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DESENVOLVIMENTO Criança e Adolescente. Teorias. Fases. Marcos. Cognitivo, Emocional e Social : Lorena Lima, M7 pré-natal (da concepção ao nascimento); primeira infância (do nascimento aos 3 anos de idade); segunda infância (de 3 a 6 anos); terceira infância (de 6 a 11 anos); adolescência (de 11 a 18 anos); Desenvolvimento — é uma alteração e expansão gradual; avanço a partir dos estágios menos para os mais avançados de complexidade; o surgimento e a expansão das capacidades do indivíduo por meio do crescimento, amadurecimento e aprendizado. Papalia, Olds e Feldman (2006) descrevem as fases da infância e adolescência da seguinte forma: Um marco do desenvolvimento é um conjunto de habilidades e de competências específicas a cada estágio do desenvolvimento que as crianças precisam alcançar ou dominar para desempenharem funções de modo efetivo dentro de seu ambiente. A personalidade e as habilidades cognitivas desenvolvem-se em grande parte como o crescimento biológico — novas aquisições somam-se a habilidades previamente dominadas. Muitos aspectos dependem do crescimento e do amadurecimento físicos.¹ PRINCIPAIS TEORIAS Desenvolvimento Psicossexual (Freud) De acordo com Freud, todo comportamento humano é energizado por forças psicodinâmicas, e essa energia psíquica é dividida entre três componentes da personalidade: o id, o ego e o superego.¹ Estágio Oral (até 1 ano)- Durante a lactância, a principal fonte de procura de prazer está nas atividades orais, como succionar, morder, mastigar e vocalizar. Estágio anal (1 a 3 anos)- O interesse durante o segundo ano de vida se concentra na região anal à medida que os músculos do esfíncter se desenvolvem e as crianças são capazes de segurar ou expelir material fecal quando querem. Estágio fálico (3 a 6 anos)- Durante o estágio fálico, a genitália torna-se uma área interessante e sensível do corpo. As crianças reconhecem diferenças entre os sexos e tornam-se curiosas sobre essas diferenças. O id é a mente inconsciente, é inato, instinto. O id obedece ao prazer de satisfazer as necessidades imediatamente. O ego é a mente consciente, serve ao princípio da realidade. Funciona como o eu consciente, capaz de controlar o pensamento irracional do id e encontrar meios reais de satisfazer seus instintos. Já o superego, é a consciência, funciona como o árbitro moral e representa o ideal. É o mecanismo que impede que indivíduos expressem instintos indesejáveis que poderiam ameaçar a ordem social. Freud considera os instintos sexuais importante no desenvolvimento da personalidade, assim ele usa o termo psicossexual para descrever qualquer desejo sexual, que se faz presente desde a infância, mas com determinadas regiões em cada fase do desenvolvimento: : Lorena Lima, M7 Freud comparou o desenvolvimento psicossexual a um exército que avança deixando em cada fase algumas tropas. Todavia para que esse exército não se enfraqueça é fundamental que esse número não seja elevado (fixação num estágio). Sempre que prazer for frustrado ou exagerado, numa determinada fase. pode ocorrer a fixação. Por outro lado, como foi dito, forma como cada fase foi vivenciada é determinante no comportamento futuro do individuo.¹ Período de latência (6 a 12 anos)-Durante esse período, as crianças elaboram sobre traços e habilidades previamente adquiridos. A energia física e a energia psíquica são canalizadas para a aquisição de conhecimento e brincadeira vigorosa. Estágio genital (12 ou mais anos de vida)- O último estágio importante tem início na puberdade com o amadurecimento do sistema reprodutivo e a produção de hormônios sexuais. Os órgãos genitais tornam-se a principal fonte de tensões e prazeres sexuais, porém as energias também são investidas na formação de amizades e no preparo para o casamento. É o período em torno do qual questões controversas do complexo de Édipo e do complexo de Electra, inveja do pênis e ansiedade de castração, se concentram. Desenvolvimento Psicossocial (Erikson) É a teoria mais amplamente aceita e a proferida. Embora construída sobre a teoria de Freud, é conhecida como desenvolvimento psicossocial e enfatiza a personalidade saudável em oposição a uma abordagem patológica.