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Natália Furlaneto Câncer de Esôfago INTRODUÇÃO Anatomia - 3 partes: De acordo com a distância da arcada dentária superior (marco 0 cm): Parte cervical: 15 a 18 cm. Esôfago médio: 24-32 cm. Terço distal: 30 cm. Carcinoma de células escamosas/espinocelular (CEC): é o mais comum. 60% no terço médio; 30% no distal e 10% no proximal. Adenocarcinoma: esôfago de Barrett; terço distal. Outros: pequenas células, adenoide cístico, carcinoma mucoepidermoide. EPIDEMIOLOGIA 10ª causa de câncer no mundo. CEC: mais frequentes em áreas endêmicas (África do Sul, Irã, China e Russia). Adenocarcinoma: mais frequente na Europa e EUA. Sexo masculino. FATORES DE RISCO PARA CEC: Tabagismo; Etilismo; Dietéticos: ↓frutas, vegetais e selênio; bebidas quentes; Aneis esofágicos: dificultam passagem do alimento. Síndrome de Plummer Vinson: anemia ferropriva, glossite, queilite (inflamação dos lábios) e esplenomegalia. Precisa fazer dilatação (ex: abordagem endoscópica com passagem de velas). Acalasia: mal funcionamento do peristaltismo esofágico; D. Chagas (megaesôfago). PARA ADENOCARCINOMA: Tabagismo, obesidade, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), esôfago de Barrett (pode ser causada por refluxo). Fatores genéticos para adenocarcinoma Tilosis palmo-plantar; Ceratodermia não epidermolítica focal; Papilomas esofágicos (parecem pequenos cachos de uva); Alteração de maturação das células escamosas; Mutação do MSR1 (4-7% no esôfago de Barrett). ESÔFAGO DE BARRETT Substituição do epitélio escamoso da mucosa (lesionada pela acidez do refluxo) por metaplasia colunar. Causa: DRGE. Diagnóstico: Biópsia (precisa da confirmação de 2 patologistas). Evidência endoscópica de mucosa colunar acima da JEG (junção gastroeofágica). Classificação de Paris: avalia altura e diâmetro. Pode ser tratado via endoscópica. Principal fator de risco para adenocarcinoma. CLASSIFICAÇÃO DE SIEWERT TIPO I: centro da lesão entre 1 e 5 cm da JEG. Condutas: esofagectomia, gastrectomia parcial e linfadenectomia D2. TIPO I I : centro da lesão 1 cm proximal e 2 cm distal da JEG. Condutas: gastrectomia total/subtotal, esofagectomia distal. TIPO I II : centro da lesão 2-5 cm distais a JEG. Condutas: tratados como tumores gástricos. ESTADIAMENTO – SISTEMA TNM T: tamanho do tumor e se disseminou. N: se afetou linfonodos regionais. M: se tem metástases. G: grau (baseado na microscopia). Natália Furlaneto OBS: Tis: carcinoma in situ (não ultrapassou a membrana basal). T4b: crescendo na traqueia, aorta, espinha dorsal. Esôfago NÃO tem serosa!!! LOCAIS MAIS COMUNS DE ACOMETIMENTO DE LINFONODOS: METÁSTASES Tem ou não. Se sim, inoperável e já é estagio IV, independente das outras classificações. Fazer radio e quimio. SINTOMAS Disfagia progressiva, perda ponderal, odinofagia, sangramento TGI (melena, hematêmese), rouquidão e tosse (envolvimento linfonodal e fístula traqueoesofágica). Doença metastática: variados sintomas de acordo com o local acometido. Doença localmente avançada ou disseminada: rica rede linfática na submucosa. DIAGNÓSTICO Endoscopia digestiva e biópsia. USG Endoscópica: estadiamento T sempre estadiar antes de remover (pode ser mais profundo do que se imagina). TC PECT/CT Mostra a hipercaptação de glicose. Bom para detectar metástases. Esofagograma: ingere contraste. Ecoendoscopia: (aparelho US+endoscopia). TRATAMENTO Esôfago de Barrett/displasia de alto grau: terapia fotodinâmica e ressecção endoscópica. Estagio I: Tis e T1a: ressecção endoscópica; esofagectomia. Estágio II e III: Doença locorregional: - CEC: radioquimioterapia definitiva. A esofagectomia não gera benefício a longo prazo/seguimento, somente no controle local. - Adenocarcinoma (locorregional): radioquimioterapia (↑ sobrevida e ↑ tx de ressecção completa). Deve ser realizada em todos os pacientes antes da esofagectomia (↓ tamanho a ser retirado). Estágio IV: quimioterapia. OBS: Não há programas para rastreamento precoce. ATENÇÃO AO PACIENTE TABAGISTA COM DISFAGIA!!! PENSAR EM CÂNCER DE ESÔFAGO. Gânglio comprometido Neoplasia Sinal da maçã mordida Natália Furlaneto Câncer Gástrico ANATOMIA