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CÁLCULO CÁLCULO Cálculo Apresentação da disciplina Seja bem-vindo(a) à disciplina de Cálculo. Você concorda que, no nosso dia a dia, é muito importante que saibamos medir as grandezas e suas variações, não é mesmo? Por exemplo, podemos medir as variações climáticas, as mudanças que ocorrem em uma reação química, a variação da bolsa de valores. Quem nos auxilia nisso é o Cálculo, que é a matemática que estuda movimentos e variações, utilizado nas Engenharias e demais Ciências. Você sabia que a disciplina de Cálculo é mais comumente conhecida como Cálculo Diferencial e Integral? Afinal, esse nome define as duas operações básicas do Cálculo: a derivação e a Integração. Embora essas nomenclaturas pareçam muito técnicas e relativas apenas à área de exatas, não usamos o Cálculo apenas nas exatas! Nada disso: o Cálculo é usado em todos os campos, até mesmo na Medicina, Ciências Sociais, citando alguns exemplos! Quer um exemplo? Imagine que você é um médico e deseja determinar a velocidade de propagação de uma epidemia! Isso mesmo, o Cálculo o ajudará nesta questão. E você sabia que o Cálculo foi sistematizado por Isaac Newton e Leibniz, quase na mesma época? Por esse motivo, eles disputam a fama de serem os inventores do Cálculo. Desde 200 a.C., os matemáticos desejavam calcular áreas e volumes de figuras. O Cálculo surgiu, inicialmente, dessa necessidade! Mas seu poder e aplicação expandiram-se! Através do Cálculo, as empresas podem calcular preços de produtos – e, portanto, CÁLCULO temos aplicações na Economia. Além disso, problemas que antes exigiam longos cálculos matemáticos foram simplificados com a aplicação do Cálculo. Esperamos que você adquira os conceitos do Cálculo e que saiba aplicá-los em situações de sua atividade profissional, além de aprimorar sua capacidade de analisar problemas reais. Vamos lá? CÁLCULO Estudo de Funções elementares Introdução Para começar, que tal assistir a um vídeo? Clique aqui. Então, o que você achou do vídeo? Percebeu que é possível utilizar os cálculos de função em situações cotidianas, como, por exemplo, saber quanto dinheiro será gasto para abastecer o tanque de um carro? E não é somente isso: você sabia que as funções matemáticas estão presentes em outras situações do seu dia a dia? É o caso, também, das variações de preço da cesta básica e de outros exemplos. Veremos tudo isso e muito mais nesta Unidade de Aprendizagem, na qual iremos interpretar o comportamento de fenômenos descritos por funções matemáticas. Vamos lá? CÁLCULO Funções elementares Polinomiais – Propriedades e Representações gráficas Conforme comentamos na introdução as funções matemáticas podem ser aplicadas em várias situações do seu cotidiano. Agora, então, começaremos a estudá-las. Você verá que elas são intuitivas, pois você está acostumado a lidar com elas em sua vida. O que vamos fazer aqui é dar um pouco de formalismo matemático ao que você já usa no dia a dia. Siga em frente! O conceito de função Primeiramente, é importante que você saiba que as funções surgem quando uma quantidade depende da outra (STEWART, 2008). Isso acontece, por exemplo, quando relacionamos o litro da gasolina e seu preço. Logo, podemos dizer que uma função descreve relações entre quantidades ou entre grandezas. Que tal acompanharmos mais um exemplo? Vamos lá: agora considere duas grandezas representadas pelas variáveis x e y. Suponhamos, então, que a variável y depende da variável: y = f(x). E como se chamam esses conjuntos de variáveis? Bem, o conjunto dos valores da variável x é denominado domínio da função e é representado por D m (f). Já o conjunto dos valores de y é denominado imagem da função e é representado por I m (f). Ao conhecer essas denominações, que podem parecer complexas, talvez você tenha se questionado: mas será que as funções são realmente importantes no nosso cotidiano? CÁLCULO São, sim. Pense em mais alguns exemplos: quando viajamos e relacionamos o espaço em função do tempo ou quando procuramos um sapato em função do tamanho de nosso pé, estamos relacionando variáveis e, portanto, trabalhando intuitivamente com funções matemáticas. Interessante, não é mesmo? Que tal analisarmos mais uma situação? Imagine que você vai se exercitar em sua esteira ergométrica. Essa atividade física relaciona as grandezas tempo e distância percorrida, conforme você pode ver na tabela a seguir. Tempo decorrido (minutos) Distância percorrida (metros) 0 0 10 0,5 20 1 30 1,5 40 2 Perceba que, com base nessa tabela, podemos estabelecer o conjunto domínio e o conjunto imagem, que são: D m = {0, 10, 20, 30, 40} Im = {0; 0,5; 1; 1,5; 2} E que tal representarmos a distância percorrida por você em um gráfico? Acompanhe na figura a seguir. -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 20 15 10 5 0 -5 -10 A B C D E CÁLCULO Note que, a cada 10 minutos, são percorridos 0,5 km. Dessa forma, temos que a função que relaciona distância percorrida e tempo é dada por y = 0,05x. Essa função é a relação que associa cada valor de x a um único valor de y. Uma função é uma relação que associa cada elemento do conjunto domínio a um único elemento do conjunto imagem Y. O que está achando? Tranquilo até aqui? Então vamos estudar mais uma característica importante no estudo de funções, que é a obtenção de funções inversas! Para isso, considere a função dada por y = f(x). Perceba que, na expressão y = f(x), teremos como resposta y. E caso estivéssemos interessados em saber que valor de x produzirá y, o que faríamos? Ora, teríamos que inverter a função, ou seja, obter a sua inversa. O que acha de acompanhar um exemplo? Considere a função y = x3 + 1. Nesse caso, temos que y = f(x). Mas e se quiséssemos obter a inversa desta função? Bem, faríamos o processo de obtenção da inversa: y = x3 + 1 Em seguida, isolaríamos a variável independente x: y = x3 – 1 −3x = y 1 Note que a inversa seria dada por −3x = y 1 , ou, de forma geral, x = g(y). CÁLCULO O que achou? Podemos partir para a função de primeiro grau? Então vamos lá! Função do primeiro grau Agora que você viu o que é uma função (e sua inversa), vamos estudar as funções do primeiro grau, também chamadas de funções afins. Mas como conseguiremos reconhecer uma função desse tipo? Note que uma função afim (ou do primeiro grau) apresenta-se sob a forma f(x) = ax + b, com a e b sendo constantes (GUIDORIZZI, 2015). E o que significa cada termo dessa função? Na expressão f(x) = ax + b, o termo a é chamado coeficiente angular ou declive, e, na verdade, ele fornece a inclinação da reta. Já o termo b é chamado coeficiente linear ou intercepto vertical e indica onde a reta cruza o eixo do y. Que tal analisarmos um exemplo? Considere a função linear dada por f(x) = 2x + 3. Com base nessa função, vamos criar a seguinte tabela: x f(x) = 2x + 3 0 f(0) = 2 · (0) + 3 = 3 1 f(1) = 2 · (1) + 3 = 5 Agora iremos representar esses dois pares ordenados no plano cartesiano traçando uma reta que passe por esses dois pontos (0,3) e (1,5). Veja na figura a seguir. CÁLCULO 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Observe o comportamento do gráfico que acabamos de ver. Veja que, quando x “caminha” para a direita, a função cresce. Uma função do primeiro grau é dita crescente quando o valor do coeficiente a for a > 0; e é dita decrescente quando o valor do coeficiente a for a < 0. Observe que, na função f(x) = 2x + 3, o valor de a = 2 > 0 (logo, temos uma função crescente, ou seja, quando x cresce, a função cresce). Caso a < 0, a função seria decrescente, ou seja, quando x cresce, a função decresce. Mas será que os tipos de funções terminaram por aqui? Ainda não! Acompanhe, a seguir, o que é uma função quadrática ou polinomial do segundo grau. Função quadrática ou polinomial do segundo grau Começaremos nossos estudos sobre a função quadrática,que também é chamada de parábola e é escrita na seguinte forma: f(x) = ax2 + bx + c. E como podemos identificar se a concavidade dessa parábola será para cima ou para baixo? CÁLCULO Bom, quem determina a concavidade da parábola é o coeficiente a: caso a > 0, a concavidade será para cima, e, caso a < 0, a concavidade será para baixo. O que acha de visualizarmos isso por meio de um gráfico demonstrativo? Acompanhe no quadro a seguir. a>0 a<0 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 -4 -5 -6 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 -4 -5 -6 a 0 a 0 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 -4 -5 -6 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 -4 -5 -6 a 0 a 0 E de que forma conseguiremos encontrar as raízes de equação do segundo grau? Muito simples: usaremos a fórmula de Bhaskara: ± ∆ = ∆ = − 2 1,2 2 b x 2a b 4ac Nesta expressão, ∆ é chamado de discriminante, e temos 3 possíveis casos para o valor desse discriminante. Vejamos: a) quando ∆ = 0 , teremos duas raízes reais e iguais (a parábola intercepta o eixo em um único ponto). b) quando ∆ > 0 , teremos duas raízes reais e diferentes ou distintas (a parábola intercepta o eixo em dois pontos distintos). c) quando ∆ < 0, não teremos raízes reais (a parábola não intercepta o eixo). Fonte: FLEMMING; GONÇALVES, 2006. CÁLCULO Para que você possa compreender melhor esses conceitos, que tal analisamos a resolução de uma função quadrática? Considere a função dada por f(x) = x2 – 2x – 3. Assim, temos que: f(x) = 1x2 – 2x – 3. Perceba que a = 1 > 0, portanto, a concavidade dessa parábola é para cima. Mas quantas raízes essa função possui? É isso que determinaremos agora. Para isso, vamos calcular o discriminante: ( ) ( )∆ = − = − − ⋅ − = + = >22b 4ac 2 4 1 3 4 12 16 0 Note que são duas