¹ : Lorena Lima, M7 Iniciativa versus culpa (3 a 6 anos): Corresponde ao estagio fálico de Freud, aqui a criança explora o mundo com todos os seus poderes (imaginação) e desenvolvem uma consciência, uma voz interna que as repreende e guia. Podem realizar atividade conflitantes com as dos genitores e isso as faz sentir com que suas atividades são ruins e surge a sensação de culpa. Mas as crianças devem ser encorajadas a ter iniciativa sem adentrar o direito do outro. Os frutos são a determinação e direcionamento. Engenhosidade versus inferioridade (6 a 12 anos): Corresponde ao período de latência, aqui as crianças querem se engajar em tarefas e atividades que possam realizar até o fim; precisam e querem realizações verdadeiras. Aprendem a competir e cooperar com outras pessoas e aprendem as regras. Sentimentos de inadequação e inferioridade podem se desenvolver se for esperado muito das crianças ou se elas acreditarem que não conseguem alcançar os padrões estabelecidos. Identidade versus confusão de papéis (12 a 18 anos de vida): Corresponde ao período genital, há muitas mudanças físicas que geram insegurança da criança em relação a si própria e como os outros a veem. Os adolescente lutam para se enquadrar na sociedade, aos modismos e ao que querem ser.¹ Confiança versus desconfiança (até 1 ano de vida): A confiança é o atributo essencial para o início do desenvolvimento da personalidade, que irá existir em relação ao cuidadores principalmente. Assim, os cuidados à criança são fundamentais, caso as necessidades do menor não sejam adequados surge a desconfiança. O bom desenvolvimento dessa fase leva a fé e otimismo, a capacidade de confiar em si mesmo e nos outros. Autonomia versus vergonha e dúvida (1 a 3 anos): Corresponde a fase anal de Freud, e está relacionado a crescente capacidade da criança em controlar seu corpo e o ambiente. Demonstram capacidade de tomar decisões, fazer coisas por si só, caminhar, escalar, manipular, aprendem de imitar os outros. Quando são desencorajadas ou impedidas de agir sozinhas, surge a dúvida, ou vergonha por serem dependentes dos outros em áreas que já são capazes. O fruto do desenvolvimento da autonomia é a força e o autocontrole. Cada estágio psicossocial tem dois componentes — os aspectos favoráveis e os aspectos desfavoráveis do conflito central —, e o progresso até o estágio seguinte depende da resolução desse conflito. Nenhum conflito central é completamente dominado, e sim permanece um problema recorrente por toda a vida. Nenhuma situação na vida é completamente segura. Cada situação nova apresenta um conflito em uma nova forma. A abordagem de Erikson em relação ao desenvolvimento da personalidade por toda a vida consiste em oito estágios; no entanto, apenas os cinco primeiros relacionados com a infância: : Lorena Lima, M7 O raciocínio também é transdutivo — como dois eventos ocorrem juntos, um causa o outro, ou o conhecimento de uma característica é transferido para um outra (p.ex., toda mulher com barriga grande tem bebê). Operações concretas (7 a 11 anos): Nesta idade, o pensamento torna-se cada vez mais lógico e coerente.. Elas desenvolvem um novo conceito de permanência — conservação, ou seja, elas se dão conta de que fatores físicos (como volume, peso e número) permanecem os mesmos embora os aspectos externos tenham mudado. Não têm a capacidade de lidar com abstração, solucionam problemas de maneira sistemática e concreta com base no que conseguem perceber. O raciocínio é indutivo. As crianças conseguem considerar pontos de vista diferentes dos delas. O raciocínio torna-se socializado. Operações formais (11 a 15 anos): O pensamento operacional formal caracteriza-se por adaptabilidade e flexibilidade. Os adolescentes podem pensar em termos abstratos, usar símbolos abstratos e estabelecer conclusõeslógicas a partir de um conjunto de observações.Embora possam confundir o ideal com o praticável, conseguem lidar com a maioria das contradições no mundo e resolvê-las.