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Neoplasias da tireoide - Aula 1 (Taiane)

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Neoplasias da tireoide 
 
Tireoide: 
 
 Órgão nodular, subdividida em 2 lobos, direito e esquerdo, os quais são unidos pelo istmo. Ela está 
situada na linha média do pescoço, em íntimo contato com a laringe (quando tem uma neoplasia, pode 
ter infiltração nesses tecidos adjacentes). Cada lobo é subdividido em lóbulos. 
 
Microscopia: 
 
 Cada lóbulo da tireoide é constituído por folículos tireoidianos, os quais são estruturas/vesículas 
redondas que se dispõem na tireoide. Cada um desses folículos é revestido por epitélio cúbico simples 
dispostas uma ao lado da outra, estas que sintetizam os hormônios T3 e T4. 
 Essas vesículas possuem diferentes tamanhos, os quais nos dizem a respeito do estágio de 
funcionamento da glândula. O precursor, coloide ou tireoglobulina (substância eosinofílica – mais 
rosada), é sintetizada e jogada no interior desses folículos. Para que essas células produzam esses 
hormônios, elas têm que captar essa tireoglobulina que está dentro da vesícula, a qual é passada pela 
célula epitelial onde é adicionado novos compostos e de lá saem para os vasos sanguíneos. 
 A morfologia das células epiteliais (aquelas que estão ao redor do folículo) é variável, podendo ser 
cuboide ou colunar alto e isto nos dizem que ela está produzindo tireoglobulina, estando ativas para 
armazenar dentro dos folículos. Já quando passam a produzir T3 e T4 pela captação da tireoglobulina, 
perdem o formato e passam a ser pavimentosas/achatadas, além de ficarem pequenos esses folículos, 
nos dizendo que não está com tanta tireoglobulina armazenada dentro deles. Logo, podem-se ter 
folículos maiores (com mais armazenamento de tireoglobulina) e folículos menores (estão usando a 
tireoglobulina). 
 
Tireoide: 
 
 
 Por entre as células epiteliais existem as células parafoliculares (ou células C) as quais aparecem por 
entre as minhas células que revestem os folículos, são células com o citoplasma mais claro. 
 As células C são responsáveis pela produção de calcitonina, a qual tem o objetivo de inibir a reabsorção 
óssea, fazendo o cálcio sanguíneo diminuir (efeito contrário ao PTH). 
 
Diagnóstico das tireoidopatias: 
 Associação de exames – clínico (palpação) + imagem (cintilografia) + laboratoriais + morfológicos 
(PAAF e biópsia). 
*Quando não capta muito quer dizer que é uma lesão indiferenciada (maligna) a qual é conhecida como 
um nódulo frio. 
*Cintilografia capta onde está produzindo mais iodo. Ela é feita com a administração de um radio 
isótopo, o qual quando é captado nos mostra que ele é um nódulo funcionante (bem diferenciado – se 
parecendo muito com as células normais), enquanto que se não absorver o radioisótopo quer dizer que 
a massa presente ali é um nódulo frio e indiferenciado das células da tireoide, logo, em neoplasias 
malignas, por exemplo. 
*PAAF é a punção aspirativa por agulha fina a qual faz uma avaliação citológica, nuclear e 
citoplasmática da célula de maneira isolada, logo, não é uma avaliação histológica. Em muitos casos o 
diagnóstico é inconclusivo nessa PAAF, ai faz analise histopatológica para avaliar o tecido como um 
todo. Para fazer a PAAF ela tem que ser guiada por uma USG para auxiliar. 
*Além disso, pode ser usados marcadores imunohistoquímicos para fechar o diagnóstico. 
 
Epidemiologia: 
 As mulheres são mais acometidas quando comparadas com os homens (5° lugar de todos os cânceres 
nas mulheres). Sabe-se que ocorreram 12 mil novos casos em 2020, sendo que 5% dessas mulheres 
evoluíram para óbito. 
 Nos homens o CA de tireoide nem está dentre os 10 mais incidentes, entretanto quando surge tendem a 
ser mais malignos e ter evolução mais rápida para o óbito. Em 2020 tiverem 2mil casos, sendo que 16% 
desses homens evoluíram para óbito. 
 
