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ASSEPSIA E ANTISSEPSIA ANESTESIA LOCAL - LIDOCAINA E BUPIVACAINA CICATRIZAÇÃO ACIDENTES BIOLÓGICOS --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---- ASSEPSIA E ANTISSEPSIA A presença de microorganismos determina a contaminação, que é caracterizada pelo equilíbrio entre a presença de germes e a ausência de doença. Quando esse equilíbrio é desfeito, que por ruptura de barreiras físicas (p.ex. Solução de continuidade nos tegumentos), por aumento de colonização bacteriana (invasão), queda da resistência orgânica, que por aumento da agressividade dos microorganismos, a contaminação se transforma em doença, ou seja: infecção. Quando se realiza um procedimento cirúrgico, ocorre secção de tecidos, sangramentos, liberação de substâncias intracelulares, diminuição das defesas orgânicas consequentes à agressão cirúrgica e trauma anestésico. Esses fatos podem também ser potencializados pela doença cirúrgica, bem como por moléstias associadas Compete ao cirurgião, através de técnica cirúrgica asséptica, atua no intuito de minimizar, ou mesmo evitar ao máximo, as consequências dessa situação presente no cotidiano da prática médica. Técnica cirúrgica asséptica: é o conjunto de procedimentos para se impedir o contato de microorganismos com a ferida cirúrgica. -Assepsia: é o conjunto de procedimentos realizados com o objetivo de manter o paciente e o ambiente cirúrgico livres de germes. O combate aos germes visa à eliminação total (esterilização) ou parcial (antissepsia e desinfecção). Essa denominação engloba o preparo adequado do ambiente cirúrgico, da equipe cirúrgica, do instrumental a ser utilizado, bem como do campo operatório. Tentativa de eliminação de qualquer fonte potencial de infecção.. No que se refere à sala cirúrgica, a assepsia está representada pelo uso da vestimenta estéril pelos membros da equipe cirúrgica (aventais e luvas assépticos), pela delimitação do campo operatório por coberturas estéreis e pelo uso de instrumentos cirúrgicos submetidos ao processo de esterilização -Esterilização: é a eliminação ou morte de todos os microorganismos (tanto em vida vegetativa quanto esporular) de instrumentos, superfícies ou meios. -Antissepsia: É a prevenção de infecção pela destruição dos germes. Conjunto de procedimentos e práticas destinadas a impedir a colonização por microorganismos por determinado período de tempo, em especial mediante o uso de agentes químicos. Consiste em empreender todos os esforços que possibilitem o controle, total ou parcial, da proliferação dos microorganismos patogênicos, ao menos por um determinado período de tempo. A eliminação total de microorganismos não é necessária e, muitas vezes, nem possível. Constitui método profilático, haja vista que resulta do emprego de agentes germicidas contra patógenos no tecido humano. Ex: uso de agentes anti sépticos para eliminação da maioria dos microorganismos que habitam as mãos, antebraços e cotovelos da equipe cirúrgica (escovação cirúrgica), preparo da área a ser operada com o emprego de substâncias anti-sépticas. -Desinfecção: É a aplicação de agente germicida com o intuito de destruir microorganismos patogênicos, mas não obrigatoriamente todos os outros, onde a eliminação completa é dificuldada pelas condições locais. -Sanitização: é a redução do número de microorganismos patogênicos para o nível acreditado de isenção de riscos para a saúde. Condição mais comumente alcançada na prática médica. -Degermação: é a remoção total ou parcial de microorganismos da pele ou mucosas através de métodos físicos e ou químicos. Antisséptico: é um agente químico que destrói os microorganismos patogênicos, ou inibe o seu crescimento, quando entra em contato com eles, e que pode ser empregado seguramente na pele e mucosas. Antisséptico ideal: amplo espectro de ação, ação bactericida imediata, ação bacteriostática, efeito residual prolongado, ativo em baixa concentração, ser estável por longo tempo, ser efetivo à temperatura ambiente, apresentar ausência de toxicidade para o ser humano, não manchar a pele e as roupas; ser solúvel em água e ser de baixo custo Desinfetante: é um agente químico germicida, usado