¹ Sensório-motor (até 2 anos): As crianças evoluem desde comportamentos repetitivos simples até comportamento imitativo. A resolução de problemas é primariamente por tentativa e erro. Tornam-se conscientes de que os objetos têm permanência — que um objeto existe embora não esteja mais visível. Perto do fim do período sensório-motor, as crianças começam a usar a linguagem e o pensamento representacional. Pré-operacional (2 a 7 anos): A característica predominante é o egocentrismo, que, nesse sentido, não significa presunção, e sim a incapacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. O raciocínio pré-operacional é concreto e tangível. As crianças não conseguem arrazoar além do observável e não possuem a habilidade de deduzir ou generalizar. No estágio tardio desse período, seu arrazoamento é intuitivo (p.ex., as estrelas têm de ir para a cama assim como elas vão). Desenvolvimento Cognitivo (Piaget) Com o desenvolvimento cognitivo, as crianças adquirem a habilidade de raciocinar de modo abstrato, pensar de maneira lógica e organizar funções ou desempenhos intelectuais alcançando estruturas de ordem cada vez mais elevadas. A linguagem, os conceitos morais e o desenvolvimento espiritual emergem à medida que as habilidades cognitivas avançam. Jean Piaget (1969), um psicólogo suíço, desenvolveu uma teoria de estágios para a melhor compreensão do modo pelo qual uma criança pensa. De acordo com Piaget, a inteligência possibilita aos indivíduos fazerem adaptações ao ambiente de modo a aumentar a probabilidade de sobrevivência.¹ https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150478/epub/OEBPS/Text/B9788535288674000036.xhtml?favre=brett#bib0140 : Lorena Lima, M7 A maturação neurológica explica a consolidação do sono em blocos de 5 ou 6 h, com breves períodos de vigília para a alimentação. No cognitivo, os lactentes se habituam ao que é conhecido, respondendo menos a estímulos repetidos e aumentando a sua atenção a novos estímulos. O período pré-natal e o primeiro ano de vida fornecem uma plataforma para crescimento e desenvolvimento notáveis, definindo a trajetória de vida de uma criança. A plasticidade neural, a capacidade do cérebro ser moldado pelas experiências, tanto positivas como negativas, está em seu pico. O volume cerebral total duplica no primeiro ano de vida e aumenta mais 15% durante o segundo ano. A mielinização do córtex começa entre o sétimo e oitavo mês da gestação e continua até a adolescência e juventude. Ocorre da região posterior para a anterior, viabilizando a maturação progressiva das vias sensoriais, motoras e finalmente das vias associativas. Todos os parâmetros de crescimento devem ser traçados, utilizando as tabelas da Organização Mundial da Saúde, que mostram como as crianças desde o nascimento até 72 meses de vida “devem” crescer em circunstâncias ideais (utilizados na caderneta da criança na parte de desenvolvimento). O crescimento e desenvolvimento seguem tendências que se prologam da vida intrauterina para fora, tendo direções ou gradientes regulares que refletem o amadurecimento das funções neuromusculares. A primeira tendência é cefalocaudal, em que os bebês alcançam o controle da cabeça antes do tronco e membros, usam os olhos antes das mãos, depois as mãos antes dos pés, similar ao que ocorre intrauterino em que a região cefálica se desenvolve primeiro que os brotos dos membros. A segunda é proximaldistal, da linha média para as periferias, já que em lactentes o controle do ombro precede o domínio das mãos e por último dos dedos. O SNC se desenvolve mais rapidamente que o periférico. FASES DO DESENVOLVIMENTO 0- 2 MESES No lactente nascido a termo, a mielinização está presente no tronco cerebral dorsal, a substância branca cerebelar adquire mielina por volta do primeiro mês de vida e está bem mielinizada aos 3 meses de idade. No desenvolvimento motor, os braços ficam pendentes ao lado do corpo, o movimentos dos membros consistem basicamente em contrações descontroladas, com abertura e fechamento das mãos aparentemente sem propósito. O sorriso ocorre involuntariamente. O