Critérios de risco para neoplasias: 
 Nódulos: 
 Solitários (único nódulo afetando a tireoide). 
 Pacientes < 20 anos ou > 70 anos (extremos de idade) 
 Homens 
 Frios (cintilografia)  malignidade. Mostram células indiferenciadas e sem capacidade de captar 
radioisótopo como as células normais captariam. 
 Histórico de radiação de cabeça e pescoço (como o Carcinoma Papilífero da tireoide e pacientes 
sobreviventes ao acidente de Chernobyl). 
 História familial de carcinoma de tireoide  aumentam as chances quando comparados aos 
pacientes que não tem casos de CA de tireoide na família. 
*São os critérios que aumentam a propensão de serem malignos. 
 
PAAF – Citologia da tireoide: 
 Sistema de Bethesda 
Classe Significado 
Classe I Amostra insatisfatória (*não tem qualidade 
suficiente para serem avaliadas e darem um 
diagnóstico para o pct, sendo recomendada uma 
nova PAAF). Por exemplo, quando vem só material 
coloide, células degeneradas, material hemorrágico 
e não vêm células foliculares (que seria o principal 
para avaliar). 
Classe II Nódulo benigno (*obtém as células epiteliais, as 
quais revestem o folículo, tendo n° bacana e com 
morfologia normal). 
Classe III Atipia de significado indeterminado ou lesão 
folicular de significado indeterminado. (*Não 
consegue dizer com exatidão o diagnóstico). 
 
Classe IV Neoplasia folicular ou nódulo suspeito de 
neoplasia folicular. (*Não consegue dizer com 
exatidão o diagnóstico) 
Classe V Lesão suspeita de malignidade (também tem que 
fazer análise histopatológica). 
Classe VI Nódulo maligno (aqui já dá sinal de malignidade, 
como no Carcinoma Papilífero). 
*A partir da avaliação das células no microscópio, utiliza-se o sistema de Bethesda para classificar a amostra 
obtida pela PAAF, a qual varia de Classe I a Classe VI. 
*Na classe III e IV a gente fala que a célula está diferente (está com lesão maligna), mas não da para saber a 
lesão presente, o diagnóstico concreto, ai se tem que partir para análise histopatológica, logo, tem que remover 
um pedaço de tecido (biópsia) para avaliar a tireoide. 
 
Classe I – Insatisfatório – Material hemorrágico: 
 
Classe I – insatisfatório – Conteúdo cístico: 
 
 
Classe II – benigno – Nódulo coloide: 
 
Classe II – benigno – Nódulo coloide com degeneração cística 
 
Classe II – benigno – Tireoidite linfocítica crônica 
Vemos essas estruturas redondas, com a periferia rosada, são hemácias que 
vieram com a punção, junto com material coloide. Deve-se repetir a PAAF desse 
paciente. 
Aqui foram captadas células degeneradas (essas células grandes) as quais são 
macrófagos que estão presentes para fagocitar o material coloide dessa lesão 
cística. Também é considerada uma amostra insatisfatória, pois provavelmente 
é devido a uma lesão inflamatória e porque não vieram as células epiteliais 
foliculares e parafoliculares, tendo que repetir a PAAF. 
Queremos observar o agrupamento de células (células epiteliais foliculares). 
Elas formam como se fosse ninhos de células, os quais são suficientes para falar 
que as células estão normais, pois são parecidas entre si, com núcleo 
homogêneo, escasso citoplasma. Tem-se que obter um conjunto de 6 a 10 
grupamentos (iguais a esse) para falar que é benigno e não tem nada de errado 
com a tireoide desse pct. 
Outra imagem mostrando uma lesão benigna, mas agora associada a um nódulo 
coloide. Conteúdo cístico + células epiteliais foliculares dá para avaliar e falar se 
é benigno ou maligno, o qual é diferenciado pelas características morfológicas 
dessas células. 
 
 
 
Neoplasias da tireoide: 
 
Benigna Maligna 
 Adenoma folicular 
(grande maioria com 
nódulos funcionantes, 
logo, podem produzir 
T3 e T4). 
 Carcinoma papilífero 
 Carcinoma folicular 
 Carcinoma anaplásico 
(origem células 
epiteliais foliculares). 
 Carcinoma medular 
(origem células 
parafoliculares). 
*Estão ordenadas por 
incidência. 
 
