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1 Leishmania spp – Leishmaniose Tegumentar e Visceral
 Os agentes etiológicos das leishmanioses humanas são protozoários pertencentes à ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae e gênero Leishmania, transmitidos vetorialmente por fêmeas dos insetos hematófagos, conhecidos como flebotomíneos.
1.1 Morfologia
 O gênero Leishmania possui duas principais formas evolutivas:
 As amastigotas são formas intracelulares ovoides ou esféricas, com pouco citoplasma, núcleo relativamente grande, redondo e excêntrico. O cinetoplasto é bem visível, em forma de bastão e situado próximo ao núcleo. 
 As promastigotas são formas alongadas cuja região anterior emerge um flagelo livre. Possui núcleo mediano e cinetoplasto próximo à extremidade anterior.
1.2 Ciclo biológico
 O ciclo de vida dos protozoários do gênero Leishmania é heteroxênico, envolvendo um hospedeiro mamífero e um inseto vetor.
1. A leishmaniose é transmitida pela picada de flebotomíneas infectadas. Ao se alimentarem de sangue, as flebotomíneas injetam promastigotas metacíclicos (o estágio infeccioso) de sua probóscide.
2. Os promastigotas são fagocitados pelos macrófagos e outras células mononucleares fagocíticas.
3. Nessas células, os promastigotas se transformam em amastigotas (o estágio tecidual).
4. Os amastigotas se multiplicam por divisão simples e infectam outras células fagocíticas mononucleares.
5–6. Ao se alimentarem do sangue de um hospedeiro infectado, as flebotomíneas são infectadas pela ingestão de macrófagos infectados por amastigotas.
7. No intestino médio das flebotomíneas, os amastigotas se transformam em promastigotas.
8. Se multiplicam, se desenvolvem e migram para a probóscide.
Figura 2– Ciclo biológico Leishmania spp. Fonte: CDC.
1.3 Aspectos clínicos
 Os três principais tipos de manifestações clínicas:
• Leishmaniose cutânea: lesões ulcerativas se desenvolvem no sítio da picada (confinada a derme), indolores, únicas ou múltiplas. São causadas pelas espécies: L. braziliensis, L. amazonensis, L. guyanensis, L. laisoni.
• Leishmaniose cutaneomucosa: esta forma clínica é conhecida como nariz de tapir ou de anta, o agente etiológico é a L. braziliensis. O curso da infecção nas fases iniciais ocorre com a forma cutânea. Meses ou anos após as lesões primárias, o parasito produz lesões destrutivas secundárias, envolvendo mucosas e cartilagens, decorrentes da disseminação hematogênica ou extensão direta da lesão primária.
• Leishmaniose cutânea difusa (LCD): o cursor da infecção nas fases iniciais ocorre com a forma cutânea. Cerca de 40% dos pacientes parasitados com L. amazonensis desenvolvem a LCD. A LCD caracteriza-se por lesões difusas ulceradas por toda pele, resultado de metástase do parasito por meio de vasos linfáticos ou migração de macrófagos parasitados. Esta forma clínica está diretamente associada a uma deficiência imunológica do paciente, levando a um estado de anergia (não respondem ao antígeno de Montenegro) frente à infecção.
1.4 Profilaxia
 A prevenção das várias formas de leishmaniose envolve o tratamento imediato das infecções humana e o controle do hospedeiro-reservatório (por exemplo, o cão infectado que é o principal reservatório do parasito em área urbana) juntamente com o controle do inseto vetor. Esforços para a produção de vacinas eficazes contra a leishimaniose estão em andamento.
1.2.5 Diagnóstico laboratorial
 Na LTA, o material a ser examinado é obtido por biopsia, punção ou escarificação de lesões cutâneas, principalmente de regiões das bordas da lesão, em local com tecido mais preservado. Na leishmaniose visceral, o material é obtido por aspiração da medula óssea ou, mais raramente, do fígado ou baço.
 O material obtido por punção ou escarificação é utilizado para o preparo de esfregaços, examinados após a coloração com Giemsa ou Leishman. 
 O teste imunológico mais realizado no Brasil é o teste intradérmico de Montenegro. Este teste avalia a reação de hipersensibilidade retardada do paciente e é utilizado no diagnóstico. Nas formas cutâneas e cutaneomucosas o teste é positivo, com a formação de reação inflamatória, formando um nódulo ou pápula no local da aplicação do antígeno.
 Outro teste imunológico é a reação de imunofluorescência indireta (IFI), sua sensibilidade é extremamente alta, no entanto, não é espécie-específico, ocorrendo reações cruzadas com outros tripanosomatídeos (por exemplo, Trypanosoma cruzi).