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DISTÚRBIOS INTESTINAIS ● Característica das dietas: o Na constipação intestinal ▪ Dieta rica em fibras ● Dieta normal composta de alimentos ricos em fibras solúveis e insolúveis. ● Aumento do aporte hídrico. ▪ Dieta laxante o Nas diarreias ▪ Dieta pobre em resíduos ● Dieta composta por alimentos pobre em fibras e resíduos. Isenta de lactose. ● Indicação: diarreia, pré e pós-operatório de cirurgia de cólon, obstrução intestinal, fístulas do trato gastrintestinal, fase aguda de doenças inflamatórias intestinais ▪ Dieta constipante ● Dieta de resíduo mínimo: o Uma dieta que exclui não apenas o máximo de fibra dietética possível, como também alimentos, tais como, leite e tecido conjuntivo da carne, que contribuem para o resíduo fecal. o Considerações: ▪ Carnes: as brancas (mais fácil digestibilidade), tem tecido conectivo menos denso que permite maior ataque das enzimas proteolíticas, com maior digestibilidade ▪ Clara de ovo: deixa resíduo mínimo (proteína de alta digestibilidade) ▪ Leite e seus derivados: devem, em certos casos, ser evitados por deixarem resíduos (lactose) ▪ Fibras insolúveis: formam muitos resíduos ▪ Raízes e tubérculos: ↑ teor de fitatos que inibem a amilase, impossibilitando digestão completa do seu amido ● Fibras alimentares: o Refere-se às partes dos alimentos vegetais que resistem à digestão e absorção intestinal. o Nenhum alimento de origem animal contém fibra alimentar. Em alguns casos, os polissacarídeos de origem animal (p.ex., a quitina e quitosana-fibras funcionais) são incluídos, também na definição de FA. Quitina: fungos, leveduras, exoesqueleto de camarão, lagosta e caranguejo. A quitosana é oriunda de conchas de crustáceos marinhos. o A quantidade de fibras na alimentação é um parâmetro de uma alimentação saudável o Indica que a alimentação é rica em alimentos vegetais integrais e relativamente poucos refinados, e por isso rica em vitaminas, minerais e outros nutrientes. ● Constipação intestinal x Fibras: o Insolúveis – “não” viscosas. Alta capacidade de retenção de água → AUMENTO NO PESO/VOLUME/MASSA DAS FEZES → distendem cólon e estimulam o impulso de defecar; ↑ motilidade; ↓ o tempo de trânsito intestinal; ↑ número de evacuações) ▪ São representadas pela celulose (trigo), maior parte da hemicelulose (grãos) e lignina (hortaliças). Lignina não é fermentável. Celulose (percentual de fermentação é de 15%-16% o Solúveis – em sua maioria viscosas (capacidade de formar géis), aumentando a viscosidade do meio intestinal. Pode alterar o peso das fezes (FOS e Inulina; Psyllium) ▪ Retardam o esvaziamento gástrico e diminuem a taxa de absorção de carboidratos (efeito hipoglicemiante); perda fecal de ácidos biliares no intestino delgado (redução da colesterolemia). Fermentáveis no cólon pelas bactérias: AGCC (*AGCC = ácido acético, butírico e propiônico). ▪ Pectina (polpa de maçã, casca/bagaço de frutas cítricas como laranja, morango, abacate, banana, pêra, manga, goiaba, beterraba cozida, berinjela, cenoura, inhame); Gomas (aveia, leguminosas, cevada); algumas hemiceluloses (psyllium); β-d-glucanas (farelo da aveia, feijão, ervilha) ▪ Teor de fibras em 100g de alimentos: ▪ ● Fibras dietéticas: principais fontes na dieta: o A maioria dos alimentos apresenta componentes de fibras solúveis e insolúveis, ambas em proporções variadas, sendo as insolúveis as que apresentam maior efeito sobre o volume fecal. o A aveia é uma fonte muito rica em fibras solúveis (chamadas β glucanas) o As frutas e vegetais também são fontes de fibras solúveis, porém em menor quantidade, principalmente de pectinas. o As leguminosas (feijões, lentilha, ervilhas) e cereais são fontes de ambos os tipos de fibras, sendo que os cereais em geral têm na sua composição um maior teor de fibras insolúveis como no caso dos grãos integrais (cevada, farinha integral), o arroz e o centeio. o As fibras também