sobre objetos inanimados, para matar os microorganismos patogênicos, mas não obrigatoriamente todos os outros. É utilizado em instrumentos ou equipamentos que não podem ser expostos ao calor, como o tratamento de superfícies e excretas. Estes agentes são facilmente inativados pela presença de muco, sangue, pus, proteínas e outras substâncias orgânicas. Portanto, antes de sua aplicação em equipamentos ou superfícies, se exige a prévia limpeza mecânica adequada, com água e sabão ou detergente. Agentes esterilizantes Físicos ou químicos ->calor úmido na forma de vapor sob pressão, utilização de autoclaves horizontais - temperatura de 121oC pressão 775mmHg, tempo de 15 min. -->Fervura- resultado incerto, independente do período de ação. -->Calor seco possui ação letal sobre os microorganismos, com a utilização de estufas. A temperatura varía de 160oC a 180oC e o tempo total de 60 a 30 min, respectivamente, Esterilização de instrumentos de metal. -->Flambagem: não deve ser empregada por danificar o instrumental --> filtração é reservada para a esterilização de líquidos em escala industrial. (micropore) -->raios gama -->radiação não ionizante: ultravioleta para desinfecção do ar do ambiente cirúrgico -->álcool etílico, na proporção de 70% em peso, é mais ativo como antisséptico do que na forma absoluta; ação pela desnaturação de proteínas. -->Hexacolorofeno, ação bacteriostática, eficiente contra bactérias gram-positivas, incluindo estafilococos. -->tintura de iodo, potente bactericida e tem rápida ação germicida. Deve ser utilizado na pele íntegra. Deve ser usado em associação de moléculas de polivinil-pirrolidona.O PVPI é complexo dissociável em contato com a pele e a água, liberando gradualmente o composto halogenado. Cloro: ácido hipocloroso - agente oxidante e bactericida de ação rápida. Formaldeído: solução aquosa à 38% (formalina), para eventuais indicações de antissepsia do ar ambiente. Hidrocloreto de clorexidina é muito eficiente contra microorganismos gram-positivos, gram-negativos e fungos. Ação esporicida a altas temperaturas. Técnica cirúrgica asséptica Possui quatro vertentes principais -paciente -instrumental e os equipamentos -a equipe médica -o ambiente cirúrgico Preparo do paciente -tricotomia deve ser realizada no dia por pessoal habilitado - o preparo do campo operatório se inicia pela lavagem da região com sabão de hexaclorofeno ou PVPI, adotando-se todos os cuidados de assepsia, por durante 10 minutos. A seguir, aplica-se nova solução de PVPI ou solução de álcool iodado. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---- BLOQUEIOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestésicos locais São substâncias que bloqueiam a geração e a propagação de impulsos elétricos em tecidos eletricamente excitáveis, diminuindo sua sensibilidade, motricidade e função autonômica. Tem ação reversível e temporária. Seu principal mecanismo de ação é o bloqueio dos canais de sódio e a diminuição da permeabilidade ao sódio e ao potássio, impedindo a despolarização da célula nervosa. Lidocaína:1943. Bupivacaína:1957 São agentes especialmente úteis para a anestesia ambulatorial visto que hoje se utilizam anestésicos com baixa toxicidade e grande eficácia. Podem ser administrados por diversas vias: ● Uso tópico: mucosas (viaas aéreas, reto, uretra, olho) e pele. ● Uso endovenoso: bloqueio de Bier, tratamendo de alguns tipos de arritimias ● Injeção diretamente nos tecidos: anestesia local ● Bloqueios nervosos (periféricos ou centrais) Todos os AL possuem uma estrutura molecular básica: um anel aromático (porção lipofílica) ligado a uma amina terciária (porção hidrofílica) unidos por uma cadeia intermediária. - Amino-amidas: possuem a ligação amida e são metabolizadas no fígado pelo citocromo P450. ex: bupivacaínae lidocaína. Características importantes: 1- Lipossolubilidade: aumenta a peneração dos anestésicos nas membranas biológicas aumentando sua potência. Bupivacaína é mais lipossolúvel, lidocaína é a menos. 2-Capacidade de ligação às proteínas plasmáticas: quanto maior a ligação protéica menor será a porção livre do anestésico local no sangue e menor a sua filtração glomerular aumentando, assim, a durabilidade do AL. Bupivacaina tem maior ligação protéica e lidocaína menos. 