NEOPLASIA BENIGNA 
 
Adenoma folicular da tireoide 
 Mulheres são mais acometidas que os homens 8:1 
 Pico: 30-50 anos 
 Normalmente surge como uma massa unilateral, indolor (muitas vezes assintomático, descobrindo por 
exames de rotina muitas vezes). 
 Patogenia: mutações comativação da via de sinalização de TSH  massa funcionante (tireotoxicose). 
Assim as cels epiteliais neoplásicas tem mutação nessa via de sinalização do TSH, tornando-as 
autônomas na proliferação, de maneira independente, além de produzirem hormônios tireoidianos T3 e 
T4 levando a tireotoxicose (excesso de hormônios). 
 Como é uma neoplasia benigna, muito parecida com as células normais, faz com que essas massas 
tenham a Cintilografia ~ 80% funcionantes (quentes), conseguindo captar aquele radioisótopo 
mostrando que são células dotadas de produzir os hormônios tireoidianos. 
 Os outros < 20% são não funcionantes (frios) – mutações RAS e PIK3CA, não tendo capacidade de 
captar o radioisótopo e nem leva o paciente a manifestar a tireotoxicose. É importante saber disso que 
por conta dessa mutação nessa outra via, nos diz que eles podem evoluir para Carcinoma Folicular, 
enquanto aqueles 80% (os que só têm a mutação na via do TSH) NÃO podem evoluir! 
 Nódulo solitário 
 
Macroscopia: 
 
 Nódulo geralmente solitário que surge na tireoide, bem delimitado e encapsulado (tem tecido 
conjuntivo ao redor da massa isolando ele, é a parte branca da foto). A coloração é bem parecida com a 
da tireoide normal. 
 Pode ser pequeno 3 cm e em alguns casos, quando evoluem, podem chegar a 10cm. 
 
Microscopia: 
Grande grupo de células, misturando linfócitos (núcleo menor e basofilico, azul 
mais forte) e células epiteliais (maiores e com núcleo mais claro). Grande n° de 
linfócitos presentes, com células com característica de normalidade, logo, lesão 
benigna, mas com intenso infiltrado inflamatório crônico. 
 
 
 Presença de folículos neoplásicos, onde alguns deles podem ter produção de coloide no seu interior, 
enquanto outros não (pouco ou ausência de coloide). 
 Quando eles vão crescendo, acabam que espremem a estrutura tireoidiana, tendo uma expressa capsula 
de tecido fibroso (todo adenoma folicular tem) a qual isola a massa neoplásica da tireoide normal. 
Conforme a massa cresce, ela pressiona a tireoide normal, fazendo os folículos tireoidianos normais 
ficarem comprimidos. Isso pode evoluir para uma atrofia de compressão conforme ele vai crescendo. 
 
Diagnóstico: 
 1° PAAF para diferenciar se é benigno ou maligno. 
 Dificuldade em diferenciar adenoma x carcinoma folicular bem diferenciado. 
 2° e definitivo: histopatológico (cápsula íntegra). 
 Se elas estiverem normais, dificulta caracterizar se o nódulo é benigno (hiperplasia) ou se é um 
adenoma folicular da tireoide ou se é um carcinoma folicular bem diferenciado. Então para se fechar o 
diagnóstico é fazer uma análise histopatológica do tecido, a qual avalia a integridade da cápsula de 
tecido conjuntivo fibroso. Se encontrar a cápsula, fecha o diagnóstico de adenoma folicular da 
tireoide. *PROVA. 
 
Tratamento: 
 Tireoidectomia parcial, logo, remove o lóbulo acometido pela massa neoplásica. 
 Sem metástase e recorrência pós-cirúrgica. 
 Prognóstico excelente. 
 
