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Unidade de Terapia Intensiva Enfermagem → É a pressão exercida no interior da caixa craniana; → A PIC não é igual em todo o cérebro; → A PIC é pulsátil e oscila com os ciclos respiratório e cardíaco; → É necessário monitorar, podendo indicar lesões com efeitos de massa e risco de herniações; → Ela é medida nos ventrículos laterais; → PIC normal em adultos varia de 0 a 10 mmHg. 5 PRINCIPAIS SÍTIOS DE MONITORIZAÇÃO: Epidural | Intraparenquimatoso | Subaracnóidea | Ventricular | Subdural Observação: elevações FISIOLÓGICAS podem acontecer devido a espirros, tosse, esforço para evacuar e aspiração de secreções. Normal < 10 mmHg Levemente elevada 11 – 20 mmHg Moderadamente elevada 21 – 40 mmHg HIC grave > 41 mmHg ONDAS DA PIC: P1 – percurssão (plexo coroide) P2 – maré (tidal) (sulco dicrótico) P3 – dicrótica (lado venoso da circulação) Atenção: infecções, hemorragia, obstrução do sistema e o posicionamento incorreto do cateter podem causar COMPLICAÇÕES dos sistemas de monitorização da PIC. → O aumento da PIC comprime o cérebro dentro do crânio rígido, dessa forma, reduz o fluxo sanguíneo cerebral e diminui a pressão de perfusão cerebral (PPC); → De acordo com a doutrina MONRO-KELLIE (atenção para questão de concurso), o aumento do volume de um componente intracraniano DEVE ser compensado por uma diminuição em um ou mais de outros componentes. IMPORTANTE: a PIC elevada é comumente associada ao traumatismo cranioencefálico (TCE) SINAIS DE HIC: Agitação | náusea | vômito | cefaleia | redução do nível de consciência | déficits neurológicos focais | alterações pupilares. TRÍADE DE CUSHING: → É bastante cobrada em questões de concurso → Bradicardia, hipertensão e bradipneia e/ou alteração do padrão respiratório. EXAMES DIAGNÓSTICOS MAIS COMUNS: Tomografia Computadorizada (TC) Ressonância Magnética (RM) COMPLICAÇÕES: Herniação do tronco encefálico Diabetes Insípido Síndrome de secreção inapropriadas de hormônio antidiurético (SIADH) TRATAMENTOS: • Monitoramento invasivo da PIC; • Manejo IMEDIATO para aliviar a PIC elevada, fazendo com que haja diminuição do edema cerebral, redução do volume de LCR ou a diminuição do volume sanguíneo cerebral; • Diuréticos Osmóticos; • Restrição de líquidos; • Drenagem do LCR; • Controle da febre; • Manutenção da Pressão Arterial Sistêmica (PAS); • Manutenção da oxigenação; • Redução das demandas metabólicas celulares. → É indicada para pacientes com alteração significativa da VOLEMIA; → Pode ser chamada também de pressão do átrio direito e reflete a pressão nas grandes veias torácicas e a pressão de enchimento (pré-carga) do ventrículo direito; → O cateter venoso central deve ser instalado na VEIA CAVA SUPERIOR e os seus sítios de punção mais utilizados são: veias jugulares internas, subclávias e femorais; → Os valores da PVC são dados pelas interações entre o Débito Cardíaco (DC) e a volemia do paciente; IMPORTANTE: pacientes com PVC muito elevada podem desenvolver CONGESTÃO SISTÊMICA com aumento da pressão venosa sistêmica e hepática. CURVA PVC: Onda A: contração atrial Descendente X: relaxamento atrial Onda C: abaulamento da valva AV direita (tricúspide) fechada Onda V: enchimento atrial Descendente Y: abertura da valva e início do enchimento ventricular → É uma pressão uniforme e oculta no interior da cavidade abdominal; → Determinada pela elasticidade das paredes e pelas características de seu interior; → É influenciada por: peso, posição corporal, respiração e atividade muscular abdominal; → O valor normal da PIA é de 0 a 5 mmHg; → Aumento da PIA causa diminuição da complacência pulmonar e aumento da pressão intratorácica e pleural; → Pode causar edema, atelectasias e necessidade de mais tempo na ventilação mecânica; SÍNDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL – SCA É uma manifestação tardia da HIA; Geralmente é associada ao CHOQUE; Cursa com significativa lesão tissular, liberação de catecolaminas e vasoconstrição esplâncnica; Tem o aumento sustentado da PIA > 20 mmHg; A medição da PRESSÃO INTRAVESICAL (PIV) é usado e recomendado por ser simples e de baixo custo; A inserção de um cateter intravesical deve ser preferencialmente de três vias e é conectado a um transdutor de pressão; Para diagnosticar HIA depende de uma medição PRECISA e FREQUENTE da PIA. A verificação deve ser SERIADA em intervalos regulares de 4 a 6 horas. O intervalo de verificação é reduzido para pacientes com DISFUNÇÃO ORGÂNICA. Deve ser medida ao final da expiração e com o transdutor zerado no nível da linha média axilar. Além disso deve ser realizada na posição SUPINA. → Possibilita um monitoramento contínuo, inclusive da Pressão Arterial Média (PAM); → PAM normal em adultos é entre 70-100 mmHg; INDICAÇÃO: Pacientes com instabilidade hemodinâmica e/ou respiratória; Necessidade de administração de drogas vasoativas; Pacientes neurocríticos; Coleta frequente de sangue arterial e/ou durante a infusão contínua de aminas vasoativas; → O cateter de um PAI é geralmente MENOR que 10 cm e só tem UM lúmen; → As vias de escolha mais comum: artéria radial e femoral. TESTE DA ONDA QUADRADA É um teste de resposta dinâmica da frequência; Realizado pelo sistema manual de lavagem (flush), liberando o soro pressurizado para o transdutor e observando o registro de uma “onda quadrada” seguida de duas rápidas oscilações antes de retornar à linha de base do registro de pressão. FATORES QUE AFETAM A RESPOSTA DO SISTEMA: Qualidade do equipo de pressão; Número de torneiras e de outros componentes; Circuitos muito longos (>110 cm) Coágulos ou presença de ar no circuito. → São medicações que atuam em receptores localizados no ENDOTÉLIO VASCULAR das artérias e veias; → Podem causar efeitos vasculares periféricos, cardíacos ou pulmonares, diretos ou indiretos; → Geralmente apresentam respostas DOSE- DEPENDENTES de efeito rápido e curto; → No cuidado crítico são administrados por via intravenosa (IV) em infusão contínua. VASOPRESSORES Quando a reposição volêmica não é suficiente para normalizar a Pressão Arterial e a Perfusão Tecidual, recomenda-se o uso de vasopressores; Muitos são agentes SIMPATICOMIMÉTICOS, ou seja, aumentam a PA por meio da elevação da Resistência Vascular Sistêmica (RVS); Na UTI as catecolaminas são compostos que contêm um NÚCLEO CATECOL e uma CADEIA LATERAL AMINA; Apresentam efeitos hemodinâmicos mediados por diferentes receptores adrenérgicos e dopaminérgicos. NORADRENALINA OU NORAEPINEFRINA: • Indicada para paciente em choque cardiogênico e hipotensão significativa acompanhada de RVS baixa; • Tem ação potente em receptores ALFA1, com pronunciada vasoconstrição e moderada ação BETA1 com discreto efeito inotrópico; • É mais potente do que a dopamina para reverter hipotensão no CHOQUE SÉPTICO, é então a 1° escolha nesse caso. ADRENALINA OU EPINEFRINA: • Estimula os receptores ALFA1, BETA1 e BETA2; • Indicada para parada cardíaca, bradicardia sintomática, hipotensão grave, anafilaxia e choque; • Em dose de 1-2 µg/min ela liga nos receptores BETA e aumenta a frequência cardíaca, a condutividade, contratilidade, vasodilatação e o débito cardíaco; • Aumentando a dosagem os receptores ALFA são estimulados e assim é elevado a RVS e a PA; • De maneira DOSE-DEPENDENTE estimula os receptores dopaminérgicos (DA1 e DA2), BETA-adrenérgicos (BETA1 e BETA2) e ALFA-adrenérgicos (ALFA1 e ALFA2); • Promove a liberação de NOREPINEFRINA das terminações nervosas simpáticas; • Em doses BAIXAS (< 2 µg/kg/min) causa vasodilatação mesentéricae renal e aumenta a diurese; • Em doses MODERADAS (2-10 µg/kg/min) causa