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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS GESTÃO DE OPERAÇÕES PRODUTIVAS Carolina Angela da Silva D590FA3 Clayton Adinan Barbosa da Silva D568582 Gabriel Gonçalves Furtado N352442 SÃO PAULO 2021 2 SUMÁRIO Introdução ......................................................................................................... 3 CAPÍTULO 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS .............................................. 4 CAPÍTULO 2 – VISÃO ESTRATÉGICA DAS OPERAÇÕES PRODUTIVAS .... 8 CAPÍTULO 3 – PROJETO DO PRODUTO OU SERVIÇO ............................. 18 CAPÍTULO 4 – PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE A LONGO PRAZO ..... 24 CAPÍTULO 5 – PLANEJAMENTO DA LOCALIZAÇÃO .................................. 25 CAPÍTULO 6 – PLANEJAMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO ................ 26 CAPÍTULO 7 – PLANEJAMENTO DO ARRANJO FÍSICO ............................. 32 CAPÍTULO 8 – PLANEJAMENTO AGREGADO ............................................ 37 Conclusão ....................................................................................................... 45 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 46 3 INTRODUÇÃO Em um ambiente que se apresenta cada vez mais competitivo e com condições econômicas globais instáveis, as empresas de um modo geral passam a buscar novas ideias, ferramentas e métodos, a fim de aperfeiçoar seus processos e buscar de forma continua melhorias de desempenho. A gestão de operações produtivas é responsável pelo desenvolvimento de bens e serviços prestados para reduzir custos de uma organização, aumentar a lucratividade e identificar melhorias nos processos de produtividade e eficiência das empresas. A concorrência no mercado é cada vez maior e o consumidor se tornou mais exigente em relação ao desempenho das empresas. Dessa forma, administrar algum negócio — seja um e-commerce, seja uma empresa de logística — é uma tarefa repleta de desafios. A gestão de operações, portanto, é peça-chave para o sucesso da sua organização. Se torna cada vez mais essencial a gestão de operações produtivas uma vez que sem planejamento a empresa não consegue alcançar o sucesso. É necessário enxergar o planejamento de seus produtos, serviços e ter visão de longo prazo. Para garantir um bom gerenciamento de produção é necessário verificar a demanda e alinhar com as necessidades e capacidade produtiva de uma empresa. 4 CAPÍTULO 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS A gestão de operações produtivas é um processo fundamental em uma empresa e está relacionada ao conjunto de atividades que transformam os insumos e matérias primas nos bens e serviços. A responsabilidade da gestão de operações é administrar os recursos empregados pela produção e desenvolver técnicas de produção apropriadas para aperfeiçoar e otimizar os processos existentes em uma empresa. As operações produtivas interagem entre si, ou seja: no lado do fornecimento, uma operação tem seus fornecedores, que também tem seus próprios fornecedores e assim sucessivamente. No lado da demanda a operação tem clientes, onde esses clientes podem não ser seus clientes finais e possuir seu próprio conjunto de clientes. Trata-se de um conceito que liga gestão de negócios e tecnologia da informação, buscando otimizar os resultados de uma organização por meio do aperfeiçoamento dos processos, ou seja, é a interação entre várias atividades realizadas dentro uma empresa por diversos departamentos. É uma forma de planejar, executar e monitorar as diferentes decisões e processos que fazem parte de uma empresa. Visando tirar o melhor de cada funcionário ou tarefa, esse conceito abrange as diferentes áreas de uma organização. Sistemas de produção e/ou prestação de serviços necessitam do conhecimento sobre seus respectivos projetos, assim como de seus processos. Necessita ser entendido tanto no nível estratégico como no nível operacional, chegando a detalhes importantes como o arranjo físico, tecnologias envolvidas e abordagens que envolvem as pessoas no trabalho. Nenhuma operação produtiva existe isoladamente, pois todas fazem parte de uma rede maior e são integradas entre si, gerando o resultado do processo como um todo. Esta rede inclui fornecedores e clientes, e também fornecedores de fornecedores e clientes de clientes e assim por diante. A gestão pode, e até deve ser subdividida em diversas áreas específicas, como gestão financeira e gestão de estoque, por exemplo. No entanto, é a gestão de operações que garante uma visão sistêmica de toda a organização e promove a busca contínua por maior competitividade, produtividade e resultados. 5 É uma prática que envolve o planejamento, execução e monitoramento de ações dentro de uma empresa. Trata-se de uma atividade que pode ser realizada nos mais diversos setores, com o objetivo de aprimorar o desempenho dos processos internos, aumentando sua eficiência e produtividade. A gestão de uma empresa, independente do porte ou segmento de atuação, é considerada uma atividade bastante complexa e envolve uma série de fatores que devem ser colocados em prática para garantir o sucesso da organização. Neste cenário, a gestão de operações é uma poderosa aliada para otimizar os processos internos e proporcionar melhores resultados para o negócio. Em qualquer empresa, a gestão de operações desempenha um papel fundamental. O profissional da área é responsável por tomar decisões referentes a todos os recursos e processos que entram na empresa – como energia, trabalho, matérias-primas, capital e informação – que resultarão no produto final. As empresas que buscam inovação, eficiência e querem se manter competitivas, devem olhar para dentro e garantir que as decisões referentes às operações do negócio estão sendo tomadas de forma eficiente. Em gestão de operações produtivas, existem cinco fatores que determinam a qualidade de sua gestão. São eles: Adequação ao Sistema É preciso ter controle sobre os processos, os prestadores de serviço e a própria equipe interna da empresa. Lida com a capacidade de produzir o necessário conforme a demanda – seguindo a máxima do sistema just in time. O planejamento da capacidade terá implicações na utilização dos recursos e nas instalações. 