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Escalas Funcionais O que é funcionalidade? ↝ Segundo a OMS (2001), funcionalidade engloba todas as funções do corpo e a capacidade do indivíduo de realizar atividades e tarefas relevantes da rotina diária, bem como sua participação na sociedade. ↝ Quando se fala em funcionalidade, tem como contrapartida a fragilidade. Fragilidade ↳ Fraqueza ↳ Diminuição da mobilidade ↳ Mau estado nutricional ↳ Diminuição da função cognitiva Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) ↝ Através da CIF é possível avaliar: Pontos da CIF ↝ Apesar de sua ampla aplicabilidade, a estrutura da CIF não foi integrada à prática comum na UTI, isso pode ser porque nem todos os domínios da CIF são considerados relevantes na UTI; ↝ Apenas a CIF não basta, é provável que mais de 1 instrumento seja necessário a qualquer momento para medir a funcionalidade; ↝ A CIF não quantifica em pontos, é mais qualitativo do que quantitativo. Medidas de Independência Funcional (MIF) ↝ A medida de independência funcional (MIF) é um instrumento de avaliação da incapacidade de pacientes com restrições funcionais de origem variada, tendo sido desenvolvida na América do Norte na década de 1980. ↝ Com objetivo de avaliar de forma quantitativa a carga de cuidados demandada por uma pessoa para a realização de uma série de tarefas motoras e cognitivas de vida diária. ↝ Entre as atividades avaliadas estão os autocuidados, transferência, locomoção, controle esfincteriano, comunicação e cognição social, que inclui memória, interação social e resolução de problemas. ↝ Cada uma dessas atividades é avaliada e recebe uma pontuação que parte de 1 (dependência total) a 7 (independência completa), assim a pontuação total varia de 18 a 126. Estão descritos dois domínios na MIF, o motor e o cognitivo. · Nível de pontuação da MIF: 7 - independência completa 6 - independência modificado (recursos auxiliares) · Dependência Parcial: 5 - Supervisão 4 - Mínima assistência (75%) 3 - Moderada assistência (50%) · Dependente: 2 - Máxima assistência (25%) 1 - Total assistência (0%) Índice de Barthel Modificado ↝ O índice pertence ao campo de avaliação das atividades da vida diária (AVDs) e mede a cada item a independência funcional no cuidado pessoal, mobilidade, locomoção e eliminações; ↝ Cada item é pontuado de acordo com o desempenho do paciente em realizar tarefas de forma independente, com alguma ajuda ou de forma dependente; ↝ A pontuação varia de 10 a 50, em intervalos de 5 pontos, e as pontuações mais elevadas indicam maior independência. ↝ Avalia 11 itens: alimentação, higiene pessoal, uso de banheiro, banho, continência do esfíncter anal e vesical, vestir-se, transferências, subir e descer escadas, deambulação e manuseio de cadeiras de rodas (alternativa para pacientes que não deambula). Diferente da MIF, o índice de Barthel já vem com as respostas, o que facilita na visualização da pontuação da avaliação. Porém, não avalia a função cognitiva como na MIF. A escolha entre essas escalas, vai da necessidade do momento. Escala de Estado Funcional em UTI: FSS-ICU ↝ Desenvolvido originalmente em 2010 como um estudo piloto observacional em pacientes que necessitavam de ventilação mecânica, a escala de funcionalidade Functional Status Score for the ICU (FSS-ICU), buscava descrever os níveis de reabilitação no ambiente de UTI. ↝ Classifica o paciente de acordo com o nível de assistência necessária para realizar cinco atividades relevantes e possíveis de serem executadas no ambiente de UTI, sendo três delas na fase de pré-deambulação e as outras duas quando o paciente consegue se locomover. · No momento de pré-deambulação: · Rolar no leito; · Transferência de supino para sentado; · Transferência de sentado para a posição em ortostatismo. · Na fase de locomoção: · Sentar beira leito; · Deambulação. Escore Definição 0 Incapaz de tentar ou concluir a tarefa completa em razão de fraqueza 1 Dependência total 2 Assistência máxima (o paciente realiza ≤ 25% do trabalho) 3 Assistência moderada (o paciente realiza 26% - 74% do trabalho) 4 Assistência mínima (o paciente realiza ≥ 75% do trabalho) 5 Apenas supervisão 6 Independência modificada 7 Independência total Surgical Intensive Care Unit Optimal Mobilization Score (SOMS) ↝ Desenvolvida em 2012, a SOMS é uma ferramenta simples e intuitiva de avaliação, elaborada originalmente para a utilização em UTI cirúrgica. Ela é composta de uma pontuação simples de 0 a 4, que varia de “nenhuma atividade” a “deambulação”. As etapas intermediárias são: (0) nenhuma atividade, (1) amplitude de movimento passiva, (2) sentado, (3) ortostatismo e (4) deambulação. ICU Mobility Scale (IMS) ↝ Com intuito de obter uma escala para medir o maior nível de mobilidade em pacientes adultos em UTI, pesquisadores desenvolveram a ICU Mobility Scale em 2014. ↝ Contempla 11 níveis de mobilidade, em sua avaliação, apresentados com grau crescente de complexidade. Ela avalia o nível de assistência necessária para que o paciente realize a atividade proposta, podendo ser aplicada conforme a necessidade, a avaliação e a mensuração objetiva do nível de mobilidade do paciente. ↝ Como pode ser aplicada à beira leito, a IMS é uma ferramenta que pode ser manuseada por qualquer membro da equipe multiprofissional da unidade crítica. Perme Intensive Care Unit Mobility Score (Perme Score) ↝ Levando em conta que condições extrínsecas ao paciente, com presença de acessos, tubos e drenos torácicos, poderiam interferir em sua mobilidade no leito, Perme e colaboradores, em 2014, desenvolveram um escore específico para mensurar a melhora da condição da mobilidade de forma a se padronizar a avaliação do paciente na UTI. ↝ A Perme Score é uma escala que mede, de forma objetiva, a condição de mobilidade do paciente internado na UTI, iniciando com a habilidade de responder a comandos e combinando com a distância caminhada em 2 minutos. Essa escala de mobilidade apresenta o score que varia de 0 a 32 pontos, dividido em 15 itens, agrupados em sete categorias. ↝ É uma escala muito completa para nível UTI. ↝ Algumas categorias não tem como ser aplicada em pacientes neurológicos, que não fiquem em ortostatismo, com amputação de MMII. Isso diminuiria a pontuação. Conclusão ↝ Assim que o paciente hospitalizado evolui com condições clínicas para início do processo de reabilitação, avaliações constantes devem ser realizadas para a escolha do melhor programa de exercícios. Com esse intuito, é indispensável que sejam utilizadas escalas de funcionalidades adequadas para cada perfil específico. As escalas servirão para o ajuste correto e a utilização do programa de reabilitação do paciente