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INTRODUÇÃO Os Benzodiazepínicos são fármacos Hipnóticos-Sedativos e são os mais utilizados no tratamento da ansiedade e insônia. Suas ações incluem: • Redução da ansiedade e agressão; sedação e indução do sono; redução do tônus muscular e da coordenação. • Efeitos anticonvulsivantes. Existem cerca de 20 benzodiazepínicos disponíveis, são bem parecidos em seus efeitos, apresentando por vezes alguma seletividade – por exemplo, o clonazepam apresenta efeito anticonvulsivo com sedação menos efetiva. Os benzodiazepínicos não têm função antidepressiva, porém muitas vezes são usados em casos de transtornos de ansiedade depressivos. É contraindicado o uso dessa classe de medicamentos em indivíduos com mais de 65 anos, devido ao maior risco de tontura/queda e disfunção cognitiva; indivíduos com história prévia de abuso de outras substâncias psicotrópicas, gestantes e lactentes (atravessa a placenta). Além disso, é recomendado que o tratamento não dure mais do que 6 semanas, por conta do maior risco de tolerância e dependência. Fármacos ansiolíticos: diazepam, lorazepam (também usado como sedativo-hipnótico), bromazepam, alprazolam. Fármacos sedativo-hipnóticos: flurazepam, nitrazepam. Fármaco pré-anestésico e hipnótico: midazolam. Fármaco anti-convulsivante: clonazepam (rivotril). PRINCIPAIS EFEITOS Os benzodiazepínicos, como o alprazolam, clordiazepóxido, clonazepam, clorazepato, diazepam, lorazepam e oxazepam, são eficazes no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico e ansiedade situacional. Além de seus efeitos ansiolíticos, os benzodiazepínicos produzem efeitos sedativos, hipnóticos, anestésicos, anticonvulsivantes e de relaxamento muscular. Os principais efeitos dessa classe de psicotrópicos são: redução da ansiedade e da agressão; sedação e indução do sono (efeito hipnótico); redução do tônus muscular e da coordenação e efeito anticonvulsivante. Assim, são usados no tratamento da epilepsia (diazepam nas crises agudas e clobazam como tratamento profilático), na abstinência alcoólica (se usar o BDZ e voltar a beber o indivíduo pode ter uma grave depressão), agitação psicomotora e tensão muscular, o que é importante no tratamento e controle da ansiedade, pois o tônus muscular aumentado é característico dos estados de ansiedade e podem gerar dores, especialmente cefaleias, uso como miorrelaxante (medicação pré-anestésica), tratamento de pesadelos (suprime a fase do sono REM*). Quanto aos efeitos hipnóticos, os benzodiazepínicos diminuem o tempo para começar a dormir e aumentam a duração do sono. No entanto, diferente das outras classes de hipnóticos, esses fármacos afetam menos o sono REM*, o que é uma vantagem, pois a interrupção do sono REM costuma causar irritabilidade e ansiedade. Apesar disso, o uso crônico de benzodiazepínicos para tratar insônia não é indicado, devido à tolerância, dependência e efeitos colaterais. EFEITOS ADVERSOS Os benzodiazepínicos prejudicam o desempenho cognitivo e a memória, afetam o controle motor e potencializam os efeitos de outros sedativos, incluindo o álcool. Entre os efeitos colaterais dessas medicações, pode-se destacar a amnésia retrógrada, demência, sedação intensa, confusão mental e depressão respiratória, sonolência, confusão mental e incoordenação motora; tolerância, dependência; irregularidades menstruais (incluindo anovulação); risco de teratogênese (evitar em gestantes até o 4° mês); a superdosagem ou o uso concomitante com álcool pode provocar depressão respiratória, cardíaca e hipotensão; risco de coma. Antídoto específico: flumazenil (utilizado em casos de superdosagem). MECANISMO DE AÇÃO Os benzodiazepínicos atuam sobre os receptores A do GABA (GABAA), que mediam a transmissão inibitória rápida no SNC. Esses fármacos potencializam a reposta ao GABA facilitando a abertura dos canais de cloreto ativados por esse neurotransmissor. O receptor GABAA tem muitas combinações diferentes em distintas partes do cérebro, o que lhe confere diversas funcionalidades. Essas diferentes combinações dos receptores GABAA podem ser alvo de fármacos com maiores especificidades, permitindo que alguns benzodiazepínicos, por exemplo, causem mais ou menos efeito sedativo. Os BDZ ligam-se a locais específicos (receptor BDZ) do receptor GABAA. Em condições normais, o GABA se liga ao receptor GABAA permitindo a entrada íons cloreto nas células. Os BDZ agem potencializando a ação do GABA. O GABAB não é sensível ao BDZ. Os efeitos ansiolíticos são mediados por interações alostéricas com o complexo receptor pentamérico benzodiazepina GABAA, em especial aqueles receptores GABAA compostos de subunidades α2, α3 e α5. FARMACOCINÉTICA São bem absorvidos por via oral, mas podem ser administrados por via intravenosa, como o midazolam em anestesia e diazepam nas crises convulsivas. Geralmente alcançam o pico da concentração plasmática em cerca de 1 hora. Ligam-se fortemente às proteínas plasmáticas. Possuem excreção renal. Podem ter ação curta, média e longa. São altamente lipossolúveis, mas a velocidade de absorção é variável entre os BDZ. Todos os BDZ atravessam a barreira hematoencefálica. A metabolização ocorre por oxidação microssomal, com posterior conjugação com o ácido glicurônico e sofrem metabolização hepática a retirada da medicação deve ser de forma lenta e gradativa para evitar ação excitatória brusca (efeito rebote). REFERÊNCIAS • KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014 • GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw- -Hill, 2012. • Psicofarmacologia de STAHL 4. Ed • Super material SANAR PSICOFARMACOLOGIA
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