podem ser obtidas por meio de suplementos, no caso, suplementos de fibras solúveis (psyllium, inulina, gomas). o As recomendações de ingestão de fibra em indivíduos saudáveis variam de acordo com o órgão regulador. o Consumo: ▪ Mínimo de 20g/dia sob a forma de hortaliças, frutas, grãos integrais e leguminosas (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes – SBD, 2007) ▪ Mínimo 25g/dia de fibras (cereais, tubérculos, raízes, frutas, hortaliças, feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteínas (Guia alimentar para a população brasileira, 2006) ▪ OMS: >25g/d ▪ Dieta ocidental contém somente 5–10 g/dia de fibras. ▪ NÃO EXISTE RECOMENDAÇÃO ESPECÍFICA DE FIBRAS PARA O MANEJO DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL ▪ A recomendação de ingestão de fibra alimentar total para adultos é de 20 a 30g/dia, sendo em torno de 25% (6g) de fibra solúvel. ▪ Grau de recomendação: B. Nível de evidência: 2. (IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007). ▪ A recomendação da ingestão de fibras, tanto para tratamento como para prevenção, deve ser de 25 a 35g/dia, para indivíduos com mais de 20 anos, e de 10 a 13g/1000 kcal para idosos (Consenso Brasileiro de Constipação induzida por Opioides, 2009) ▪ 38 e 25g por dia para homens e mulheres com idade entre 19 e 50 anos, respectivamente ▪ 30 e 21 g por dia para homens e mulheres com idade maior que 50 anos ▪ Consumo de líquidos: 3,7 L por dia para homens e 2,7 L por dia para mulheres com idade superior a 19 anos ▪ Excesso de fibras (consumo superior a cerca de 35g/d): pode interferir na absorção de nutrientes como zinco, ferro e cálcio, reduzindo a sua biodisponibilidade (pelos fatores antinutricionais: fitatos em grãos de cereais e leguminosas). Também considerar “ingestão marginal” destes nutrientes. ● As fibras alimentares são classificadas segundo suas propriedades: o Funcional, Solubilidade em água, Fermentabilidade e Viscosidade o Nem toda fibra que é solúvel forma gel, e algumas fibras insolúveis têm bom percentual de fermentabilidade o A fibra alimentar é considerada fermentável se apresentar um % de fermentabilidade maior ou igual a 60% o A fermentação depende do grau de solubilidade e do tamanho de suas moléculas – fibras menores e mais solúveis (oligossacarídeos) são fermentadas em maior grau e mais rapidamente o Geralmente, as fibras solúveis são completamente fermentadas e apresentam grande capacidade de viscosidade (formar gel), quando comparadas com as fibras insolúveis o Fibras altamente fermentáveis (principalmente as solúveis) podem favorecer a distensão abdominal em pacientes predispostos à flatulência, bem como influenciar o metabolismo colônico pela produção de AGCC ● Fibras e produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC): o 1. Prebióticos: consumidos/fermentados no cólon pelas bifidobactérias e lactobacilos. ▪ Produtos da digestão dos prebióticos: AGCC ▪ Polímeros naturais de frutose (açucares) resistentes à digestão no TGI = frutanos (FOS e inulina) ▪ Chicória, alcachofra, alho, cebola, aspargos, cereais (trigo, cevada e centeio), banana, ▪ tomate etc. ▪ FOS: encontrados naturalmente em alimentos, ou adicionados (iogurtes, suplementos e fórmulas enterais), ou, sintéticos (sachês) ▪ Tanto inulina como frutoligossacarídeos vêm sendo utilizados para enriquecer com fibras produtos alimentares. o 2. Amido resistente: ▪ Pequena parte do amido ingerido, especialmente aquele derivado de cereais e batatas, podem escapar à digestão e absorção chegando ao cólon. Sofrerá fermentação bacteriana (AGCC), como ocorre com grande parte das fibras solúveis. Grãos (milho, feijão, soja), banana, batata ● Prebióticos: o Todo prebiótico é uma fibra, mas nem toda fibra é prebiótico. o A fibra alimentar para ser classificada como prebiótica, precisa atender aos seguintes critérios: ▪ Ser resistente à hidrólise e à absorção pelo trato gastrointestinal