiências da organização, passíveis de correção, venham à superfície. 
■Análise de cargos: proporciona um quadro das tarefas e habilidades que o ocupante deverá 
possuir. 
■Relatórios periódicos da empresa ou de produção: mostrando possíveis deficiências 
passíveis de treinamento. 
Uma vez feito o diagnóstico do treinamento, segue-se a escolha dos meios de tratamento para 
sanar as necessidades indicadas ou percebidas. Em outros termos, uma vez efetuado o levantamento 
e a determinação das necessidades de treinamento, passa-se então à sua programação. A 
programação de treinamento é sistematizada requer um plano integrado que envolva os seguintes 
itens: 
 
 
■Abordagem de uma necessidade específica de cada vez: acontece de após um diagnóstico o 
Nutricionista encontrar uma lista de necessidades. A melhor forma é ordená-las por prioridade e 
organizar um cronograma. 
■Divisão do trabalho a ser desenvolvido em módulos, pacotes ou ciclos. 
■Definição clara do objetivo do treinamento. Quando os objetivos não estão bem definidos, 
não conseguimos avaliar se houve bons resultados. 
■Determinação do conteúdo do treinamento, com base nos objetivos. 
■Escolha dos métodos de treinamento e a tecnologia disponível. Precisamos lembrar que 
muitos colaboradores da UAN não completaram o Ensino Médio, não têm o hábito de ficar sentado 
assistindo uma preleção dirigida, acordaram de madrugada para chegar cedo na UAN e querem voltar 
logo para casa porque ainda têm atividades para desenvolver lá. Então, o método deve ser dinâmico. 
■Definição dos recursos necessários para a implementação do treinamento, como tipo de 
treinador ou instrutor, recursos audiovisuais, máquinas, equipamentos ou ferramentas necessárias, 
materiais, manuais etc. 
■Definição da população-alvo, ou seja, da clientela a ser treinada: 
■Número de pessoas. 
■Disponibilidade de tempo. Por causa das jornadas de trabalho, para conseguir treinar todas 
as equipes, repetimos um assunto seis vezes. Mas, é preciso fazer e encontrar o melhor horário. 
■Grau de habilidade, conhecimentos e tipo de atitudes. 
■Características pessoais de comportamento. 
■Local onde será efetuado o treinamento, considerando-se as alternativas: no cargo, fora do 
cargo, mas na empresa, e fora da empresa. 
■Época ou periodicidade do treinamento, com horário ou ocasião propícia. 
■Cálculo da relação custo-benefício do programa. 
■Controle e avaliação dos resultados para a verificação de pontos críticos que demandem 
ajustes e modificações no programa para melhorar sua eficácia. 
Existem muitos tipos de treinamento, cada um com suas vantagens e desvantagens. A: 
• preleção dirigida: tem a vantagem de ser adequada para grupos grandes, o treinador 
tem controle sobre o tempo, é mais barato e requer pouco ou nenhum equipamento. 
Por outro lado, as informações não são assimiladas com facilidade, como estimula 
somente a audição, pode ocorrer cansaço, o grupo pode ficar entediado, é difícil de 
avaliar se a mensagem foi compreendidae avaliar o aprendizado. 
• As discussões em grupo: podem incluir uma palestra do Nutricionista com a 
integração da equipe. Essas reuniões exigem liderança. Suas vantagens estão em ser 
ideal ara pequenos grupos, todos os membros do grupo têm oportunidade de 
participar com suas ideias, possibilitando a geração de novas ideias, e são eficazes 
para melhorias contínuas dentro da UAN. Mas, se não houver liderança, a equipe pode 
desviar do assunto com facilidade, o Nutricionista pode acabar interferindo, induzindo 
algumas respostas, e a possibilidade de um único colaborador dominar a reunião, não 
permitindo as falas dos colegas. 
• A dramatização: é a criação de uma situação realista em que os membros da equipe 
assumem partes das personalidades específicas na situação, com ações baseadas nos 
papéis que lhes são atribuídos. A ênfase não está na solução do problema. É eficaz 
para treinamentos de conscientização atitudinal. É benéfica se a situação for 
semelhante à situação real de trabalho, ensina os membros da equipe como agir em 
situações reais, pode ser utilizada para ressaltar assuntos delicados como higiene 
pessoal. É descontraído e divertido. Entretanto, pode gerar alguma ansiedade por 
causa de timidez, a dramatização não é levada à sério e vira bagunça, não gerando 
nenhum resultado. 
• A demonstração: consiste no uso de equipamentos, ingredientes reais para 
demonstrar a ação. É o método eficaz para a instrução de habilidades culinárias e de 
higiene do ambiente e dos alimentos. Tem a vantagem de causar grande impacto 
visual, prende a atenção, pode ser ministrado passo-a-passo, tarefas complexas 
podem ser mostradas em etapas simples, faz uso da tendência natural à imitação. 
Ideal para grupos pequenos. Mas, requer muita preparação e tempo. 
• O estudo de caso: é a descrição narrativa escrita de uma situação real enfrentada 
pelos colaboradores. Os membros da equipe devem propor uma ou mais soluções 
adequadas e/ou tomas decisões cabíveis. Esse método envolve os membros da equipe 
em muitas discussões e interações, desenvolve a capacidade de comunicação dos 
membros e incentiva a participação ativa. Desenvolve a capacidade de análise dos 
fatores que influenciam o processo decisório. As desvantagens estão em demandar 
muito tempo, exige uma boa escolha de casos adequados para os problemas 
específicos do treinamento, exige coordenação do Nutricionista (treinador). Não é 
ideal para grupos grandes. 
• O treinamento prático (on the job training): é treinamento conduzido no exercício da 
função utilizando situações de trabalho reais vivenciadas pelo membro da equipe de 
cozinha. É individualizado, integra o novo membro à equipe, mas exige dedicação do 
treinador durante o desenvolvimento do trabalho. 
 