3- Constante de dissociação: os anestésicos locais são bases fracas pouco solúveis e instáveis. São apresentados na forma de sais ácidos (cloridratos), o que melhora sua estabilidade e solubilidade. Anestésicos mais utilizados na clínica: 1- lidocaína em solução 1 a 2% gel e spray normalmente a % para uso tópico 2-Bupivacaína na forma racêmica, que possui bloqueio e analgesia prolongados, porém de cardiotoxicidade elevada com relação aos outros AL. A forma levógira (levo-bupivacaína) possui menor cardiotoxicidade, mas bloqueio motor prejudicado. Fatores que aumentam a atividade ou prolongam o tempo de ação do AL Epinefrina: aumenta a duração e melhora a qualidade do bloqueio. Consegue isso diminuindo a absorção local do anestésico local, já que promove vasoconstrição local. Não utilizar quando em bloqueios de extremidade corporais. A solução de 1:200.000 é a mais utilizada na prática clínica. Alcalinização: pH ácido diminui a atividade do AL. Por isso o bloqueio local de tecidos inflamados tornam-se mais difícil, tendo-se que, frequentemente, utilizar outra técnica anestésica para o conforto do paciente. A adição de bicarbonato pode aumenta a potência do bloqueio de condução pelo anestésico local. Segurança na anestesia local- qual a dose máxima? O objetivo da anestesia local é empregar anestésico local suficiente para promover anestesia de qualidade, porém sem atingir sua dose tóxica. Entretanto a concentração de AL no tecido neural é muito difícil de ser determinada: - Proximidade entre o AL injetado e o nervo que se pretende bloquear - O fluxo sanguíneo em torno do tecido neural - A difusão do AL através de barreiras orgânicas e para dentro do nervo (presença ou não de mielina). - A ligação do AL a tecidos não neurais da região como gordura, músculo, etc. - Absorção para o sistema vascular sanguíneo ou linfático. Temos uso do anestésico local, ou seja, num paciente adulto hígido de 70kg a dose máxima de lidocaína sem vasoconstritor é de 280mg; considerando-se que o frasco de lidocaína disponível comercialmente na apresentação a 2% tem 20mg por mL da solução, a quantidade do anestésico que pode ser utilizada é de 14mL. que enfatizar que as doses citadas acima são as doses máximas recomendadas para o Obs: no pronto socorro, se achar que os 14mL serão insuficientes: pode-se diluir a lidocaína com solução salina isotônica até a concentração de 1%, isso aumentará o volume de anestésico a ser utilizado para 28mL sem alterar de maneira significativa a qualidade do bloqueio, ou solicitar procedimento em centro cirúrgico com outra técnica anestésica. Metabolismo dos anestésicos locais: as amidas são metabolizadas pelo sistema microssomal hepático, citocromo p450, sendo a lidocaína o anestésico de mais rápida absorção. Atenção disfunções hepáticas ou drogas (cimetidina, álcool, propranolol), aumentam a concentração sistêmica do anestésico, podendo causar intoxicação. Toxicidade dos anestésicos locais Quando o AL atinge outros tecidos excitáveis em dose suficiente para causar ação, seja por injeção intravascular, absorção exagerada ou sobredose. À medida que a concentração do AL vai aumentando ocorrem sinais e sintomas característicos importantes para o diagnóstico e profilaxia da intoxicação grave: formigamento da língua e dos lábios, zumbidos, distúrbios visuais, abalos musculares, convulsões, inconsciência, coma... A reações alérgicas são muito raras. ASPIRAR O ÊMBOLO DA SERINGA ANTES DA INJEÇÃO DO AL E FICAR ATENTO A QUALQUER SINAL DE INTOXICAÇÃO SISTÊMICA. Técnicas de anestesia local Consiste na injeção extravascular de anestésico local, numa área a ser anestesiada. Seu início de ação e duração varia de acordo com o agente utilizado. Os elementos mínimos para uma anestesia local simples realizada em ambulatório são o uso de seringas (insulina 3, 5, 10 e 20 mL) descartáveis, infiltração inicial com agulha de insulina lentamente (diminui o desconforto e a ardência) aumentando depois o calibre das agulhas, cuidados básicos e gerais de assepsia, monitorização mínima, material de ressuscitação e reanimação. Cabe a observação do jejum do paciente evitando o