raízes reais e distintas. Em seguida, vamos aplicar a fórmula de Bhaskara: ( ) ( ) ( ) ( ) − − ± = + + = = = − − = = = − 1 2 2 16 x 2 1 2 16 2 4 x 3 2 1 2 2 16 2 4 x 1 2 1 2 Perceba que as raízes são x = –1 e x = 3. O que acha de observarmos o gráfico dessa função? Veja: CÁLCULO -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Visto que a = 1 0 teremos a concavidade para cima. raízes 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 C As funções polinomiais possuem uma característica muito interessante: o conjunto domínio é sempre o campo dos reais. E o conjunto imagem, como fica? Bem, o conjunto imagem depende da forma ou do comportamento da função polinomial. Quer um exemplo? Considere f(x) x2 – 2x – 3. Observe que, para todo valor de x do campo dos reais, obteremos um respectivo e único y. Além disso, não existe x que invalide a existência da função. Logo, o domínio é dado por { }= ∈mD x R , e os valores possíveis de y são y ≥ –4. Já o conjunto imagem será { }= ∈ ≥ −mI y R | y 4 . Chegamos ao fim desta unidade de aprendizagem, na qual estudamos as funções de grau 1 e 2. Até a próxima unidade de aprendizagem! CÁLCULO Estudo de Funções elementares Introdução Para começar, que tal assistir a um vídeo? Clique aqui; E aí, o que você achou do vídeo? Percebeu o quanto a trigonometria é antiga e tem ajudado a humanidade em diversos cálculos? Aliás, seu surgimento ocorreu em função de problemas enfrentados na Astronomia, nas navegações e na agricultura. Então ela tem uma grande aplicabilidade em nosso dia a dia, não é mesmo? Sim! A trigonometria pode ser utilizada em muitas situações de nossas vidas. Uma rampa inclinada, por exemplo, é a hipotenusa de um triângulo retângulo. Por exemplo, na construção de prédios são usadas relações trigonométricas. A trigonometria é utilizada, ainda, conforme já falamos, na Astronomia, para calcular a distância entre os astros. Você sabia que Hiparco de Nicéia, que viveu por volta de 190 a 120 a.C., construiu a primeira tabela trigonométrica e é considerado o pai da trigonometria? Agora, nesta Unidade de Aprendizagem, vamos interpretar o comportamento de fenômenos descritos por funções matemáticas trigonométricas. Veremos, também, de que forma podemos representar graficamente o comportamento desse tipo de função que aparece nos chamados movimentos periódicos. Vamos lá? Bons estudos! CÁLCULO Estudo de Funções Elementares Trigonométricas – Propriedades e Representações Gráficas Começaremos nossos estudos com as funções trigonométricas elementares (seno, cosseno e tangente) e com as funções trigonométricas auxiliares (cossecante, cotangente e secante). Além disso, você também aprenderá a representar essas funções e suas inversas usando o software Graphmatica. Nossa ideia principal é a conceituação dessas funções no que concerne ao seu comportamento gráfico, definindo seu domínio, imagem e período. Esses conceitos irão acompanhar você por todo o Cálculo. Siga com atenção! O conceito de função trigonométrica Para iniciar, é importante que você tenha em mente que as funções trigonométricas descrevem comportamentos que também estão presentes no nosso dia a dia, particularmente em fenômenos com comportamentos periódicos. Conforme apresentamos há pouco, as funções trigonométricas consideradas elementares são as funções seno, cosseno e tangente. Mas não temos somente elas: estudaremos, ainda, as funções secante, cossecante e cotangente. E quais são as notações que podem ser dadas a essas funções? Acompanhe: = = = = = = f(x) sen x f(x) cos x f(x) tg x f(x) cossec x f(x) sec x f(x) cotg x CÁLCULO E de que forma são definidas as funções trigonométricas elementares? As funções trigonométricas elementares são definidas em função dos lados do triângulo retângulo (aquele que possui um ângulo reto ou de noventa graus). Que tal observarmos, na figura a seguir, o que é um triângulo retângulo? c b a 90° α c representa a hipotenusa a representa o cateto adjacente ao ângulo alfa b representa cateto oposto ao ângulo alfa Lembre-se de que a hipotenusa é o lado do triângulo retângulo oposto ao ângulo reto ou de noventa graus. Podemos, em função da figura que acabamos de ver, definir as funções trigonométricas elementares e suas extensões. Lembre-se de que as funções trigonométricas também são chamadas razões trigonométricas. Vamos acompanhar essas razões? Veja: α α αα α = = = = = = = cateto oposto b sen hipotenusa c cateto adjacente a cos hipotenusa c cateto oposto sen b tg cateto adjacente cos a CÁLCULO Podemos, ainda, definir outras razões trigonométricas, como as que seguem: α α α α = = = = = = = 1 hipotenusa c cossec sen cateto oposto b hipotenusa c sec cateto adjacente a cateto adjacente a cotgtg cateto oposto b Lembre-se, também, da importante relação associada ao triângulo retângulo: o Teorema de Pitágoras, o qual você pode relembrar na caixa de destaque a seguir. A hipotenusa ao quadrado é igual à soma dos quadrados dos catetos: c2 = a2 + b2 Funções trigonométricas elementares e suas auxiliares Que tal estudarmos agora o comportamento gráfico das funções que acabamos de ver? Para isso, iremos utilizar o software Graphmatica, por meio do qual plotaremos os gráficos das funções trigonométricas. Para a função f(x) = sen x, digite, no Graphmatica, y = sin(x). Feito isso, observe a figura a seguir. 6 -6 -4 -2 0 2 4 x -5� -4� -3� -2� -� 0 � 2� 3� 4� 5� y CÁLCULO Para a função f(x) = sen x, teremos: = ℜ = − + m m D I 1, 1 A função seno é periódica de período p = 2π. Que tal analisarmos agora uma função cosseno? Para a função f(x) = cos x, digite, no Graphmatica, y = cos(x). Feito isso, observe a figura a seguir. 6 -6 -4 -2 0 2 4 x -5� -4� -3� -2� 0 π 2π 3π 4π 5π y -π� Dessa forma, temos para a função f(x) = cos x: = ℜ = − + m m D I 1, 1 A função cosseno é periódica de período p = 2π. Vamos acompanhar, agora, uma funçãotangente? Para a função f(x) = tg x, digite, no Graphmatica, y = tan(x). Feito isso, observe a figura a seguir. CÁLCULO 6 -6 -4 -2 0 2 4 y x -5π -4π -3π -2π -π 0 π 2π 3π 4π 5π Dessa forma, para a função f(x) = tg x teremos: { } π π = ∈ℜ ≠ + ∈ = ℜ m m D x | x k ,k Z 2 I Note que, no conjunto domínio, Z representa o conjunto dos números inteiros relativos. A função tangente é periódica de período p = π. Que tal analisarmos agora uma função cossecante? Para a função f(x) = cos sec x, digite, no Graphmatica, y = csc(x). Feito isso, observe a figura a seguir. CÁLCULO 6 0 2 4 y x -5π -4π -3π -2π -π 0 π 2π 3π 4π 5π -6 -4 -2 Dessa forma, temos para a função f(x) = cos sec x: { } { }π= ∈ℜ ≠ = ∈ℜ ≠ ∈ = − ∞ − ∪ + +∞ m m D x | senx 0 x | x k ,k Z I , 1 1, E de que forma podemos ler o conjunto domínio? A escrita do domínio pode ser lida da seguinte forma: x pertence ao conjunto dos reais tal que x seja diferente de k vezes pi, com k pertencente ao conjunto dos inteiros relativos. A função cossecante é periódica de período p = 2π. Vamos acompanhar, agora, uma função secante? Para a função f(x) = sec x, digite, no Graphmatica, y = sec(x). Feito isso, observe a figura a seguir. CÁLCULO 6 0 2 4 y x -5π -4π -3π -2π -π 0 π 2π 3π 4π 5π -6 -4 -2 Desta forma, para a função f(x) = sec x, teremos: { } π = ∈ℜ ≠ = ∈ℜ ≠ ∈ = − ∞ − ∪ + +∞ m m D x | cosx 0 x | x k ,k Z 2 I , 1 1, A função secante é periódica de período p = 2π. Que tal analisarmos agora uma função cotangente? Para a função f(x) = cotg x, digite, no Graphmatica, y = cot(x). Após fazer isso, observe a figura a seguir. 6 -6 -4 -2 0 2 4 y x -5π -4π -3π -2π -π 0 π 2π 3π 4π 5π CÁLCULO Dessa forma, temos para a função f(x) = cotg x: { } { }π= ∈ℜ ≠ = ∈ℜ ≠ ∈ = −∞ +∞ m m D x | senx 0 x | x k ,k Z I , A função cotangente é periódica de período p = π. Uma função é estritamente crescente quando y aumenta com o aumento de x, e ela é estritamente decrescente quando y diminui com o decréscimo de x. Como exemplo, considere a função secante x. Vamos analisar essa função apenas no intervalo [0,2π]. Pra isso, digite, no Graphmatica, y=sec(x) {0, 2pi}. Agora observe a figura gerada: -6 -4 -2 0 2 4 y x -5π -4π -3π -2π -π 0 π 2π 3π 4π 5π Perceba o seguinte: • A função é estritamente crescente no intervalo π 0, 2 . • A função é estritamente crescente no intervalo π π , 2 . • A função é estritamente decrescente no intervalo ππ 3 , 2 . • A função é estritamente decrescente no intervalo π π 3 ,2 2 . CÁLCULO Por fim, é importante que você saiba que as funções trigonométricas seguem importantes propriedades trigonométricas, as quais você pode acompanhar no quadro a seguir. + = + = + = − = + = = = − + + = − − + = − + + 2 2 2 2 2 2 2 2 sen x cos x 1 1 cotg x cossec x 1 tg x sec x 1 cos2x sen x 2 1 cos2x cos x 2 sen 2x 2senxcosx 2cosxcosy cos(x y) cos(x y) 2senxseny cos(x y) cos(x y) 2senxcosy sen(x y) sen(x y) Fonte: FLEMMING, 2006. Funções trigonométricas inversas Você lembra que, na unidade anterior, estudamos que as funções têm inversas? Pois bem, o mesmo acontece com as funções trigonométricas, que também possuem suas inversas. Anton (2014) define as funções trigonométricas mais importantes como as funções arco seno, arco cosseno, arco tangente e arco secante. Vamos entender melhor cada uma delas? CÁLCULO A função arco seno é a inversa da função seno restrita, que se escreve da seguinte forma: ( ) =f x arcsenx ou ( ) −= 1f x sen x , definida no intervalo π π− ≤ ≤x 2 2 . Que tal usar o Graphmatica para plotar as funções trigonométricas inversas? Vamos lá, digite y=asin(x). Feito isso, teremos o seguinte gráfico: -3 -2 -1 0 1 2 y x -2,5π -2π -1,5π -π -0,5π 0 0,5π 1π 1,5π 2π 2,5π Tranquilo de fazer, não é mesmo? Vamos, então, para a próxima função? A função arco cosseno é a inversa da função cosseno restrita, que se