NEOPLASIAS MALIGNAS 
 
Carcinoma papilífero da tireoide 
 Subtipo maligno mais comum (>85%) 
 3 Mulher: 1 Homem (predominando na faixa etária de 30-50 anos) 
 Origina de células epiteliais foliculares 
 Está associada à exposição prévia a radiação ionizante (tratamento prévio de radiação ou que foi 
exposta a radiação de Chernobyl). 
 Surge como um nódulo assintomático, bem localizado, insidioso (lento), sem prejuízo para o paciente. 
 1ª manifestação: metástase para linfonodo regional, que é quando as células neoplásicas deixaram o 
nódulo da tireoide e foram para o linfonodo cervical, portanto, tem disseminação linfática. 
 Patogenia: mutações em RET e BRAF (ativação das células neoplásicas, fazendo com que elas se 
proliferem e aumentem sua sobrevivência), elas não precisam de estímulo para entrar no ciclo celular. 
 A grande maioria aparece como nódulos frios na cintilografia, sem capacidade de captar o radioisótopo. 
 
Macroscopia: 
 
 Massas neoplásicas podem ser solitárias ou multifocais (várias massas em vários pontos da tireoide) 
 
 Crescimento pode ser circunscrito ou crescer de maneira infiltrativa (+ agressivo, > chance de 
metástase e de invasão por contiguidade nos tecidos adjacentes). 
O infiltrativo pode ter duas classificações, sendo elas: 
1. Infiltrativo local: infiltra somente a região do lobo que tá surgindo, infiltrando de forma localizada. 
2. Infiltrativo difuso: massa neoplásica que surgiu num lobo e foi para o outro além de infiltrar tecidos 
adjacentes por contiguidade. 
 O crescimento pode ser cístico, onde as papilas se projetam no interior do cisto. Podem ser cistos únicos 
ou múltiplos. 
 Vemos um crescimento sólido da massa neoplásica, sem cavidade no interior da lesão. 
 Vemos uma massa neoplásica com coloração mais esbranquiçada, mais sólida, com estruturas papilífero 
(como se fosse dedos), os quais podem ser detectados macroscopicamente ou microscopicamente. 
 
Microscopia: 
 
 O carcinoma característico apresenta projeções papilíferas (digitiformes) na superfície do tecido. E as 
células neoplásicas estarão presentes na superfície papilífera e dando sustentação tem o estroma com 
tecido conjuntivo fibroso denso com vasos sanguíneos. 
 Essas células epiteliais neoplásicas que recobrem a papila podem ser bem diferenciadas ou 
indiferenciadas. Sendo a bem diferenciadas cuboides ou colunares e as indiferenciadas tem formato 
sarcomatoide, sendo fusiformes e alongadas essas células. 
 Essas células neoplásicas podem revestir a papila formando uma única camada de célula ou podem 
formar uma camada grossa, com células estratificadas na superfície dessas projeções papilíferas. 
 Há áreas que aparecem com aspecto vazio, que são os eixos de papilas que surgem na superficie do 
tumor. Quando ampliamos, vemos o tecido conjuntivo fibroso (rosa mais claro), os nucleos na superficie 
que se referem as cels neoplasicas que revestem esse tecido conjuntivo. As celulas neoplasicas estao na 
superficie dessas estruturas papiliferas. 
 No eixo fibro vascular, das papilas, podemos encontrar os corpos de psamomas, os quais são estruturas 
concentricas (roxinhas) calcificadas induzidas pelas cels neoplasicas. 
 
 As projeções papilíferas, as quais são sustentadas por tecido conjuntivo fibroso, podem-se encontrar 
estruturas calcificadas concêntricas no estroma de tecido conjuntivo que são chamados de corpos de 
psamoma. Eles são característicos de carcinoma papilífero da tireoide. 
 É comum encontrar êmbolos neoplásicos no interior de vasos linfáticos, garantindo para gente que a 
forma mais comum de metástase é através de disseminação linfática. 
 
Prognóstico: 
 A partir do momento que faz a remoção cirúrgica desse nódulo de forma localizada, o paciente tem 
excelente prognóstico, podendo ter sobrevida > 10 anos em 95% dos casos. 
 
 Prognóstico menos favorável: mais velho (>40 anos), individuo no momento do diagnóstico 
apresentar metástases linfonodais (células neoplásicas extra tireoidianas) e invasão por contiguidade 
(proximidade) nos tecidos adjacentes. 
 
Tratamento: 
 Tireoidectomia total 
 Esvaziamento linfonodal 
 Iodoterapia – terapia para eliminar possíveis células neoplásicas resquiciais para não ter chance de 
recorrência. 
 