6 Qualidade A qualidade de um produto, refere-se às características que o compõem e que o tornam capaz de satisfazer as necessidades do cliente, refere-se ao que será produzido, envolvendo a concepção e o controle das características do produto. Também abrange a produção e a qualidade após a venda. As decisões nesse nível incluem a definição de normas e especificações e o controle de qualidade. As empresas precisam desenvolver produtos atrativos, com matéria-prima de qualidade, certas especificações e taxa mínima de defeito, para assim, ele seja considerado de qualidade e chame a atenção dos clientes. Confiabilidade na Entrega É um termo usado para descrever o número de entregas que são consideradas livres de qualquer tipo de erro por parte do fornecedor ou transportador, em comparação com o número total, dentro de um especificado período de tempo. Abrange os processos – ou, simplesmente, como o produto será produzido, em quais instalações e com qual equipamento. As decisões nessa etapa indicarão o tipo de tencologia, os fluxos do processo, o design e a implantação das instalações físicas, bem como seus componentes. É a parte que exige mais investimentos e determinará o sucesso a longo prazo, portanto é extremamente crítica em termos de decisão. Força de Trabalho O número de pessoas com capacidade para participar do processode divisão social do trabalho, em uma determinada sociedade. Marx define o valor da força de trabalho como o tempo de trabalho necessário para a produção das mercadorias que entram na reposição da capacidade de trabalho. Ele envolve a gestão dos recursos humanos, o elemento mais crítico dentro do sistema. As decisões neste nível referem- se aos processos de seleção, contratação, demissões, gestão da folha de pagamento, formação, supervisão e motivação 7 Flexibilidade Por meio da flexibilidade na linha de produção, está se alinha a demanda do consumidor. Permite também a capacidade de acoplamento e desacoplamento de módulos nesta mesma produção, fazendo com que as máquinas possam ser alternadas – conseguindo assim atender a diversas demandas e pedidos dos consumidores. Refere-se aos materiais necessários para a produção conforme a necessidade, ou seja, a gestão do fluxo de materiais ao longo do processo produtivo. As decisões neste nível terão implicações junto aos fornecedores de matéria-prima e intermediários. Alguns resultados alcançados através da gestão de operações produtivas são: Redução de custos: a gestão de operações é capaz de encontrar gargalos nos processos internos que podem resultar em gastos desnecessários em diversas atividades. Mais do que isso, uma gestão de qualidade permite reduzir custos sem perder eficiência nos processos. Aumento de produtividade: ao otimizar processos e encontrar ferramentas eficientes para cada setor empresarial, a gestão de operações permite aumentar a produtividade do negócio. Integração entre setores: a integração e comunicação entre todos os setores por meio da gestão operacional é essencial para que a organização possa atuar com total harmonia em busca de um objetivo comum. Fidelização de clientes: com a cadeia produtiva em harmonia, é possível otimizar o padrão de qualidade o processo de entrega das mercadorias, o que contribui para fidelizar clientes com mais facilidade. 8 CAPÍTULO 2 – VISÃO ESTRATÉGICA DAS OPERAÇÕES PRODUTIVAS A administração de operações deve estar alinhada com a missão, a visão e os objetivos estratégicos da organização, traduzindo as estratégias em prioridades competitivas que irão definir a natureza e a gestão das operações. É função da área de operações priorizar as competências essenciais da empresa, visando sua competitividade (Sobral & Peci, 2013). As prioridades estratégicas da gestão de operações podem ser definidas pelo nível de alcance de cinco objetivos de desempenho que são: custo, confiabilidade, qualidade, flexibilidade e rapidez. A estratégia da área de operações deverá definir quais serão os objetivos de desempenho mais importantes, lembrando que está decisão está condicionada ao planejamento estratégico da empresa e as vantagens competitivas que a empresa possui, ou deseja instituir Nem todas as ações estratégicas são desenvolvidas em nível estratégico. Com efeito, ações estratégicas podem ser criadas em nível operacional quando, por exemplo, a organização dispõe de um processo produtivo diferenciado, que permite gerar, também, produtos diferenciados. Exemplos desta situação são as empresas que possuem equipamentos ou métodos “de ponta” em relação aos concorrentes (foi o caso do primeiro fotógrafo da cidade que se propôs a revelar fotos 3x4 em uma hora; ou da confeitaria mais popular na cidade, que alcançou essa posição por contratar as doceiras mais conhecidas e famosas do lugar). Uma ação estratégica de nível tático pode ser constatada quando a organização se diferencia pela elevada qualificação dos seus recursos humanos (caso das empresas de alta tecnologia que investem na produção de softwares, por exemplo). Ou por um processo gerencial que gera índices notáveis de motivação (e, por consequência, de participação) de seu pessoal, o que possibilita contínuas inovações em bens e serviços, sempre a gosto do mercado. A ação estratégica viabilizada em nível estratégico (caso mais usual) é aquela que envolve decisões mais amplas, de longo alcance e de prazo de execução maior, sempre visando criar referenciais específicos de atuação. São decisões que consideram o ambiente externo da empresa, sobretudo em termos de diferenciação quanto à concorrência. Assim, o lançamento de novos produtos é um exemplo que se insere nesse contexto. Como nos dois primeiros tipos de gestão, também aqui são enfatizados elementos externos à organização. 9 Alguns traços comuns aos três tipos de ações estratégicas caracterizam com perfeição a própria gestão estratégica da organização. Esses traços são formatados quando se buscam respostas a questões gerais, críticas para a sobrevivência de qualquer empresa, a partir das quais os demais elementos que caracterizam cada tipo de ação. Gestão estratégica com base na ação operacional – As questões gerais a responder aqui são: O que nós sabemos fazer que os outros (os concorrentes) não sabem? O mercado se interessa por isso? Quais nossas deficiências de operação – elas devem ser minimizadas, terceirizadas ou desconsideradas? Esta é a gestão direcionada à eficiência das operações. O modelo de gestão da qualidade aqui utilizado é baseado em indicadores in-line; a gestão de processo enfatiza as competências produtivas (capacidade de operação dos equipamentos, por exemplo). Ação diferenciada pela forma como a organização opera equipamentos, operações de processo e materiais. Gestão estratégica com base tática – Busca responder questões como: O que caracteriza a cultura, o modelo gerencial, a ação dos recursos humanos e as práticas usuais da organização? Tais características configuram elementos de atratividade ao mercado? Quais falhas estruturais, culturais ou comportamentais comprometem a atuação mais efetiva da organização? Trata-se de um modelo de gestão direcionado tanto à eficiência quanto à eficácia das operações. Aqui, a gestão da qualidade