Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bruna Oliveira – 144 Aula de Sandro 2021.1 Doen a Reum tica Magnitude do problema: • Principal causa de cirurgia cardíaca em crianças • Mais de 1/3 das cirurgias cardíacas em adultos • Causa mais frequente de AVC embólicos (adultos < 40 anos) • Apenas 5% apresenta fase aguda sintomática • Apenas 5% com DR aguda necessitam de internação • A maior parte das sequelas são diagnosticadas na fase final da doença (valvopatias) • Screening ecocardiográficos: não é feito devido ao alto custo e não garante efetivididade • Triagem populacional por exame físico: o problema é a limitação técnica de treinamento • Diagnóstico precoce → profilaxia secundária → redução de surtos → redução de dano valvar Apenas 3% dos indivíduos são predispostos É preciso de vários surtos para que recrute número suficiente de linfócitos autoreativos que tem o coração como alvo → atividade inflamatória → fibrose → valvopatia Artrite e coreia → muito sintomáticos → facilidade no diagnóstico Acomete os 3 folhetos e não apenas as valvas. Diagnóstico Não existem exames específicos ou patognomônicos. A única coisa patognomônica é o nódulo de Arshef no HP, mas não é feita a biópsia para o diagnóstico, e indicam surto agudo. Fase aguda sintomática: 2 a 4sem após estreptococcia Critérios de Jones: • Diagnostico da fase aguda o 2 maiores ou 1 maior + 2 menores o Evidencia de estreptococcia anterior (ASLO) • ↓S • A história de surto prévio de FR também conta como critério menor Critérios da OMS: • Diagnosticam não apenas a fase aguda, mas também a crônica e a recorrência • Meninas que tiveram coreia na infância quando grávidas ou em uso de ACO podem apresentar os mesmos sintomas da coreia da infância → coreia gravídica ou coreia gravidarum Cardite Reumática Pancardite: Envolve os 3 folhetos Início de 2 a 4 sem após a estreptococcia Bruna Oliveira – 144 Aula de Sandro 2021.1 Duração: 4 a 12 semanas nos quadros mais graves Pericardite reumática: • é mais fácil de diagnosticar pois causa doe • Dor torácica sem características anginosas o Relação com a postura (melhora com o tronco inclinado para a frente) o Relação com a respiração (pode acontecer também uma pleurite) • Na macroscopia: pericardite pão com manteiga, aspecto granular Miocardite reumática: • Sinais e sintomas de IC (dispneia, ortopneia, estase jugular etc) ou de falência miocárdica (choque) • Não alteram as enzimas cardíacas marcadoras de necrose (troponina, mioglobina, CKMB) → útil para o DD com outros tipos de miocardite • Nódulos de Archoff (olho de coruja): necrose fibrinoide do núcleo. É patognomônico. Forma aguda clássica Taquicardia na ausência de febre, decorrente do processo inflamatório agudo. Redução da FC é um dos parâmetros de avaliação do tratamento. Aparecimento de novos sopros decorrente da inflamação do miocárdio, que causa edema, que leva ao sopro. Tende a melhorar ou desaparecer quando o processo inflamatório reduz. ↑da área cardíaca no Rx ou no eco que pode cursar junto com dilatação das câmaras ECG: • bloqueio atrioventricular de 1º grau → todo impulso gerado no nó SA chega no nó AV, mas com atraso. PR vai ter um aumento fixo. • Se estiver piorando o grau de bloqueio, é porque a inflamação ta piorando, mas é mais comum ser de 1º grau mesmo. ECO: • Dilatação das câmaras cardíacas • função miocárdica no limite inferior • Derrame pericárdico • espessamento pericárdico • verrucosidades reumáticas em borda livre das valvas Provas de atividade inflamatória: • Alfa 1 glicoproteína ácida • Fração alfa 2 da eletroforese de proteínas • PCR • VSH Forma assintomática crônica do adulto • Dispneia de esforços decorrente das lesões crônicas causadas pela doença • Sem provas de atividade aguda inflamatória • Pode