olhar, os giros da cabeça e a sucção são mais bem controlados Sendo esse desenvolvimento bilaterial e simétrico, cada lado desenvolve igual ao outro. A terceira tendência é a diferenciação, em que o desenvolvimento sai de padrões gerais e amplos para operações mais elaboradas e refinadas. Todas as áreas de desenvolvimento (física, cognitiva, social e emocional) procedem nessa direção. : Lorena Lima, M7 Aos 4 meses de idade, os lactentes estão cada vez mais interessados no mundo, durante a amamentação não se concentram apenas na mãe. Ao explorarem seu corpo, balbuciarem, tocarem, perceberam o que já são capazes de fazer sozinho sinaliza o início do desenvolvimento da personalidade. Também emocionalmente esses bebês interagem de forma mais sofisticada, as expressões faciais agora estão dentro de contextos e não como reflexos. Eles sabem interagir frente a frente com adulto, demonstrar emocionais, é o desenvolvimento da comunicação.² 2 - 6 MESES Resposta ativa ao contato social. • Segura objetos. Emite sons. De bruços, levanta a cabeça, apoiando-se nos antebraços.³ Busca ativa de objetos. Leva objetos a boca. Localiza o som. Muda de posição ativamente (rola).³ Essa fase é marcada pelo desaparecimento dos reflexos primitivos que antes limitavam o movimento da criança, agora ela realiza os movimentos conscientemente. A redução do reflexo da garra inicial possibilita que o bebê segure e solte objetos voluntariamente. O aumento do controle de flexão do tronco possibilita o rolamento intencional. Como podem manter a cabeça firme enquanto sentadas, o lactentes podem olhar através dos objetos em vez de apenas olhar para esses, abrindo uma nova gama visual. Podem começar a se alimentar com uma colher. Ao mesmo tempo, a maturação do sistema visual possibilita uma percepção maior da profundidade.² De 2 a 4 meses: De 4 a 6 meses: Moro Preensão plantar e palmar Babinski Tônico assimétrico Sucção Marcha Vocalização Esperneio alternadamente Sorriso social Abre as mãos.³ A mielinização das vias sensoriais e motoras, antes do nascimento na medula espinhal e após o nascimento no córtex cerebral, talvez explique o aparecimento e o desaparecimento dos reflexos primitivos, um sinal de organização neurológica e de saúde. O desaparecimento, em determinado momento, de reflexos desnecessários é sinal de que as vias motoras no córtex foram parcialmente mielinizadas, permitindo a passagem para o comportamento voluntário.² Para crianças menores de 1 mês todos os reflexos primitivos se fazem presentes: De 1 mês a 2 meses espera-se que a criança tenha: : Lorena Lima, M7 12 - 18 MESES Brinca de esconde-achou. Transfere objetos de uma mão para outra. Duplica sílabas. Senta-se sem apoio. Imita gestos. Faz pinça. Produz “jargão”. Anda com apoio.³ Com a conquista da posição sentada, as crianças de 6 a 12 meses de idade adquirem maior mobilidade e novas habilidades para explorar o mundo a seu redor, e demonstram avanços na compreensão e comunicação cognitiva, com novas tensões ao redor de temas como apego e separação.² De 6 a 9 meses: De 9 a 12 meses: A complexidade da brincadeira de um bebê, quantos esquemas diferentes são exercidos, é um indicador útil do desenvolvimento cognitivo nessa idade. O prazer, a persistência e a energia investida sugere que há um pulso intrínseco para o domínio de habilidade, que a cada conquista gera naquela criança mais confiança. Aos 9 meses eles aprendem a permanência do objeto, que mesmo que "escondido" atrás do examinador, eles irão continuar a busca.² Emocionalmente, essas podem sentir ansiedade por pessoas estranhas que se aproximam, a separação dos pais também causa desconforto. A birra também pode aparecer pelo desejo de autonomia da criança em contraste ao domíniodos pais. A comunicação não verbal vem desde os 7 meses, aos 9 eles entendem que as emoções podem ser compartilhadas, surgem as palavras balbuciadas multissilábicas (“ba-da- ma”).² 6 - 12 MESES Mostra o que quer. Coloca blocos na caneca. Diz uma palavra. Anda sem apoio. Usa colher ou garfo para se alimentar. Constrói torres de dois cubos. Fala três palavras. Anda para trás.