emprega indicadores off-line e a gestão de processo enfatiza as competências produtivas (capacidade humana: processos gerenciais, qualificação, níveis de motivação, por exemplo). Ação diferenciada pela forma como a empresa desenvolve seus métodos de trabalho. Gestão estratégica com base estratégica – Concentra-se em questões como: Que produtos devem ser lançados – coletivizados (alcance de amplas faixas de mercado) ou particularizados (visam segmentos específicos do mercado)? O que deve ser considerado no lançamento de um produto novo (exemplos: barrar o crescimento da concorrência, consolidar uma marca, propor uma solução para um momento de crise ou 10 simplesmente inovar)? Essa é a gestão direcionada à eficácia das operações. A gestão da qualidade utiliza, nesse caso, indicadores on-line, e a gestão de processo evidencia as observações do ambiente externo (mercados, tendências sociais, aspectos culturais, legislação, concorrência, características atuais e futuras etc.). Ação diferenciada pela forma como a organização atua. O custo uma empresa pode ter como vantagem competitiva ou objetivo estratégico oferecer produtos e/ou serviços com preços menores que o concorrente, porém ainda com rentabilidade vantajosa. Para poder competir com base no preço, a empresa precisa diminuir os custos de suas operações. Cabe à gestão de operações tomar decisões que busquem manter uma estrutura de custos baixos para que a organização consiga oferecer produtos e serviços de qualidade a um preço razoável, assegurando uma margem satisfatória de lucro (Sobral & Peci, 2013). Mesmo as empresas que concorrem em outras prioridades que não preço estarão interessadas em manter seus custos baixos. Custo baixo é um objetivo universalmente atraente. A forma como a gestão influencia os custos dependerá de onde estarãoincorridos. As operações poderão ter custos com funcionários, instalações, tecnologia, equipamentos e materiais. (Slack e outros, 2009) Para que a empresa tenha confiabilidade, é necessário competir desenvolvendo relações sustentáveis com seus clientes. A confiabilidade significa que a empresa busca, constantemente, fazer as coisas de acordo com as expectativas dos clientes e com a pontualidade, evitando cancelamentos e atrasos. A confiabilidade permite desenvolver relações de confiança com os consumidores, tornando-o fiel aos produtos e serviços da empresa. (Sobral & Peci, 2013). Em um hospital, por exemplo, pode significar a proporção de consultas canceladas mínimas, consultas realizadas em horário programado, resultados de exames entregues como prometido. Em uma fábrica de automóveis, a entrega de veículos aos revendedores no tempo previsto, entrega de peças de reposição aos centros de serviços. Em um supermercado, previsibilidade do horário de funcionamento, a proporção de bens em falta é mínima, o tempo de fila é pouco e disponibilidade de vagas em estacionamento. 11 Já a qualidade, uma empresa pode competir pela qualidade dos produtos e/ou serviços oferecidos aos seus clientes. Produtos de alta qualidade garantem maior satisfação do consumidor e permitem diferenciação da empresa diante de seus concorrentes. A competição baseada na qualidade engloba duas dimensões: a primeira refere -se ao projeto do produto, incluindo a definição de atributos superiores aos dos concorrentes, níveis de tolerância, durabilidade maior, assistência, conveniência, segurança, entre outros; a segunda dimensão envolve a consistência da qualidade, ou seja, qual o grau em que os produtos e/ou serviços cumprem as especificações fornecidas pela empresa (Sobral & Peci, 2013). A qualidade pode significar: Desempenho: características primárias do produto; Conformidade: produto conforme as especificações; Consistência: produto sempre conforme as especificações; Recursos: características acessórias do produto; Durabilidade: tempo de vida útil do produto; Confiabilidade: probabilidade de falha do produto no tempo; Limpeza: asseio das instalações da operação; Conforto: conforto físico do cliente oferecido pelas instalações; Estética: características (das instalações e produtos) que afetam os sentidos; Comunicação: clareza, riqueza, precisão e freqüência da informação; Competência: grau de capacitação técnica na operação; Simpatia: educação e cortesia no atendimento; Atenção: atendimento atento. Em um hospital, qualidade pode significar os pacientes que recebe, tratamento mais apropriado, o tratamento que é conduzido de maneira correta, os funcionários que agem de forma cortes, amigáveis e solícitos. Em um supermercado, os produtos em boas condições, a loja é limpa e organizada, decoração adequada e produtos bens distribuídos. 12 Para a empresa ainda poder competir pela flexibilidade, é ter capacidade de mudar as operações, adaptando-se às demandas de seus clientes e consumidores. É uma dimensão que vem se destacando como vantagem competitiva nas últimas décadas, com a crescente mudança no perfil do consumidor, em busca de produtos e serviços cada vez mais customizados (Sobral & Peci, 2013). Segundo Slack e outros (2009), flexibilidade significa a capacidade que a empresa tem de alterar a operação de alguma forma. Pode ser alterar o que a operação faz, como faz ou quando faz. A mudança poderá ocorrer devido a quatro tipos de exigências: Flexibilidade de produto/serviço: a habilidade da operação em introduzir ou modificar produtos e serviços; Flexibilidade de composto (mix): a habilidade da operação em produzir uma ampla variedade ou composto de produtos e serviços; Flexibilidade de volume: a habilidade da operação de alterar seus níveis de saída (outputs) para produzir diferentes quantidades de volumes de produtos e serviços ao longo do tempo Flexibilidade de entrega: a habilidade da operação em alterar os tempos de entrega de seus serviços ou produtos. Em um hospital, flexibilidade pode significar a introdução de novos tipos de tratamento, ampla variedade de tratamento disponíveis, habilidade de se ajustar ao número de pacientes conforme demanda e reprogramação de consultas. A flexibilidade pode ocorrer nos seguintes casos: Produtos: habilidade de introduzir/modificar produtos economicamente. Mix: habilidade de modificar o mix produzido economicamente. Entregas: habilidade de mudar datas de entrega economicamente, Volume: habilidade de alterar volumes agregados de produção. Horários: amplitude de horários de atendimento. Área: amplitude de área geográfica na qual o atendimento pode ocorrer 13 A rapidez ocorre quando a empresa reduz a duração do tempo de exploração e, consequentemente, a rapidez com que entrega seus produtos ou serviços a seus clientes. O ambiente globalizado proporciona às organizações um ambiente repleto de bruscas mudanças e de extrema competitividade. Dessa