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CAMPILOBACTERIOSE GENITAL BOVINA


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CAMPILOBACTERIOSE GENITAL BOVINA
terça-feira, 29 de setembro de 2020
15:40
 
Doença inf, venérea, transmitida principalmente pela MN, causada pelo Campylobacter fetus subsp. Venerealis, que leva a infertilidade temporária devida à repetição de cios e abortos
 
Etiologia
· C. fetus fetus
Aborto esporádico dos bovinos
Nos ovinos é de caráter endêmico
Disseminação não é venérea e sim pelo intestino e vesícula biliar - chega a circulação e ocorre bacteremia e infc do útero gestante --> placentite que leva o feto à morte por anoxia
Nos bovinos não possui importância epidemiológica no rebanho - elimina o ag após o aborto
· C. fetus venerealis
Caráter endêmico - vários animais de um mesmo rebanho são acometidos 
Repetição de cios e aumento de IEP (aborto início gestação)
Transmissão é venérea
Gram -, e forma de S, vírgula ou asa de gaivota
São microaerófilos, exigem atmosfera rica em CO2 e pobre em O2. Possuem dois flagelos polares - motilidade pode ser observada em microscópio de contraste de fase ou campo escuro (flagelo facilita colonização)
Importante em regime de MN - FI principal é o macho, pois monta em várias fêmeas
Transmissão
Sensível à dessecação e desidratação - não resiste fora do hosp por longos períodos
Contato direto entre touros e vacas - 100% fêmeas se contaminam após cópula com touros infectados; sêmen contaminado não tratado com atb é fonte de contaminação
Touros adquirem a infecção de fêmeas infectadas, cama contaminada e vagina artificial contaminada
Touros > que 4 anos - mais suscetíveis --> > número de criptas no epitélio peniano onde a bactéria se multiplica (condição microaerofilia - mucosa do prepucio local de sobrevivência)
FI: touro - grande disseminador
 
Patogenia
Machos - mo permanece na cavidade prepucial e multiplica-se nas glândulas penianas, portador constante se não for tratado; não provoca lesões e qualidade do sêmen não é afetada
A recuperação espontânea é rara (não induz grande formação de ac)
Portador assintomático - disseminador da doença
Fêmeas - bactéria penetra no SG na fase ovulatória através da MN ou IA (estro)
Nessa fase tem grande afluxo de sg, quantidade de neutrófilos é grande, se a dose de desafio for baixa os mo não se estabelece, caso a dose for alta alguns sobrevivem e colonizam o fundo de saco vaginal, cervix e chegam ao útero, na fase progesterônica quando animal produz progesterona - nessa fase tem pouco afluxo de sg e neutrófilo pro útero, mo consegue se multiplicar e permanecer por um tempo
Cios consecutivos, vindo vários estros e afluxos sg e neutrófilos após 3 cios consecutivos os animais ficam livres da doença
No útero leva processo inflamatório - endometrite e grande produção de imunoglobulinas
· IgM: muco cérvico-vaginal: aparece em 1-2 semanas e persiste por 8-18 semanas
· IgA: muco cérvico-vaginal - aparece em 3-5 semanas e pode persistir por + de 40 semanas; imobilizam os mo, facilitando expulsão
· IgG: útero - aparece em torno da 8ª semana e persiste por 24-36 semanas; potentes opsoninas - bloqueia capacidade do mo invadir cél do hosp
Endometrite - cria ambiente desfavorável para embrião diminui O2 e morte com repetição de cios em intervalos irregulares (maior que 23 dias e menor que 36) 
Eventualmente animais pode continuar albergando o mo ao final gestação (poucas)
Fêmeas com repouso sexual podem livrar-se da infc em 90 dias ou 3 ciclos
Em alguns animais a bactéria permanece na cérvix e vagina mesmo durante a gestação
 
Sinais clínicos
Doença subclínica - sinais inespecíficos, repetição de cios com intervalos irregulares e aumento IEP (sinais que podem significar outras doenças)
Fêmeas - infertilidade temporária - intervalo entre cios 25-120 dias; vaginite catarral com muco claro e turvo (início infec)
Novilhas - mais suscetíveis; retorno ao cio 75%; nunca entrou em contato com mo já que é passada por via venérea
Aborto - 5 a 10% (4 a 6 meses gestação), outros + novos
 
Lesões
Machos - não revelam alterações
Fêmeas - podem apresentar cervicite subaguda difusa, endometrite, salpingite (tuba que liga os ovários ao corno uterino)
Salpingite bilateral leva a infertilidade permanente - diâmetro pequeno e após inflamação ocorre fibrosamento, tubas finas pode ocorrer obstrução dos dois lados implicando infertilidade permanente (óvulo não chega para encontrar com sptz
Histologicamente: endometrite muco-purulenta, subaguda difusa, acúmulo de exsudato no lúmen das gla uterinas e infiltrado periglandular de linfócitos
Aborto - edema da placenta, necrose dos cotilédones
Metrites devida à retenção placentária e infecções secundárias
 
Diagnóstico
Dados reprodutivos do rebanho - inespecífico
Confirmação laboratorial
 - isolamento, PCR, imunofluorescência direta (conteudo cervical), swab
· Aglutinação do muco cérvico-vaginal (diag de rebanho, falso + e falso -) e ELISA (IgA) 
Material
· Sob refrigeração: 6 horas (se não tiver meio de cultura)
· Meio de transporte: 3 dias á temp ambiente
· Raspado ou lavado prepucial com salina tamponada (PBS) - protegido luz (outra doença tricomonas); repouso sexual de 15 dias, fazer 2 a 3 coletas de 15/15 dias
· Muco cérvico-vaginal: diretamente da vagina (usar pipetas para aspirar ou tampões)
· Feto e membranas - sob refrigeração: conteúdo estomacal (se tiver liquidos nas cavidades coletar o liquido)
 
Diag diferencial
Tricomonose
Mycoplasmose
Endometrite inespecíficas
1º ponto epidemiológico - MN e touro de repasse 
Acompanhar no rebanho
· Intervalo de repetições de cios
Esperado no bovinos - 21 dias
% , 17 dias
% entre 18-23 dias
% entre 36 a 46 dias
% > 47 dias
R1 - homogênea a distribuição de cios, parece que observação de cios está incorreta, será que as vacas realmente estão dando cio - pedir mais cautela, observar melhor, dúvida se reflete problema do rebanho ou de quem está lidando com animais
R2 - poucos cios, as vezes animal não estava aceitando monta - não possui problema importância com doença venérea, e nem com quem lida com o rebanho
R3 - tem algum problema de doença reprodutiva
 
Tratamento
Fêmeas
· Repouso sexual por 3 ciclos
· Salpingite bilateral não recupera a fertilidade
· Infusões uterinas: 1g de dihidroestreptomicina e 1000000 UI de penicilina em 20ml de água
Touro
· Local: infusão de 5g de dihidroestreptomicina no prepúcio (5 dias consecutivos)
· Parenteral: dihidroestreptomicina 22-25 mg/kg de pv IM
· Touro é considerado negativo após 3 testes de 15/15 dias negativos
 
Controle
IA e vacinação - apenas IA não é necessário para controle; vacina entre 30-60 dias antes da estação de monta (gado de corte), vacinação gado leite aprox 15 dias antes parto, que com 60 dias já vai entrar período monta novamente
Touros virgens reservados para as novilhas
Repouso sexual para fêmeas infectadas
Primovacinação com reforço após 30 dias e revacinações anuais
Cuidado aquisição touros velhos 
 
EXERCÍCIOS