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1 Disfunção erétil – Luisa Tejerizo – 7° semestre UROLOGIA DISFUNÇÃO ERÉTIL Cranialmente na imagem de corte axial tem-se os vasos do plexo dorsal contendo a veia dorsal superficial, veia dorsal profunda, artérias e nervos. Complexo vasculonervoso profundo → corresponde a tudo que está abaixo da fáscia de buck → responsável pela drenagem venosa e irrigação arterial. A inervação peniana é feta pelos nervos (representados pelos pontinhos amarelos mais externos na figura). Logo abaixo, lateralmente, tem 2 corpos cavernosos com sinusoides e artérias cavernosas/central, logo abaixo tem a uretra colabada circundada por corpo esponjoso, que consiste em um tecido erétil protetor da uretra. Os dois corpos cavernosos são separados um do outro e entre eles possuem comunicações vasculares. INERVAÇÃO DO PÊNIS Autonômica: • Representado pelo simpático e parassimpático que confluem para formar a inervação cavernosa – ramos do plexo pélvico que inervam o pênis Sensorial: • sensorial e motora responsável pela sensação de contração dos músculos bulbo-isquiocavernosos Corpos cavernosos: • São estruturas que se localizam na parte mais dorsal do pênis, são duas, corpo cavernoso direito e esquerdo. • Possuem formato de orgiva na sua extremidade mais distal para que se encaixem na dilatação do corpo esponjoso, que consiste em uma estrutura delgada que circunda a uretra e em sua extremidade mais distal e tem formato de cogumelo que serve de capus para os corpos cavernosos. Corpo cavernoso em azul e esponjoso em verde: 2 Disfunção erétil – Luisa Tejerizo – 7° semestre • No corpo do pênis aplainam-se para frente, unindo- se na base da glande • Ponto de fixação caudal-crura (ramo isquipubico), após bifurcação dos mesmos Corpo esponjoso • Há apenas 1 e está situado debaixo dos corpos cavernosos • Sua extremidade posterior se dilata e forma o bulbo no nível da raiz do pênis • Sua extremidade anterior se dilata e forma a glande • Rodeia a uretra esponjosa. Serve de proteção, é um tecido erétil, na ereção também será inundado e ficará rígido. Tem função de proteção da uretra na atividade sexual (colchão inflável do tecido uretral) OBS: Os corpos cavernosos e esponjoso são formados pelo tecido erétil. FISIOLOGIA DA CIRCULAÇÃO DO PENIS A circulação peniana se faz em função das principais artérias, artérias dorsais, responsáveis pela vascularização e suprimento sanguíneo das partes mais externas do pênis, deixando o tecido erétil. As artérias responsáveis pela ereção são as artérias cavernosas, no centro dos corpos cavernosos. Os tecidos ao redor no corpo cavernoso são sinusoides do corpo cavernoso. Enquanto o homem não estão naturalmente em ereção, os sinusoides estão colabados, sem circulação, só recebem alto fluxo de sangue no momento em que começa processo de excitação sexual, momento em que serão inundados por sangue arterial, o que faz com que aumente o volume dos corpos cavernosos. Ao mesmo tempo a circulação da uretra é feita principalmente pelas duas artérias bulboesponjosas, responsáveis pelo processo de ereção do corpo esponjoso que também terá estruturas semelhantes do corpo cavernoso. Revestido por menos estruturas fibrosas, o que não confere muita rigidez ao corpo esponjoso, quem confere rigidez a ereção peniana é justamente o enchimento dos corpos cavernosos. À medida que os corpos cavernosos ficam cheios, as vênulas na parte mais alta perfuram a túnica albugínea e possuem trajeto obliquo. À medida que os corpos cavernosos ficam cheio, com aumento de pressão, essas vênulas vão ser colabadas impedindo refluxo de sangue a partir dos corpos cavernosos, que ficam cada vez mais turgidos e o esvaziamento é impedido porque as vênulas param de funcionar. O aporte de sangue arterial aumenta a pressão interna dentro dos corpos cavernosos gerando o tecido inflável, mais volumoso. O mecanismo de ereção aumenta vasodilatação das artérias cavernosas, das artérias bulboesponjosas, faz com que o efluxo/saída de sangue dessas estruturas sejam impedidas pelo colabamento das vênulas. 