forma, para continuarem no mercado as organizações precisam responder cada vez mais rápido às mudanças ocorridas no ambiente onde estão inseridas. Flexibilidade e rapidez são aspectos de suma importância para que as organizações se mantenham competitivas frente às adversidades do mercado. A rapidez da entrega: o tempo gasto entre o pedido do cliente e a entrega do produto ou a prestação do serviço. A rapidez da operação: o tempo gasto para produzir os bens ou serviços. A rapidez do desenvolvimento: a velocidade com que um produto ou serviço é introduzido no mercado, considerando o tempo gasto com a geração da ideia, o projeto final e a produção. Na visão de Corrêa & Corrêa (2012), rapidez, chamada de velocidade pelos autores, pode ser: Velocidade de acesso: tempo e facilidade para ganhar acesso à produção; Velocidade de atendimento: tempo para iniciar o atendimento; Velocidade de cotação: tempo para cotar preço, prazo, especificação; Velocidade de entrega: tempo para entregar o produto Slack e outros (2013) afirma que uma parte importante da implementação da estratégia de operações é identificar como a estratégia deve endereçar a prioridade relativa dos objetivos de desempenho da operação, como por exemplo: “rapidez da resposta é mais importante do que eficiência de custo”, “qualidade é mais importante do que variedade”, e assim por diante. Assim, faz-se necessário considerar a possibilidade de melhoria de desempenho de um objetivo em detrimento de outro. Cabe à organização escolher as prioridades competitivas com as quais vai diferenciar suas operações. Normalmente, a melhoria em uma das dimensões de 14 desempenho implica limitações nas demais. A dificuldade em se cumprir prioridades competitivas múltiplas é que elas, em algumas situações, se chocam. Atender a todas as prioridades competitivas, se torna impossível (Sobral e Peci; 2013). Isso é chamado de conflito entre as prioridades competitivas, já que se uma empresa por exemplo focar na velocidade de entrega, ela não pode ser muito flexível quanto à oferta de uma variedade ampla de produtos, uma estratégia de baixo custo não é compatível nem com a velocidade de entrega nem com a flexibilidade. Para otimização das estratégias de operações produtivas, existe uma fase que busca promover a melhoria contínua do processo produtivo e seu crescente ajuste em relação aos objetivos estratégicos da organização. A fase inclui: Monitoramento do cenário externo à empresa; Avaliação periódica do processo; Verificação dos níveis de atuação da organização no ambiente em que ela se insere Capacidade de contínuo ajuste da empresa à realidade do mercado e da sociedade. São quatroos focos de atuação: Cenário externo à organização; Avaliação periódica do processo; Níveis de atuação externa da empresa Ajuste da organização à realidade do mercado e da sociedade como um todo. Ações para cada foco de atuação: Monitoramentos de cenários externos: visão temporal (momento) das variáveis externas à organização e relevantes à sua atuação, e visão sequencial (histórico e tendências) dessas mesmas variáveis. Desenvolvimento de um modelo de avaliação periódica do processo: avaliação da contribuição do processo produtivo para o desempenho da organização e para o alcance de objetivos estratégicos da empresa; determinação de elementos que tendem a diferenciar o processo produtivo em relação a concorrentes; revisão dos indicadores de competitividade da 15 organização; avaliação do processo de integração de meios em termos da agilidade e da flexibilidade conferidas às operações de produção; análise da melhoria no desempenho das operações e análise da melhoria das operações integradas. Avaliação da ação da empresa no ambiente em que ela se insere: determinação de indicadores para avaliar a presença da organização no cenário externo; análise permanente de novos caminhos para responder rapidamente às mudanças de mercado e da sociedade e avaliação dos indicadores da empresa em confronto com indicadores obtidos em outras empresas (no caso, as concorrentes). Avaliação do ajuste do processo produtivo e da organização como um todo às características da demanda: avaliação do ajuste entre a estratégia da organização e a estrutura da produção (ou seja: a adequação do processo produtivo aos objetivos estratégicos); análise da visão da eficiência como valor para a eficácia; determinação de indicadores da interação efetiva entre os objetivos estratégicos e as prioridades associadas às operações produtivas (direcionamento do processo produtivo para atendimento de objetivos estratégicos); determinação de indicadores externos para avaliar o ajuste das operações das organizações aos requisitos do mercado e avaliação do comprometimento social da empresa. Para elaborar as estratégias produtivas, Slack e outros (2013) apontam quatro perspectivas que devem ser consideradas pelos gestores na elaboração da estratégica de operações. São elas: Perspectiva Top-Dow (de cima para baixo): É um método útil para entender o funcionamento de uma organização. Através dele, são analisados os componentes principais e as relações com os respectivos subsistemas. O significado de top down é “de cima para baixo”. Ou seja, um método que visa a arquitetura da gestão que começa por uma abordagem geral e desce até níveis específicos. 16 É essencialmente a fragmentação de um sistema para promover compreensão da composição de seus subsistemas. Numa abordagem de cima para baixo é formulada uma visão geral do sistema, partindo de uma instância final para a inicial, como uma engenharia reversa. Cada nível vai sendo detalhado, do mais alto ao mais baixo, de forma a se chegar nas especificações dos níveis mais básicos do elemento abordado. Uma grande empresa necessita de uma estratégia para posicionar-se no ambiente global, econômico, político e social. Isto acarreta decisões sobre o que tipos de negócios operar, em que partes do mundo atuar, como investir e assim por diante. Tais decisões formam a estratégica corporativa da organização. Cada unidade de negócios também necessitará montar sua própria estratégia de negócios que estabelecerá sua missão e objetivos individuais. De forma semelhante, dentro da organização, estratégias funcionais consideram qual parte cada função deveria desempenhar para contribuir para os objetivos estratégicos da empresa (Slack e outros, 2013) Portanto, a área de operações deve tomar seu lugar nesta hierarquia de estratégias, criando sua estratégia funcional, definindo seus caminhos para contribuir com as estratégias de negócio e a estratégia organizacional. O papel da área de operações é, dessa forma, implementar ou “operacionalizar” as estratégias superiores da empresa (Slack e outros, 2013). Dentre as áreas que