escreve da seguinte forma: ( ) =f x arccosx ou ( ) −= 1f x cos x , definida no intervalo π≤ ≤0 x . Agora vamos usar o Graphmatica para plotarmos as funções trigonométricas inversas. Para isso, digite y = acos(x). Feito isso, teremos o seguinte gráfico: CÁLCULO -6 -4 -2 0 2 4 y x -5π -4π -3π -2π -π 0 π 2π 3π 4π 5π E a função arco tangente, é inversa de quem? A função arco tangente é a inversa da função tangente restrita, que se escreve da seguinte forma: ( ) =f x arctgx ou ( ) −= 1f x tg x, definida no intervalo π≤ ≤0 x . Que tal usar o Graphmatica para plotar as funções trigonométricas inversas? Para isso, digite y = atan(x). Agora observe a figura gerada: -6 -4 -2 0 2 4 y x -5π -4π -3π -2π -π 0 π 2π 3π 4π 5π Que tal irmos para a próxima função? CÁLCULO Agora é a vez da função arco secante, que é a inversa da função secante restrita, que se escreve da seguinte forma: ( ) =f x arcsecx ou ( ) −= 1f x sec x, definida no intervalo π≤ ≤0 x com π≠x 2 . Agora vamos usar o Graphmatica para plotarmos as funções trigonométricas inversas. Para isso, vamos digitar y = asec(x). Feito isso, teremos o seguinte gráfico: -6 -4 -2 0 2 4 y x -5π -4π -3π -2π -π 0 π 2π 3π 4π 5π As funções trigonométricas inversas apresentam importantes propriedades: ( ) ( ) ( ) π + = = − = − = − 2 2 2 arc senx arc cosx 2 cos arc senx 1 x sen arc cosx 1 x 1 tg arc senx 1 x Fonte: ANTON, 2014. Tenha atenção a essas propriedades que acabamos de ver, pois elas serão úteis durante as aplicações do Cálculo. CÁLCULO Estudo de funções elementares Introdução Você sabia que as funções exponenciais são de extrema importância em diversos modelos de crescimento e decrescimento? Elas aparecem em problemas associados ao crescimento de populações, radioatividade, epidemias, dentre outros fenômenos que estão muito perto de nossas vidas. Lembre-se de que o Cálculo se preocupa com a variação das funções e, se essas funções exponenciais expressam o comportamento de muitos fenômenos, aplicaremos as técnicas do Cálculo no estudo destas. Você sabia que alguns livros classificam funções que envolvem exponenciais, logaritmos e/ou trigonométricas como funções transcendentes ou transcendentais? Nesta unidade, estudaremos também as funções inversas da função exponencial (as funções logarítmicas), além do entendimento do comportamento dessas funções, seu domínio, imagem, se são crescentes ou decrescentes. Essas informações irão nos ajudar no estudo do Cálculo! Vamos adiante? CÁLCULO Funções elementares Exponenciais e Logarítmicas – Propriedades e Representações gráficas Nesta unidade, vamos nos dedicar ao estudo do comportamento das funções exponenciais e das funções logarítmicas. Verificaremos, usando softwares, o aspecto de crescimento e decrescimento associado aos seus parâmetros. No Cálculo, é de fundamental importância que saibamos definir domínio e imagem das funções, visto que os operadores do Cálculo são definidos sobre o domínio das funções. Vejamos a seguir como as funções exponenciais e logarítmicas se comportam. Função Exponencial Inicialmente, vamos analisar como as funções exponenciais são definidas. A função exponencial apresenta a forma f(x) = bx, em que b > 0. Essa função é lida da seguinte forma: função exponencial de base b. Vejamos alguns exemplos de funções exponenciais: f(x) = 2x, f(x) = 4-3x. É importante lembrarmos que a base não pode ser zero ou negativa para a função exponencial. Vamos verificar agora o comportamento gráfico da função exponencial. Iremos plotar a função f(x) = 2x. Para isso, utilizaremos o software Geogebra, certo? Digite: f(x)=2^x CÁLCULO y x -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 Você pode observar que, na Figura 1, temos a base b = 2 > 1. Também podemos utilizar um outro exemplo: f(x)=0,1x. Para este, digite, no Geogebra, f(x)=0.1^(x).y x -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 -3 -2 -1 0 1 2 3 Você viu que, na Figura 2, temos a base b = 0,1, ou seja, 0 < b < 1 ? Isso mesmo! Vamos a mais um exemplo? Veja: f(x) = 1x, com a base b=1. CÁLCULO y x -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 -3 -2 -1 0 1 2 3 Você observou que o gráfico de f(x) = 1x é uma constante y=1? À vista disso, segundo Anton (2007), o gráfico de f(x) = bx possui algumas propriedades, conforme análise a seguir: O gráfico passa pelo ponto (0, 1), pois b0 = 1. Se b > 1, Figura 1 como exemplo, a função f(x) = bx cresce com x crescente. Se 0 < b < 1, Figura 2 como exemplo, a função f(x) = bx decresce com x crescente. Se b = 1, Figura 3 como exemplo, a função f(x) = bx é uma função constante de valor f(x) = 1x = 1. É importante constatarmos outro comportamento interessante apresentado nas Figuras 1 e 2, que é o comportamento assintótico da função f(x) = bx. Você percebeu que os valores da função nunca atingem o zero? Ou seja, y = 0 é uma função definida como sendo uma assíntota horizontal. Isto é, uma assíntota pode ser definida como sendo uma reta que delimita o comportamento de uma função. Explicando: a função se aproxima o mais perto possível da reta, mas não a toca ou cruza. CÁLCULO O domínio e imagem da função f(x) = bx podem ser visualizados em função das Figuras 1 a 3. O domínio da função é (–∞, +∞). A imagem é de (0, +∞). Vejamos um exemplo de Anton (2007): vamos esboçar o gráfico da função f(x) = 1 – 2x. No Geogebra, digite: y=1–2^x. -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 -6 -4 -2 0 1 2 3 f Agora vamos esboçar essa função em etapas. Primeiro, vamos esboçar f(x) = 2x. Sabemos que, para x = 0, a função passa pelo ponto (0,1), pois f(x) = 20 = 1. Como a base é igual a 2>1, o gráfico tem a forma semelhante ao da Figura 1. Assim, teremos: CÁLCULO 0-10-11 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 -1 -3 -2 -4 654321 7 8 9 10 4 2 0 3 1 f Para continuarmos nosso gráfico, vamos refletir a figura no eixo x? Dessa forma, teremos: 0-10-11 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 -1 -3 -2 -4 654321 7 8 9 10 4 2 0 3 1 f Como a função original apresenta a forma f(x) = 1 – 2x, vamos somar 1, ou seja, transladar uma unidade para cima. CÁLCULO 0-10-11 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 -1 -3 -2 -4 654321 7 8 9 10 4 2 0 3 1 f Para compreendermos melhor, vamos traçar uma assíntota horizontal. Observe que a função não toca y=1. Logo, y=1 é uma assíntota horizontal. Agora vamos desenhar uma linha tracejada. 0-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 2 1 -1 321 f -1 -1 CÁLCULO A função exponencial está frequentemente associada a fenômenos de crescimento e decrescimento! Função Logarítmica Primeiramente, vamos analisar como essa função é apresentada. A função logarítmica é escrita da seguinte forma f(x) = log b x e deve ser lida da seguinte maneira: logaritmo de x na base b. Na definição dessa função, precisamos nos ater a algumas restrições: b > 0 e b ≠ 1 O logaritmo é um expoente, então, quando escrevemos log b x, queremos determinar o expoente a que devemos elevar b para obter x. Vejamos um exemplo: log 10 100 = 2 102 = 100 Podemos melhorar nosso entendimento sobre logaritmos por meio do exemplo a seguir. Veja só: Queremos determinar o valor de log 2 8. Vamos chamar essa expressão de x. Temos uma equação do tipo log 2 8 = x. Nesse caso, usamos a regra do ponteiro do relógio ao contrário: 2x = 8 Fatorando 8, teremos: CÁLCULO 2x = 23 Como as bases são iguais, temos x = 3. Observe o gráfico de y = log 10 x, logo adiante. Veja como é interessante: quando temos algo do tipo log b x = y, teremos sempre by = x. Agora considere o logaritmo de x na base 10. No Geogebra, escrevemos y=log(x). 0-10-11 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 -1 -2 -3 -4 1 0 2 3 4 5 1110987654321 Agora observe o gráfico de y = 10x, obtido após digitar y=10^x no Geogebra: CÁLCULO f 0-10-11 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 -1 -2 -3 -4 1 0 2 3 4 5 1110987654321 Neste momento, vamos plotar as duas funções no mesmo gráfico. Assim, teremos: f g 0-10-11 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1110987654321 -1 -2 -3 -4 1 0 2 3 4 5 Você percebeu que as duas funções são inversas uma da outra? Se colarmos um eixo de simetria, teremos: CÁLCULO f h g 0-10-11 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 -1 -2 -3 -4 1 0 2 3 4 5 1110987654321 Você pode observar, na tabela a seguir, que os logaritmos apresentam importantes propriedades. CÁLCULO ( ) ( ) ( ) ( ) = + = − = = − = log log log log / log log log log log 1/ log log 1 b b b b b b r b b b b b ac a c a c a c a r a c c b = log log log b a b x x a (propriedade de mudança de base) É interessante lembrar que, quando a base do logaritmo for 10, nós podemos escrever apenas log(x) e quando a base for natural (base ∊), apenas Inx. E o comportamento gráfico da função logaritmo? O domínio e a imagem da função f(x) = log b x são dados por: O domínio da função é (0, +∞). A imagem é dada por (–∞, +∞). Outra característica importante da função logarítmica é que ela é estritamente crescente, ou seja, quando x cresce, o valor da função também cresce. Funções Naturais e Aplicações de exponenciais e logaritmos Atente-se para a função exponencial f(x) = bx. Perceba que quando a base b vale e ≈ 2,718282, teremos a chamada função exponencial natural, então escreveremos f(x) = ex. Durante este curso, veremos a importância dessa função no Cálculo. CÁLCULO O gráfico da função f(x) = ex pode ser feito no Geogebra digitando y = exp(x) e o da função f(x) = Inx digitando y = ln(x). Assim, vamos plotar o gráfico dessas funções. f -10-11 1110987654321 1 -1 -2 0 2 3 4 5 6 0-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 Entenda que o logaritmo mais importante nas aplicações