³ A recente descoberta da atividade de caminhar pela criança pequena permite sua separação e independência. Com 18 meses, a emergência do pensamento simbólico e da linguagem causa uma reorganização do comportamento, com implicações em muitos domínios do desenvolvimento.² De 12 a 15 meses: De 15 a 18 meses: O aprendizado segue os preceitos do estágio sensório-motor de Piaget. Os objetos que são usados como brinquedo também apresentam maior probabilidade de serem usados para os seus propósitos apropriados (pentes para o cabelo, copos para beber). O jogo de faz de conta (simbólico) centraliza-se no próprio corpo da criança (fingir que está bebendo em um copo vazio).² Emocionalmente, próximo ao marco de desenvolvimento da marcha inicial, os bebês podem estar mais irritados. Assim que começam a andar o humor muda, eles se tornam "excitados" pela nova habilidade. Usando os pais como referencial ele se afasta e volta orgulhoso de suas conquistas, o bebê ilustra o estágio de autonomia e separação de Erickson. Todas as crianças experimentarão um tipo de pirraça, refletindo sua incapacidade em esperar pela gratificação. A linguagem se torna polissilábica, com 12 anos já respondem apropriadamente o sim e não, com 15 meses usa 4 a 6 palavra espontaneamente. ² : Lorena Lima, M7 2 - 5 ANOS (PRÉ-ESCOLAR) Tira roupa. Constrói torre de três cubos. Aponta duas figuras. Chuta a bola³ Na faixa de 18 a 24 meses, vamos observar os seguintes comportamentos: Com aproximadamente 18 meses de idade, várias alterações cognitivas coalescem, marcando a conclusão do período sensório-motor. A permanência do objeto está firmemente estabelecida; as crianças pequenas antecipam aonde um objeto chegará, mesmo quando o objeto não estava visível ao ser movido. Esse estágio, frequentemente descrito como “restabelecimento de laços”, pode ser uma reação à crescente percepção da possibilidade de uma separação.A ansiedade de separação se manifestará no momento de dormir. Muitas crianças usam um cobertor ou um brinquedo de pelúcia como um objeto de transição, que funciona como a presença simbólica da mãe/pai ausentes. Após a percepção de que as palavras podem dar significado a coisas, o vocabulário de uma criança salta de 10 a 15 palavras aos 18 meses para entre 50 e 100 aos 2 anos.Nesse estágio, as crianças pequenas compreendem ordens em duas etapas, como “Me dê a bola e depois pegue os seus sapatos.” A linguagem também proporciona à criança pequena um sentido de controle de seu ambiente como em “boa noite” ou “tchau”. ² 18 - 24 MESES Em fase pré-escolar, as crianças exploram a separação emocional, alternando entre a teimosia da oposição e a alegria da colaboração, entre a exploração ousada e a dependência. Incentivadas por suas cada vez maiores e novas habilidades e realizações, crianças em fase pré- escolar também estão cada vez mais conscientes das limitações que lhes são impostas pelo mundo adulto e de suas próprias habilidades limitadas. O cérebro em fase pré-escolar passa por mudanças drásticas na sua anatômicas e em sua fisiologia, a região cortical aumenta em área, diminui em espessura e muda de volume. Aumentos significativos ocorrem nas exigências metabólicas do cérebro. Em geral, para concluir uma mesma tarefa cognitiva, em crianças menores são utilizadas mais regiões cerebrais que em maiores. O cérebro em fase pré-escolar é caracterizado pelo crescimento e pela expansão, que serão acompanhados nos anos seguintes pela “poda” dos excessos de sinapses. A linguagem está em evolução, com o desenvolvimento mais rápido nessa faixa etária de 2 a 5 anos. O vocabulário aumenta de 50 a 100 palavras para mais de 2 mil. Como regra prática, na faixa etária entre 2 e 5 anos, o número de palavras em uma frase típica é igual à idade da criança (duas se a criança tem a idade de 2 anos, três por 3 anos de idade, e assim por diante). A linguagem está ligada tanto ao desenvolvimento cognitivo como ao emocional. Atrasos de linguagem podem ser os primeiros indícios de que uma criança tenha uma deficiência intelectual, um transtorno do espectro autista, ou de que tenha sido maltratada.