3 Disfunção erétil – Luisa Tejerizo – 7° semestre O pênis é firmemente ligado aos ramos isqueopubicos, mais centralmente, representados em verde abaixo: FISIOLOGIA Inicialmente estimulo físico/ psicológico → gera excitação sexual e ativação do sistema parassimpático que estimula o processo de ereção. Já o simpático atrapalha ereção provocando detumescência peniana. A estimulação o parassimpático gera liberação de oxido nítrico, vasodilatador, fazendo com que as arteríolas cavernosas inundam os sinusoides dos corpos cavernosos, que ficam relaxados e os sinusoides e receptivos a entrada de sangue arterial proveniente das artérias cavernosas. Assim, inicia processo de entumecimento peniano, fechamento das vênulas que impedem saída do sangue dos corpos cavernosos provocando entumecencia e rigidez peniana. Diante do estimulo físico ou psicológico ao ver a mulher bonita → há estimulo do SNC ativando vias autonômicas com estimulação a cascata → o relaxamento dos sinusoides →há dilatação arterial, sangue chega em grande volume para dentro dos sinusoides, o sangue se aprisiona com fechamento das vênulas abaixo da túnica albugínea → Oclui as veias e provoca ereção. Isso ocorre igualmente no clitoris feminino. Resumo: 4 Disfunção erétil – Luisa Tejerizo – 7° semestre • Estimulação parassimpática (s2- s4) responsável pela ereção • Estimulação simpática (t11-l2) causa detumescência peniana. Que é importante, se não teria priaprismo. DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA Disfunção erétil →É a incapacidade de atingir e ou manter uma suficiente rigidez do pênis que permita uma relação sexual satisfatória, quando perde ereção na relação sexual Pode atingir todas as idades, é mais frequente em homens mais velhos, em mais novos tem causas psicogênicas, já nos idosos as causas orgânicas prevalecem. FATORES DE RISCO DM: • Prevalência de 20-85% • Paciente diabético com tempo desenvolve vasculopatia periférica, faz com que artérias cavernosas fiquem esclerosadas. As altas taxas de glicemia podem fazer com que haja esclerose, envelhecimento mais rápido das arteríolas, que pode acontecer no coração, na circulação cerebral, AVC, de ereção. • Correlação do diâmetro das artérias cavernosas com artérias coronarianas → geralmente quando vasculopata apresenta disfunção erétil, seriam seguidos após alguns anos de problemas isquêmicos cardíacos. Já existe correlação pelo diâmetro ser semelhante. • Diabéticos, no decimo ano de existência passam a ter taxas cada vez mais elevadas de disfunção erétil. • Deve ser orientado a controlar a DM Doenças cardiovasculares: • Aproximadamente 35% dos homens com hipertensão tem algum tipo de disfunção erétil • Alta taxa de afrodescendente, incidência alta de hipertensão arterial sistêmica. Quanto mais tempo de atividade dessas patologias que levam a esclerose das artérias como DM, HAS, maior incidência de disfunção erétil Dislipidemia: • Níveis altos de colesterol e lipoproteínas de baixa densidade estão significativamente relacionados com disfunção erétil moderada e severa Síndrome metabólica e sobrepeso: • Especialmente em pessoas obesas, devido ao estilo de vida sedentário e falta de exercícios. Obeso, hipercolesterolemia, disfunção hormonal, de modo geral tem maior risco de DM, HAS. Trauma/ cirurgia: • Particularmente se danificam nervos e artérias relacionadas com fisiologia da ereção, como cirurgias pélvicas. Os plexos vasculares peri prostáticos podem ser lesionados na prostatectomia radical ou pra tratamento de câncer de intestino. Quando existe lesão nos nervos tem aumento de incidência de disfunção erétil. Condições psicológicas:• Idade, cigarro, ingestão de álcool, predisposição genética. Traumas na adolescência. Farmacológica: • antipsicóticos, anti-hipertensivos (betabloqueadores, HCTZ), antidepressivos (fluoxetina), antiparkisonianos, opioides, anti- histamínicos, anfetaminas, barbitúricos. Doença de peyronie: • Dor durante ereção, enrijecimento peniano, curvatura anormal peniana por placa fibrosa Causas emocionais: • Ansiedade, depressão, estresse Neurogênica: 5 Disfunção erétil – Luisa Tejerizo – 7° semestre • Esclerose múltipla, radioterapia, AVC. Doenças