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Suporte avançado de vida envolve: 1. Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) de alta qualidade. 2. Desfibrilação. 3. Dispositivos de via aérea avançada e oxigênio. 4. Acesso venoso e drogas. 5. Dispositivos de compressão mecânica. 6. Dispositivos de oxigenação por membrana extracorpórea. Fases do PCR Fase elétrica: parte inicial, nos 4 a 5 minutos iniciais, no geral em Fibrilação ventricular. Desfibrilação imediata e RCP são necessárias. Fase hemodinâmica: de 4 a 10 minutos após PCR. Essa fase é a depleção (perda) dos substratos para um adequado metabolismo. Desfibrilação e RCP ainda são medidas críticas nesses pacientes. Fase metabólica: período que sucede 10min de PCR, representada por acidose e disfunção celular graves. O tratamento nessa fase é envolta do pós-parada cardíaca. Se nessa fase não ocorrer retorno da circulação, chances de vida caem. Diagnostico Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso: Ritmos passiveis de choque são Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso. Ambos, tratados da mesma maneira no PCR. Sendo, a terapia baseada em RCP, administração de vasopressores e antiarrítmicos e a desfibrilação. A FV inclui maneira evidente (FV grossa) ou discreta (FV fina), e ambas são passíveis de choque. Atividade elétrica sem pulso (AESP) : AESP é definida pela ausência de pulso palpável de atividade elétrica cardíaca organizada. Esse pulso pode ser a causa inical da PCR ou pode ser decorrente da ressuscitação de uma PCR prolongada, após uma desfibrilação. AESP pode ser: Pseudo-AESP: Produz taquicardia com ondas P e QRS estreito deve ser considerada como um retorno da circulação espontânea. Manejo: deve priorizar expansão volêmica e uso de vasopressores e inotrópicos. AESP verdadeira produz bradicardia, QRS longo e ausência de onda p. Progressão da pseudo é a verdadeira ou dissociação eletromecânica. As condutas da AESP pode mudar dependendo do QRS: QRS largo: sugere causas metabólicas como hipercalemia; intoxicação por bloqueador de canal de sódio e existe uma evidência sobre a administração empírica de cloreto de calcio e de bicarbonato poderia ser benéfica. QRS estreito: sugere causas mecânicas e os estudos sugerem inicialmente expansão volêmica seguida de avaliação ultrassonográfica da possibilidade de tromboembolismo pulmonar (TEP), tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e hipovolemia. Entre as causa de AESP, a hipovolemia, tamponamento cardíaco, TEP estão em destaque e pneumotórax hipertensivo é raro. Hipovolemia pode ser indiretamente identificada na palpação radial durante as compressões torácicas, se ausente pode ser problema de bomba (choque cardio), porem se presente choque hipovolêmico ou obstrutivo. Assistolia: É a condição de ausência completa da atividade elétrica miocárdica. Reflete no estágio final de uma PCR não tratada ou refrataria. Primeiro ato: é confirmar ausência de qualquer ritmo, pois existe a possibilidade de existir um ritmo organizado ou FV que se apresenta em uma determinada derivação como assistolia (caso o vetor resultante do ritmo seja perpendicular ao vetor resultante da derivação). Protocolo linha reta: Checar cabos e conexões Aumentar o ganho. Mudar a derivação. Após a checada e for confirmada: inicia protocolo com RCP e drogas. Ultrassonografia: Ultrassom como uma ferramenta indispensável, facilidade e rapidez na identificação de casos reversíveis de parada como tromboembolismo pulmonar, tamponamento cardíaco e pneumotórax hipertensivo. Contudo, o uso do ultrassom durante a PCR aumenta o tempo de interrupção nas compressões torácicas, impactando negativamente na sobrevida. Portanto, o uso criterioso e protocolado do USPOC se faz necessário. (CASA), para avaliar com alto rendimento as causas de PCR reversíveis na AESP: A primeira avaliação visa à identificação de tamponamento cardíaco (p. ex., derrame pericárdico com