efeito inotrópico e cronotrópico positivos; • Em doses ALTAS (10-20 µg/kg/min) efeito vasopressor com consequente elevação da RVS. • Indicado para hipotensão associada ao choque (PAM < 65 mmHg) como uma droga de segunda linha, bradicardia sintomática refratária à atropina e insuficiência do ventrículo direito com hipotensão. DOBUTAMINA: • Catecolamina sintética com efeito predominantemente BETA1-adrenérgico; • Tão eficaz quanto a dopamina (efeito inotrópico positivo); • Droga de primeira escolha para tratar INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (IC) – sobretudo em pacientes que NÃO toleram terapia vasodilatadora; • Dose recomendada é de 2,5-20 µg/kg/min em infusão venosa contínua; • Em doses de 2,5 µg/kg/min o débito cardíaco e a frequência cardíaca aumentam e podem ocorrer diminuição da RVS; • Doses superiores a 10-15 µg/kg/min pode ampliar seus efeitos para os receptores ALFA1 e elevar a RVS. ISOPROTERENOL: • Catecolamina sintética produzida com adição de radical N-ISOPROPIL na noradrenalina; • Agonistas BETA não seletivas e afinidade muito baixa para receptor ALFA1; • Tem efeito vasodilatador, inotrópico e cronotrópico positivos; • Usado para aumentar a frequência cardíaca depois de um transplante cardíaco; • Outra indicação é para TORSADE DE POINTES REFRATÁRIA, superdosagem de betabloqueador e bradicardia simpática ou quando um marca-passo externo não está disponível; • Dosagem intravenosa (IV) é de 0,5-10 µg/min por infusão contínua. VASOPRESSINA: • Promove a contração muscular lisa e aumenta a RVS; • Principal indicação clínica e como adjuvante da norepinefrina em paciente que não apresentam respostas satisfatórias ao uso da noradrenalina isolada em situações de hipotensão grave e choque séptico; • Pode ser utilizada também para prevenir distensão abdominal pós-operatória, diabetes insípido e hemorragia gastrintestinal VASODILATADORES Diminuem a pré e a pós-carga Exigem menos consumo metabólico cardíaco Promove condição hemodinâmica mais favorável à recuperação do miocárdio disfuncionante NITROGLICERINA: • Causam vasodilatação periférica, o que diminui o retorno venoso para o coração e reduz a pré-carga; • Vasodilatação da artéria coronária • Melhoram o fluxo sanguíneo colateral • Reduzem a agregação plaquetária • Estimulam a perfusão para o miocárdio isquêmico • Diminuem a demanda miocárdica de oxigênio • Reduzem a isquemia, a dor torácica e o tamanho do infarto NITROPRUSSIATO DE SÓDIO: • Potente vasodilatador periférico com ação na musculatura lisa arterial e venosa; • Causa a diminuição da RVS, redução da PA e aumento do débito cardíaco (DC); • Indicado: emergências hipertensivas, controle da PA durante procedimentos invasivos, insuficiência ventricular esquerda grave, hipertensão depois de cirurgia de revascularização miocárdica, crise hipertensiva e no aneurisma dissecante; • Medicamento fotossensível • Dose inicial: 0,3-1 µg/kg/min • Dose máxima: 8 µg/kg/min MILRINONA: • Inibidor da enzima fosfodiesterase III • Ação agonista BETA-adrenérgica nos receptores cardíacos • Produz efeito inotrópico positivo • Indicada: IC grave insensível ao tratamento padrão com diuréticos, vasodilatadores e inotrópicos • Reduz pressão do átrio direito, a PAM e a RVS e vasodilata as artérias coronárias LEVOSIMENDANA: • Sensibilizador de cálcio • Aumenta a contratilidade miocárdica sem elevar o consumo de oxigênio • Em paciente com IC promove ganho da força contrátil e reduz a pré e pós-carga • Dose inicial indicada: 12-24 µg/kg/min IV em bolus durante 10 minutos seguidos, por infusão contínua de 0.05-0,2 µg/kg/min por 24h. → Padrão-ouro na avaliação dos gases arteriais → Auxilia a determinar a capacidade dos pulmões de fornecerem oxigênio suficiente e de removerem o dióxido de carbono e a ventilação → Avalia a