superior ▪ Ser fermentada pela microbiota colônica ▪ Estimular, seletivamente, o crescimento e/ou a atividade de bactérias benéficas à saúde e ao bem-estar do hospedeiro (como lactobacilos e bifidobactérias) ▪ Representantes mais relevantesdeste grupo são o FOS e a inulina ▪ Inulina e FOS são polímeros de frutose presentes em uma variedade de alimentos (cereais, alho, alho poró, aspargos, alcachofra e chicória). A maior parte da inulina comercializada é extraída das raízes da chicória. ● Fibras fermentáveis: o Como fonte de Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC). o Ausência de AGCC - ↓ integridade da mucosa do cólon: ▪ Principal fonte energética da mucosa do cólon ▪ Estimula o fluxo sanguíneo da mucosa ▪ Estimula a reabsorção de água e sódio: contribui para redução da carga osmótica pelo acúmulo de carboidratos ▪ Estimula a proliferação e diferenciação celular do epitélio – efeito trófico no epitélio intestinal etc. ▪ Redução do PH colônico e fecal: inibe o crescimento de microrganismos patogênicos etc. ▪ Função imunológica o Os principais produtos do metabolismo bacteriano das fibras são AGCC, gases (hidrogênio, metano e gás carbônico) e energia utilizada pelas bactérias colônicas para seu crescimento e manutenção. ● Cálculo da ingestão de fibras: Equivalentes de fibra alimentar total (FAT) o Propostos 6 grupos, nos quais os alimentos estão divididos em porções. o Cada porção tem valores de FAT próximos, o que permite a substituição de um alimento por outro, garantindo uma equivalência no teor de fibras alimentares. o Os grupos são: ▪ Frutas: 2,8g ▪ Pães e matinais: 1,4g ▪ Vegetais A: 0,42g ▪ Vegetais B: 1,3g ▪ Leguminosas: 3,11g ▪ Cereais e outros: 1,35g Tabela dos equivalentes de FAT: apêndice 12.1. p323 (Cuppari,2014) ● Recomendações dietéticas e teor de fibras alimentares: o O valor estimado de fibras alimentares, utilizando este exemplo de aplicação dos equivalentes de FAT, é de 26g/dia, conforme o sugerido pela American Dietetic Association (ADA, 1993), que é de 20 a 35g/dia. ● Constipação intestinal: constipação é um sintoma e não uma doença o Constipação intestinal comumente ocorre pela falta de resíduos dentro do cólon. o Defecação: 25 a 72h ou mais após a ingestão de alimentos. O “resíduo” do alimento consumido em uma manhã atinge o delgado (mas não o reto) durante a manhã seguinte. o Resíduo: porção não digerida da dieta que contribui para o conteúdo das fezes. o Fibras insolúveis: formam muitos resíduos. o Perturbações do mecanismo propulsor o Fatores dietéticos: se a dieta não é fracionada em várias refeições não se desperta o reflexo gastroileocolônico*; dieta pobre em fibras que aceleram o trânsito intestinal; ingestão insuficiente de líquidos * Evacuação facilitada após as refeições porque o TGI tem que estar liberado para processar o alimento que chega no estômago. ▪ Sedentarismo; Falta de exercícios (pacientes acamados) ▪ Uso crônico e abusivo de laxantes (perturbam a fisiologia normal do cólon) ▪ Efeito colateral de medicamentos (como antiácidos, antidepressivos, analgésicos, diuréticos) ▪ Síndrome do cólon irritável com constipação o Gestação (↑ progesterona: relaxa musculatura intestino e reduz o peristaltismo – agravamento a partir 20ª sem gestacional) o Incidência: 3x maior nos homens obesos / 2x maior em mulheres obesas o A causa mais frequente é funcional o Objetivos Dietoterápicos ▪ 1. Garantir consumo adequado de ambas as fibras dietéticas solúvel e insolúvel ● 1.1. prevenir a distensão e estimulação indevidas, durante exacerbações para prevenir dor. Após melhora do paciente, a ingestão de fibra deve ser aumentada (isto para casos específicos como na diverticulite e síndrome do intestino irritável) ▪ Estimular com a dieta o reflexo gastrojejunocolônico (fracionamento da dieta; não omitir refeições) ▪ 3. Manter o conteúdo aquoso do intestino (indicação de líquidos abundantes) o Constipação