degenerativas, hernias discais, trauma medular, por má condução o estimulo nervoso ou errática. DIAGNOSTICO História Clínica • História de parceira nova acontece muito em pacientes jovens, quando é algo recente e se instalou abruptamente → causa psicossomática • Já o paciente vasculopata crônico, poli medicado, HAS, com DM, tende a perceber a instalação pouco a pouco, de forma progressiva, se adapta de alguma forma, busca posições que não exigem rigidez. Chega um ponto que não consegue e procura o médico, quando a parceira não compreende a incapacidade. • Na história é importante entender qual a queixa do paciente, muitas vezes é diminuição da libido, mas tem ereção. diminuição da libido por taxas hormonais alteradas, com disfunção metabólica, sobrepeso, taxas hormonais inadequadas, pode ter queda da libido, mas quando é estimulado adequadamente consegue ter ereção. É preciso fazer com que paciente diga a queixa para tratar corretamente. • É realizada uma história clínica e sexual para distinguir entre problemas de ereção, ejaculação, orgasmo e desejo sexual Exames físicos - (tenta detectar mal formações, placas fibróticas, lesões) Exames laboratoriais -Hemograma -Glicemia - Testes hormonais: - Testosterona total -SHBG – proteína que se liga a testosterona - Albumina - Glicemia (por ser DM e não saber ser disfunção erétil por DM descontrolada -Exames do eixo hormonal (LH, FSH, prolactina) OBS: se paciente tiver adenoma hipofisário pode ter níveis muito elevados de prolactina, níveis baixos de testosterona e queda na libido e dificuldade na ereção. -Exames neurológicos (voltados para pacientes que podem ter tido traumas toraco-lombo-sacros) -Exames psicossexual -Teste de ereção fármaco induzido com prostaglandina e controle USG com doppler → quando não respondem a medicação oral e ainda é preciso definir se possui algum funcionamento de mecanismo de ereção. É feita injeção com medicações intracavernosas (trimix) – prostaglandina, papaverina, fentolamina, que é um conjunto de 3 medicações potencializadoras do efeito da outra, são injetadas na face lateral do pênis e o paciente se autoinjeta e consegue ter ereção firme de 1h. É usada pelo paciente em casa quando não consegue ter ereção usando drogas orais. Nas clinicas, urologista ou radiologista faz o teste, injeta pra induzir ereção e faz doplefuxometria das artérias cavernosas, analisando os picos de fluxo das artérias cavernosas medido pelo doopler. CLASSIFICAÇÃO 6 Disfunção erétil – Luisa Tejerizo – 7° semestre TRATAMENTO O Viagra -sidenafil é primeira droga oral que ate hoje é a farmacoterapia de primeira linha Primeira linha: • Farmacoterapia oral • Bomba a vácuo Segunda linha • Injeções intracavernosas e intrauretrais Terceira linha • prótese maleável cirúrgica • Prótese inflável que substitui tecido do corpo cavernoso e retoma as ereções PRIMEIRA LINHA Tratamento oral Uso da sildenafil, tadalafil, vardenafila e odenafila. São medicações que revolucionaram o tratamento da disfunção erétil. O ideal é que orientemos que ingira 1h antes da relação para que tenha tempo de funcionar. Elas idealmente devem ser tomadas em jejum porque podem sofrer grau de interferência. Muitos não perceberam resultado após refeições gordurosas. Se paciente faz ingesta de alimento gorduroso, qualquer medicação vai demorar de ser absorvida. Qual a diferença das 4? Viagra (sidenalafil), levitra (PDE5), helleva tem perfis de eficácia meia vida parecidos, funcionam por 12h, tem duração mais curta no organismo. Todas, incluindo cialis provocam ereções com rigidez relativamente semelhante. A grande diferença é a tadalafila ( sialis) que 7 Disfunção erétil – Luisa Tejerizo – 7° semestre dura 36h no organismo, quando foi lançado foi chamada de pílula do fim de semana, tomava sexta de noite e ia ate domingo. Já os outros duram 12h, mas proporcionam ereção rígida e firme também. Para os que tem vasculopatias, que apenas conseguia ereção em que o pênis ganhava volume, mas não ficava rígido e suficiente para penetrar, com as medicações passa a ter. Porque são perigosas? Existe um preconceito com viagra, as pessoas diziam “não quero morrer