Diagnóstico: 
O diagnóstico histopatológico baseia-se nas características nucleares das células neoplásicas: 
Núcleo: 
 Redondo 
 Vidro fosco (vazio), a cromatina se dispersa para a periferia e o núcleo parece estar vazio. 
 Pseudoinclusão nucleares – ocorre devido à dobra da membrana citoplasmática sobre a membrana 
nuclear. 
 Sulcos ou fendas no núcleo das células, como se tivesse uma dobra da membrana nuclear aparecendo 
como se fosse um sulco ou um corte. 
 Mitoses são raras no carcinoma papilífero, é pouco visível. 
 Infiltrativo (+ agressivo) OU 
 Encapsulado e/ou bem delimitado 
 
 Nucleo em vidro fosco que quer dizer que a cromatina presente no nucleo se desloca para a periferia, 
deixandoo contorno dele acentuado e o centro do núcleo fica vazio. 
 Encontramos a presença de pseudoinclusoes nucleares que são as dobras de membrana 
citoplasmatica na superficie da membrana nuclear, não são inclusoes verdadeiras e sim dobras. 
 
 As cels que apresentam nucleos e apresentam sulco/fenda/risco presente no nucleo que tambem se 
refere a dobras, parecendo um grão de café. 
 
Na PAAF: 
 
 
 Pré-diagnóstico de lesão maligna. Vemos o agrupamento de células epiteliais foliculares e vemos o 
núcleo com pseudoinclusões nucleares e nucleos com sulcos e fendas, os quais são caracteristicos do 
carcinoma papilifero da tireoide. 
 Vemos o aspecto de vidro fosco, onde a cromatina dispersa na periferia e o centro fica claro. 
 
Variante folicular: 
 Não há papilas/projeções papilíferas 
 Presença de folículos tireoidianos 
 Citologia de papilífero o núcleo dessas células, pois o diagnóstico dele é fechado com base nas 
características morfológicas desse núcleo. Logo, vemos estruturas foliculares e o núcleo dessas células 
foliculares tem sulcos, aspecto de vidro fosco e pode apresentar pseudoinclusoes. 
 Existe um carcinoma da tireoide (uma variante) que não terá projeções papilíferas, mas que terá 
folículos neoplásicos (aqueles folículos muito parecidos que encontramos na tireoide normal). 
 Encapsulado e/ou bem delimitado 
 Comportamento clínico indolente 
 Neoplasia folicular da tireoide não invasiva com padrões nucleares papilífero símile (NIFTP) 
 Tratamento: tireoidectomia parcial e acompanhamento anual. 
 
Subdivisão: 
1. Infiltrativo: agressivo, invadindo por contiguidade os tecidos de forma rápida. 
2. Encapsulado: bem delimitado. Tem capsula com tecido conjuntivo fibroso e não infiltra, somente cresce 
de forma expansiva. Esta recebeu nova classificação em 2016. 
Novo nome para esse subtipo encapsulado e/ou bem delimitado: 
 Neoplasia folicular da tireoide não invasiva com padrões nucleares papilífero símile (NIFTP): Tem 
crescimento indolente, lento, não invasivo, quando ressecado cirurgicamente não tem recidiva e não 
evolui para metástase. Diagnóstico feito com base nas características nucleares. O tratamento é menos 
agressivo nesse NIFTP, sendo com tireoidectomia parcial e acompanhamento anual, assim, não se tem 
recorrência dessa massa neoplásica nesses tipos. O impacto psicológico nesse caso é menor, pois ele é 
menos agressivo e o tratamento é mais simples. 
 
Carcinoma folicular da tireoide 
 Cels neoplásicas em forma de folículos. 
 Subtipo maligno, incidência intermediária (5-15%) – 2° mais incidente depois do papilífero. 
 3 Mulheres: 1 Homem (atinge em torno de 40-60 anos, mulheres mais velhas) 
 Agressivo: invasivo, + rápido e metastático hematogenicamente (ossos, pulmão e fígado – logo viaja 
para lugares distantes)  mais agressivo quando comparado com o papilífero. 
 Patogenia: mutações em RAS e PIK3CA e inativação de PTEN (pode estar presente no Adenoma 
folicular também essa mutação). 
 Cintilografia: nódulos frios, logo, não tem capacidade de captar/produzir hormônios tireoidianos. 
 Diagnóstico diferencial: Adenoma Folicular (lesão benigna). 
 
