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P1- Semiologia Médica I 1 Raissa Fidelis - XLVI A expressão do olhar, os movimentos da asa do nariz, a posição da boca.. certas doenças vão imprimir na face do paciente traços bem característicos, algumas vezes dando o diagnóstico. A intenção de conhecer as principais fácies é olhar para o paciente e dizer: esse paciente tem esclerodermia, paralisia facial periférica, insuficiência renal. NORMAL Sem características específicas. HIPOCRÁTICA Olhos fundos, parados, inexpressivos. Nariz afilado. Lábios adelgaçados. “Batimentos de asa do nariz” Rosto recoberto de suor. Palidez cutânea/Cianose labial. • Doentes em estado terminal. RENAL Edema peripalpebral bilateral. Palidez cutânea (esse paciente tem uma síndrome anêmica, geralmente, multifatorial). • Principalmente no paciente com doença renal crônica agudizada ou insuficiência renal aguda. LEONINA Pele espessa. Lepromas numerosos e confluentes. Supercílios caem (madarose – queda parcial dos supercílios ou da sobrancelha). Nariz espessa e alarga. Lábios grossos e proeminentes. Bochechas e mento deformam. Barba escassa ou desaparece. • Fácies da hanseníase virchowiana. ADENOIDEANA Nariz pequeno, afilado. Boca sempre entreaberta. • HIPERTROFIA DAS ADENÓIDE – dificulta respiração por obstrução dos orifícios posteriores das fossas nasais. PARKISONIANA Cabeça inclina-se para frente. Olhar fixo. Supercílios elevados. Fronte enrugada. “Expressão de espanto”. BASEDOWIANA Exoftalmia. Rosto magro. Expressão “vivacidade”. Presença de bócio – aumento da glândula tireoide. • Fácies do hipertireoidismo avançado e não tratado. P1- Semiologia Médica I 2 Raissa Fidelis - XLVI MIXEDEMATOSA Rosto arredondado. Nariz e lábios grossos. Pele seca e espessada. Madarose. Cabelos secos e sem brilho. Expressão de desânimo. • Fácies do hipotireoidismo avançado e não tratado. ACROMEGÁLICA Saliência das arcadas supra-orbitárias. Proeminência das maçãs do rosto. Maior desenvolvimento do maxilar inferior. Aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas. • Fácies da hiperfunção da hipófise – paciente geralmente tem um tumor da hipófise. CUSHINGOIDE Arredondamento do rosto. Atenuação de traços faciais. Acne. • Fácies da Síndrome de Cushing – iatrogênica: ocorre pelo uso de remédios – corticoide –. primária: tumor na suprarrenal – ela que produz o cortisol –. MONGOLOIDE – FÁCIES DA SÍNDROME DE DOWN Fenda palpebral característica. Prega cutânea no canto do olho, que torna os olhos oblíquos. Rosto redondo. Quase sempre com a boca entreaberta. DEPRESSÃO Expressividade do rosto. • Cabisbaixo/olhos com pouco brilho e fixos/ olhar voltado para o chão. Acentuação do sulco nasolabial – rosto fica mais rebaixado e o sulco nasolabial fica mais acentuado. Canto da boca se rebaixa. Conjunto geral denota indiferença e tristeza. PSEUDOBULBAR Súbitas crises de choro/ riso involuntários, mas conscientes que levam o paciente a contê-las dando aspecto espasmódico da face. Paralisia pseudobulbar (aterosclerose cerebral). • Acontece na paralisia pseudobulbar, devido a doença aterosclerótica. • Paciente apresenta crises súbitas de choro e de riso. • Ao mesmo tempo que é involuntária é consciente – o paciente tenta conter o riso ou o choro, dá um aspecto espasmódico no rosto. • Não é comum. PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA – IMPORTANTE!! Assimetria da face. Impossibilidade de fechar as pálpebras. Repuxamento da boca para o lado “são”. Apagamento do sulco nasolabial. P1- Semiologia Médica I 3 Raissa Fidelis - XLVI • A causa da paralisia fácil periférica, geralmente, é uma causa benigna, estando relacionada, na maioria das vezes, com infecções virais do nervo facial (família do herpes vírus). • Paciente não consegue enrugar a testa – parte acometida não mexe – no lado do acometimento. • Não fecha o olho direito – SINAL DE BELL – o globo ocular fica girando, vira para cima. • Desvio da comissura labial acontece para o lado bom – do lado acometido, o sulco fica retificado. Paciente com paralisia facial central: a etiologia da mesma preocupa muito mais do que a periférica, sendo mais grave. Quando se tem paralisia central tem que pensar em situações graves (AVE, tumor, etc). Apresentação: hemiparesia a direita, hemiplegia a direita, hemiparesia a esquerda, hemiplegia a direita, paralisia facial central, afasia, etc – depende do local que sangrou e teve isquemia. • Nela consegue-se franzir a testa, fechar os olhos e elevar a sobrancelha. MIASTÊNICA “ou Huntchinson”. Devido à fraqueza muscular, o paciente tem a ptose palpebral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. • Fase da miastenia grave – doença da placa motora, da fraqueza muscular. DEFICIENTE MENTAL – FÁCIE SÍNDRÔMICA Muito característica, mas de difícil descrição. Traços faciais são apagados e grosseiros. Boca fica entreaberta e as vezes com salivação. Estrabismo comum. Olhar desprovido de objetivo - alheamento do meio ambiente. ETÍLICA Olhos avermelhados. Ruborização da face. Hálito etílico. Voz pastosa. Sorriso indefinido. ESCLERODÉRMICA “Fácies de múmia” Imobilidade facial. Pele apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos com repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras. Fisionomia inexpressiva, parada e imutável. • Doença do colágeno, extremamente comum. Paciente no plantão do professor com esclerodermia avançada internou com uma pneumonia comunitária grave, evoluindo para insuficiência respiratória grave com necessidade de IOT (intubação orotraqueal). A pele dela era tão aderida, que por mais que fizesse medicação de maneira correta, a boca dela não abria, de tão fibrosada que era a pele dela. Teve a necessidade de fazer uma crico e depois uma traqueostomia. P1- Semiologia Médica I 4 Raissa Fidelis - XLVI NORMAL Cada indivíduo tem um andar característico. HELICÓPODE/CEIFANTE OU HEMIPLÉGICA Mantém membro superior fletido a 90° no cotovelo e em adução. Mão fechada e em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico e o joelho não flexiona. Devido a isso a perna tem que se arrastar no chão, descrevendo um semicírculo enquanto anda. • Comum no paciente com AVE. MARCHA ANSERINA “Marcha do pato.” Acentua a lordose lombar. Vai inclinando o tronco ora para a direita, ora para a esquerda, lembrando andar de pato. Doenças musculares (dç mm)/ gestantes. MARCHA PARKINSONIANA Doente anda como um bloco enrijecido sem movimento automático dos braços. Cabeça inclinada para frente. Passos miúdos e rápidos. “Corre atrás do seu próprio eixo”. Vai cair para frente. MARCHA CEREBELAR “Marcha do Ébrio” Doente ziguezagueia como um bêbado. Incoordenação dos movimentos – lesões no cerebelo. • Cerebelo – propriocepção. • AVI no cerebelo. MARCHA TABÉTICA Olhar fixo no chão. Membros inferiores são levantados abruptamente e tocam o solo pesadamente. com olhos fechados a marcha piora. Perda da propriocepção. Lesão do cordão posterior da medula. Tabes dorsalis – neurossífilis. • Característica da neurossífilis, devido à lesão do cordão posterior da medula, causando o déficit da propriocepção. MARCHA DE PEQUENOS PASSOS Paciente dá passos muito curtos e ao caminhar arrasta os pés como se estivesse dançando “marchinha”. Atrofia cerebral – paralisia pseudobulbar. P1- Semiologia Médica I 5 Raissa Fidelis - XLVI • Parecida com a parkinsoniana, porém na parkinsoniana ele tem a cabeça projetada para a frente, tronco para frente, tremor de mãos. MARCHA VESTIBULAR Lesão vestibular – labirinto. Apresentalateropulsão quando anda. Como se fosse empurrado para o lado quando tenta se mover em linha reta. • Lateropulsão: dificuldade que têm os doentes com doença de Parkinson de se manterem em equilíbrio depois de um passo lateral. Tendência involuntária para se dirigir para um lado, ao marchar – lado afetado. Prova de Romberg: é uma avaliação clínica que revela alterações no equilíbrio estático do paciente – alterações no labirinto. O procedimento permite a análise de 3 bases neurofisiológicas que possibilitam o equilíbrio: sistema vestibular, sistema visual e sistema proprioceptivo. De forma simplificada, podemos dizer que o sistema vestibular foca na orientação da cabeça em relação ao ambiente em redor. Já o sistema proprioceptivo permite nossa orientação quanto ao corpo e seus movimentos no espaço. Por fim, o sistema visual coleta e apresenta uma série de informações sobre o ambiente, reforçando nossa capacidade de equilíbrio. Junto ao meio ambiente, eles são responsáveis por relacionar atividade sensorial e motora para permitir que o corpo se mantenha ereto. Pede para o paciente ficar na sua frente, juntar os pés e fechar os olhos. Quando ele fecha os olhos, diminui mais um órgão da propriocepção e se tiver alteração no labirinto ele tende a cair para um lado e para o outro – prova de romberg positiva. Se a lesão for dos dois lados, o paciente vai ter um quadro agudo e importante, dificilmente o paciente consegue andar, e então não consegue nem fazer a prova de romberg. MARCHA ESCAVANTE Paralisia do movimento de flexão dorsal do pé. Ao tentar caminhar toca com a ponta do pé no solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior – lembrando “passos ganso” ou soldados prussianos. MARCHA CLAUDICANTE Ao caminhar o paciente manca para um dos lados. Insuficiência arterial e em lesões do aparelho motor. • Geralmente acontece com paciente em aterosclerose. • Insuficiência arterial – claudicação intermitente – paciente com doença aterosclerótica, tem um grau de insuficiência da artéria. Por exemplo, problema na artéria femoral esquerda (chega pouco sangue para a perna esquerda), daí o paciente vai caminhando e o músculo da perna esquerda precisa de mais sangue e não chega sangue o suficiente porque a artéria está parcialmente obstruída e aí começa a fazer o metabolismo anaeróbio, acúmulo de ácido lático, irritação das terminações nervosas e o paciente sente dor. MARCHA ESPÁSTICO – ‘EM TESOURA” Dois membros inferiores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos. Os pés se arrastam e as pernas se cruzam na frente da outra quando o paciente tenta caminhar. Formas espásticas da paralisia cerebral. https://telemedicinamorsch.com.br/blog/posicionamento-em-radiologia
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