utilizam o método estão: Gestão de empresas; Desenvolvimento de produtos; Investimentos; 17 Através deste método, diferentes etapas podem ser identificadas e otimizadas. Um emprego comum dessa técnica é na busca por oportunidades de redução de custos. Por exemplo, para trazer clareza sobre os diferentes setores existentes e avaliar sua real necessidade para atingir os objetivos desejados. Os benefícios dessa abordagem são: Maior agilidade na tomada de decisões diárias; Melhor decisão de mudanças bruscas (como fusões e aquisições); Aumento da eficiência operacional diária; Menos custos com erros, entraves e refações; Maior controle do orçamento e das projeções. Perspectiva Botton-Up (de baixo para cima): É um método de gerenciamento onde é possível organizar ambiente, processo e subsistemas em cadeias horizontalizadas. O papel do gestor dentro desse sistema é o de agir como agente facilitador. As vantagens do bottom up são: Aproveitar ideias de profissionais criativos; Otimizar chances de acerto nas descrições empresariais; Aumentar a autoestima da equipe; Engajar os funcionários e motiva-los; Aumentar a produtividade dentro do trabalho; Melhorar o desempenho de uma equipe. A metodologia também pode ser usada em gestão na elaboração de orçamentos e planos de metas. Nesse caso, os inputs (estímulos) são criados a partir das demandas específicas das equipes, nos níveis mais baixos. Em seguida, elas são agregadas em níveis maiores, até atingir o nível corporativo. 18 CAPÍTULO 3 – PROJETO DO PRODUTO OU SERVIÇO Um projeto é a parte de um serviço ou produto que poderá vir a ser produzido, tendo como objetivo primordial a satisfação das necessidades de seus eventuais consumidores, concomitante aos recursos disponíveis e objetivos de desempenho estabelecidos para o produto/serviço. Slack (2002). Corrêa (2006) define projeto como um conjunto de atividades inter- relacionadas para produzir um resultado definido dentro de um prazo determinado, utilizando recursos específicos, pode ser definido como os processos através do qual as exigências funcionais das pessoas são satisfeitas com o uso do produto, que representa a tradução física do conceito. As fortes pressões competitivas do mercado globalizado levam os projetistas a buscarem a redução dos tempos de ciclo dos produtos, além de aliar os objetivos estratégicos da organização com as decisões táticas de cada função. E uma boa pesquisa de marketing dá a organização o escopo do qual ela precisa para manter as margens de lucro desejadas, com os constantes lançamentos de novos produtos/serviços no mercado (Davis, 2001). Para Stevenson (2001) há um elo entre projeto e sucesso organizacional, uma vez que os produtos/serviços são a essência de qualquer organização, e quando bem projetados conseguem realizar as metas melhor do que as demais. A criação de produtos inovadores dentro das empresas tem se mostrado ponto crucial para o estabelecimento no mercado, este cada vez mais competitivo. Um ponto crucial para Slack (2002) ao desenvolvimento de um projeto de produto e serviço é a criatividade, desde sua concepção (idéia) até o detalhamento final do projeto (especificação), visto que a competitividade do produto/serviço depende das escolhas que o projetista irá fazer durante as etapas do projeto em relação às inovações que o diferenciará dos demais existentes no mercado. Para minimizar erros de tomada de decisões utiliza-se o balanceamento entre criatividade e avaliação, segundo critérios de viabilidade,aceitabilidade e vulnerabilidade do projeto (Slack, 2002). Ao desenvolver novos produtos/serviços, no tocante à participação de mercado, é crucial o tempo que será despendido desde a concepção do projeto até a efetiva chegada do produto/serviço no mercado. Segundo Davis (2001) o mercado está cada vez mais competitivo, mudando a todo instante devido à necessidade de 19 reagir às inovações e ao ciclo de vida dos produtos estarem mais curtos. Os objetivos do projeto, na visão de Stevenson (2001), é satisfazer aos clientes e obter lucro razoável. Para que um projeto seja desenvolvido, é necessário passar por diversas etapas que proporcionarão inúmeras informações para definição do produto. Triagem O conceito precisa ser aceito por toda a organização, sendo de essencial importância que ele passe por uma seleção (triagem) segundo os critérios de viabilidade (habilidade e capacidade produtivas), aceitabilidade (critérios satisfatórios) e vulnerabilidade (riscos) em cada uma das funções envolvidas, principalmente produção, marketing e finanças. Um projeto que leva em conta as qualificações da organização desde sua elaboração, é chamado por Stevenson (2001) de projeto voltado para as operações. A geração do conceito inicia-se com ideias oriundas de fontes externas e internas à organização, como dos consumidores a partir de grupos de foco, sugestões dos clientes e pesquisa de mercado, das ações dos concorrentes, dos funcionários e ideias da pesquisa e desenvolvimento. Essas ideias são transformadas no conceito do produto/serviço dando assim a forma, a função, o objetivo e os benefícios do produto/serviço de forma simplificada e de fácil entendimento. A parte de projeto preliminar acontece após a seleção do conceito do produto/serviço aceitável e consensual, este deve ser transformado em um projeto preliminar com as especificações dos produtos e serviços e a definição dos processos. Ou seja, especifica-se os componentes do pacote, a estrutura, isto é, a ordem na qual as partes componentes do pacote devem ser reunidas, a lista de materiais, as folhas de roteiro ou processo, as máquinas e equipamentos, os fluxogramas, os tempos e movimentos de todos os processos, as normas e procedimentos de execução, inspeção e controle e o arranjo físico. Além de, especificar o mercado consumidor, a previsão de demanda, a rede de suprimentos e os custos de produção. Avaliação e melhorias do projeto será verificado para caso ele possa ser melhorado, em termos de utilização mais econômica e facilidade, antes de começar a ser produzido e posteriormente levado ao mercado, essa é a etapa de avaliação e melhoria do projeto. As técnicas mais utilizadas em avaliação e melhoria de projeto 20 são: desdobramento da função qualidade - QFD (assegura o atendimento das necessidades dos clientes), engenharia de valor VE (reduz custos confrontando-os com as funções) e métodos de Taguchi (testa o desempenho do projeto diante de situações adversas). Por fim ocorre a prototipagem e projeto final, é transformado em um protótipo para ser testado. Esses testes são realizados em cartão/papelão ou argila e simulações em computador com protótipos virtuais (CAD - projeto auxiliado por computador), usado para criar e modificar desenhos de produtos. Há também a possibilidade de fazer testes reais com os consumidores em escala-piloto. Dentro desse contexto global e competitivo, revela-se a importância da elaboração do projeto de produtos e serviços, que desde os aspectos iniciais da geração do conceito até o produto final e assistência ao cliente deve nortear as organizações. Verifica-se a partir do estudo realizado que as organizações necessitam de bons projetos para angariar cada vez mais consumidores. Pois, a criação de produtos que atendam às necessidades desses, pode por ventura ser o ponto de partida para estabelecer uma vantagem competitiva, e consequentemente será conseguido o sucesso estratégico da empresa. Um produto é qualquer objeto ou artefato concebido, produzido, negociado e utilizado por pessoas para satisfazer suas necessidades (transporte, conforto, etc.) por meio das funções que ele realiza (deslocar, recrear, etc.), incluindo os valores que estão agregados a ele (estética, status social, etc.). Essas funções são conferidas ao item pelas propriedades (preço, peso, etc.) desempenhadas pelo sistema material, ou seja, pelo produto físico. O processo de desenvolvimento de produtos pode ser conceituado como um conjunto de atividades por meio das quais se busca, a partir das necessidades do mercado e das possibilidades e restrições tecnológicas, e considerando as estratégias competitivas e de produto da empresa, chegar às especificações de projeto de um produto e de seu processo de produção, para que a manufatura seja capaz de produzi- lo. O desenvolvimento de produto, também envolve o acompanhamento do produto após o lançamento, bem como o planejamento da descontinuidade do produto no mercado incorporando estes conceitos na especificação do projeto atendendo assim, todas as necessidades do produto ao longo do seu ciclo de vida. O desenvolvimento 21 de um produto, de qualquer tipo, é uma tarefa que exige muito mais do que a simples execução de uma boa ideia. Há uma metodologia de produção por trás de cada item que consumimos. Cada um tem suas particularidades, e isso se reflete nos processos de produção, na comercialização e na promoção de produtos. A funcionalidade de um produto representa aquilo que o consumidor deseja que o produto execute, ou seja, sua tarefa ou função. Algumas características necessárias para isso são a resistência mecânica da estrutura, a durabilidade, o consumo, a robustez, o desempenho e a confiabilidade. A segurança diz respeito aos riscos e perigos (ou à ausência deles) oferecidos pelo produto. A segurança visa garantir que o produto não lesione pessoas ou animais, não destrua a natureza, não cause danos às instalações e não provoque prejuízos financeiros aos consumidores ou à sociedade. A estética é o que proporciona a atração do consumidor pelo produto e, em caso de compra, a satisfação de possuir um objeto desejável, digno de admiração, com design agradável. O ponto principal da qualidade estética é a presença de um estilo belo e harmonioso. A economia do produto é representada pela relação entre os gastos monetários e os benefícios obtidos com o produto. A economia do produto não está associada somente aos custos de produção ou de aquisição, mas também aos de manutenção. Às vezes, produtos caros representam status social ou exclusividade para o consumidor visto que o alto custo de aquisição é um fator que agrega valor. No entanto, mesmo quem adquire um produto caro e exclusivo geralmente não espera que, sua utilização ou manutenção seja, onerosa. A sustentabilidade está relacionada com a ecologia e com a proteção ambiental. Ela vem se destacando nos últimos anos, devido às pressões sociais em relação à diminuição do impacto ambiental, visto que as pessoas se conscientizaram de que o planeta possui recursos limitados. Produtos totalmente ecológicos são quase irrealizáveis, pois todos os produtos danificam ou agridem a natureza, seja na extração de matéria-prima, na obtenção de energia necessária para a fabricação ou no descarte. 22 As etapas para o desenvolvimento de um produto são as seguintes: Pré-desenvolvimento: nessa fase será estabelecido o produto a ser desenvolvido, ou seja, o escopo, avaliação econômica e de risco, quais indicadores para monitoramento do projeto e definição de planos de negócio. Contando com o planejamento estratégico do produto, feito anteriormente para que sejam atendidos os objetivos da organização. Desenvolvimento: essa fase permite um número maior de atividades relacionadas com o projeto de um produto,sendo dividida em 04 etapas: Projeto Informacional; Projeto Conceitual; Projeto Preliminar e Projeto Detalhado. Pós-desenvolvimento: nessa fase ocorre inicialmente um planejamento de como o produto será acompanhado e retirado do mercado. Como serão realizadas alterações, reparos de falhas e propor melhoria continua até atingir as metas impostas no PDP. Já o serviço, podemos definir como uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível (que, normalmente, mas não necessariamente, acontecem durante as interações entre clientes e empregados de serviços e/ou recursos físicos ou bens e/ ou sistemas do fornecedor de serviços) que são fornecidas como solução aos problemas do cliente. Já Vargo e Lusch (2004, p. 34) definem serviço como “[...] a aplicação de competências especializadas (habilidades e conhecimento) por meio de ações, processos e atuações, para o benefício de outra entidade ou de si próprio (auto-serviço)”. Serviço pode ser definido como qualquer atividade ou benefício que o prestador possa oferecer ao contratante, sendo essencialmente intangível e que não resulte posse de algum bem, pois, sua produção pode ou não estar ligada a um produto físico. (KOTLER, 1988). De uma forma geral os serviços são elementos que irão satisfazer a necessidade do cliente. 23 Em uma empresa, pode-se optar por nossos serviços diariamente. Entre eles, podemos citar: Desenvolver um novo serviço para mercados já existentes Desenvolver um novo serviço para novos mercados; Incorporar num serviço uma nova tecnologia que passou a estar disponível; Melhorar a qualidade de um serviço já existente; Reduzir custos de um serviço já existente; Reduzir dificuldades com o uso de determinado serviço; Padronizar um serviço; ou Personalizar um serviço. O projeto de serviços diz respeito às atividades necessárias para comunicar e detalhar um serviço, incluindo o sistema de serviços, de uma forma geral, e o processo do serviço. Gianesi e Corrêa (1994, p. 130) afirmam que “[...] o projeto de serviço pode ser encarado como um conjunto geral de relacionamentos entre atividades, ideias, informações e entidades físicas. Para que seja montado um planejamento de serviços é necessário: Determinar a missão, visão e valores Estabelecer metas e objetivos desejados Analisar o ambiente interno da organização Monitorar o ambiente externo da companhia Atenção especial ao público-alvo Importância à imprensa Estratégias que serão usadas 24 CAPÍTULO 4 – PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE A LONGO PRAZO A capacidade a longo prazo é provida para satisfazer a demanda atual e futura é uma responsabilidade fundamental da atividade de administração da produção. Um bom equilíbrio entre capacidade e demanda pode gerar altos lucros e resultar em clientes satisfeitos. A capacidade é realizada quando utilizamos o termo capacidade para descrever capacidade de processamento, deve-se adicionar o fator tempo. É geralmente associado a algo estático, como o volume ou capacidade do porta-malas de um automóvel, ou de uma caixa d’água, ou a capacidade ou lotação de um cinema, de um avião, etc. Nesse sentido, capacidade descreve o tamanho da operação, mas não descreve a capacidade de processamento. Já a capacidade refere-se ao nível máximo de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode realizar em condições normais de operação. O planejamento e controle da capacidade a tarefa de determinar a capacidade efetiva da operação produtiva, de forma que ela possa responder à demanda, o que quer dizer como decidir a reação da operação perante as flutuações da demanda. Ele é um processo pelo qual uma empresa define suas necessidades de recursos, infraestrutura e serviços de TI. Os recursos necessários para atender às demandas de capacidade devem ser equilibrados com os custos que uma empresa está disposta a investir. Para desenvolver a capacidade a longo prazo requer monitoramento constante dos sistemas existentes, prever necessidades futuras e seus impactos, e tomar decisões inteligentes e tempestivas para ajustar as capacidades, visando atender às necessidades dos usuários. Quando feito corretamente, as melhorias são transparentes para os usuários e os processos de negócios nunca sofrem impactos por causa dos ajustes no sistema. Para que o planejamento seja bem-sucedido a longo prazo, torna-se necessário responder a três perguntas: Quais são as necessidades de capacidade da organização? Qual é a capacidade que está disponível atualmente? De qual capacidade precisaremos no futuro? Já as previsões de demandas devem obdecer a três requisitos básicos: 25 Ser expressa em termos úteis para o planejamento e controle da capacidade (muitas vezes previsões baseadas em resultados financeiros não são úteis para quem administra a gestão da produção) Ser tão exata quanto possível (mesmo sabendo que podem mudar antes da produção ocorrer, ou mostrarem-se muito diferentes da demanda real). Dar uma indicação da incerteza relativa, tendo por base a estatística da demanda, determinando uma distribuição da mesma para cada período avaliado. CAPÍTULO 5 – PLANEJAMENTO DA LOCALIZAÇÃO Os planejamentos de localização envolvem a determinação do número, do local e da capacidade das instalações fixas que compõem os pontos nodais da rede da cadeia suprimentos, onde os produtos param temporariamente a caminho do consumido. Existem categorias utilizadas na classificação em relação aos problemas de localização: Força Direcionadora Fábrica ou armazém: fatores econômicos como custos de transporte (de entrada e de saída) Varejo: capacidade de geração de receita Serviços: facilidade de acesso Número de Instalações Única: custos de transporte são, em geral, o fator mais importante Múltiplas: consideração de forças competitivas, divisão de demanda entre instalações, etc. Descontinuidade das escolhas Métodos contínuos: exploram todas as localizações possíveis ao longo de um espaço contínuo para realizar a escolha Métodos discretos: levantam opções viáveis e escolhem a melhor opção dentro deste conjunto. 26 Grau de agregação de dados Elevada agregação: redução da precisão Escassa agregação: difícil manipulação CAPÍTULO 6 – PLANEJAMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO São atividades que recebem uma entrada (input), ganham um valor agregado e, então, geram uma saída (output). Ou seja, desde que seja gerado um valor, cada etapa na produção de um item ou na prestação de um serviço pode ser considerada um processo produtivo. O processo produtivo é definido como o conjunto de sucessivas operações necessárias para a obtenção de um bem ou serviço. Sendo esse o setor mais importante da empresa pois atualmente algumas organizações possuem deficiências em seu processo produtivo Por sua vez, Hammer e Champy (1994 apud GONÇALVES, 2000, p. 2), afirmam que “um processo é um grupo de atividades realizadas numa sequência lógica com o objetivo de produzir um bem ou um serviço que tem valor para um grupo específico de clientes”. Da mesma forma Charlene e Murray (1994) partem da premissa que todo processo é uma série de etapas que transformam o resultado ou o produto à medida que este percorre a sequência de tarefas ou funções. Não há como desenvolver um produto ou serviço sem os mesmos passem por algum tipo de processo em sua fabricação. Isto está de acordo com Graham e Lebaron (1994 apud GONÇALVES, 2000) quando afirmam que todo trabalho importante realizado em quaisquer empresas fazem parte de algum processo. A seguir serão descritos os tipos de processos, visto que são determinantes para a proposta de estudo realizada. É definidocomo o conjunto de sucessivas operações necessárias para a obtenção de um bem ou serviço. Sendo esse o setor mais importante da empresa pois atualmente algumas organizações possuem deficiências em seu processo produtivo. Ele é a combinação de fatores de produção que proporciona a obtenção de um dado produto final. Num processo produtivo são incorporados fatores que, após a sua transformação, levam a um produto final (ou acabado). Está sempre estritamente dependente da tecnologia ao dispor da empresa. 