capacidade dos rins de reabsorverem ou excretarem íons de bicarbonato para manter o pH normal do corpo (estado metabólico) → Mede: pressão parcial de gás oxigênio (PaO2), saturação arterial de oxigênio (SaO2), pressão parcial de gás carbônico (PaCO2), o pH e o nível de bicarbonato (HCO3-) → Resolução do COFEN n° 390/2011 normatiza a execução privativa pelo enfermeiro da punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização de PAI, na equipe de enfermagem → A artéria radial é usualmente utilizada, devido facilidade de acesso e à baixa taxa de complicações → Se for necessário 4 ou mais coletas por dia, proceder à cateterização arterial, após realizar o TESTE DE ALLEN PARÂMETROS AVALIADOS: pH normal: entre 7,35 e 7,45 Pressão arterial parcial de oxigênio (PaO2): 80-100 mmHg Pressão arterial parcial de dióxido de carbono (PaCO2): 35-45 mmHg Bicarbonato (HCO3-): 22 a 26 mEq/l Base excesso (BE): -2 a +2 mEq/l SatO2: 92-100% COMO INTERPRETAR: 1° - Avaliar o valor do pH (normal? Acidose? Alcalose?) 2° - Qual é o fator que está influenciando o pH? 3° - Está havendo compensação do outro sistema ou não? Compensado = apesar de ter alterações, o pH fica na faixa normal; Parcialmente compensado = pH alterado, porém tem outro sistema alterado para tentar compensar o distúrbio Descompensado = Outro sistema não altera tentando compensar o distúrbio SINTOMAS: Alcalose metabólica: hipóxia, turgor diminuído, hipotensão, hipercapnia (redução da frequência respiratória) Alcalose respiratória: arritmias cardíacas, cãibras, confusão mental, parestesias faciais e periféricas, síncope e crises convulsivas Acidose respiratória: rubor facial e de extremidade, ansiedade, delírio e tremores, dispneia ou bradipneia (em pacientes com depressão do centro respiratório), crises convulsivas e coma Acidose metabólica: respiração profunda e rápida (ritmo de Kussmaul), arritmias cardíacas, vasodilatação arterial, redução da contratilidade cardíaca, vasoconstrição venosa. → O equilíbrio hidreletrolítico depende de processos dinâmicos que são de importância para a vida e a homeostasia → Cerca de 60% do corpo humano é composto de líquidos (água e eletrólitos) → Maior parte desse líquido está dentro das células e se chama líquido intracelular (LIC) → Cerca de um terço encontra-se nos espaços fora das células e se chama líquido extracelular (LEC) → Múltiplos sistemas e mecanismos homeostáticos estão implicados na manutenção da composição e do volume do líquido corporal dentro de estreitos limites de normalidade: rins, coração, pulmões, hipófise, glândulas suprarrenais, glândulas paratireoides e outros mecanismos. → O líquido corporal normalmente se movimenta entre os dois principais compartimentos ou espaços para manter o equilíbrio. → Distúrbios hidreletrolíticos correspondem então à impossibilidade do organismo manter a homeostasia da água, cátions e ânions no líquido corporal. → A água corporal total varia com o sexo e a idade. → Principal fonte: ingestão oral e metabolismo de nutrientes. → Esses distúrbios necessitam de monitorização rigorosa pela equipe de enfermagem DEFICIT DE VOLUME DE LÍQUIDOS Caracterizado pela redução do LEC, inclusive do volume sanguíneo circulante. Pode ser ocasionado por: ingestão inadequada de líquidos, perdas renais excessivas, perdas ao terceiro espaço, perdas excessivas de líquidos gastrintestinais, perdas cutâneas excessivas e perdas externas de líquidos. PRINCIPAIS ELETRÓLITOS INTRACELULARES E EXTRACELULARES Sódio Potássio Cloreto Cálcio Magnésio Fosfato LESÃO RENAL AGUDA - LRA Rápida perda da função renal devido a lesão nos rins. À medida que a doença progride e a taxa de filtração glomerular cai para <50 ml/min ocorrem muitas alterações. Tem-se hipercalemia (ou hiperpotassemia) que resulta da excreção diminuída de