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Resenha A GEOGRAFIA NO PENSAMENTO FILOSÓFICO

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A GEOGRAFIA NO PENSAMENTO FILOSÓFICO
PEREIRA, Maria Florice Raposo. A Geografia no pensamento filosófico. Revista de Geografia da UFC, Ceará, ano 5,n.10, p.31-37, 2006.
 A Doutora Maria Florice Raposo Pereira em seu artigo aborda a formação da Geografia com Ciência, assim apresenta as contribuições do pensamento filosófico para a formação da Geografia. Onde o conhecimento geográfico começa a ser analisado pelos filósofos para a explicação do mundo, sendo alguns dos pensamentos, teorias e princípios dos filósofos, defendidos por renomeados geógrafos.
O Artigo se divide em duas partes, sendo a primeira a introdução, e a segunda a conclusão. 
Na introdução, a autora aborda a origem na geografia com o início das bases filosóficas, onde os filósofos começam a ter a noção de espaço, e desenvolverem um olhar geográfico pela observação, para decifrarem as diferentes noções de espaço, que é o objeto de estudo da geografia. Apesar de a geografia ser uma ciência considerada “nova”, ela pode ser considerada uma ciência com mais extensiva história, pelos antigos saberes geográficos de épocas mais remotas, segundo Sodré (1982). A noção de habitação, locomoção, de vivência do homem, sempre foram registradas por variadas civilizações, sendo os gregos os primeiros a registrarem e fazerem teorias sobre a geografia, através de anotações de navegadores, militares, trabalhos matemáticos, historiadores, médicos, filósofos e literatas. 
O determinismo geográfico é a análise de filósofos como Heródoto, Hipócrates, Platão e Aristóteles sobre a influência do meio sobre o homem, em variadas características que cada um pregava. Desta forma, na Grécia “democrática”, as contradições estavam bem evidentes pela forma que o determinismo natural mostrava, era também explicado como hierarquia social entre as contradições sobre a expansão, dominação mercantil, militar e concepção de mundo dos gregos. Portanto a geografia na Antiguidade Clássica estava de acordo com que o determinismo pregado na época, onde este era caracterizado com uma lei geral para estabelecer “lugares corretos” para cada “coisa”.
Mesmo sendo considerada novata, a Geografia é embasada por autores da modernidade em fundamentos filosóficos. O primeiro filósofo a trabalhar de forma explicita o espaço foi Galileu, onde analisou a realidade segundo a ótica do movimento, do tempo e do espaço. Ele foi um dos iniciantes do método que definiu a modernidade. Para a comprovação experimental, era necessária a confirmação do conhecimento, para a partir daí se tornar Científico
 O contemporâneo de Galileu, Francis Bacon (1588-1627), mesmo sua leitura de não muito citada, esta auxilia a compreender a passagem do conhecimento geográfico contemplativo, que explicava os fenômenos , para o conhecimento instrumental, dando condições para que a sociedade pudesse interferir sobre a natureza, dominando-a, transformando-a para seu serviço. A utilizar a natureza em beneficio do homem. Mesmo longe do fim do determinismo geográfico, já se via uma forma de intervenção do homem sobre o espaço, para sua utilização na redução de diferenças econômicas e naturais determinadas pelo espaço. O Conhecimento de Bacon era um meio certo, de conquista sobre o poder natural.
 Até os dias atuais, se adere à concepção que para se chegar a base da ideia moderna do conhecimento científico, é a partir da experimentação, onde a definição somente é dada a partir da observação dos fenômenos . Desta forma a certeza de conhecimento de atuação sobre as coisas, reforça a relevância de se ter o conhecimento dos fatos e fenômenos da natureza geográfica. Onde o autor explica que o conhecimento contemplativo sobre o estudo da natureza, ajuda na compreensão sobre a ordem da sociedade, e já o conhecimento instrumental é a necessidade de investigação sobre a natureza, pois nesta teoria o homem não precisa da mesma para sua sobrevivência, desta forma o conhecimento sobre ela se torna a melhor maneira de conquistá-la.
Após muito tempo a observação e o método indutivo na geografia e seus princípios são mais tarde usados por Bacon, que é o se tornam o principal núcleo do seu método, já Jean Brunhe através de seu método de analogia que é semelhante a Bacon, onde ambos buscavam através da comparação de fatos específicos para chegarem a compreensão do todo.