PATOLOGIA 95% são adenocarcinomas. Classificação de Lauren: Difuso: histologia em anel de sinete determina pior prognóstico e ↑ metástases. Intestinal: tumores diferenciados (menos chance de malignidade). Biomarcadores: Her2 e PDL1. EPIDEMIOLOGIA 5ª causa de neoplasia no mundo (comum no Japão, são ↑ especialistas em cirurgia gástrica). INCA: 4º mais comum no homem e 6º na mulher. OBS: um estudo mal feito revelou o aumento de câncer gástrico por uso de IBP (comprovação). FATORES DE RISCO Helicobacter pylori; Etilismo; DRGE; Gastrectomia parcial por doenças benignas; Ocupacional: carvão e borrachas galvanizadas; Nutricionais: ↑ sal e compostos nitrosos, alimentos defumados e em conserva, ↓ ingesta de vit A e C; Anemia perniciosa; Lesões precursoras: pólipos adenomatosos (por uso de IBP), displasia, gastrite atrófica (causada por H. pylori) e metaplasia intestinal. FATORES GENÉTICOS (3-5% DOS CASOS) Síndrome de Lynch tipo II (tumor neuroendócrino): câncer colorretal não polipoide por mutação no sistema de reparos do DNA. Câncer gástrico difuso hereditário: mutação do CDH1 (gastrectomia se 18-40 anos de idade). Síndrome de Peutz Jeghers: mutação do gene supressor STK11/LBK1. Gera câncer gástrico em 29% dos casos. Pólipos hamartomosos no TGI e manchas escuras nos lábios.. Síndrome de Li Fraumeni: distúrbio no gene p53. ESTADIAMENTO TNM OBS: T4b já atingiu estruturas vizinhas. Tem SEROSA!!! Cirurgia boa: quanto mais linfonodos forem retirados, melhor (avalia comprometimento linfonodal, pode mudar estadiamento e tratamento). Tumor de Krukenberg: metástase de tumor gástrico que vai para ovário. Estágio IV (pior de todos): com metástases já é IV, independente de qualquer T e N. SINAIS E SINTOMAS Sintomas vagos; Doença localmente avançada atentar para úlcera péptica prévia; Perda de peso; Anorexia; Dor abdominal; Hemorragia digestiva; Plenitude pós-prandial; Náuseas e vômitos; Sinal de Wirchow: gangliomegalia supraclavicular esquerda. Sinal Irmã Maria José: nódulo subcutâneo periumbilical. Se palpável, pior prognóstico. Ascite (comprometimento peritoneal). RASTREAMENTO No Japão, a partir dos 20 anos, os indivíduos começam a fazer endoscopia, devido a ↑ prevalência dessa neoplasia lá. DIAGNÓSTICO Endoscopia digestiva alta (4 quadrantes/*bordas) + biópsia: ver se tem úlcera gástrica. USG endoscópica: para fazer estadiamento T (acurácia 90%) e N (acurácia 75%). - Úlcera gástrica. Borrmann 2. Natália Furlaneto TC. Bolas são metástases hepáticas. PET/CT. Marcadores tumorais: CEA, CA 19.9 e CA 72.4 usados para seguimento. Ecoendoscopia. CLASSIFICAÇÃO DE BORRMANN Apresentação macroscópica do câncer gástrico avançado. É a mais usada na endoscopia. Cada vez mais profunda e vai infiltrando. FATORES PROGNÓSTICOS Idade avançada, sexo masculino, perda ponderal > 10%, histologia tumoral (difuso é o pior prognóstico, com anel de sinete), comprometimento ganglionar. TRATAMENTO Gastrectomia + linfadenectomia. GASTRECTOMIA Se lesão acima da incisura angular: ressecção total (subtotal é melhor, sobra um pedaço de estomago). LINFADENECTOMIA. Linfadenectomia D1: remoção de linfonodos perigástricos até 3cm da margem tumoral. Linfadenectomia D2: remoção dos linfonodos D1+ os que acompanham as arérias (gástrica E, esplênicae tronco celíaco). É a mais utilizada (D3 não melhora prognóstico, além de ↑ risco de complicações cirúrgicas). Linfadenectomia D3: D2 + linfonodos do ligamento hepatoduodenal, cabeça do pâncreas e raiz do mesentério do delgado. DE ACORDO COM OS ESTÁGIOS: Estágio I ao III: pode ser feito ressecção endoscópica (se lesão limitada a mucosa), gastrectomia e linfadenectomia D2. TÉCNICAS CIRÚRGICAS ANASTOMOSE GASTRODUODENAL Risco de refluxo bileopancreático (pois liga-se o duodeno ao estômago). Usado no idoso, ↓ risco de complicações, cirurgia mais simples. SWITCH DUODENAL Anastomosar jejuno ao estômago. Y DE ROUX É a mais usada. RADIO X QUIMIO Radioquimioterapia após cirurgia (↑ sobrevida em 27- 36 meses). Estágios II e IV não metastático quimio perioperatória. ↓ tx de recorrência, ↑ sobrevida. Estágio IV + metástase quimio.
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