potássio, acidose, catabolismo e aporte excessivo de potássio dos alimentos e medicamentos. A hipercalemia constitui o distúrbio potencialmente fatal mais imediato observado na LRA. Podem ocorrer arritmias ventriculares e parada cardíaca. → A ventilação é um movimento repetitivo de entrada e saída de ar quando a troca de gases acontece. → A VM tem o objetivo de dar suporte ao paciente durante um episódio de doença. → Utiliza-se um aparelho (ventilador mecânico) para facilitar o transporte de oxigênio e dióxido de carbono do ambiente aos alvéolos. → O ventilador mecânico é um dispositivo com pressão positiva ou negativa capaz de manter a ventilação e administrar oxigênio por um período prolongado. Observação: provas de concurso e na prática clínica está mais presente a VM invasiva. → VM não invasiva utiliza pressão inspiratória para ocorrer a ventilação do paciente através da interface nasofacial e pressão positiva expiratória para assim manter as vias aéreas e os alvéolos abertos. → Ventiladores de pressão positiva insuflam os pulmões através do mecanismo de acionamento mecânico, para forçar o ar com pressão nas vias aéreas e expandir os alvéolos. → Geralmente a intubação endotraqueal é necessária ou a traqueostomia. → A pressão positiva aumenta a pressão intratorácica e diminui o retorno venoso durante a inspiração. → Esquema básico de um ventilador eletrônico: válvula de fluxo, válvula de exalação, transdutores de pressão e de fluxo, painel de controle, monitoramento e circuito de controle. PARA VENTILAR UM PACIENTE O VENTILADOR DEVE CONCLUIR 4 FASES: 1. Mudar de expiração para inspiração {disparo} 2. Inspiração 3. Mudar de inspiração para expiração {ciclagem} 4. Expiração INDICAÇÕES: Insuficiência respiratória Comprometimento das vias respiratórias decorrentes de cirurgia torácica ou abdominal Superdosagem de fármacos Doenças neuromusculares Lesão por inalação DPOC Politraumatismo Choque Anafilaxia Intoxicação por CO2 Insuficiência de múltiplos órgãos Coma RESOLUÇÃO COFEN N° 639/2020 → Art. 1° No âmbito de enfermagem, é competência do enfermeiro montar, testar e instalar aparelhos de ventilação mecânica invasiva e não invasiva em paciente adultos, pediátricos e neonatos. → Art. 2° No contexto do processo de Enfermagem, é competência do enfermeiro monitorar e checar alarmes e promover o ajuste inicial e o manejo dos parâmetros da ventilação mecânica tanto na estratégia invasiva quanto na não invasiva. → §1° O ajuste inicial e o manejo dos parâmetros da ventilação mecânica de que trata o artigo 2° desta resolução devem ocorrer sob coordenação médica. → §2° No âmbito da equipe de enfermagem, constitui procedimento privativo do enfermeiro a coleta de sangue arterial para fins de monitorização gasométrica e respiratória. → Art. 3° Na montagem, na testagem e na instalação de aparelhos de ventilação mecânica, é competência do enfermeiro: I – a fixação e a centralização do tubo traqueal, assim como a monitorização da pressão do cuff (balonete) da prótese em níveis seguros e a averiguação quanto ao seu correto posicionamento. II – a realização e a avaliação da necessidade de aspiração das vias aéreas nos pacientes sob ventilação mecânica, de acordo com as diretrizes elencadas na Resolução do COREN n° 557/2017. III – a realização e/ou prescrição dos cuidados em relação ao orifício da traqueostomia e à integridade da pele periestomal. IV – a realização e/ou prescrição de higiene bucal, incluindo o uso do gluconato de clorexidina 0,12% ou outras soluções antissépticas cientificamente recomendadas em pacientes sob ventilação mecânica. V – participar da decisão, da realização e/ou prescrição na equipe de enfermagem dos procedimentos relacionados à pronação de pacientes sob ventilação mecânica e aplicação dos cuidados relacionados à prevenção