vômito e suas consequências. Comissão das Normas Técnicas da Sociedade Brasileira de Anestesiologia: anestesia local para pequenos procedimentos cirúrgicos, em que a dose de lidocaína não exceda a 10% da dose permitida, pode ser feita em qualquer ambiente ambulatorial, sem restrição. A absorção da dose parcial ou total não implica efeitos sistêmicos indesejáveis ou de risco iminente. Anestesia local que implique a aplicação de uma doses maior que 10% da recomendada, porém menor que 50% deve ser realizada em ambiente cirúrgico, com veia canulada e paciente monitorizado, pode provocar convulsão e/ou parada cardíaca em caso de injeção intravascular acidental. >50% centro cirúrgico + anestesiologista qualificado --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---- CICATRIZAÇÃO - O FISIOLÓGICO E O PATOLÓGICO A cicatrização de feridas consiste em perfeita e coordenada cascata de eventos celulares, moleculares e bioquímicos que interagem para que ocorra a restituição tecidual. O processo cicatricial é comum a todas as feridas, independente do agente que a causou, sendo um processo sistêmico e dinâmico e diretamente relacionado com as condições gerais do organismo. Esse processo é dividido em três fases: fase inflamatória, fase de proliferação ou de granulação e fase de remodelamento ou de maturação. A lesão tecidual coloca elementos sanguíneos em contato com o colágeno e outras substâncias da matriz extracelular, provocando degranulação de plaquetas e ativação das cascatas de coagulação e do complemento. Com isso, há liberação de vários mediadores vasoativos e quimiotáticos que conduzem o processo cicatricial mediante atração de células inflamatórias para a região da ferida. Fases da cicatrização ● Fase inflamatória: tem início imediatamente após a lesão, com liberação de substâncias vasoconstritoras, principalmente tromboxano A2 e prostaglandinas pelas membranas celulares. O endotélio lesado e as plaquetas estimulam a cascata de coagulação. As plaquetas têm papel fundamental na cicatrização. Visando à hemostasia, a cascata da coagulação é iniciada e grânulos são liberados das plaquetas, que contêm TGF-b (PDGF, prostaglandinas e tromboxanos), que atraem neutrófilos à ferida. O coágulo é formado por colágeno, plaquetas e trombina, que servem de reservatório proteico para síntese de citocinas e fatores de crescimento, aumentando seus efeitos. Desta forma, a resposta inflamatória inicia-se com vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, promovendo a quimiotaxia. Neutrófilos são as primeiras células a chegar à ferida, com maior concentração 24 horas após a lesão, aderem à parede do endotélio mediante ligação com as selectinas (receptores de membrana), produzindo radicais livres que auxiliam na destruição bacteriana sendo gradativamente substituídos por macrófagos, 48 a 96 horas após a lesão, e são as principais células antes dos fibroblastos migrarem e iniciarem a replicação. Têm papel fundamental no término do desbridamento iniciado pelos neutrófilos e sua maior contribuição é a secreção de citocinas e fatores de crescimento, além de contribuírem com a angiogênese, fibroplasia e síntese de matriz extracelular, fundamentais para a transição para a fase proliferativa. ● Fase proliferativa: é constituído por quatro etapas fundamentais: epitelização, angiogênese, formação de tecido de granulação e deposiçãode colágeno. Se inicia 4 dias após a lesão e estende-se até, aproximadamente, o término da segunda semana. - Epitelização: ocorre precocemente. Se a membrana basal estiver intacta as células epiteiliais migram em direção superior e as camadas normais da epiderme são restauradas em três dias. Se a membrana for lesadas, as células epiteliais das bordas da ferida começam a proliferar na tentativa de estabelecer a barreira protetora. - A angiogênese é estimulada por TNF-a, e é caracterizada pela migração de células endoteliais e formação de capilares, essencial para a cicatrização adequada. - Formação de tecido de granulação: os fibroblastos e as células endoteliais são as principais células da fase proliferativa. Os fibroblastos dos tecidos vizinhos migram para a ferida, porém precisam ser ativados para sair de seu