do Cálculo é o logaritmo natural. Veremos isso no decorrer das unidades deste curso, tudo bem? A inversa da função exponencial natural é o logaritmo natural, que escrevemos f(x) = log e x, ou simplesmente f(x) = Inx. f -10 1110987654321 1 -1 -2 -3 -4 0 2 3 4 0-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 CÁLCULO Agora iremos exemplificar as funções exponencial e logarítmica. Acompanhe os exemplos a seguir. Exemplo 1 Vamos encontrar o valor da expressão a seguir sem usar calculadoras ou softwares matemáticos. Vamos lá! y = log 2 16 Vamos escrever y = log 2 16. Nós teremos y = log 2 24 = 4 log 2 2, usando a terceira propriedade da Tabela 4. Observe a última propriedade dessa tabela e lembre-se de que log 2 2 = 1. Logo, temos que y = 4 ∙ 1 = 4. Exemplo 2 Vamos expandir a expressão: = 2 ln cos x senx y x . Sabemos que ( ) = = = 2 2 2ln ln ln cos cos x senx senx y x x tgx x x Lembre-se da LU1-LS2, em que = cos senx tgx x . Usando a primeira propriedade da Tabela 4, teremos: ( )= = +2 2ln ln lny x tgx x tgx Usando a terceira propriedade da Tabela 4 no primeiro termo do lado direito, teremos: ( )= = +2ln 2ln lny x tgx x tgx CÁLCULO Exemplo 3 Neste momento, considere uma equação exponencial. Veremos, a seguir, como resolvê-la! −− = 1 2 x xe e Agora vamos multiplicar toda a equação por 2. Assim, teremos: −− = 2x xe e − = 1x xe e Portanto, temos − = 1 2x xe e Multiplicando por ex, obteremos: e2x – 1 = 2ex e2x – 2ex – 1 = 0 (ex)2 – 2ex – 1 = 0 Aqui utilizaremos uma poderosa ferramenta do Cálculo: a troca de variável! Consideraremos o seguinte: ex = t Logo, teremos: (t )2 – 2t – 1 = 0 Essa é uma equação do segundo grau que resolveremos por meio de Bhaskara: 1t2 – 2t – 1 = 0 a = 1 b = –2 c = – 1 CÁLCULO Vamos calcular o discriminante: ∆ b2 – 4ac = (–2)2 – 4(1) . (–1) = 8. As raízes são dadas por: − ± ∆ = 2 b t a . Logo, teremos: ( ) ( ) ( ) − − ± ± = = = ± = + = − 1 2 2 8 2 2 2 1 2 2 1 2 1 1 2 1 2 t t t Uma vez que ex = t, teremos: ex = 1 ± 2 Você pôde observar o gráfico da função exponencial na base “e” (logaritmo natural) na Figura 14. A função nunca énegativa! Como 2 ≈ 1,414214, podemos descartar ex = 1 – 2 e teremos somente como resposta: ex = 1 ± 2 Mas ainda não isolamos a variável x! Vamos aplicar a inversa da função exponencial natural: a função logaritmo natural. ln ex = ln (1 + 2 ) xln e = ln (1 + 2 ) Lembre-se de que ln e = log e e = 1. Portanto, x = ln (1 + 2 ). Usando uma calculadora, teremos: x ≈ 0,881. O comportamento das funções pode ser representado sob a forma de intervalos: (e ] - representam intervalo aberto; [e]- representam intervalo fechado. CÁLCULO Conceito de Derivada Introdução Olá! Seja bem-vindo (a) à quarta Unidade de Aprendizagem de Cálculo! Nesta unidade de ensino, nós começaremos a estudar um dos assuntos mais importantes do Cálculo: a derivada. Verificaremos juntos como podemos calcular a inclinação de uma reta também. No vídeo, pudemos ver uma excelente descrição do coeficiente angular de retas e também sobre o coeficiente linear. Você sabia que o coeficiente angular de uma reta pode indicar de forma aproximada a taxa de variação de qualquer processo ou fenômeno? Isso mesmo, veremos isso em nossos estudos! Vamos lá? Convidamos você a dar mais um passo em seu processo de aprendizagem do Cálculo! Bons estudos! CÁLCULO Coeficiente angular de retas e conceito de derivada Neste segmento, estudaremos como podemos calcular o coeficiente angular de uma reta e iniciaremos nossos estudos sobre derivadas. É preciso compreender que os conceitos, isto é, que os conhecimentos não se findam em si mesmos. Eles são interligados, ou seja, os conceitos atuais se apoiam em conceitos anteriores. Por que estamos falando isso? Pois para compreendermos perfeitamente o que significa a derivada geometricamente e fisicamente, devemos inicialmente entender o que é inclinação e declive. Esta unidade começa a fundamentar esse conceito. Vamos compreender melhor? Siga em frente! Coeficiente Angular de retas Começaremos nossos estudos com o coeficiente angular de uma reta, que também recebe o nome de declividade da reta. Por causa desse nome, talvez você tenha pensado em uma rampa de skate ou outro tipo de rampa, não é mesmo? Bem, se você pensou desta forma, acertou. Mas lembre-se: embora a rampa não seja uma reta (e, sim, um plano), por um plano podem passar infinitas retas. Você já deve estar pensando na inclinação dessa rampa! Fonte: Max Blain, Shutterstock, 2017. CÁLCULO Iremos então pensar geometricamente. Observe a figura a seguir. eixo y reta r θ eixo x Lembre-se de que os números trigonométricos são definidos em relação a um círculo de raio unitário centrados na origem do sistema de coordenadas. Veja a reta r. Você pode verificar que a inclinação dela corresponde ao valor que intercepta o eixo das tangentes, certo? Logo, podemos dizer que a inclinação = tgθ. Mas, sabemos que ∆ θ ∆ cateto oposto x tg = = cateto adjacente y . Em que: Δy = diferença entre as ordenadas Δx = diferença entre as abscissas Vamos melhorar nossa definição? Observe! ∆ θ ∆ o o y-yy tg = = x x-x Olha que legal! CÁLCULO ( )θo oy–y =tg x–x Da Geometria, sabemos que a equação da reta pode ser dada por: ( )o oy–y =a x–x Em que a representa o coeficiente angular ou declive ou inclinação da reta. Logo: a = tgθ. Isso mesmo, o valor da tangente corresponde à inclinação da reta! Vamos acompanhar um exemplo? Siga com atenção! Exemplo 1 Observe a figura a seguir. Depois de analisar, calcule a inclinação da reta. 3 2 1 0 -1 -2 -3 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4 -4 -5 11 5 A B Resolução Veja que a inclinação é igual ∆ θ ∆ o o y-yy 3-1 a=tg = = = =1 x x-x 3-1 CÁLCULO Olha que interessante! Qual ângulo possui tgθ = 1? Exatamente: 45°. Observe que essa reta divide o primeiro quadrante exatamente ao meio! A figura a seguir vai ajudar você a entender ainda mais o conceito de inclinação de reta associada à tangente. Veja: 3 2 1 0 -1 -2 -3 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4 -4 -5 11 5 A B Exemplo 2 Dada a equação da reta y = 2x + 4, determine a inclinação da reta. Resolução Este exercício é bem fácil, de aplicação direta. Sabemos, da Unidade 1, que a equação de uma função linear é dada por y = ax + b. Logo, a inclinação é igual a 2. Observe a figura a seguir. CÁLCULO 3 2 1 0 -1 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4 11 5 6 7 8 θ θ 8 - 4 2 - 0 2 = = 4 - 0 0 - (-2) 4= = 2=2 Por fim, perceba que o coeficiente angular está associado à inclinação da reta tangente. Limite de uma função Vamos iniciar nosso estudo de limites descrevendo o comportamento de uma função próxima a um ponto. A função- exemplo para essa finalidade será esta: ( ) − += − 2x 4x 4 f x x 2 Desejamos estudar o comportamento dessa função para que fique próxima a x = 2. Como não podemos dividir por zero, teremos que considerar que x = 2 não pertence ao domínio da função. Para isso, relembraremos aqui a notação de conjuntos domínio. Para essa função, teremos: { }= ∈ ≠mD x R | x 2 Agora, iremos simplificar essa função. Que tal aplicar Bhaskara no numerador de ( ) − += − 2x 4x 4 f x x 2 ? CÁLCULO Assim, teremos: ( ) ( )( ) ( ) ( ) − + = − + = = = − = ∆ = − = − − = − − ±− ± ∆ = = = = = 2 2 22 1 2 x 4x 4 0 1x 4x 4 0 a 1 b 4 c 4 b 4ac 4 4 1 4 0 4 0b x 2 2a 2 1 x x 2 Feito isso, vamos nos lembrar de um dos casos de fatoração? Veja a seguir: ( )( )+ + = − −2 1 2ax bx c a x x x x . Portanto, teremos: ( )( ) ( )− + = − − = − 22x 4x 4 1 x 2 x 2 x 2 . Substituindo em ( ) − += − 2x 4x 4 f x x 2 , teremos: ( ) ( )( ) −− + = = = − − − 22 x 2x 4x 4 f x x 2 x 2 x 2 . Assim sendo, a função representa uma reta não definida em x = 2. Vamos plotar esta reta? Para isso, acompanhe a figura e explicação a seguir. CÁLCULO 3 2 1 0 -1 -2 -3 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 4 -4 -5 Observe a “bolinha” aberta em x = 2. Note que, mesmo a função não sendo definida em x = 2, ela existe nas proximidades de x = 2. Perceba também que, quando nos aproximamos de x = 2 (tanto pela esquerda quanto pela direita), a função ( ) − += − 2x 4x 4 f x x 2 tende a zero. Então, a partir dessa noção intuitiva de comportamento próximo a um ponto, podemos enunciar informalmente a noção de limite. Segundo Anton (2014), se os valores de f(x) puderem ser tornados tão próximos quanto queiramos de L, desde que tomemos os valores de x tão próximos de x = a, escrevemos ( ) → = x a limf x L . Para nosso exemplo, teremos: ( ) → → − + = = − 2 x 2 x 2 x 4x 4 limf x lim 0 x 2 Ou seja, podemos dizer que, quando x tende a 2, a função tende a zero. Dessa forma, nesse exemplo, o valor limite é 2 (L=2). Que tal escolhermos outra função? CÁLCULO Considere a função ( ) = − +2f x x x 1 . Observe, a seguir, o gráfico dessa função. -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 5 3 2 1 0 -1 -2 -3 4 6 Agora vamos estudar o que acontece quando x → 2. X 1,000 1,900 1,990 1,999 2,000 2,001 2,010 2,100 3,000 f(x) 1,000 2,710 2,970 2,997 3,003 3,030 3,310 7,000 Veja que, ao nos aproximarmos de x = 2 (tanto pela esquerda quanto pela direita), a função tende a 3, certo? Podemos escrever agora os chamados limites pela esquerda e pela direita de um ponto qualquer x = a: • Limite pela esquerda de x = a: escreve-se ( ) −→x a limf x ; • Limite pela direita de x = a: escreve-se ( ) +→x a limf x . CÁLCULO Dizemos que o limite bilateral, ou simplesmente limite, existe quando: ( ) −→ = x a limf x ( ) +→x a limf x = L Que tal analisarmos mais um exemplo? Exemplo 3 Vamos usar evidências numéricas para analisar a função →x 0 senx lim x . Iremos nos aproximar de x = 0 dos dois lados de zero. x -0,100 -0,010 -0,001 0,000 0,001 0,010 0,100 