intestinal crônica: o Manejo inicial - medidas não-medicamentosas: mudança no estilo de vida (modificações na dieta, aumento da atividade física, adequada ingestão hídrica, reeducação intestinal) o Cuidado Nutricional ▪ Inicial: Anamnese – Investigar: ● 1) a frequência e a quantidade de ingestão de alimentos ricos em fibras ● 2) uso de farelos ou outros suplementos de fibra ● 3) ingestão de líquidos ● 4) atividade física ● 5) ritmo intestinal ● 6) uso de medicamentos ● 7) água: 1,5 a 2,0 litros/dia ▪ Subsequentes: repetir anamnese e observar relatos de melhoria da constipação ▪ Ingestão de fibras na dieta: primeira medida recomendada o ⇒ Se não se mostra suficiente, suplemento comercial com fibras (até 20-25g/dia) pode ser tentado (avaliar cautelosamente) ▪ Adesão aos suplementos com fibras pode ser pequena devido: flatulência, distensão, plenitude e ao gosto desagradável ▪ Melhora da adesão: aumento gradual das fibras por uma a duas semanas (Lembo A et al., 2003). ▪ Somente para certas situações terapêuticas ou para indivíduos que possuem grandes problemas com a ingestão de alimentos ricos em fibras, como idosos fisicamente inativos, é que os suplementos devem ser recomendados ▪ Nenhum suplemento pode prover todos os benefícios das fibras presentes nos alimentos (alimento: fibra, antioxidantes ou outro componente biologicamente ativo) ▪ ⇒ Uso de farelo à dieta pode ser “necessário” ou uma “solução fácil” (farelo de trigo: ½ colher de sopa por dia, aumentando gradualmente até atingir 2 colheres de sopa/ dia em duas semanas; 30g como limite máximo) – INGESTÃO EXTRA DE ÁGUA ▪ Evitar alimentos refinados (farinhas, massas, arroz, biscoitos) e alimentos constipantes (maisena, creme de arroz, fécula de batata, banana-prata, banana-maçã, maçã, goiaba, limão, cream-cracker, caju, cenoura cozida, limonada etc.) ▪ Ameixa preta e seu suco são potentes estimuladores da motilidade intestinal (contém ácido diidroxifinil isotina). Ameixa seca cerca de 6,1g fibra/100g ▪ Farelo de trigo e farelo de aveia, bem como cereais e grãos integrais, podem ser indicados como alternativas para aumentar o consumo de fibras. o Educação do paciente: ▪ Explique que uma dieta apropriada pode proporcionar alívio, mas pode não curar o problema ▪ Aconselhar a pessoa com constipação a educar o intestino. A melhor maneira é estabelecer horário para ir ao banheiro. Após as refeições se aproveita o reflexo gastrocólico. ▪ Explique acerca da necessidade de uma rotina normal para o intestino, mas que a evacuação diária não é uma necessidade para todas as pessoas. ▪ Aconselhar a pessoa com constipação evitar automedicação (laxantes). Deixam o intestino acostumado ao uso e mais preguiçoso. ▪ Uso estará restrito se houver prescrição médica. ▪ Explicar ao indivíduo sobre os distúrbios GI (flatulência, ruído intestinal, cólicas ou diarreia) que podem surgir com a ingestão inicial de dieta com alto teor de fibras, os quais normalmente diminuem dentro de 4 a 5 dias; mas algum aumento na flatulência é normal ▪ Explicar que para que as fibras dos alimentos possam agir alterando o peso e a maciez das fezes é essencial a ingestão abundante de 8-10 copos de líquidos por dia ▪ Exercícios podem ser benéficos para a manutenção da regularidade, especialmente exercícios de fortalecimento abdominal ● Diverticulose: o Divertículos que se salientam na parede do cólon, tipicamente no sigmoide (no lado esquerdo do abdome). Divertículos inflamados ou infectados → DIVERTICULITE o Dieta baixa em fibras: o cólon responde com contrações mais rápidas, a fim de mandar toda a pequena massa adiante. Esse aumento de força, por tempo prolongado, pode levar a formação de divertículos. o Dieta rica em fibras, conforme recomendação o Para: prevenir a formação de divertículos: maior volume de massa fecal no cólon; diminuir a pressão dentro do intestino e reduzir as chances que um divertículo já existente estoure ou