Já René Descartes (1569-1650) teve uma influência identificada como notável. Onde o saber para ele, se provêm a partir de uma totalidade, e o conhecimento exclusivo contém o todo. Onde esta visão se fundamenta no século XX a concepção sistêmica da geografia. Descartes buscava a certeza absoluta, sendo que nesta o ponto inicial seria a dúvida, para que se chegasse aos fundamentos, onde o princípio da causalidade seria estabelecido por Humboldt, inspirado no racionalismo de Descartes, que serviu para demonstrar, justificar e tornar verdadeiro o conhecimento científico.
Já Kant (1724-1804), a influência da geografia se torna evidente. Onde suas bases metodológicas é a forma clara do rótulo da geografia, sendo o suporte da ciência geográfica estabelecidas. A ciência humana é contada pela história que registra os acontecimentos ao longo do tempo, ou descrita pela geografia que são os relatos dos fenômenos que acontecem no espaço. Aonde até hoje se vem à ideia da predominância da geografia descritiva. Kant realizou rigorosas reflexões sobre espaço, posição e região, e o primeiro a implantar no ensino da Universidade de Geografia. Para ele a ideia de espaço aparece como “ condição de possibilidade”, e classificou a geografia como “geografia física”.
As mudanças ocorridas no século XIX, onde as ciências naturais divide o espaço com as ciências econômicas e sociais e as lutas ideológicas repercute na geografia que esta no início do processo de sistematização. Os grandes nomes da Geografia do século XIX entram na luta para estabelecer leis, princípios que vão dar a direção para o nascimento desta ciência. A influência da filosofia sobre ela faz se sentir confusa, pelas diversas posições filosóficas sobre a geografia. Onde se teve influência de outros pensadores, assim para os deterministas foram Augusto Comte (1798-1857) e Darwin (1809-1882). Já para a geografia Humana teve a influência da dialética idealista de Friedrich Hegel (1779-1859) na Alemanha, que para este pensador a geografia é a chave de compreensão da história mundial.
No século XIX, inúmeros geógrafos sofrem influências de Karl Marx (1818-1883), portanto esta influência só começa a ser sentida a partir da segunda metade do século XX sobre a Geografia, onde esta ciência rompe com a forma tradicional e busca novas linguagens, proposta e caminhos pela vertentes da Geografia Pragmática e Geografia Crítica.
Yves Lacoste vem a denunciar dois tipos de geografia que são: a geografia dos professores que é um saber inútil desinteressante que esconde a Geografia dos Esatodos Maiores que é a prática do poder político e econômico.
A linha pragmática do movimento de renovação da geografia, ao contrário da crítica não se fundamenta nos ensinos de Mark, onde se faz crítica a geografia tradicional por não, operar com instrumento da realidade, onde defende a sua aplicação na realidade. Sendo duas, as principais propostas pragmáticas, que são a sistêmica e a quantitativa, que vão utilizar modelos de representação da realidade que se juntem por padrões regulares, ou métodos matemáticos para interpretar os fenômenos geográficos. O empréstimo da matemática para a Geografia deixou está com ar de Cientificidade e intensificou seu planejamento, dando as seus seguidores ar de modernidade, utilidade na lista de disciplinas técnicas-científicas .
 A autora chama a atenção para de como a lógica formal deixa a Geografia subdividida, mesmo em linhas específicas, se conseguem fazer uma total separação sem relacionamento entre elas. Sendo a Geografia Humana podendo ser transformado em total estatística, e a Geografia da atualidade não valorizando a reflexão, o total conhecimento da matemática, e falta da história, seria conforme ela um dosmaiores pecados a serem cometidos, dizendo que são neutros.
Já a segunda parte que é a conclusão, a autora chega a seguinte afirmativa, que se torna difícil afirmar com total seguridade a contribuição dos filósofos para o pensamento geográfico, dizendo que para isto teria que se aprofundar demasiadamente nas duas ciências para se chegar a uma perfeita conclusão, mas deixa claro que a filosofia teve sim sua contribuição de fundamentos para a Geografia em diversos momentos. Ela aponta que muitos acusam a geografia se estar atrasada em seus pensamentos, porém diz que o atraso é intencional pelo fato de se importarem mais com a fundamentação da sociedade, do que a natureza. Chegando à conclusão que se devem enxergar as duas relações, que é o homem e o meio de forma conjunta, e não como combate, assim como foi analisada na Antiguidade Clássica, e da forma que é vista na atualidade.
Analisada a opinião da autora, pode-se concordar plenamente com as suas considerações. Pois a geografia não pode continuar analisando o espaço e a sociedade como rivalidade entre si, portanto oque tem que se existir é um elo entre esta dualidade, pois servem de complementação, pois assim com a autora cita que o espaço está para servir o social, não como duelo entre eles. Sendo visualizada desta forma, haverá mais progresso de interesses entre ambas as partes, por andarem em concordância e respeito entre elas.

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