f(x) 0,9983342 0,9999833 0,9999998 0,9999998 0,9999833 0,9983342 Você pode ver que o comportamento numérico apresentado na tabela é consistente com o gráfico a seguir.Observe: 0 x -1 0 y -2-3-4-5-6-7 7654321 -3 -2 -1 3 1 2 CÁLCULO Dessa forma, associamos duas análises: numérica (Tabela 2) com a gráfica (Figura 8). Agora, vamos lembrar que podemos nos aproximar de um ponto pela esquerda e pela direita, o chamado limite unilateral. Acompanhe! Exemplo 4 Considere a função ( ) >= = − < x 1 x 0 f x x 1 x 0 . Observação: o numerador é formado pela função modular. Nesse caso, lemos módulo de x. O gráfico dessa função é dado por: 0 x -1 0 y -2-3-4-5-6-7 7654321 -3 -2 -1 3 1 2 -4 Note que a função não é definida em x = 0, mas, quando nos aproximamos de zero, a função admite valores, ou seja, uma tendência. Nesse caso, teremos: − + → → = − = + x 0 x 0 x lim 1 x x lim 1 x CÁLCULO Ou seja, os limites unilaterais pela esquerda e pela direita de x = 0 para essa função existem, mas são diferentes um do outro. Portanto: − +→ → ≠ x 0 x 0 x x lim lim x x Dessa forma, o limite bilateral, ou simplesmente limite � →x 0 x lim x �, não existe. No cálculo de limites, inicialmente estabelecemos os limites de algumas funções mais simples e depois usamos alguns teoremas que nos ajudarão na determinação desses limites (ANTON, 2014). Teorema 1 Considere que a e k são dois números reais. Então, temos que: a) → = x a limk k b) → = x a limx a c) −→ = −∞ x 0 1 lim x d) +→ = +∞ x 0 1 lim x e) ( ) ( ) → → = x a x a lim k f x k lim f x CÁLCULO Teorema 2 Suponha que a é um número real e que: ( ) ( ) → → = = 1x a 2x a limf x L limg x L Então, teremos: a) ( ) ( ) ( ) ( ) → → → + = + = + 1 2x a x a x alim f x g x limf x limg x L L b) ( ) ( ) ( ) ( ) → → → − = − = − 1 2x a x a x alim f x g x limf x limg x L L c) ( ) ( ) ( ) ( ) → → → ⋅ = ⋅ = ⋅ 1 2x a x a x alim f x g x limf x limg x L L d) ( ) ( ) ( ) ( ) → → → = = ≠ x a 1 x a 2x a 2 limf xf x L lim g x limg x L L 0 e) ( ) ( ) nn n 1x a x a 1 lim f x limf x L L 0 se n for par → → = = > Assim, o Teorema 2 pode ser enunciado da seguinte forma: a) O limite da soma é a soma dos limites. b) O limite da diferença é a diferença dos limites. c) O limite do produto é o produto dos limites. d) O limite do quociente é o quociente dos limites, desde que o limite do denominador não seja zero. e) O limite da raiz enésima é a raiz enésima do limite. Vamos a alguns exemplos utilizando os Teoremas 1 e 2? CÁLCULO Exemplo 5 Iremos calcular alguns limites, tudo bem? Veja: a) → = x a lim3 3 b) → → = = ⋅ =2 2 2 x 2 x 2 lim2x 2limx 2 2 8 c) → → → −− − = = = + + + 2 2 2 x 3 x 3 x 3 limx 1x 1 3 1 8 lim x 4 limx 4 3 4 7 Em muitos casos, temos que fatorar algum termo da expressão do limite para a sua simplificação e consequente resolução. Que tal um exemplo dessa situação? Acompanhe a seguir. Exemplo 6 Calcule o limite: →− + + −2x 4 2x 8 lim x x 12 . Resolvendo o limite, teremos: ( ) ( )→− − + = − − − 2x 4 2 4 8 0 lim 04 4 12 , o que chamamos de uma indeterminação matemática. A simplificação pode nos ajudar nesse caso: ( ) ( )( )→− →− + = = − + − −x 4 x 4 2 x 4 2 2 lim lim x 4 x 3 x 3 7 Exemplo 7 Já neste exemplo, resolveremos um limite envolvendo radicais. Calcule o limite: → − −x 1 x 1 lim x 1 . CÁLCULO Inicialmente, iremos efetuar a substituição direta. Assim, teremos: → − − = = − −x 1 x 1 1 1 0 lim 0x 1 1 1 , chegando a uma indeterminação matemática. Para resolvermos esse limite, vamos proceder a uma racionaliza- ção, desta forma: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )→ → → → − ⋅ + − ⋅ +− = = = + = + = −− − ⋅ +x 1 x 1 x 1 x 1 x 1 x 1 x 1 x 1x 1 lim lim lim lim x 1 1 1 2 x 1x 1 x 1 x 1 Observe que, nesse processo de simplificação, também usamos a propriedade de produtos notáveis ( )( )+ − = −2 2a b a b a b . No presente exemplo, foi efetuada a troca: = = a x b 1 Desse modo, no denominador tivemos: ( ) ( )− ⋅ + = −x 1 x 1 x 1 . Exemplo 8 Agora iremos estudar o limite de funções definidas por partes, tudo bem? Este exemplo a seguir foi retirado de Anton (2014): ( ) < − + = − − < ≤ + > 2 1 , x 2 x 2 f x x 5 2 x 3 x 13 x 3 CÁLCULO -8 -6 -4 -2 0 2 4 -2-4-6-8-10-12-14 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Vamos estudar a função! ( ) →−x 2 limf x Observe que a função muda de comportamento à esquerda e à direita de x = –2. Dessa forma, devemos usar, no estudo do limite, a função pertinente a cada intervalo, calculando aqui os limites unilaterais: ( ) − + →− →− = −∞ + − = − − = − x 2 22 x 2 1 lim x 2 lim x 5 2 5 1 Considerando que ( ) ( ) − +→− →− ≠ x 2 x 2 lim f x lim f x , temos que ( ) →−x 2 limf x não existe. Bem, alunos e alunas, nesta parte da unidade, vocês estudaram aspectos muito importantes da Matemática e começamos a analisar o Cálculo com o estudo de limites. Vamos seguir adiante? CÁLCULO Conceito de Derivada Neste segmento, iniciaremos nosso estudo sobre derivadas. Será um tema que nos acompanhará durante o restante de nosso curso! Para início de conversa, é importante que você saiba que a derivada está associada ao conceito de taxas de variação e numericamente à inclinação de uma reta tangente. Lembramos aqui que esta unidade inicia o estudo de derivadas que será aprofundado nas unidades de ensino que se seguem no curso, está bem? Iremos considerar um ponto fixo P e um outro ponto Q que percorre a curva dada, aproximando-se de P. Veja: y Q f(x) - f(x )0 x x X0 0f(x ) f(x) Reta tangente Reta secante P θ X - X0 Fonte: Adaptada de ANTON, 2014. Em nossa situação geométrica, a reta secante se move em direção à reta tangente. Quando isso ocorre, verificamos que x→ x 0 (x tende a x 0 ). CÁLCULO Podemos expressar essa tendência como: A inclinação da reta secante PQ tende à inclinação da reta tangente no ponto P quando x→ x 0 . Ora, a inclinação da reta secante é dada por: ( ) ( )o PQ o f x f x m tg x x θ − = = − Observe que a relação ( ) ( )o o f x f x x x − − indica uma relação entre a variação da função e a variação da variável independente x. No Cálculo, chamamos essa relação de taxa de variação média. Podemos chamar x – x 0 de Δx ou de h, que expressa a variação da variável independente. No Cálculo, muitas vezes, chamamos de incremento. Quando x→ x 0 (x tende a x 0 ), observe que delta x ou h tende a zero. Dessa forma, temos que: ( ) ( ) ( ) ( )o o PQ o f x f x f x f x m x x h − − = = − Ou seja, no ponto x 0 , a inclinação da reta tangente é dada por: ( ) ( ) lim o o tg x x o f x f x m x x→ − = − Que tal melhorar nosso entendimento? Imagine que a variável x represente o tempo t. Dessa forma, quando o tempo tender a zero, teremos não mais uma variação média, e sim uma variação instantânea. CÁLCULO Fantástico! Dessa forma, a variação instantânea de uma função seria dada por ( ) ( ) lim o o x x o f x f x x x→ − − . No Cálculo, a relação ( ) ( ) lim o o x x o f x f x x x→ − − é chamada de derivada e é escrita como ( ) ( ) lim o o x x o f x f xdy dx x x→ − = − . Observe que a derivada, conceitualmente, é um limite. Fisicamente, equivale a uma taxa de variação instantânea. Saiba que alguns matemáticos usam a notação linha para simplificar e escrevem a derivada da função y = f(x) como ' dy y dx = ( ) ( ) lim o o x x o f x f x x x→ − − . Vamos acompanhar mais um exemplo? Exemplo 9 Neste exemplo, vamos determinar a equação da reta tangente à curva y = x2 no ponto (0,0). Inicialmente, vamos plotar a função utilizando o Graphmatica. Para isso, digite y=x^2. CÁLCULO 3 2 1 0 -1 -2 -3 y x -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 O próximo passo será encontrar a inclinação ou coeficiente angular da reta tangente no ponto (1,1), tudo bem? Lembremos que ( ) ( ) lim o o tg x x o f x f x m x x→ − = − e que, quando temos o ponto (1,1), teremos que x0= 1 e y0= 1, certo? Logo, a inclinação (declive ou coeficiente angular) será:( ) ( ) ( )( ) ( ) 2 2 1 1 1 1 11 lim lim lim lim 1 2 1 1o o tg x x x x x o f x f x x xx m x x x x x→ → → → − + −− = = = = + = − − − Agora, vamos encontrar a equação da reta tangente. Temos que a equação da reta (da Geometria) é dada por ( )0oy y m x x− = − . Logo, teremos para a reta tangente: ( ) ( ) 0 1 2 1 2 2 1 2 1 oy y m x x y x y x y x − = − − = − = − + = − CÁLCULO Portanto, a equação da reta tangente é dada por y=2x-1. Podemos plotar essa reta no gráfico da função. Para isso, no Graphmatica, digite y=2x-1. 3 2 1 0 -1 -2 -3 y x -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 Observe que a reta tangente toca exatamente a curva no ponto (1,1). Bem, chegamos ao fim de mais unidade de ensino. Esta, em especial, introduz o conceito de derivadas. Lembre-se de que a derivada conceitualmente representa um limite! CÁLCULO Interpretação Geométrica e Física da Derivada Introdução Olá! Seja bem-vindo (a) à quinta Unidade de Aprendizagem de Cálculo! Nesta unidade de ensino, vamos ter a oportunidade de aprimorar nossos conceitos sobre derivadas. Já vimos, anteriormente, que a derivada está associada à inclinação da reta tangente, certo? Isto dá um sentido geométrico a essa importante ferramenta do Cálculo. Contudo, sabemos também que a derivada está associada a conceitos físicos, dada na forma de taxas de variação instantânea. Sabia que com o uso de derivadas, você pode calcular como seu poder de compra aumenta ou diminui com o tempo? Isso mesmo! Essa informação é fundamental na administração de nossa vida econômica, não é verdade? Você pode estar se perguntando sobre o que vamos estudar nesta unidade. Primeiramente, iremos iniciar nosso estudo ampliando os conhecimentos adquiridos na Unidade de Aprendizagem 4. Falaremos sobre interpretação Geométrica da derivada. Depois, usaremos a parte do conceito de derivada para aproximarmos comportamento de funções: estudaremos as diferenciais, verificando como podemos aproximar comportamentos de funções utilizando retas. Finalizaremos esta unidade ampliando nossos estudos sobre taxa de variação. Vamos iniciar? CÁLCULO Interpretação Geométrica da Derivada Na Unidade de Aprendizagem anterior, vimos que a derivada é definida por: ( ) ( ) o o x x o f x f xdy lim dx x x→ − = − , certo? Nesta relação, vimos também que esta foi definida em função da figura a seguir. y Q f(x) - f(x )0 x X0 0f(x ) f(x) Reta tangente Reta secante P θ X - X0 X Fonte: Adaptada de ANTON, 2014. A Figura nos leva a definir o conceito geométrico da derivada! A derivada geometricamente equivale à inclinação da reta tangente à função em um dado ponto. Veja, a seguir, o nosso primeiro exemplo! CÁLCULO Exemplo 1 Seja a função dada por y = x2 – x + 1. Exatamente, é uma função do segundo grau! Vamos inicialmente calcular a derivada dessa função! ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) o o o o o o o o x x o 2 2 o o x x o 2 2 o o x x o 2 2 o o x x o 2 2 o o x x o o o o x x o o o x x o f x f xdy lim dx x x x x 1 x x 1dy lim dx x x x x x xdy lim dx x x x x x xdy lim dx x x x x x xdy lim dx x x x x x x x xdy lim dx x x x x x x 1dy lim dx x x dy dx → → → → → → → − = − − + − − + = − − − − = − − − + = − − − − = − − ⋅ + − − = − − ⋅ + − = − = ( ) o ox x lim x x 1 → + − Executando o limite, teremos: ( )o o o dy x x 1 2x 1 dx = + − = − Dessa forma, a derivada é dada por o dy 2x 1 dx = − . Observe um aspecto interessante: a derivada rebaixa o grau do polinômio de uma unidade! Pois, a partir do resultado acima podemos deduzir que: 2 '( ) 1 ( ) 2 1f x x x f x x= − + ⇒ = − CÁLCULO Vamos continuar a explorar a função e sua derivada, tudo bem? Vamos fazer com que x 0 = 1 e teremos a deriva igual a: ( )dy 2 1 1 1 dx = − = Sabemos que a função é dada por f(x) = x2 – x + 1. Logo, teremos f(x 0 ) = f(1) = 12 – 1 + 1 = 1. A função passa pelo ponto (1,1) e por coincidência apenas a derivada também vale 1. Façamos o gráfico da função e da derivada. 3 2 1 0 -1 -2 -3 y x -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 A f g 4 5 6 Agora, observe na Figura a seguir o comportamento de retas tangentes. CÁLCULO 3 2 1 0 -1 -2 -3 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 A 4 5 6 θ reta tangente no ponto A função derivada = 2x-1 3 - 1 3 - 1 1 8 9 10 11 12 Vamos às nossas conclusões: a) a derivada não representa a equação de uma reta tangente. b) O valor da derivada em um ponto equivale à inclinação da reta tangente nesse ponto. No exemplo, a derivada no ponto (1,1) foi dy 1 dx = e a inclinação da reta tangente nesse ponto (1,1) foi igual: a = 1. Perceba a obtenção da reta tangente no ponto (1,1): Logo: ( ) xy xy xy = −=− −=− 11 111 Você pode perceber que essa reta representa a bissetriz do primeiro e terceiro quadrante. É a reta verde de nossa Figura. ( ) 1 1 1 = = = −=− oy ox a oxxaoyy CÁLCULO Observe também que ela possui ângulo de 4 π θ = e tg 1 4 π = , concordando com nosso cálculo anterior da inclinação da reta tangente. Fantástico, não é mesmo? Exemplo 2 Veja o gráfico da função f(x) = x2 + 3x + 4. Vamos relembrar conceitos de funções crescentes e decrescentes. Agora, associando às derivadas da função em diversos pontos. É preciso realçar que estudaremos mais este conceito em unidade posterior, certo? Bem, sem entrar nos cálculos, a derivada dessa função é dada por df(x) 2x 3 dx = + . Observe a tabela a seguir. x Função Derivada -2 f(x) = (–2)2 + 3(–2) + 4 = 2 ( )df( 2) 2 2 3 1 0 dx − = − + = − < 0 f(0) = (0)2 + 3(0) + 4 = 4 ( )df(0) 2 0 3 3 0 dx = + = > 2 f(x) = (2)2 + 3(2) + 4 = 14 ( )df(2) 2 2 3 7 0 dx = + = > A Figura a seguir nos apresenta aspecto interessante relacionando derivadas, inclinações de retas tangentes e comportamento de crescimento e decrescimento de funções. Veja: CÁLCULO -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 2 4 6 8 10 12 14f(x) = x + 3x + 42 Observe também a Figura a seguir. -12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 e h i i Perceba que na região sombreada todas as tangentes possuem inclinação negativa e que também a função decresce quando x cresce. Agora, observe o que ocorre no intervalo em que a função é crescente. CÁLCULO -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 10 11 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Analise novamente a Figura. Qual sua conclusão? Isso mesmo: todas as retas tangentes possuem inclinações positivas! Interessante, não? Podemos já tirar uma conclusão: quando a derivada (que equivale à inclinação da reta tangente) for negativa, a função é decrescente. Quando a derivada ou a inclinação da reta tangente à curva for positiva, a função é crescente. Aproximação linear local Você sabia que funções não lineares podem ter seu comportamento aproximado por funções lineares? É claro que isso facilitaria muitos cálculos matemáticos. Essas aproximações são realizadas com a utilização de derivadas e, portanto, temos mais uma importante aplicação do operador matemático derivadas. Vamos analisar o gráfico a seguir. CÁLCULO -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 -1-2-3-4-5-6-7 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 0 f(x) 0 função f(x) 0 x0 0 Observe que a variação da função é dada por ( ) ( )y f x x f x∆ = + ∆ − . Esta seria o que poderíamos chamar de variação real da função, ou seja, a que realmente ocorreu! Agora, vamos “tirar” uma tangente no ponto x. Observe! -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 -1-2-3-4-5-6-7 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 0 f(x) 0 função f(x) 0 0 dx dy zoom x0 Note a figura: fizemos ∆x tender a zero (claro que demos um zoom na região). No Cálculo, dizemos que quando ∆x tende a zero, denominamos essa variação pelo símbolo dx. CÁLCULO Mais ainda! No Cálculo, ∆ representa um acréscimo; e d, um acréscimo infinitesimal. Também chamamos d de diferencial. Portanto,temos que, nessas condições, ∆x = dx. Lembre-se de que a derivada é definida da seguinte forma: ( ) dyf' x dx = . Agora, vamos isolar a chamada diferencial de y, dada por dy. Assim, teremos: ( )dy f' x dx= . A diferencial da função y é igual ao produto da derivada da função pela diferencial da variável independente x. Você pode notar, ao visualizar o gráfico e verificar que dy pode ser considerado uma aproximação da variação real da função dada por ( ) ( )y f x x f x∆ = + ∆ − . Logo, teremos: y dy.∆ ≈ Portanto: ( ) ( ) dy f' x dx y f' x x = ∆ ≈ ∆ Mas sabemos que ( )o oy f(x x) f x∆ = + ∆ − , certo? Logo: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) o o o o o o f x x f x f' x x f x x f x f' x x + ∆ − ≈ ∆ + ∆ ≈ + ∆ Vamos fazer: o o x x x x x x = + ∆ ∆ = − E teremos ( ) ( ) ( )( )o o of x f x f' x x x≈ + − . Essa fórmula é denominada aproximação linear local da função no ponto x o CÁLCULO Observe que a derivada também pode ser calculada por ( ) o o f(x) f(x ) f' x x x − ≈ − , de forma aproximada. Muito importante! Observe que a derivada é dada por ( ) dyf' x dx = . Interessante! A derivada é uma taxa, uma relação entre duas diferenciais: a diferencial da função y e a diferencial da variável independente x, ou seja, a derivada é uma relação entre duas aproximações: a aproximação da variação da função dividida pela aproximação da variação da variável independente. Vamos a alguns exemplos? Exemplo 3 Devemos encontrar a aproximação linear local da função f(x) = x2 em x o = 1. Depois, vamos calcular um valor aproximado para essa função quando x = 1,1. Considere que a aproximação linear local é dada por ( ) ( ) ( )( )o o of x f x f' x x x≈ + − . Já a derivada da função é dada por f'(x) = 2x e, no ponto, x o = 1. Logo, teremos f'(x o ) = f'(1) = 2 · 1 = 2. Portanto, substituindo em ( ) ( ) ( )( )o o of x f x f' x x x≈ + − , teremos: ( ) ( ) 2 2 2 2 2 x 1 2 x 1 x 1 2 x 1 x 1 2x 2 x 2x 1 ≈ + − ≈ + − ≈ + − ≈ − Ou seja, aproximamos a parábola f(x) = x2 pela função linear 2x – 1. CÁLCULO Observe o gráfico a seguir. 5 3 2 1 0 -1 -2 -3 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 4 y=2x-1 aproximação linear x = 1 0 6 7 C Agora, podemos aproximar a função f(x) = x2 por sua aproximação linear. Assim, teremos: ( )2x 2 1,1 1 2,2 1 1,2≈ − = − ≈ . Claro que, ao aproximar a função f(x) = x2 por sua aproximação linear 2x – 1, cometemos um erro. Vamos determinar esse erro? Erro absoluto = valor real – valor aproximado. Em módulo, teremos: 2E 1,1 1,2 0,01= − = Percentualmente, teremos 1% de erro absoluto cometido. Podemos, também, calcular o erro relativo: relativo valor exato – valor aproximado E valor exato = CÁLCULO Importante ressaltar, ainda, que alguns autores definem o erro relativo da seguinte forma: relativo 2 relativo 2 valor exato – valor aproximado E valor aproximado 1,1 – 1,2 E 0,008264 1,1 = = = Percentualmente, teremos relativoE 0,08264 %= . Note que não erramos muito ao aproximar f(x) = x2 por sua aproximação linear 2x – 1. Exemplo 4 Devemos encontrar a aproximação linear local da função ( )f x x= em xo = 1. Depois, vamos calcular um valor aproximado para essa função quando x = 1,4. Para isso, considere que a aproximação linear local é dada por ( ) ( ) ( )( )o o of x f x f' x x x≈ + − . A função pode ser reescrita e, dessa forma, teremos ( ) 1 2f x x= . Vamos encontrar a derivada da função usando a regra da potência: ( ) 1 1 1 2 21 1 1f' x x x 2 2 2 x − − = = = No ponto x o = 1, teremos ( )o 1 1 f' x f'(1) 22 1 = = = . Portanto, substituindo em ( ) ( ) ( )( )o o of x f x f' x x x≈ + − . CÁLCULO Teremos: ( ) ( ) 1 x 1 x 1 2 1 x 1 x 1 2 x 1 x 2 2 ≈ + − ≈ + − ≈ + Ou seja, aproximamos a parábola ( )f x x= pela função linear x 1 2 2 + . Observe o gráfico a seguir. 