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Ausculta de sopros

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JÚLIA GIL - MED 101
SOPROS
É O TERCEIRO MOMENTO A SER REALIZADO NA AUSCULTA CARDÍACA
INTRODUÇÃO
·	Na maior parte das vezes um sopro significa alguma patologia
·	O fluxo dentro de uma estrutura vascular é laminar, portanto com baixo atrito entre suas particulas, motivo pelo qual não percebemos ruídos do sangue movendo dentro do coração e vasos. 
·	Quando existe um sopro, é porque o fluxopassou de laminar para turbilhonado, e assim, o choque entre as particulas aumenta, podendo auscultarmos um ruído que chamamos de sopro.
MECANISMOS DE ORIGEM DO SOPRO
·	Estenose valvares: o sangue segue lâminar e ao chegar no ponto da estenose, turbilhona
·	Comunicação entre câmaras de baixa e alta pressão: como em uma fístula arterio-venosa, que acontece em pacientes que fazem diálise, nesse caso o sangue segue em alta pressão e laminar por uma artéria e encontra um "buraco" que o faz passar para uma veia, de baixa pressão, onde passa a turbilhonar
·	Doenças congenitas como CIA e CIV: a passagem do sangue pelo "furo" no septo de um ambiente de alta para baixa pressão causa um turbilhonamento (pAE e PVE > p AD e pVD)
·	Regurgitação valvar: se no momento em que a valvula deveria estar fechada, ela permite o sangue voltar em sentido contrário ao fluxo, ele se turbilha
·	Dilatação súbita pelo trajeto: acontece principalmente na aorta (em pacientes hipertensos graves ou aneurisma)
·	Aumento da velocidade de fluxo dentro do vaso ou do coração: o aumento do DC pode levar a um sopro, ele vai acontecer normalmente na valvula aórtica (porque ela é muito pequena), o represamento desse sangue pode gerar um turbilhonamento
- único tipo de sopro que pode ser fisiológico, acontece em estados hiperdinâmicos
PERGUNTAS A SEREM RESPONDIDAS A RESPEITO DO SOPRO
1.	Qual é o epicentro do sopro?
- é o ponto de origem, onde é mais intenso
- ex: sopro aórtico, o epicentro será no foco aórtico
2.	Está na sístole ou na diastole?
- para responder essa pergunta é preciso palpar o pulso carotídeo, isso vai nos permitir saber onde estamos no ciclo cardíaco
- crucial para fazer diagnósticos
- sistole: estenose aórtica e estenose pulmonar, insuficiencia mitral e tricuspide
- diátole: insuficiencia aórtica e pulmonar, estenose mitral e tricuspide
3.	É de cavidade direita ou esquerda?
- dúvida causada pela proximidade de alguns focos
- manobra de rivero-carvalo: posiciona-se o esteto no ponto em que mais se escuta tal sopro e pede pro paciente inspirar profundamente e no topo da inspiração, se o sopro é de cavidade direita (aumenta-se o volume de sangue que chega no AD) o som aumenta, se é de cavidade esquerda (na inspiração o sangue fica um tempo preservado na cavidade direita para troca gasosa, pouco chega no lado esquerdo) o som diminui
- na expiração, acontece ao contrário
4.	Qual a sua irradiação?
- existem irradiações típicas de determinados sopros
- sopro de estenose aórtica: irradia para fúrcula
- sopro de insuficiência mitral: irradia para axila e dorso
- PCA (gera sopro): irradia para clavícula
5.	Qual a sua intensidade?
- é avaliada em cruzes e não repercute a gravidade da doença
- +/6+ = audível somente com muita atenção
- ++/6+ = discreto porém audível
- +++/6+ = moderado porem sem frêmito
** a partir desse todos tem frêmitos
- ++++/6+ = somente audível com o esteto acoplado totalmente na pele
- +++++/6+ = audível com esteto em contato parcial
- ++++++/6+ = audível com o esteto próximo, mas totalmente descolado da pele
6.	Qual o comportamento com manobras? - ficar sentado e depois em pé: aumenta a rvp e cai o retorno venoso
- Hand Grip test ou manobra do aperto de mão (com muita força): aumenta a rvp
** serviria para diferenciar por ex os sopros sistolicos de cavidade esquerda por estenose aórtica ou insuficiencia mitral
- Cócoras: colocar o paciente agachado ou levantar as pernas dele com ele deitado, aumenta o retorno venoso 
** Hand Grip test ou ficar sentado e depois em pé: testam a rvp. Sobre a ejeção do VE para a aorta, a força contraria a esse evento é a resistencia vascular periférica da arteria, quanto maior ela for, menor o volume de sangue ejetado durante a sistole. Ao realizar essas manobras a rvp aumenta, assim o ve vai ter mais dificuldade de ejeção e o volume de sangue será menor. Se o sopro for por insuficiencia mitral, ao aumentar a rvp mais sangue volta ao átrio esquerdo (por ser mais uma porta de saída com mais sangue represado no ve porque não consegue sair pela outra porta - aorta), assim o som do sopro vai aumentar. Se o sopro for por estenose aórtica, já é mais dificil do sangue ser ejetado pela diminuição da luz valvar, com a manobra torna-se mais dificil ainda, o volume ejetado diminui e consequentemente o som do sopro diminui. 
SOPROS INOCENTES OU FISIOLÓGICOS
·	Comuns em crianças
·	Colher história clínica (criança normal, bem disposta)
·	Normalmente audível em torno do foco aótico acessório
·	Sobre o exame clinico: em pé, pela queda do retorno venoso, o sopro diminui ou desaparece. 
DESCRIÇÃO 
I.	Ritmo cardiaco regular em 2T com M1>T1, A2>P2 e presença de sopro sistolico mitral ++/6+ irradiando para axila
II.	Ritmo cardiaco regular em 3T com M1>T1, A2>P2 e presença de B3 de VD e sopro diastólico pulmonar ++++/6+ 
III.	Ritmo cardiaco irregular em 2T com M1>T1, A2>P2 com presença de sopro sistólico aórtico ++/6+ irradiando para a fúrcula

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