Macroscopicamente: 
 
 
Nódulo: 
 Solitário 
 Encapsulado: circunscrito ou invasivo, logo, mesmo com a cápsula as cels neoplásicas infiltram a 
própria capsula. 
 Fibrose central, assim com áreas mais claras e esbranquiçadas. 
 Hemorragia 
 Necrose quando a massa neoplásica é muito grande, pois as cels morrem por falta de suprimento 
sanguíneo. 
 
Microscopia: 
 
 Vemos a massa neoplásica, a cápsula de tecido conjuntivo fibroso que circunda o tumor e a infiltração 
das células neoplásicas ultrapassando a cápsula fibrosa. 
 
 Morfologia: se arranja em folículos, que podem apresentar coloides ou não no seu interior (na maioria 
das vezes cresce sem coloide e de forma sólida). Assim, as células neoplásicas proliferam muito 
próximas entre si e sem material coloide entre elas. 
 O núcleo das células neoplásicas mostra a cromatina salpicada na superfície nuclear, vários pontinhos 
dispersos por todo o núcleo e sendo comum ter mitoses nesse tipo de neoplasia também. 
 As características nucleares presentes no papilífero não se repetem aqui****. 
 
 
 Variante que surge do carcinoma folicular da tireoide é a de Células de Hurthle, onde as células 
neoplásicas se mostram amplas (poliédricas), com citoplasma + eosinofilico (mais acidófilos), com um 
rosa muito intenso devido ao aumento de mitocôndrias dessas cels neoplásicas. A conduta é a mesma! 
 Embolo neoplásico o qual se desloca pelo vaso sanguíneo. Reconhecemos as hemácias e por isso 
sabemos que é uma disseminação hematogênica. 
 
Diagnóstico: 
 PAAF: dificuldade em diferenciar Adenoma x Carcinoma folicular minimamente invasivo. Não consegue 
diferenciar se é benigno ou maligno com esse exame. 
 Histopatológico (diagnóstico definitivo): invasão capsular e infiltração vascular. 
 Comum encontrar êmbolos neoplásicos no interior dos vasos sanguíneos. 
 Prognóstico: varia com a extensão da invasão e do estágio. 
 Invasivo: sobrevida < 10 anos, 50% casos. 
 
Tratamento: 
 Tireoidectomia total + Iodoterapia. 
 
Carcinoma Anaplásico da Tireoide 
 Subtipo maligno de menor incidência (<5%), porém É O MAIS AGRESSIVO DE TODOS, pois não tem 
tratamento, sendo que a partir do diagnóstico, em menos de um ano, paciente já evolui para óbito! 
 Indiferenciado = anaplásico. Logo, são células indiferenciadas as quais não se parecem com as células 
presentes na tireoide. As células tendem a crescer muito rápido e invadem e destrói o tecido adjacente, 
fazendo os pacientes a terem sintomas de rouquidão (por invadir a laringe), disfagia (por invadir o 
esôfago), dispneia, tosse. 
 ≥ 65 anos (mulheres ou homens idosos são os mais acometidos). 
 Massas volumosas, crescimento rápido (pois a taxa mitótica é rápida), invasiva. 
 Agressivo: mortalidade100% (não há terapia efetiva para frear a proliferação dessas células 
neoplásicas). A remoção cirúrgica as vezes nem é aconselhável. 
 Patogenia: desdiferenciação dos carcinomas papilífero ou folicular. Acredita-se que ele se origine do 
carcinoma papilífero ou folicular e conforme as células neoplásicas se proliferam, elas se tornam 
indiferenciadas, tendo uma potencia de crescimento de invasão maior que gera o carcinoma anaplásico. 
Na analise histopatológica se encontra áreas de crescimento papilífero e outras de carcinoma folicular 
associado com essas células indiferenciadas. 
 
Macroscopia: 
 
 Região esbranquiçada é a neoplasia, a qual cresceu de forma que infiltrou e destruiu a traqueia, 
formando esse buraco que invadiu e destruiu o tecido. O paciente provavelmente tinha rouquidão, 
dispneia. 
 
Microscopia: 
 
 
A. Neoplasia indiferenciada, podendo ser constituída por células de diferentes tamanhos; na imagem 
predominam células pequenas, entremeadas a células grandes; núcleos bizarros, totalmente 
pleomorficas. 
B. Neoplasias surgindo como células gigantes entremeadas a células fusiformes; a cabeça da seta mostra 
uma possível associação de carcinoma anaplásico com carcinoma papilífero. 
C. Células gigantes que se assemelham a osteoclastos. 
D. Predomínio de células neoplásicas fusiformes/sarcomatoide/alongadas, com evidente pleomorfismo. 
 
NÃO LEMBRA EM NADA O CRESCIMENTO NORMAL DAS CELULAS TIREOIDIANAS! 
 
PAAF: 
 
 Células bizarras, redondas, com núcleo grande, podem se apresentar fusiformes, alongadas 
entremeadas com áreas de hemorragia e de material coloide. Núcleos maiores, citoplasmas evidentes 
seja na forma fusiforme ou células gigantes com grande quantidade de citoplasma ao redor. 
 
Carcinoma Medular da Tireoide 
Neoplasia neuroendócrina (5%) – cels dotadas da capacidade de produzir hormônios: 
 Origem: células C (parafoliculares)  calcitonina (bem diferenciado). Único e mais comum que surge 
desse tipo de células parafoliculares! 
 70%  esporádico (40-50 anos). Mutação ao acaso que leva a manifestaçãodesse carcinoma. Paciente 
pode ter o crescimento localizado da massa e conforme ele expande pode ter manifestação de 
rouquidão e disfagia de acordo com a invasão dos órgãos adjacentes. 
 30%  familial (~10 anos), síndromes neoplásicas endócrinas múltiplas (MEN). Paciente que vai ter 
manifestação de carcinoma medular, mas que pode estar apresentando outras neoplasias 
neuroendócrinas em outros órgãos, como paratireoide, intestino, estomago, por exemplo. Além dos 
sintomas localizados, igual do esporádico, pode-se também ter outras neoplasias neuroendócrinas 
surgindo em outros órgãos de forma concomitante. 
 
Por exemplo: é diagnosticado com o carcinoma de origem familial, logo, é recomendado que os 
familiares mais próximos sejam avaliados/rastreados geneticamente, pois o gene RET mutado 
quando positivo é aconselhado que esses parentes façam uma tireoidectomia profilática, pois 
necessariamente eles terão o desenvolvimento do carcinoma medular ao longo da vida. 
 Sintomas: neoplasias endócrinas em outros órgãos. 
 MEN+  tireoidectomia profilática. 
 Patogenia: mutações em RET  proliferação e sobrevivência. 
 
Macroscopia: 
 
 Esporádicos – normalmente massa unilateral. 
 Familial – pode ser bilateral, acometendo os dois lobos, e podem ser multicêntricas (vários nódulos 
surgindo). 
 Crescimento sólido, não encapsulado (logo, crescimento infiltrativo da massa neoplásica), 
esbranquiçado-avermelhado, infiltrativo/estrelado e quando a massa neoplásica é muito grande 
podemos encontrar necrose e hemorragia. 
 
Microscopia: 
 
 Origem das células parafoliculares, as quais podem se proliferar e crescer na forma de ninhos, esféricas 
(redondas), fusiformes (alongadas). 
 Por entre as células neoplásicas encontraremos áreas eosinofílicas, observando deposição de amiloide 
(proteína transmembrana presente na membrana celular das células neoplásicas) as quais podem 
acumular no tecido ou no interstício ou citoplasma das células neoplásicas (é essa faixa rosa que estão 
entre as células neoplásicas). 
 
Pode ser feita uma imunohistoquímica: 
 
 Tudo que esta como marrom forte indica positividade pra calcitonina, a qual está presente no 
citoplasma das células. 
 
 Calcitonina inibe reabsorção óssea, logo, tende a diminuir os níveis de cálcio livre no sangue. Assim, 
pensando no carcinoma medular, os níveis de calcitonina estarão elevados sericamente, enquanto os 
níveis de cálcio estarão NORMAIS nesse paciente, pois a hipocalcemia é RARA. 
*Calcitonina elevada = MUITO INDICATIVO DE CARCINOMA, usada para diagnóstico e acompanhamento pós-
cirúrgico.

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