² : Lorena Lima, M7 6 - 11 ANOS (ESCOLAR) Veste-se com supervisão. Constrói torres com seis cubos. Forma frases com duas palavras. Pula com ambos os pés. Brinca com outras crianças. Imita uma linha vertical. Reconhece duas ações. Arremessa a bola. Veste uma camiseta. Move o polegar com a mão fechada. Compreende dois adjetivos. Equilibra-se em cada pé por um segundo. Emparelha cores. Copia círculos. Fala inteligível. Pula em um pé só. Veste-se sem ajuda. Copia uma cruz. Compreende quatro preposições. Equilibra-se em cada pé por três segundos. Escova os dentes sem ajuda. Aponta a linha mais comprida. Define cinco palavras. Equilibra-se em um pé cinco segundos.³ O período pré-escolar corresponde à fase pré-operacional (pré-lógica) de Piaget, caracterizada por pensamento mágico, egocentrismo e pelo pensamento dominado pela percepção, não abstração. Egocentrismo diz respeito à incapacidade de uma criança levar em consideração o ponto de vista de outro e não conota egoísmo. Aos 3 anos de idade, as crianças autoidentificam seu sexo e estão ativamente buscando a compreensão do significado de identificação do gênero.² De 2 anos a 2 anos e 6 meses: De 2 anos e 6 meses a 3 anos: De 3 anos a 3 meses e 6 meses: De 3 anos e 6 meses a 4 anos: De 4 anos a 4 anos e 6 meses: De 4 anos e 6 meses a 5 anos: A fase escolar (6-11 anos de idade) é o período em que as crianças cada vez mais se separam dos pais e procuram a aceitação por parte dos professores, outros adultos e colegas. As crianças começam a se sentir sob pressão para se adequar ao estilo e aos ideais do grupo de pares. A autoestima torna-se uma questão central, à medida que as crianças desenvolvem a capacidade cognitiva para considerar suas próprias autoavaliações e sua percepção de como os outros as veem. O pensamento das crianças no início da idade do ensino fundamental difere qualitativamente das crianças em fase pré-escolar. Aplicam regras baseadas em fenômenos observáveis e interpretam suas percepções usando as leis físicas. Piaget documentou essa mudança das operações pré- operacionais para o concreto lógico. A escola aumenta as demandas cognitivas sobre a criança. O domínio do currículo elementar exige que um grande número de processos cognitivos, de linguagem e perceptivos trabalhem de maneira eficiente. A meta de ler um parágrafo não é mais para decodificar as palavras, mas para compreender o conteúdo; o objetivo da escrita não é mais a ortografia ou a caligrafia, mas a redação. Embora com 6 anos de idade a maioria das crianças tenha uma consciência (regras internalizadas da sociedade), elas variam muito em seu nível de desenvolvimento moral.À medida que crescem, a maioria vai reconhecer não apenas suas próprias necessidades e desejos, mas também as de outros, embora as consequências pessoais ainda sejam o principal condutor do comportamento. Os comportamentos sociais socialmente indesejáveis são considerados errados. : Lorena Lima, M7 ADOLESCENCIA A maturação precoce da amígdala e de outras estruturas límbicas, que estão envolvidas na experiência de medo e emoção, em relação aos sistemas de função executiva frontal, que facilitam a regulação e interpretação destas experiências emocionais, poderia explicar porque os adolescentes são mais propensos a tomar más decisões em situações altamente carregadas de emoção, em comparação aos adultos maduros. Esses chamados processos de “cognição quente” podem resultar no adolescente tomando uma decisão diferente no contextode uma forte experiência afetiva do que em um estado menos emocional (“cognição fria”). As mudanças fisiológicas impulsionadas pelos hormônios e o desenvolvimento neurológico em curso ocorrem em conjunto com as estruturas sociais que promovem a transição desde a infância até a idade adulta. Este período do desenvolvimento compreende a adolescência, que é dividida em três fases — adolescência inicial, média e final — cada uma marcada por um conjunto característico de marcos biológicos, cognitivos e psicossociais. O desenvolvimento cognitivo se correlaciona mais estreitamente com a idade cronológica do que com a