estado de quiescência. O gator de crescimento mais importante na proliferação e ativação dos fibroblastos é o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF). Em seguida é liberado o TGF-b, que estimula os fibroblasto a produzirem colágeno tipo I e a transformarem-se em miofibroblastos, que promovem a contração da ferida. ● Fase de maturação ou remodelamento (MAIOR RELEVÂNCIA CLÍNICA): a característica mais importante desta fase é a deposição de colágeno de maneira organizada. O colágeno produzido inicialmente é mais fino que o presente na pele normal e tem orientação paralela à pele. Com o tempo o colágeno inicial (tipo III) é reabsorvido e um tipo mais espesso é produzido e organizado ao longo das linhas de tensão (aumenta da força tênsil da ferida). Fibroblastos e leucócitos secretam colagenases que promovem a lise da matriz antiga. Mesmo após um ano, a ferida apresentará um colágeno menos organizado que o da pele sã, e a força tênsil jamais retornará a 100%, atingindo em torno de 80% após 3 meses. Colágeno O colágeno tipo I é o mais frequente, é sintetizado pelos fibroblastos, e é mais predominante em ossos e tendões. O tipo III é mais comumente encontrado em tecidos moles, como vasos sanguíneos, derme e fáscia. A derme sã contém aproximadamente 80% de colágeno tipo I e 20% de colágeno tipo III. já o tecido de granulação expressa 30 a 40% de colágeno do tipo III, sendo considerado colágeno imaturo. A degradação do colágeno inicia-se precocemente e é muito ativa durante o processo inflamatório, a atividade das colagenases é controlada por citocinas liberadas principalmente por células inflamatórias, endoteliais, fibroblastos e queratinócitos. A formação da matriz extracelular é, pois, resultante de um balanço entre deposição e degradação do colágeno. FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO Fatores locais Isquemia, infecção, técnica cirúrgica, corpo estranho, edema/pressão tecidual elevada Fatores sistêmicos Diabetes mellitus, deficiências vitamínicas, hipotireoidismo, doenças hereditárias, alterações de coagulação, idade, trauma grave, queimaduras, sepse, insuficiência hepática e renal, tabagismo, radioterapia, desnutrição, uso de corticosteróides, colchicina. Tabagismo: nicotina influencia a cicatrização, redução da força de tração, da deposição de colágenos tipo III, da angiogênese e dos fibroblastos. Desnutrição proteica: prejudica a cicatrização por prolongar a fase inflamatória, diminuir a síntese e a proliferação fibroblástica, angiogênese e síntese de colágeno e proteoglicanos. Reduz a força tênsil das feridas, limita a capacidade fagocitária de leucócitos e aumenta a taxa de infecção de feridas. Fitoterápicos: Passiflora edulis (Maracujá), Orbignya phalerata (babaçu) melhora na cicatrização da parede abdominal, anastomoses colônicas e gástricas, através da avaliação da força de ruptura. QUELÓIDES E CICATRIZES HIPERTRÓFICAS Quelódes e cicatrizes hipertróficas são patologias da cicatrização, e são diferenciados pelo comportamento clínico: quelóides ultrapassam os limites da incisão enquanto as cicatrizes hipertróficas permanecem confinadas aos limites da incisão. Ambas são decorrentes de uma resposta inflamatória excessiva durante a cicatrização, com perda do controle normal entre síntese e degradação. Dentre os fatores implicados em sua patogênese incluem-se: trauma, disfunção de fibroblastos, níveis aumentados de fatores de crescimento ou outras citocinas e diminuição da apoptose. São mais comuns em negros e orientais. Não existem diferenças histológicas entre quelóides e cicatrizes hipertróficas, porém à microscopia eletrônica observa-se substância amorfa ao redor dos fibroblastos no quelóide. Também há maior atividade metabólica e presença de anticorpos antinucleares nos quelóides. Ainda hoje o melhor tratamento para cicatrizes hipertróficas e quelóides é a prevenção. Procedimentos cirúrgicos desnecessários devem ser evitados e caso isso não seja possível, feridas devem ser fechadas sob mínima tensão, além de hemostasia adequada, manuseio adequado dos tecidos, uso de fios monofilamentares e desbridamento de tecidos desvitalizados.
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