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Resenha: o que é e por que ela NÃO é um resumo O que é resenha? Resenha é um gênero textual que consiste na descrição de um texto ou de um filme, no qual quem escreve pode expressar a sua opinião. As resenhas são lidas pelas pessoas que pretendem saber algo acerca de um conteúdo (do que se trata ou se é bem avaliado pela crítica, por exemplo). Por isso, elas podem influenciar a escolha do leitor, que tem dúvida sobre ler um livro ou outro, e do espectador, que ainda não decidiu se quer ou não assistir determinado filme. A resenha NÃO É um resumo A diferença entre resumo e resenha é que o resumo descreve os acontecimentos de um texto ou filme de forma breve, ou seja, sem detalhes. A resenha, por sua vez, relata sobre o assunto de que o texto ou filme aborda, sem descrever os acontecimentos. Isso quer dizer que o resumo é uma apresentação breve e fiel ao texto. Assim, quem o escreve não acrescenta nada novo, bem como não opina acerca do seu conteúdo. O objetivo da resenha não é descrever o conteúdo de forma resumida, mas dar a conhecer ao leitor a proposta apresentada pelo texto, influenciando assim a sua escolha. Características da resenha: descritiva: o resenhista descreve o texto com suas palavras, oferecendo um apanhado da obra; pode ser opinativa; breve. Características do resumo: apresentação fiel do texto: o autor do resumo escreve um texto reduzindo ao máximo o que está escrito na obra, sem acrescentar nada de novo; não opinativo; breve. Exemplo de trecho de resenha de Vidas Secas, de Graciliano Ramos A obra revela a maestria do seu autor ao tratar de problemas sociais, neste caso, a seca do nordeste. Inspirada na própria experiência de Graciliano Ramos, Vidas Secas se tornou uma obra emblemática que convida o leitor a se deliciar numa leitura de palavras simples, cuja maior parte dos capítulos podem ser lidos fora da sua sequência. Exemplo de trecho de resumo de Vidas Secas, de Graciliano Ramos A obra consiste numa crítica social sobre a seca do nordeste. Vidas Secas retrata as dificuldades de uma família de retirantes: Fabiano e sua esposa Sinhá Vitória, os dois filhos do casal e a cadela Baleia, estimada por todos como se fosse um membro da família. Os 2 tipos de resenha 1. Resenha descritiva Nesse tipo de resenha, o resenhista dá a conhecer ao leitor um pouco sobre o autor e sua obra. O assunto abordado no livro, por exemplo, o que é feito de forma bastante breve, ou seja, sem detalhar personagens e acontecimentos. A resenha descritiva é informativa, pois consiste em uma forma de expor algo relativo a um conteúdo, sem relatar a sua história e fazer julgamentos. 2. Resenha crítica Também chamada de opinativa, nesse tipo de resenha, além de expor algo a respeito de um conteúdo, o autor dá a sua opinião de forma crítica, influenciando o comportamento dos leitores. Sem detalhar um livro ou um filme, por exemplo, o autor da resenha crítica informa o leitor qual o seu enredo, mas não conta a sua história. O autor diz o que pensa acerca do texto ou do livro, opinando sobre o conteúdo e o estilo utilizado. Veja também: Como fazer uma resenha crítica Resenha de filme: como fazer (com exemplos) Estrutura da resenha Como qualquer gênero textual, a resenha tem um padrão que permite que ela seja identificada dessa forma: 1. Bibliografia da obra resenhada, de acordo com as normas da ABNT; 2. Identificação do resenhista, que pode conter apenas o seu nome, ou ser mais completo e contemplar também profissão/título; 3. Texto da resenha contínuo, ou seja, sem quebras de subtítulos. Esse texto deve ser organizado em introdução, desenvolvimento e conclusão, o que pode ser feito da seguinte forma: 3.1. Introdução da resenha - informações sobre o autor da obra, tais como formação, local e tempo onde viveu e outras obras que escreveu, bem como informação acerca do tema e do gênero da obra, como é feita a sua abordagem e qual a intenção do autor. 3.2. Desenvolvimento da resenha - informar como a obra é organizada em termos de texto e de imagem, a que leitor ou espectador ela se destina. https://www.todamateria.com.br/resenha-critica/ https://www.todamateria.com.br/resenha-de-filme-como-fazer-com-exemplos/ 3.3. Conclusão da resenha - informar se o tema é de fácil compreensão, se a obra é interessante e destaca dentro do seu gênero, comparar com outras obras do mesmo autor. As 5 características essenciais de uma resenha 1. Concisão A concisão é a característica mais marcante do gênero textual resenha. Afinal, trata-se de um texto breve, sem detalhes, em que o resenhista pretende apenas informar do que se trata um texto. No caso das resenhas críticas, além de informar, o resenhista tem como intuito dar seu parecer referente a um conteúdo, muitas vezes com o objetivo de influenciar a escolha dos leitores. 2. Objetividade A objetividade é outro aspecto muito importante. Focar o ponto-chave do conteúdo que está sendo resenhado pode garantir o sucesso de uma resenha, principalmente se o resenhista pretende convencer seus leitores. 