do coração”. É um medicamento contra indicado para alguns problemas cardíacos, como em doença arterial coronariana DAC, uma vez que normalmente usam nitratos, vasodilatadores, isordil sublingual, que possuem efeito rápido dilatando artérias coronarianas. Mas, como essas medicações fazem vasodilatação, se usar a Fosfo5 diasterase associado, as medicações com nitrato podem fazer vasodilatação intensa periférica, hipotensão, podendo vir a ter problemas circulatórios, sincope, IAM, hipotensão arterial severa, arritmia por má perfusão cardíaca. Por tudo isso, principalmente no início cardiopatas usaram e acabaram tendo as complicações. Paciente cardiopata, mesmo sem usar nitrato, precisa ser pedido avaliação cardiológica. Exemplo: se paciente tomar medicação e fazer sexo, se tiver limitação funcional, não consegue caminhar sem ter dor no peito, descompensado, se toma medicação e tem ereção, e se esforça no sexo, pode ter problema cardíaco e alguém vim a atribuir que teve IAM por uso da medicação da disfunção erétil. De modo geral pede avaliação cardiológica para proteção judicial e segurança do médico e paciente. Bombas a vácuo → Com pênis flácido aplica o cone com bombinha e bombeia, suga o ar no cone e o vácuo criado faz com que os corpos cavernosos sejam inundados por sangue e quando paciente consegue obter ereção, deve deslizar a borracha em cima do cilindro pra garrotear na base, tendo ereção. o dispositivo oclui saída de sangue, oclui veia e artéria, fica com pênis cianótico uma vez que não tem sangue arterial chegando em grande monta. O pênis fica com volume maior, mas a turgescência é por acumulo de liquido, o paciente fica com glande volumosa. Como as ereções pelas bombas não tem efeito sobre a crura, que é a parte do corpo cavernoso que se fixa no púbis, pênis fica com base sem ereção, só tem ereção de metade do corpo cavernoso, que fica rígido, mas não fica firme, mas sim bambo, pendular. Dispositivo a vácuo elétrico na segunda imagem que é usado pra garrotear o pênis na base. SEGUNDA LINHA A segunda linha consiste em tratamentos injetáveis, a medicação intracavernosa é a mais usada, pode ser feita apenas de caverget, medicação similar a sintético da prostaglandina e1, um vasodilatador que faz com que sinusoides aumentem, aumentando o fluxo. O paciente se autoaplica. O composto pode ser prostadil puro quanto trimix (prostaglandina, papaverina, fentolamina). Tem ereção imediata parecida com a fisiológica e é seguro. Muitos tem medo de se autoinjetar, não tem habilidade manual, tem parkison, mas uma vez conseguindo é bom. Pode estar relacionado com taxas de priapismo quando erra a dose. Outra forma: alprostadilo intrauretral que tinha o nome de MUSE, era um supositório intrauretral, tinha dispositivo dentro da uretra de substancia gelatinosa que se dissolvia na uretra e era rapidamente absorvido pela mucosa da uretra, todo a base da substancia prostadil usada na ingestão intracavernosa, causava dor uretral, sangramento,não era eficiente, possui custo alto. TERCEIRA LINHA Cirúrgico em última instancia sem resposta a nada 8 Disfunção erétil – Luisa Tejerizo – 7° semestre Bom para neuropatas, diabéticos Prótese semi-rigida → maleável, é uma haste de silicone revestindo filamento de prata. Consegue conferir rigidez peniana. As próteses semi rígidas tem duas peças, são maleáveis, flexíveis quando vai ter relação aponta pra cima e pro alto e quando não quer dobra a prótese que acompanha a anatomia da região para que não fique com volume sempre. Não precisa estar excitado. A desvantagem é que mesmo dobrando, fica com volume peniano. Prótese inflável → de duas porções ou de 3, são implantadas dentro de cada corpo cavernoso e com bombinha dentro da bolsa testicular e reservatório na região pélvica, quando quer ter relação sexual aperta bombinha, pressiona pra bombeia e fluido do reservatório pra dentro das hastes que estão dentro dos corpos cavernosos. Tem rigidez boa. Quando acaba relação, para sair do estado de ereção, aperta válvula no testículo e gera desinsuflação das peças da prótese. São caras
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