inflame). o Evitar comer pipoca, milho, nozes, sementes e outros alimentos com sementes e caroços, como figos, uvas e jabuticabas. As sementes podem ficar presas no interior das bolsas (hérnias). Não foi provado que esta restrição previna a diverticulite, mas muitos profissionais acreditam nesta associação. Pequenas sementes são eliminadas por precaução. o DOENÇA AGUDA (divertículos inflamados; doença sintomática) exigerepouso intestinal total o Com a regressão da inflamação: dieta de líquidos claros (TN por fórmula enteral ou via parenteral pode ser necessária em desnutridos) o Maioria dos casos: antibióticos e repouso intestinal atenuam os sintomas dentro de 2 a 5 dias o Progressão dieta líqs claros: para dieta leve pobre em fibras, com exclusão de nozes, sementes e vegetais fibrosos o Dieta é restrita em fibras por até 1 mês ou 4 a 6 semanas, após este período deve ser rica em fibras o Dietas de líquidos claros Água, água de coco, chá sem açúcar, gelatina dietética, suco de frutas diluído, caldo de carne, caldo de frango, caldo de legumes, caldo de hortaliças. Utilizar para o preparo dos caldos: cenoura, chuchu. abobrinha, mandioquinha, batata, abóbora, couve, chicória, espinafre, músculo, patinho, filé de frango. ● Flatulência intestinal: o FLATULÊNCIA: ↑ volume ou frequência de passagem de gás o ↑ produção de gás no estômago e intestino (hidrogênio, dióxido de carbono e metano) podem indicar fermentação bacteriana colônica – sugerem má absorção de um substrato fermentável o Concentrações de NITROGÊNIO E OXIGÊNIO no gás retal, substâncias presentes na atmosfera em altas concentrações podem indicar aerofagia o Fatores que contribuem para quantidade de gás intestinal e sintomas a ela relacionados – aerofagia (deglutição de ar), motilidade GI diminuída, componentes dietéticos e distúrbios GI. o Crescimento bacteriano excessivo pode ocorrer no estômago ou intestino delgado com obstrução parcial, com dismotilidade ou após alguns procedimentos cirúrgicos. o SINTOMAS: distensão abdominal, cólica, desconforto. o ⇑ produção de gás e flatulência o Elevado consumo de fibras solúveis o Leguminosas (pelo elevado teor de fibras e pelos carboidratos parcialmente digeridos no intestino delgado - estaquiose e rafinose) o Amidos resistentes o Má absorção de açúcares: lactose, frutose e sorbitol* * sorbitol: encontrado naturalmente em frutas e vegetais; também em produtos dietéticos o Orientações: ▪ alimentação lenta ▪ mastigação com a boca fechada ▪ evitar conversar durante as refeições ▪ cuidados dietéticos o ALIMENTOS FLATULENTOS: brócolis, couve-flor, cebola, couve-de-bruxelas, feijões, lentilha, pepino, repolho, pimentão, abacate, melancia, melão, uva, nabo, batata doce o Obs.: Maus hábitos alimentares podem causar desequilíbrios da flora intestinal. ● Diarreia: o Caracterizada pelo aumento da frequência (normalmente acima de 3x/dia) de eliminação de fezes semipastosas ou líquidas. o Acompanhada por perda excessiva de líquidos e eletrólitos (sobretudo sódio e potássio). o Classificação e Etiologia ▪ Osmótica – presença no intestino de solutos osmoticamente ativos, inadequadamente absorvidos. Tem como causa mais frequente o uso de laxativos e a má-absorção intestinal de carboidratos. Diarreia que acompanha a síndrome de dumping. ▪ Secretória – ocorre secreção ativa de eletrólitos e água pelo epitélio intestinal (estímulos que provocam ↑ secreção: bactérias (salmonella, shigella, etc); vírus (rotavírus ou Norwalk). Não são aliviadas pelo jejum. ▪ Exsudativa – associadas a lesões de mucosa, que levam à eliminação de muco ou pus, sangue e proteínas plasmáticas, aumenta o volume fecal e causa diarreia (por exemplo DII, enterite por radiação, neoplasias intestinais, parasitose/giardíase) ▪ Contato mucoso limitado/Diarreia motora – condições em que há exposição inadequada do quimo no epitélio intestinal (mecanismos envolvidos são o trânsito acelerado e o pouco