3. Argumentação As resenhas críticas pretendem persuadir o leitor a escolher determinada obra, por isso, o resenhista deve saber argumentar. Para tanto, as resenhas recorrem à coesão e coerência, fundamentais para a construção de um texto eficaz, que expõe ideias e tenta convencer alguém. 4. Recomendação As resenhas servem para recomendar, ou não, uma obra. Em qualquer um dos tipos, elas têm como objetivo informar, por isso, muitas pessoas as leem quando procuram um livro ou um filme, tal como se estivessem pedindo uma indicação a alguém. 5. Estrutura Em termos estruturais, a resenha se caracteriza por conter a identificação da obra resenhada e do autor, e um texto apenas informativo, ou informativo e opinativo, escrito sem quebras, ou seja, sem recorrer a subtítulos. Leia, com muita atenção, a resenha a seguir: Uma lição de vida Coprodução entre EUA, Quênia e Reino Unido, e dirigido por Justin Chadwick (Mandela: O Caminho para a Liberdade), Uma Lição de Vida promete emocionar com história verídica. Num vilarejo do Quênia, Maruge (Oliver Litondo) ouve no rádio o anúncio da educação gratuita para todos. Não tendo tido oportunidade de estudar no passado, o senhor de 84 anos – um veterano da tribo Mau Mau que lutou para libertar o Quênia dos ingleses – bate à porta da escola primária e espera uma chance de poder aprender a ler. Rejeitado de início, Maruge não desiste: já de uniforme escolar e uma pequena bolsa a tiracolo, volta a pedir por uma vaga e insiste até ser aceito pela professora Jane (Naomie Harris). Em meio a lembranças do doloroso passado, Maruge tem de enfrentar a revolta e as ameaças das autoridades, dos moradores da região e dos pais dos alunos, inconformados por um idoso ter sido aceito em uma classe de crianças de seis anos de idade. A despeito da péssima escolha do título em português – seria mais interessante um que se aproximasse do original, The First Grader –, o longa nos brinda com uma trama de superação que, para nosso alívio, está bem distante da fórmula “autoajuda para assistir”. Muito poderia ser dito acerca das belezas deste filme. Seja com relação à trama tocante, sem jamais escorregar no sentimentalismo piegas; ou então sobre os belíssimos planos fechados, capazes de causar sensações as mais diversas e que exprimem mais que palavras. Prefiro, no entanto, dar ênfase à força dos personagens e à entrega dos atores, aspectos capazes de arrepiar o espectador. Os protagonistas – o idoso Maruge e a professora Jane – colocam a determinação como base para se operar mudanças e apontam a educação como a ferramenta principal para isso. Através de flashbacks bem situados, adentramos o passado de Maruge e somos confrontados com a chocante realidade da luta pela liberdade da ex-colônia britânica. A crueldade extrema eas condições mais desumanas foi o que Maruge encontrou nos campos de detenção na década de 50, após ter tido sua esposa e filhos cruelmente assassinados. Veio a liberdade para o Quênia, a vida continuou. O passado, porém, nunca foi de todo extinto e permanece como uma ferida que dói, além de uma dívida histórica. Uma Lição de Vida é a história de uma luta que atravessa gerações. A luta de Maronge para superar seu passado, ir à escola e aprender a ler; a luta de Jane pelo amor à educação; a luta diária das crianças em face das condições precárias da escola, em que cinco alunos dividem uma carteira e tantos outros estudam sentados no chão. Mas também, trata-se de uma inspiradora história de conquista, portadora de uma verdade incontestável: “o aprendizado só termina quando tivermos terra nos ouvidos”. Ficha Técnica Uma Lição de Vida (The First Grader) – 104 min. EUA / Quênia / Reino Unido – 2010 Direção: Justin Chadwick Roteiro: Ann Peacock Elenco: Naomie Harris, Oliver Litondo, Tony Kgoroge, Vusi Kunene, Alfred Munyua, Shoki Mokgapa. Aline T.K.M. Disponível em: <http://www.cinemanarede.com>. Questões: 1. A partir da leitura da resenha, preencha o quadro a seguir: Autor (a) da resenha Objeto resenhado Suporte da resenha Objetivo de quem a produziu Público a que se destina 2. A resenha apresenta um resumo do filme e comentários da autora sobre esse filme. Circule os trechos que resumem o enredo do filme e grife os trechos que apresentam comentários da autora sobre o objeto resenhado. 3. Identifique a crítica negativa feita pela autora da resenha acerca do filme: 4. Identifique a alternativa em que a palavra sublinhada foi corretamente interpretada nos colchetes: a) “A despeito da péssima escolha do título em português…”. [com relação à] b) “… sem jamais escorregar no sentimentalismo piegas…”. [apelativo] c) “… a luta diária das crianças em face das condições precárias da escola…” [adequadas] d) “… portadora de uma verdade incontestável…”. [inquietante] 5. Releia este trecho: “O passado, porém, nunca foi de todo extinto e permanece como uma ferida que dói, além de uma dívida histórica.” O sentido do conectivo em destaque ficará alterado sensivelmente se for substituído por: a) no entanto b) entretanto c) contudo d) por isso 6. Releia as informações contidas na parte “Ficha técnica”. Em seguida, identifique a finalidade de elas serem apresentadas: 7. Transcreva da resenha um exemplo de emprego da vírgula para: a) realizar a inversão na ordem de termos: b) realizar a inserção de termos: