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O Pós-Positivismo Jurídico Prof. Dr. Luiz Carlos C. de Oliveira Aula do dia 26 de Outubro Refere-se à crise dos modelos paradigmáticos da teoria jurídica e à ascensão, a partir dos anos 1970, de correntes de pensamento alternativo que, numa outra direção, procuram estabelecer o nexo entre o direito e outros discursos sociais: o da política, o da ética, o da economia, o da comunicação social. Com isso, cria-se um ambiente propício à transformação; surge um novo pensamento jusfilosófico: o pós-positivismo. A crise do positivismo e sua derrocada, são evidenciados, entre outras razões: 1) pelo pluralismo e a complexidade da sociedade pós-moderna, que fazem sucumbir a ideia de completude do sistema positivo codificado. 2) pelas dificuldades de mitigar a aplicação das normas positivas mesmo diante de soluções absurdas ou desproporcionais, como no exemplo do sacrifício de seres humanos na Alemanha nazista. O que se busca atualmente são as bases de uma nova teoria: o pós-positivismo. As principais características desse novo posicionamento teórico podem ser identificadas, em suma, como: A) abertura valorativa do sistema jurídico e, sobretudo, da Constituição; B) tanto princípios quanto regras são considerados normas jurídicas; C) a Constituição passa a ser o locus principal dos princípios; D) o aumento da força política do Judiciário em face da constatação de que o intérprete cria norma jurídica. Um grande desafio está lançado, o de buscar a justiça dentro de uma sociedade pluralista. Se a sociedade é plural, a Constituição deve ser pluralista. Dessa forma, os valores jurídicos indicam, também, “as finalidades a serem alcançadas pelo ordenamento”, uma vez que expressam valores sociais como justiça, segurança, igualdade, paz (CASTILHOS, 2009, p. 778). Com essa concepção, o positivismo jurídico não foi capaz de propiciar justiça às relações sociais. Um vácuo de justiça entre a confecção da norma e sua aplicação tornou-se o principal problema dessa argumentação filosófica.