colapso diastólico do ventrículo direito). A segunda avaliação visa identificar tromboembolismo pulmonar, verificando principalmente a dilatação do ventrículo direito em comparação com o ventrículo esquerdo menor. A terceira avaliação visa identificar a presença ou ausência de atividade mecânica cardíaca (cardiac standstill). A ausência de atividade se correlaciona a pior desfecho e a uma taxa de sobrevivência a alta hospitalar de 0 a 0,6%. Entretanto, se houver atividade mecânica cardíaca, recomenda-se nova checagem de pulso, aferição de pressão arterial e início de vasopressores. Tratamento: Suporte básico de vida já deve ter sido implementado. Via aérea avançada: Se houver indicação para intubação, deve ser realizada sem interromper as compressões torácicas. O método para confirmar se o processo foi realizado da forma adequada – é realizado a capnografia quantitativa continua em forma de onda. Após estabelecimento da via aérea, compressões torácicas devem ser realizadas initerruptamente e ventilação entregue por 1 segundo. Acesso venoso: Periférico AVP: medida para correção de possíveis causas reversíveis que dependem de medicações ou volume. Não mostra melhor desfecho em PCR extra-hospitalar. Central: por demandar tempo e devido a largura do cateter, não é possível à administração rápida de grandes volumes. Não é recomendado na rotina em PCR. Intraósseo: Excelente alternativa, rápida infusão de volume e vasopressores. Acesso arterial: possibilidade de canular uma artéria femoral durante PCR guiada com ultrassom, para monitorar a pressão arterial diastólica. Epinefrina: É um hormônio simpatomimético com ação em receptores alfa e beta-adrenérgicos. Nos receptores alfa causa vasoconstricção da musculatura lisa vascular pe, o que aumenta perfusão coronariana e cerebral. Nos beta, pode aumentar o trabalho cardíaco e consequentemente a demanda por oxigênio. Em ritmos não chocáveis (AESP e assistolia), administração precoce está associada ao aumento da chance de retorno à circulação espontânea. Em ritmos chocáveis (FV e TVsp), o nível de evidência é menor. Vasopressina: Hormônio antidiurético não adrenérgico que age nos receptores V1 das células da musculatura lisa – causa vasoconstricção periférica, coronariana e renal. Aumenta perfusão orgânica sem efeitos beta adrenérgicos. Custo maior e a epinefrina apresenta benefício maior. Corticosteroides: Níveis de cortisol é baixo após PCR. O organismo responde ao PCR com aumento das citocinas, liberação de endotoxinas, coagulopatia e insuficiência adrenal que contribuem para choque pós-ressuscitação. Amiodarona: Reservado para FV e TVsp. É um antiarrítmicos. Auxilia na desfibrilação a restaurar ritmo perfusional organizado. São benéficos no aumento da chance de RCE e sobrevivência á admissão hospitalar. Age nos canais de potássio, sódio e calcio, mas também possui propriedades de bloqueio alfa e beta. Promove vasodilatação arterial periférico e coronariano. Lidocaína: A lidocaína é um antiarrítmico classe I e bloqueia os canais de sódio, aumentando o limiar de despolarização. Em um estudo randomizado, lidocaína se mostrou menos eficaz que amiodarona em pacientes em PCR extra hospitalar. Magnésio: Magnésio é um cofator de inúmeras reações enzimáticas, mas age como um vasodilatador e antiarrítmico, por regular o transporte de sódio, potássio e cálcio entre membranas celulares. Bicarbonato de sódio : Nenhuma evidência de alta qualidade suporta o uso de rotina de bicarbonato de sódio, e ele está associado a efeitos adversos como distúrbio acidobásico, distúrbio eletrolítico, alteração de função cardíaca e metabolismo celular. Seu uso é recomendado nos casos documentados de PCR por hipercalemia, acidose metabólica ou intoxicação por antidepressivos tricíclicos Monitorar: É razoável usar parâmetros fisiológicos (capnografia quantitativa em forma de onda, pressão arterial diastólica, saturação venosa central) para monitorizar e otimizar