5 3 2 1 0 -1 -2 -3 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 4 x = 1 0 6 7 aproximação linear y= 2 x 1+ 2 y = x Agora, podemos aproximar a função ( )f x x= em x = 1,4 pela aproximação linear. Assim, teremos: 1,4 1 1,4 1,2 2 2 ≈ + ≈ . É claro que, ao aproximar a função ( )f x x= por sua aproximação linear x 1 2 2 + , cometemos um erro. Vamos determinar esse erro? CÁLCULO Erro absoluto = valor real – valor aproximado. Em módulo, teremos: E 1,4 1,2 1,183216 1,2 0,0168= − = − = Percentualmente, teremos 1,68 % de erro absoluto cometido. Podemos, também, calcular o erro relativo: relativo valor exato valor aproximado E valor exato − = É importante ressaltar, ainda, que alguns autores definem o erro relativo da seguinte forma: relativo valor exato valor aproximado E valor aproximado − = relativo 1,183216 1,2 E 0,014185 1,183216 − = = Percentualmente, teremos E relativo = 1,4185%. Observe que não erramos muito ao aproximar ( )f x x= por sua aproximação linear x 1 2 2 + . Observação: esse erro foi obtido em função de uma aproximação linear no ponto x o = 1. Quanto maior for a distância do ponto de interesse x, maior será o erro cometido, ou seja, é uma aproximação linear local, e os cálculos devem ser feitos nas vizinhanças de x o . CÁLCULO Derivada como Taxa de Variação Neste segmento, estudaremos um importante problema presente em todas as Ciências que envolve variações de funções: o estudo da taxa, da razão pela qual essas funções sofrem variação. Lembre-se de que a derivada é uma divisão, uma relação entre duas variações infinitesimais. Vamos a alguns exemplos sobre taxas de variação? Siga em frente! Exemplo 5 Neste primeiro exemplo, vamos determinar a taxa de variação (TDV) do volume de um cubo em relação ao seu comprimento quando seu lado é igual a: s = 5 unidades de comprimento. Sabemos que o volume do cubo é dado pela fórmula V = s3, não é mesmo? Então, acompanhe a figura a seguir. CÁLCULO Agora, iremos derivar a função V = s3. Veja que a função volume depende da variável independente s. A taxa de variação instantânea será dada, então, por: ( )3 2 dV d s ds ds dV 3s ds = = Quando s = 5, teremos: ( )2 s 5 s 5 s 5 dV 3 5 ds dV 75 ds TDV 75 = = = = = = Logo, a taxa de variação instantânea é igual a 75. Exemplo 6 Neste exemplo, iremos encontrar a taxa de variação da função 1 y x = , em relação à variável x quando x = 10. Reescrevendo a função, teremos y = x-1. A derivada dessa função corresponderá à taxa de variação instantânea. Então, teremos: ( ) 1 1 2 y x dy d x dx dx dy x dx − − − = = = − CÁLCULO Aplicando o valor x = 10, a taxa de variação instantânea será: ( ) 2 x 10 x 10 dy 10 dx dy 1 dx 100 − = = = − = − Exemplo 7 Agora iremos determinar qual é taxa de variação de 3y x= quando x = 8. Considere que a função é dada por 3y x= . Reescrevendo a função, teremos: 1/3y x= . Derivando essa função, teremos a taxa de variação de 3y x= : ( )1/3 2/3 dy d x dx dx dy 1 x dx 3 − = = Para x = 8, essa taxa será: ( ) 2/3 2/3 x 8 x 8 dy 1 x dx 3 dy 1 8 dx 3 dy 1 dx 12 − − = = = = = Exemplo 8 Neste exemplo, iremos determinar a taxa de variação dada por dA dD . Nessa fórmula, A representa a superfície de uma esfera de diâmetro com valor D. CÁLCULO Sabemos que a área da superfície da esfera é dada por A = 4πr2 . Já o raio e o diâmetro D relacionam-se por meio da seguinte fórmula: D 2r D r 2 = = Vamos, então, reescrever a área da esfera da seguinte forma: A = 4πr2 2 2 2 D A 4 2 D A 4 4 A D = π = π = π Logo, como temos a expressão 2A D= π , a taxa de variação dA dD agora pode ser determinada da seguinte maneira: ( ) 2 2 A D dA d D dD dD dA 2 D dD = π = π = π Portanto, a taxa de variação é dada por TDV = 2πD. CÁLCULO Exemplo 9 Iremos, neste exercício, encontrar a taxa de variação para um cubo com relação à área de sua superfície, tudo bem? Sabemos que o volume do cubo é dado por V = s3. Já a área superficial é dada por A = s2,sendo que s é a aresta do cubo. Poderemos escrever a relação entre V e A da seguinte forma: ( ) 1/2 31/2 3/2 s A V A V A = = = Logo, a TDV do volume do cubo em relação à área superficial é dada por dV dA . Esse valor será dado por: ( )3/2 1/2 dV d A dA dA dV 3 A dA 2 = = Portanto, a taxa de variação é igual a 1/2 3 TDV A 2 = . Note que, em problemas de TVI (Taxas de Variação Instantâneas), estamos interessados em variações em pontos específicos da variável independente. Lembre-se de que a derivada é um estudo do que acontece imediatamente nas vizinhas infinitesimais de um ponto. IntroduçãoCÁLCULO Regras Básicas de Derivação Introdução Olá! Seja bem-vindo (a) à sexta Unidade de Aprendizagem de Cálculo, na qual vamos interpretar e executar procedimentos algébricos no cálculo de derivadas de funções. Para o seu conhecimento, as derivadas representam taxas de variação e são definidas por meio do operador limite. Já o estudo dos operadores do Cálculo obedece a uma sequência. Entenda-a a seguir: funções limites derivadas integrais→ → → Você pode notar que nada é feito por acaso e que os conceitos são sequenciais e interligados. Além disso, você sabia que eles podem ser utilizados no cotidiano? Veja alguns exemplos: ao acelerar seu carro ou até mesmo quando calculamos a taxa de crescimento de epidemias (tais como dengue), nós estamos usando derivadas. Também sabia que os computadores utilizam as fórmulas que veremos aqui para calcular diversas variações? Isso mesmo! Logo, todo fenômeno que envolve a variação de alguma grandeza pode ser estudado pelo operador matemático chamado derivada. Vamos lá? Bons estudos! CÁLCULO Regras derivação As regras de derivação nos permitem determinar a derivada de uma função sem a necessidade de utilizarmos limites. Além disso, elas representam processos simplificados e nos serão muito úteis na questão da rapidez de obtenção de resultados. Agora veremos essas regras implementadas em exemplos puramente algébricos. O objetivo é treinarmos a metodologia de obtenção das derivadas, está bem? Vejamos quais são elas! Teorema 1 – Derivada de constante (adaptado de THOMAS, 2005) A derivada de uma função constante é zero. Sendo essa constante C um número real qualquer, temos que: 0 d c dx = Essa regra pode ser entendida graficamente. Observe na figura a seguir. y x constante qualquer CÁLCULO Como a derivada é dada por 0 lim x y x∆ → ∆ ∆ , verificamos no gráfico que, como a função é constante, não existe variação da função e, portanto, temos que ∆y = 0. Logo, a derivada de uma função constante é zero, sendo representada por 0d c dx = . Que tal acompanharmos alguns exemplos? Exemplo 1 Vamos encontrar a derivada de f(x) = 9. Resolução Teremos que: 9 0 d dx = Observou como é simples? A derivada de qualquer constante na forma f(x)=c é sempre igual a zero. Agora, vamos estabelecer uma importante regra que nos permite calcular derivadas de funções que envolvem potências numéricas. Isso mesmo, só valem para o caso em que a potência seja um número e não uma função. Então veja o teorema a seguir, adaptado de Thomas (2005): Teorema 1A – Regra da Potência Sendo r um número real qualquer, temos: 1r rd x rx dx − = . Exemplo 2 Vamos encontrar a derivada de f(x) = x3. Resolução Teremos que: 3 3 1 23 3 d x x x dx − = = . CÁLCULO Caso o expoente seja negativo, aplica-se a mesma regra. Você pode observar que a regra é válida para todos os números reais e pode ter a seguinte leitura: rebaixamos o expoente, conservamos a base subtraindo uma unidade do expoente. Exemplo 3 Vamos encontrar a derivada de f(x) = x–4. Resolução Aplicando a regra da potência, teremos: ( ) 4 1 5 5 4 ' 4 4f x x x x − − − −= − = − = Agora, vamos a mais um teorema adaptado de Thomas (2005). Isso mesmo: a função envolverá o produto de uma constante e uma função em x. Teorema 1B – Derivada de uma constante multiplicada por uma função Se a função possuir derivadas (dizemos ser diferenciável) em x e se c for um número real, temos que c . f(x) também será diferenciável em x e sua derivada será dada por: ( ) ( )d dc f x c f x dx dx ⋅ = Atenção: é importante que você saiba que uma função diferenciável é definida como aquela que admite derivadas! Exemplo 4 Vamos encontrar a derivada de f(x) = 5 . x3. Resolução Teremos que: ( ) ( )3 3 3 1 2 25 5 5 3 5 3 15d dx x x x x dx dx − ⋅ = = ⋅ = ⋅ = CÁLCULO Vejamos mais um Teorema! Ele estabelece como devemos derivar funções que envolvem somas ou diferenças de funções. Acompanhe outro teorema adaptado de Thomas (2005): Teorema 1C – Derivada de somas e diferenças Se as funções f e g forem diferenciáveis em x, então: ( ) ( ) ( ) ( )d d df x g x f x g x dx dx dx ± = ± Ficou curioso para saber como se lê esse teorema? O teorema que acabamos de ver pode ser lido da seguinte forma: a derivada da soma (ou da subtração) é a soma (ou diferença, respectivamente) das derivadas. Exemplo 5 Vamos encontrar a derivada de f(x) = 6x – 7x2. Resolução Teremos que: ( ) ( ) ( ) ( ) 3 2 3 2 6 7 6 7 6 7 6 7 d d d x x x x dx dx dx d d d x x x x dx dx dx − = − − = − Na etapa anterior, lembramos que ( ) ( )d dcf x c f x dx dx = ⋅ . Em outras palavras, podemos colocar a constante em evidência no processo de derivação. CÁLCULO 3 1 1 2 1 3 0 3 6 7 6 1 7 2 6 7 6 14 6 7 6 14 d x x x x dx d x x x x dx d x x x dx − − − = ⋅ − ⋅ − = − − = − Agora perceba que 1 d dx x dx dx = = . Observe, ainda, que 1 d dx x dx dx = = decorre da Regra da Potência, Teorema 3A (THOMAS, 2005). Que tal ficar sabendo de uma curiosidade? Existem, hoje, excelentes ferramentas matemáticas que podem nos ajudar a confirmar os algebrismos das derivadas, verificando o acerto. O software Geogebra possui um comando para cálculo direto de derivadas. Veja o passo a passo