dos incidentes associados. TERMINOLOGIAS USADAS NA VM: Capacidade inspiratória (IC): volume máximo de gás que pode ser inspirado depois de uma expiração basal. Capacidade pulmonar total (CPT): maior volume de gás que os pulmões podem conter no final de uma inspiração máxima. Capacidade residual funcional (CRF): volume de gás que permanece nos pulmões depois de uma expiração basal. Capacidade vital (CV): maior volume de gás que pode ser mobilizado, partindo de uma inspiração máxima seguida de uma expiração máxima forçada. Ciclo ou ciclagem: finalização da fase de inspiração e o início da fase de expiração. A ciclagem pode ser regulada por volume, pressão, tempo ou fluxo. Ciclo assistido: o ciclo se inicia com o esforço inspiratório, ou seja, quando o drive respiratório está presente, o paciente desencadeia o ciclo e controla a FR. Ciclo controlado: os ciclos mecânicos são deflagrados pelo ventilador, a partir de uma FR previamente programada. O paciente não tem nenhum controle. Ciclo espontâneo: o paciente continua acoplado ao ventilador, mas tanto na fase inspiratória quanto a expiratória são mantidas acima da pressão atmosférica, ou seja, os valores de FR, a duração do tempo inspiratório, o fluxo e o volume são controlados pelo próprio paciente. Complacência: capacidade de distensão ou estiramento dos tecidos elásticos pulmonares, resultante da força ou pressão exercida pelo volume de gás durante a insuflação. Disparo: variável que inicia a mudança da expiração para inspiração, abertura da válvula inspiratória com a válvula expiratória fechada. Drive respiratório: estímulo respiratório desencadeado pelo centro respiratório bulbar que origina o esforço inspiratório. Fluxo: quantidade de gás liberado pelo ventilador (em l/s) de forma automática ou pré-ajustada. FiO2: proporção de oxigênio contida no ar inspirado. FR: número de ciclos respiratórios realizados em 1 minuto. Janela de tempo: tempo entre o início da abertura da válvula inspiratória e a próxima abertura da válvula inspiratória. Modo ou modalidade ventilatória: forma como a máquina ventila o paciente, determinando o quanto ele vai participar do processo de ventilação. Pressão de platô (PPLAT): medida da pressão no final da inspiração e antes do início da expiração. Pressão inspiratória máxima (PIM): máxima pressão atingida no final da fase inspiratória. PEEP: manutenção de uma pressão acima da pressão atmosférica no final da fase expiratória, que impede que a pressão expiratória retorne ao nível da pressão atmosférica. Relação I:E: relação entre o tempo inspiratório e o expiratório. Resistência: oposição ou dificuldade do gás passar no interior de um tubo. Sensibilidade: ajuste necessário para que o ventilador seja capaz de abrir a válvula inspiratória. Tempo de subida (rise time): tempo necessário para que a pressão alcance o valor predeterminado. Tempo expiratório: tempo, em segundos, entre a abertura da válvula expiratória e a abertura da válvula inspiratória subsequente. Tempo inspiratório: tempo, em segundos, entre a abertura da válvula inspiratória e a abertura da válvula expiratória subsequente. Trabalho respiratório: trabalho para movimentar a parede torácica e os pulmões durante a insuflação. Volume corrente (VC): volume de gás inspirado ou expirado em cada movimento respiratório. Volume de reserva expiratório (VRE): volume máximo de gás que pode ser expirado depois de uma expiração basal. Volume de reserva inspiratório (VRI): volume máximo de gás que pode ser inspirado depois de uma inspiração forçada máxima, partindo de uma inspiração basal. Volume residual (VR): volume de ar quepermanece nos pulmões após uma expiração máxima. Volume-minuto: quantidade de ar que passa pelos pulmões durante 1 minuto.
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