contato com a superfície absortiva - por exemplo, ressecção intestinal) o Diarreia e doenças intestinais crônicas segundo sua origem: o Manifestações clínicas da diarreia: ▪ Sinais comuns: Desidratação, desnutrição, perda de peso ▪ Ressecção ou doença do íleo – deficiência de sais biliares e vitamina B12: má absorção de gorduras com deficiência de “vitaminas lipossolúveis” e anemia macrocítica (megaloblástica) o Objetivos ▪ Determinar a causa da diarreia ▪ Prevenir ou minimizar a desidratação, hipoglicemia, perda de peso e anemia ▪ Alterar a consistência e quantidade das fezes (até 200 g de fezes/dia é considerado normal) ▪ Restaurar a motilidade intestinal normal. A alimentação pelo trato digestivo mantém a integridade intestinal; repouso intestinal (NPT) resulta em atrofia ▪ Corrigir intolerâncias a carboidratos o Orientações Nutricionais ▪ Oferta de líquidos e eletrólitos suficientes para repor as perdas: reposição de potássio com água de coco, banana-prata, batata, carnes brancas (pescados e aves); bebidas isotônicas também podem ser usadas. ▪ Normalmente o leite e seus derivados são evitados: coalhadas, iogurtes e queijo branco podem ser tolerados por alguns pacientes em pequenas quantidades. INGESTÃO FRACIONADA EM PORÇÕES MENORES AO LONGO DO DIA ▪ Lactase: fica localizada na extremidade das vilosidades da mucosa intestinal, fato que tem importância clínica, quando se considera o efeito da doença diarreica na habilidade individual de tolerar a lactose da dieta. ENZIMA DE FRÁGIL INSERÇÃO NA MUCOSA INTESTINAL, E SEUS NIVEIS PODEM ESTAR DIMINUIDOS NA DIARRÉIA, HAVENDO INTOLERÂNCIA ▪ DEFICIÊNCIA SECUNDÁRIA DE LACTASE: Lesão na mucosa do intestino delgado pode ↓ lactase (Deficiência Reversível). ▪ EVITAR alimentos fontes de FIBRAS INSOLÚVEIS (que aceleram o trânsito intestinal) nas fases agudas de diarreia. ▪ Oferta de fontes de FIBRAS SOLÚVEIS é importante para auxiliar no controle do trânsito intestinal pela viscosidade que proporciona, bem como pela possibilidade de produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), importantes para integridade e recuperação da mucosa intestinal ▪ AGCC: ESTIMULAM A ABSORÇÃO DE ÁGUA E SÓDIO NO CÓLON → MENOR VOLUME DE DIARREIA ▪ Evitar sacarose, frutose (açúcar, mel e doces), sorbitol (adoçantes artificiais e produtos dietéticos), frituras e alimentos ricos em gorduras ▪ No geral, dieta antifermentativa ▪ Exemplo de suplemento de fibra solúvel: ● Recomendação de uso: ● Adultos: iniciar com 1 sachê por dia, progredir até 3 sachês, segundo a necessidade e a tolerância ● Crianças: iniciar com 1/2 sachê (2,5g) e progredir até 1 sachê (5g). Seguir as orientações de nutricionista e/ou médico. ● O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos. o No PERÍODO DE REMISSÃO, pode-se incluir: o PROBIÓTICOS (espécies mais usadas Lactobacillus e Bifidobacterium) para recuperação da flora bacteriana – bebidas lácteas com lactobacilos (leites fermentados), iogurte com culturas vivas (bifidobactérias). ▪ Efeito terapêutico dos probióticos na diarreia: resultados dos estudos ainda não são suficientes para essa recomendação (nível de evidência D) (Projeto Diretrizes 2011) o NUTRIENTES PREBIÓTICOS: proliferação de bactérias benéficas (bifidobactérias) que produzem ácidos graxos de cadeia curta ▪ FOS e inulina são indicados na prática clínica no tratamento e na prevenção de diarreia, em adultos e crianças (nível de evidência D) ▪ A dose mínima diária recomendada de FOS para o efeito bifidogênico pode variar de 2,75 a 5g/dia (nível de evidência A) (Projeto Diretrizes 2011) o O efeito antidiarreico dos frutooligossacarídeos (prebióticos) resulta de sua ação bifidogênica. As bifidobactérias impedem a colonização por bactérias patogênicas (por exemplo, Clostridium difficile), cuja proliferação é favorecida pelo tratamento antibiótico e causa diarreia. ● RESUMO:
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