a qualidade da RCP, para guiar a terapia vasopressora e para detectar RCE. Dióxido de carbono ao final da expiração: parâmetro que indica o débitocardíaco durante o PCR, melhor maneira de monitorizar as compressões torácicas. Tem correlação com PPC e a perfusão cerebral. Valores de capnografia acima de 10 são almejados – traduzem adequada compressão. Valores menores que 10, faz com que emergencista melhore a frequência e profundidade das compressões, além de permitir completo retorno torácico. Retorno de circulação espontânea: é esperado após elevação brusca para valores acima de 35/40 de dióxido. O padrão-ouro para verificar o correto posicionamento do tubo após tentativa de intubação orotraqueal é a capnografia. Finalização dos esforços: PCR extra-hospitalar: Uma regra para determinar fim de ressuscitação em adultos - Não houve retorno da circulação espontânea RCE > no extra-hospitalar. - Ritmo inicial não chocavel - PCR não testemunhada. PCR intra-hospitalar: · Deve ser considerado: · Tempo total de PCR (com e sem RCP) · Idade e comorbidades · Ritmo e causa da parada · Valores/desejo prévio do paciente e da família · Hipotermia · Capnografia: incapacidade de se obter valores de CO2 acima de 10 mmHg após 20 min de RCP. Situações especiais Gestação: principal causa é trauma. É importante frisar que durante os 4 minutos de RCP, se houver ritmo chocável, mesmo em gestantes, a desfibrilação está indicada pela AHA. TEP: no caso do tromboembolismo pulmonar é uma das causas reversíveis de parada. Em pacientes com TEP confirmado, trombólise, embolectomia cirúrgica e embolectomia mecânica são opções de tratamento de emergência. No caso da TEP como causa de PCR a trombólise é indicada. Tamponamento cardíaco: O aumento do fluido e consequentemente da pressão pericárdica diminui o enchimento atrial e ventricular, o volume sistólico e o débito cardíaco, podendo levar a hipotensão e PCR. Pericardiocentese guiada por ultrassom é segura e eficaz em aliviar o tamponamento, mas mesmo na ausência do ecocardiograma a pericardiocentese pode ser benéfica. Afogamento: O problema á a hipóxia. Portanto, oxigenação, ventilação e perfusão devem ser restabelecidas rápido. Assim que a vítima é retirada, o resgate deve abrir via aérea, checar se há respiração espontânea e se não houver deve-se realizar 2 ventilações de resgate, após se pulso estiver ausente deve iniciar BLS/ ACLS. Intoxicação por opioides: Essa intoxicação está associada à depressão respiratória e do sistema nervoso central, que pode progredir para PCR. É recomendada a administração intranasal (IN), intravenosa (IV) ou intramuscular (IM) de alofone em pacientes em parada respiratória com suspeita ou diagnóstico definido de intoxicação por opioides. Intoxicação por anestésicos locais: Uma revisão sistemática de relatos de caso mostrou que a maioria dos pacientes em PCR devido a intoxicação por anestésico local respondeu bem à terapia com emulsão lipídica intravenosa. Pneumotórax hipertensivo A abordagem inicial do pneumotórax hipertensivo deve ser realizada com a punção de alívio e seguida por drenagem do tórax. Recentemente, na décima edição do ATLS, o local de punção foi modificado do 2º espaço intercostal (EIC) na linha hemiclavicular para o 5º EIC na linha axilar anterior. Deve-se utilizar um gelco 14G acoplado a uma seringa de 10 mL com 3 mL de soro fisiológico. Ao puncionar a pleura, ar será aspirado e borbulhará o soro. Deve-se proceder com remoção da seringa, mantendo o gelco no local. O restante do ar sairá, aliviando o pneumotórax. Em seguida, deve-se proceder com passagem de um dreno torácico. Fenômeno de Lázaro Esse fenômeno se refere ao retorno tardio e não assistido da circulação espontânea. A ocorrência dessa entidade é rara, com incidência aproximada de 0,6%, e é esperado que essa condição ocorra em até 10 minutos após a finalização dos esforços de ressuscitação.
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