maturação da puberdade. À medida que as crianças progridem ao longo da adolescência, elas desenvolvem e refinam sua capacidade em usar os processos formais e operacionais de pensamento. Os adolescentes na fase média e final desenvolvem a capacidade de considerar opções múltiplas e de avaliar, no longo prazo, as consequências de seus atos. O entendimento de que o principal desenvolvimento estrutural do cérebro é completado na infância está ultrapassado. Agora está claro que a neuromaturação continua até a terceira década. Essa maturação se traduz na redução da matéria cinzenta, aumento da branca e melhora na eficiência da comunicação e conexões de diferentes regiões do cérebro. A diminuição da matéria cinzenta se traduz pela "poda" de sinapses que eram raramente utilizadas, e o aumento da branca se relaciona com maior mielinização e consequente facilitação na transmissão de informações. Estas alterações são primeiro observadas no córtex posterior (regiões sensorial e motora) e progridem anteriormente, que são as últimas a amadurecerem ( córtex pré-frontal= processos cognitivos complexos). : Lorena Lima, M7 : : Lorena Lima, M7 TRANSTORNOS MENTAIS DA ADOLESCENCIA : Lorena Lima, M7 De acordo com o DMS-5 que esses transtornos dizem respeito à grande incapacidade de controle de emoções e comportamentos, sendo expressada com violações do direito do outro e desrespeito a autoridades. É importante diferenciar esses aspectos, como ocorrem, sua intensidade e gravidade, visto que esses eventos ocorrem na adolescência em alguma proporção. Além disso, segundo o DSM 5 (APA, 2014), é durante a infância ou a adolescência que os referidos transtornos propendem a se iniciar. Considera-se, também, que os diagnósticos são comumente mais atribuídos a pessoas do sexo masculino. O transtorno de conduta é caracterizado pelo DSM-5 por constantes comportamentos, nos últimos 12 meses, que resultam em violação dos direitos dos outros e de regras já compreendidas pela idade. Esse padrão se manifesta em vários ambientes, com agressão à pessoas e animais, destruição de propriedades, falsidade e/ou furto. Sendo que esses sintomas não aparecem subitamente, existe uma evolução na gravidade do comportamento. É necessário avaliação para diferenciar entre os dois tipos, o que teve início na infância, com sintomas até os 10 anos, e o de início na adolescencia, em que não houve sintomas até os 10 anos. Essa criança/adolescente apresenta uma personalidade com projeção de uma imagem de dureza, baixa autoestima, baixo autocontrole e baixa tolerância a frustações, com explosões de raiva. Esse indivíduo também não tenta ocultar sua conduta ilegal, os pensamentos suicidas são usuais já que a prejuízo na socialização, com afastamento da escola. Não há ainda um tratamento específico, mas utiliza-se os mesmo medicamentos de transtornos de conduta (haloperidol, risperidona, lítio). Art: Psicopatologia na infância e Adolescencia, 2019. DOI10.35984/fjh.v1i4.153 TRANSTORNOS DISRUPTIVO, DO CONTROLE DE IMPULSOS E DA CONDUTA TRANSTORNOS DE ANSIEDADE A ansiedade na infância esta em íntima ligação com os cuidadores, já que as relações entre os familiares contribuem para formação do padrão de funcionamento interno diante das circunstância da vida. De acordo com Knapp (2004), as manifestações dos transtornos de ansiedade em crianças e adolescentes possui três dimensões: comportamental, fisiológica e cognitiva. A primeira é a mais notória, envolve comportamentos de fuga, choro, voz tremula, roer unhas, chupar polegar e até correr. Já a fisiológica, reproduz atividades no SNC, como náuseas, vômitos, palpitação, sudoreses, sensação de sufocamento, ondas de frio ou calor e outros. Já a cognitiva se caracteriza nos pensamentos ansiosos, como preocupações com o julgamento dos outros. Se não tratado na infância a tendência é que o transtorne se prolongue à vida adulta, o tratamento é igual ao adulto com benzodiapezínicos (alprazolam e clonazepam), além dos ISRS. Art: Psicopatologia na infância e Adolescencia, 2019. DOI10.35984/fjh.v1i4.153
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