a seguir: Na linha de comando, digite: Derivada (<Função>). No local em que temos <Função>, digite a função. Como exemplo: Derivada (x^2) e teremos 2x como resultado. CÁLCULO As regras de derivação do produto e do quociente de duas ou mais funções Veremos, nesta unidade, as regras de derivação do produto e da divisão ou quociente. É importante que você observe a simplicidade das fórmulas. Elas serão demasiadamente úteis em processos de derivação com dois ou mais termos. Escolhemos não deduzirmos essas fórmulas, mas elas se encontram perfeitamente deduzidas em Anton (2014) e Thomas (2005). As fórmulas (adaptadas de Thomas, 2005) são dadas por: Teorema 2.1 – Derivada de produto e quociente (adaptado de THOMAS, 2005) Se as funções f e g forem diferenciáveis em x, então: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )d d df x g x f x g x g x f x dx dx dx ⋅ = ⋅ + ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 / d d g x f x f x g xd dx dxf x g x dx g x ⋅ − ⋅ = Dica: como podemos ler a derivada do produto? Podemos ter a seguinte leitura: a derivada do produto de dois termos é dada por: primeiro termo pela derivada do segundo mais o segundo termo pela derivada do primeiro. Exemplo 6 Vamos encontrar a derivada de ( ) 2 2 3 5 x x f x x − − = + . CÁLCULO Resolução Teremos que: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 2 2 22 2 22 2 2 2 2 2 2 5 2 3 2 3 52 3 5 5 5 2 2 2 3 1 02 3 5 5 5 2 2 2 3 12 3 5 5 2 3 2 10 2 10 2 3 5 5 2 3 5 d d x x x x x xd x x dx dx dx x x x x x xd x x dx x x x x x xd x x dx x x d x x x x x x x dx x x d x x dx x + − − − − − + − − = + + + ⋅ − − − − ⋅ + − − = + + + ⋅ − − − − ⋅ − − = + + − − + − − − + + = + + − − + ( ) 2 2 10 7 5 x x x + − = + Exemplo 7 Você pode notar, nos exemplos de 1 a 6, que as derivadas foram desenvolvidas passo a passo, escrevendo o operador d dx nas etapas intermediárias do processo algébrico, não émesmo? Podemos também usar a notação linha. Vamos fazer novamente o exemplo 7: Dessa forma, em vez de usarmos dy dx para indicarmos a derivada da função y em relação à variável x, usaremos y’. Observe que isto simplifica em muito a notação e a escrita dos cálculos, não é verdade? CÁLCULO Resolução ( )( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) '2 2 ' 2 2 ' 2 2 ' 2 2 2 ' 2 2 ' 2 5 2 3 2 3 5 ' ( ) 5 5 2 2 2 3 1 0 ( ) 5 5 2 2 2 3 1 ( ) 5 2 10 2 10 2 3 ( ) 5 10 7 ( ) 5 x x x x x x f x x x x x x f x x x x x x f x x x x x x x f x x x x f x x + − − − − − + = + + ⋅ − − − − ⋅ + = + + ⋅ − − − − ⋅ = + + − − − + + = + + − = + Visto que operações algébricas são baseadas em regras que devem ser entendidas e exercitadas, vamos a mais alguns exemplos de aplicação. As regras de derivação são algebrismos. CÁLCULO Exemplo 8 Vamos determinar a derivada para a função dada por ( ) 1 1 f x x = + . Resolução A solução será dada por: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 2 1 1 1 1 ( ) 1 1 0 1 1 0 1 ( ) 1 1 d d x xd dx dxf x dx x xd f x dx x x + ⋅ − ⋅ + = + + ⋅ − ⋅ + − = = + + Vamos determinar a derivada para a função dada por ( )f x x= . Reescreveremos a função, pois, dessa forma, teremos como aplicar a regra da potência: ( ) 1 2f x x= A solução será dada por: ( ) 1 1 1' 2 2 1 2 1 1 1 1 2 2 22 f x x x xx − − = = = = . Vamos determinar a derivada para a função dada por ( ) ( ) 23f x x x= + ⋅ aplicando a regra do produto. Teremos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 2 2 2 2 ' 3 3 ' 2 3 1 0 ' 2 6 ' 3 6 d d f x x x x x dx dx f x x x x f x x x x f x x x = + ⋅ + ⋅ + = ⋅ + + ⋅ + = + + = + CÁLCULO Note que o mesmo resultado poderia ser obtido da seguinte forma: ( ) ( ) ( ) 2 3 2 2 3 3 ' 3 6 f x x x x x f x x x = + ⋅ = + = + Nesse caso, aplicamos a regra de derivada de soma e da potência. Apenas para visualização, vamos plotar o gráfico da função ( ) ( ) 23f x x x= + ⋅ e da derivada ( ) 2' 3 6f x x x= + . Acompanhe a figura a seguir. -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 -1 -2 -3 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-11-12 4 5 6 f(x) = (x+3)x² f’(x) = 3x²+6x Em muitas situações algébricas, do cotidiano e das diversas Ciências, deparamo-nos com um fenômeno que depende de uma certa variável, mas que, entretanto, essa variável é função de uma outra variável. Em termos matemáticos, teríamos a seguinte situação algébrica: ( ) ( ) y f u u g x = = Então, podemos reescrever essas duas funções em termos de uma função composta. Dessa forma, teremos: ( )( )y f g x= CÁLCULO Agora, imagine uma situação comum em seu dia a dia: você abastece seu carro em um posto de gasolina. É claro que a quilometragem alcançada pelo veículo é uma função da quantidade de litros que você colocou no tanque do carro. Mas também sabemos que a quantidade que você colocou de combustível é uma função da quantia que você gastou para colocar a gasolina no tanque. Vamos modelar esse processo? Se y representar o número de quilômetros percorridos com o combustível que você colocou no tanque e essa quantidade for representada por u, temos que y = f(u). Mas, como essa quantidade depende da quantia em dinheiro que você gastou, digamos x, teremos que u = g(x). Logo, temos uma função composta dada por y = f(g(x)). Mas e para derivarmos funções compostas? O próximo Teorema nos ajudará nesse aspecto. Vamos lá! Teorema 2.2 – (adaptado de ANTON, 2014) Regra da Cadeia: se g for diferenciável em um ponto x e se f for diferenciável no ponto g(x), então a composição y = f(g(x)) será diferenciável em x. Dessa forma, teremos: dy dy du dx du dx = ⋅ Usaremos em alguns exemplos duas fórmulas básicas. Veja! Derivada da função exponencial: ( )x xd e e dx = . Derivada da função logaritmo natural: ( ) 1lnd x dx x = Vamos a alguns exemplos? CÁLCULO Exemplo 9 Precisamos encontrar a derivada de ( )321y x= + . Reescreveremos a função como uma função composta. Para isso, façamos: ( )3 21 y u u x = = + Dessa forma, teremos: ( ) ( ) ( )2 2 1 2 23 0 2 3 2 6 dy dy du dx du dx dy u x u x xu dx − = ⋅ = ⋅ + = = Mas, como u = 1 + x2, teremos: ( )226 1dy x x dx = + Exemplo 10 Vamos encontrar a derivada de 4xy e= . Para isso, reescreveremos a função como uma função composta. Para isso, façamos: 4 uy e u x = = Dessa forma, teremos: ( )4 1 34 4u u dy dy du dx du dx dy e x e x dx − = ⋅ = ⋅ = CÁLCULO Mas, como u = x4, teremos: 4 43 34 4x x dy e x x e dx = = Logo, teremos 43' 4 xy x e= . Podemos generalizar a derivada da função eu como: u ud due e dx dx = ⋅ Exemplo 11 Vamos determinar a derivada de 5lny x= . Para isso, reescreveremos a função fazendo uma troca de variável: 5u x= Teremos: lny u= . Portanto, nossa derivada ficará assim: ( )5 1 41 15 5 dy dy du dx du dx dy x x dx u u − = ⋅ = ⋅ = ⋅ Mas, como u = x5, teremos: 4 5 1 5 5 dy x dx x x = ⋅ = Logo, a derivada de 5lny x= é 5dy dx x = . Podemos generalizar a derivada da função ln u como: 1 ln d du u dx u dx = ⋅ CÁLCULO Derivação Implícita Você sabia que nem sempre uma função está escrita na forma explícita? Isso mesmo! Em muitas situações não podemos nem mesmo colocar a função na forma isolada. Para uma função estar na forma explícita, devemos ter: y = f(x) Vejamos alguns exemplos. ( ) 6a) b) c) 3 x y x y sen e y x = = = + Observe que, na forma explícita, a função está isolada. Para sua compreensão, veja o gráfico de uma função implícita! -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 a 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 A operação do Cálculo que nos permite determinar a derivada é chamada de diferenciação. Veja que, no caso de não conseguirmos isolar a função, teremos a chamada diferenciação implícita. Entretanto, algumas vezes, não conseguiremos isolar a função, mas, mesmo assim, teremos que derivar a expressão. Nesse caso, teremos uma função implícita. CÁLCULO Então, como devemos proceder algebricamente nesse caso? Vejamos, a seguir, um exemplo de uma função implícita. Exemplo 12 Vamos encontrar a derivada de y5 + ex + ln y3 = x2. Resolução Para resolvermos esse exemplo, vamos relembrar alguns detalhes? Acompanhe-os no destaque a seguir. Derivada da função exponencial: ( )x xd e e dx = . Derivada da função logaritmo natural: ( ) 1lnd x dx x = Estudamos a função exponencial na Unidade 3 e salientamos que é uma importante função que aparece em muitos modelos matemáticos de crescimento e decrescimento de populações e substâncias radioativas. Observe que nosso método de abordagem dos assuntos é de “rampagem”, ou seja, os assuntos vão sendo acrescentados em conteúdo, mas sempre de maneira cíclica. Você irá sempre rever assuntos e em algumas situações como esta, ver algo novo que se repetirá em intensidade maior a posterior, tudo bem? Então, fique bem atento aos novos conceitos! Você pode observar que não conseguiremos escrever algo do tipo y = f(x). Bem, se pudéssemos isolar a função, certamente y seria uma função de x. Então, vamos pensar como uma função composta: y5 + ex + ln y3 = x2 Vamos derivar a expressão como sendo uma função de y e multiplicar as derivadas que irão aparecer pela derivada de cada uma em relação a x. CÁLCULO Veja como é fácil: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )' ' ' ' '5 3 2 5 1 3 1 3 4 2 3 4 ln 0 1 5 3 2 0 1 5 3 2 0 3 5 2 0 x x x x y e y x dy dy y e y x dx y dx dy dy y e y x dx y dx dy dy y e x dx y dx − − + + − = ⋅ + + ⋅ ⋅ − = ⋅ + + ⋅ ⋅ − = ⋅ + + ⋅ − = Agora, vamos isolar a derivada. Dessa forma, teremos: 4 4 3 5 2 2 3 5 x x dy y e x dx y dy e x dx y y + = − + − + = + O processo algébrico da diferenciação implícita exige bastante prática. Portanto, vamos acompanhar mais um exemplo. Exemplo 13 Vejamos mais uma situação em que não conseguiremos isolar a função: ( )2 2 yx y
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