haver inflamação subclínica Forma de rápida evolução da criança • Sintomas de IC decorrentes das sequelas valvares • Já apresentam lesão estrutural tão grave a ponto de indicar cirurgia na infância • Pode ser devido a reação inflamatória muito intensa ou a surtos muitos precoces • Ausência de atividade inflamatória Tratamento • Corticoide: o 4 a 6 semanas e depois faz o desmame o 60 a 80mg de prednisona em adultos o Caso não responda, pode fazer pulsos de metilprednisolona 1 a 2g EV por 3d • Repouso • Restrição hidrossalina: evitar congestão • Tratamento para IC: digitálicos (ajuda na contração sistólica, ajudando a reduzir os sintomas congestivos), diuréticos e iECA (proteção do miocárdio inflamado) • Não está indicado os betabloq de 4ª geração (carvedilol) • Acompanhamento da terapia: FC e provas de atividade inflamatória, principalmente a alfa 1 glicoproteína ácida. VSH e PCR não são bons parâmetros. • Na fase de sequelas, trata a valvopatia e suas consequências. Artrite • Poliartrite migratória de grandes articulações. Atualmente esse padrão não está sendo mais migratório e sim aditivo → poliartrite aditiva e assimétrica (pode até acometer os dois joelhos, por exemplo, mas é em tempos diferentes) • Dissociação entre dor, limitação de movimentos e inflamação • Início de 2 a 4 semanas após a estreptococcia • Duração de 4 a 6 sem • Artrite da doença reumática no adulto → quando dura mais tempo, até 6 meses • Tratamento: o AINES como naproxeno 500mg de 2-3x/dia ou AAS 4 a 6g/dia (causa desconforto gástrico significativo) Bruna Oliveira – 144 Aula de Sandro 2021.1 Coreia • Início 4 a 8 semanas após a estreptococcia • Evidências de infecção estreptocócica já desapareceram na maioria dos casos • Mais frequente no sexo feminino (3 : 1) • Tríade: 1. Movimentos involuntários 2. Hipotonia (pode afetar fala e deglutição → língua em saco de verme) 3. Labilidade emocional (ansiedade pelos movimentos involuntários + acometimento do núcleo caudado) • Pode levar a sequelas neurológicas: Síndrome de Tourette (tics nervosos) • Coreia gravidarum ou coreia gravídica • Liberação dopaminérgica • Tratamento: o Haloperidol 1 a 3mg VO por dia (antagonista dopaminérgico) o Valproato de sódio (agonistas gabaérgicos) Outras manifestações Eritema marginatum: • Lesões no tronco e na região proximal dos MMSS • Bordos eritematosos com centro mais claros • Não são pruriginosas nem descamativas • Aparece e desaparece subitamente, sem deixar sinais • Não são muito úteis para o diagnóstico Nódulos subcutâneos: • Regiões extensoras • Não são dolorosos nem aderidos aos planos profundos • Procurar lesão cardíaca Profilaxia Primária e secundária Primária (após contato com estreptococos) • Benzipenicilina G benzatina 600.000 UI até 25kg e 1.200.000 UI para aqueles com > 25kg em DU IM • Deve ser realizada em todo paciene com suspeita de amigdalite estreptocócica não necessitando de confirmação diagnóstica • Amoxicilina 500mg 3x/dia por 10d → não é recomendado pois os pacientes podem não aderir • Os regimes terapêuticos por VO devem ser reservados aos pacientes com alergia a penicilina: clindamicina, azitromicina e claritromicina Secundária: • Todo os pacientes com diagnóstico de DR • Benzipenicilina G benzatina 600.000 UI até 25kg e 1.200.000 UI para aqueles com > 25kg a cada 15d nos primeiros 2 anos do último surto e a cada 21d nos anos seguintes • Alérgicos: sulfadiazina 50mg 2x/dia/eritromicina 250mg 2x dia → efeitos adversos • Duração: o Sem cardite: até 18 anos ou 5 anos após o último surto o Cardite sem sequelas valvares ou com sequelas leves: até 25 anos ou 10 anos do último surto o Cardite com sequelas graves: até 40 anos ou por toda a vida • Th 2– coreia e artrite Th 1– nódulos subcutâneos e cardite
Compartilhar