Para ilustrar, vamos observar a pirâmide proposta por Glasser: 
 
 
A etapa final do processo de treinamento é a avaliação dos resultados obtidos. O programa 
de treinamento deve ter uma avaliação de sua eficiência. Assim, a avaliação deve considerar dois 
aspectos: 
■Verificar se o treinamento produziu as modificações desejadas no comportamento dos 
colaboradores. 
■Verificar se os resultados do treinamento provocaram algum impacto positivo no alcance 
das metas da empresa. 
Além dessas duas questões, é preciso verificar se as técnicas de treinamento escolhidas são 
eficazes no alcance dos objetivos propostos. Para Kirkpatrick em Chiavenato (2020), a mensuração 
dos resultados do treinamento pode situar-se em cinco diferentes níveis de profundidade: 
■Reação e/ou satisfação e ação planejada: é o nível mais superficial de reação e/ou satisfação 
– ou teste do sorriso – e mostra apenas a reação ou satisfação pessoal dos participantes em relação 
ao programa ou à experiência do treinamento. É o nível mais elementar e se caracteriza pelo foco no 
programa, no facilitador e sobre como a aplicação do treinamento pode ocorrer na prática. 
■Aprendizado de novas habilidades: é o nível em que os aprendizes adquirem novas 
habilidades e conhecimentos e mudam suas atitudes e comportamentos como resultado do 
treinamento. É o foco nos aprendizes e nos mecanismos de aprendizagem. Nesse nível, as pessoas 
constroem novas habilidades, que melhoram seu desempenho individual e beneficiam a empresa. 
■Aplicação no trabalho das habilidades aprendidas: focaliza os aprendizes no seu trabalho e 
nos meios para aplicar o que foi aprendido. Nesse nível, as pessoas alcançam habilidades de 
aprendizagem, as aplicam ao trabalho e adotam novas atitudes, que mudam seu comportamento. As 
mudanças comportamentais podem ser observadas em 360º ou nas pesquisas sobre colaboradores. 
Se não há mudanças comportamentais, o treinamento não está funcionando ou o programa de 
treinamento não resolveu o problema. Quando o colaborador retorna ao ambiente de trabalho, 
muitos fatores podem apoiar a mudança comportamental, inclusive o papel do gestor em modelar e 
criar um clima que apoia a tentativa de um novo comportamento. Ou então, o ambiente de trabalho 
é hostil a qualquer mudança comportamental. Nesse caso, o treinamento não consegue ser aplicado 
na prática. 
■Impacto nos resultados do negócio: nesse nível, o treinamento produz um impacto direto 
nos resultados do negócio, reduzindo custos operacionais, aumentando lucros, melhorando a 
qualidade do trabalho, diminuindo a rotatividade ou acelerando o tempo de ciclo de produção. O foco 
está na transmissão das habilidades e competências para alcançar resultados que afetam o negócio 
em termos de produtividade, qualidade, custos, redução do tempo, serviço ao cliente e clima de 
trabalho. 
■Retorno sobre o investimento (ROI): é o nível mais profundo em que o treinamento produz 
um forte impacto monetário nos negócios da empresa. O treinamento traz um retorno financeiro à 
empresa: quando é positivo, o treinamento traz lucro, mas quando negativo, provoca prejuízo. 
 
RESUMO (CHIAVENATO, 2020) 
Os recursos organizacionais precisam ser geridos adequadamente. As pessoas são os únicos elementos capazes de 
autodireção e de desenvolvimento. Como tal, elas têm uma enorme aptidão para o crescimento e desenvolvimento. Daí, a 
necessidade de subsistemas de desenvolvimento de RH, englobando treinamento, no nível microscópico, e desenvolvimento 
organizacional, no nível macroscópico. 
Treinamento é um tipo de educação profissional mais específico do que formação profissional e aperfeiçoamento 
profissional. O treinamento é um processo educacional para gerar mudanças de comportamento. Seu conteúdo envolve 
transmissão de informações, desenvolvimento de habilidades, atitudes e conceitos. O treinamento é uma responsabilidade 
de linha e uma função de staff. É um processo que envolve um ciclo de quatro etapas: levantamento de necessidades, 
programação de treinamento, implementação e execução e avaliação dos resultados. O levantamento das necessidades 
envolve um diagnóstico dos problemas de treinamento e pode ser feito em três diferentes níveis de análise: no nível 
organizacional, no nível de RH existentes e no nível das operações e tarefas que devem ser realizadas. A programação de 
treinamento visa planejar como as necessidades diagnosticadas deverão ser atendidas: o que treinar, quem, quando, onde 
e como treinar, a fim de utilizar a tecnologia instrucional mais adequada. A execução do treinamento envolve um binômio 
instrutor × aprendiz e uma relação instrução × aprendizagem. A avaliação dos resultados do treinamento visa à obtenção de 
retroação do sistema e pode ser feita no nível organizacional de RH ou no nível das tarefas e operações. 
Por outro lado, o T&D está passando por verdadeira revolução com o ensino a distância e a proliferação de 
universidades corporativas. Além disso, a ênfase sobre as competências básicas e a gestão do conhecimento está ampliando 
fortemente os horizontes do T&D. 
 
 
Referências: 
CHESCER, J., CULLEN, N. C. Gestão em serviços de alimentação: liderança e desenvolvimentode 
recursos humanos para a gastronomia. 5.ed. Barueri: Manole, 2016. 332p. 
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de 
Janeiro: Campus, 1999. 
CHIAVENATO, I. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 11. ed. – São Paulo: Atlas, 
2020. 
OLIVEIRA, T. C., SILVA, D. A. Administração de unidades produtoras de refeições: desafios e 
perspectivas. Rio de Janeiro: Rubio, 2016. 201p.

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