27 Para identificar deficiência ou defasagens no processo produtivo de uma organização, acontece os seguintes sinais: Retrabalho na produção, ou seja, atividades feitas mais de uma vez devido a erros na produção, sendo ele por máquinas, funcionários e defeitos; Tempos excessivos para entrega do produto/serviço ao cliente, devido a processos desnecessários na produção que aumentam o tempo produtivo. Assim, prejudica a entrega final e a confiabilidade da empresa ao cliente. Acúmulo de produtos ou processos, decorrente de atrasados ou erros na produção, sendo possível obter grandes estoques iniciais, intermediários e finais. Pode, assim, até sobrecarregar o funcionário e diminuindo sua capacidade produtiva; Desconhecimento dos processos, não saber detalhadamente cada processo e assim não identificar os gargalos e as oportunidades de melhorias; Despadronização das atividades produtivas, cada funcionário exerce a atividade de maneira diferente, oscilando o tempo de produção e capacidade produtiva. Dessa forma, não proporciona garantia ao cliente em relação ao tempo de entrega do seu serviço/produto. Está diretamente ligado à otimização de processos, ou seja, uma técnica usada para o mapeamento das atividades executadas. Nesse, ocorre a identificação e eliminação de falhas e padronização da rotina. Dessa forma, as tarefas desnecessárias, erros e desperdícios são reduzidos, melhorando os métodos de trabalho e proporcionando o sucesso dos resultados. Essa prática garante diversos benefícios para a empresa, mostrando maneiras de como aumentar a produtividade e melhorando a gestão do tempo. O processo produtivo pode ser definido também como o conjunto de operações e fases realizadas sucessivamente e de maneira planificada que são necessárias para a obtenção de um bem ou serviço. A razão de que o processo produtivo e a demanda devam estar alinhados e em sintonia é evitar as situações de crise que acontecem. Uma demanda excessiva causa carestia ou desabastecimento, enquanto que as necessidades do mercado do processo produtivo geram uma crise sobre a produção e deve-se levar em conta as características do mercado de maneira que possam ajustar-se as demandas. 28 O mapeamento de processos é uma ferramenta gerencial que permite compreender o funcionamento de cada etapa do processo produtivo de forma a examiná-lo e melhorá-lo. Por meio dessa ferramenta é possível ter controle de todos os passos-chave do funcionamento da organização. Tal estratégia, com uma consultoria de mapeamento de processos, possibilita melhorar processos já existentes ou implantar novas estratégias voltadas para processos. Para a adesão eficiente da ferramenta de mapeamento de processos, precisa- se analisar e elaborar novas estratégias para os processos produtivos da empresa. Para efetivar tal procedimento, é necessário seguir as seguintes etapas: Análise e Coleta de Informações Essa etapa é de análise e conhecimento dos processos produtivos da empresa. Irá se questionar o porquê aquele processo existe; quantos movimentos são necessários para tal realização; quantas pessoas trabalham nesse processo; se existem retrabalhos; se o tempo é adequado e a forma como o layout está organizado. Nessa etapa que irá analisar minuciosamente desde a entrada das matérias primas, o seu processo de transformação, até a saída final do produto ao consumidor. Modelagem do fluxo do processo produtivo A modelagem do fluxo, conhecida também como fluxograma é o estágio na consultoria de mapeamento de processos em que todas as informações coletadas e analisadas antes desse processo serão postas no papel. O fluxograma possui símbolos de fácil identificação das etapas do processo, como início, fim, decisão e o fluxo produtivo. Isso ajuda a entender onde cada pequena etapa acontece e criar praticas para reduzir os custos nas empresas. Assim sendo, uma ferramenta de análise que é utilizado para facilitar o entendimento e a sequência das atividades que ocorrerão. Seja em um processo ou para a resolução de algum problema, pode identificar operações gargalos, possíveis riscos, possíveis oportunidades. Ajudando, assim, os gestores em suas tomadas de decisões, contribuindo para otimização de resultados da organização. 29 Análise do fluxograma atual Após realizar a modelagem dos fluxos e ter o processo produtivo visual, é o momento de obter o olhar crítico perante o processo de transformação da empresa. Além disso, também analisar quais processos são desnecessários, quais deviam ser modificados, quais deviam ser adicionados e observar se há existência de gargalos. Dessa forma, torna-se mais fácil reconhecer as oportunidades de melhorias e escolher quais irão proporcionar mais benefícios à empresa e assim implementá-las com uma consultoria de mapeamento de processos. Os benefícios do uso da ferramenta são a compreensão do processo produtivo com a criação de fluxogramas que conterão todas as informações da produção. Isso contribuirá para a tomada de decisões e para a otimização do processo de transformação. Identificação dos retardos nos processos pois, com a análise, encontra-se as possíveis adversidades que estejam atrasando o processo. Ainda, pode-se encontrar uma ação não necessária que esteja consumindo tempo e recurso. Assim, a empresa terá a oportunidade de melhorá-los. Ocorre o aumento e melhoramento da capacidade produtiva devido aos fluxogramas. Esses garantem que diferentes estágios nos processos de fluxos estejam incluídos no processo de melhoramento. É possível identificar a raiz do problema e tornar claras as oportunidades de melhorias. Pode-se, por conseguinte, diminuir desperdícios iniciais, intermediários e finais da empresa. A padronização dos procedimentos ao final do mapeamento dos processos. Esses permitem uma fácil padronização dos procedimentos da empresa. Desta maneira problemas na execução dos procedimentos poderão ser evitados. Também, haverá um fácil entendimento de todos os envolvidos para realizá-lo. O mapeamento de processos é um recurso de gestão indispensável para identificar e otimizar os processos de transformação do seu negócio. Tal técnica possui uma gama de benefícios a empresa, garantindo o sucesso da sua capacidade produtiva. 30 Existem distinções entre as variadas operações desempenhadas pelas empresas, isso faz com que cada uma busque a melhor decisão para implementar sua estratégia de produção. Para Gaither e Frazier (2002, p. 104), “existem fatores importantes que afetam as decisões na escolha dos processos, tais como, natureza da demanda por produtos; [...] flexibilidade de produto; flexibilidade de volume e; grau de automação”. Para o referido autor, é necessário usar termos que diferenciem cada tipo de processo de produção e determinem a posição da operação em relação a esses fatores. Neste sentido, Slack e Stuart (2007) utilizam nomenclaturas específicas para diferenciar os tipos de processos nos setores de manufatura e serviços. Assim, na manufatura é possível elencar cinco processos, os quais são listados a seguir: Processos de projetos; Processos de jobbing; Processos em lotes ou bateladas; Processos de produção em massa; Processos contínuos. Já quanto a serviços, os referidos autores distinguem da seguinteforma: Serviços profissionais; Lojas de serviços; Serviços em massa. Cada tipo de processo em manufatura faz com que a empresa siga uma linha de ação diferente para organizar as atividades das operações. Existem cinco tipos de processos de manufatura, descritos e explicados a seguir: - Processos de projeto: é característico dos processos de projetos o baixo volume e um grau elevado de customização. Para Ritzman e Krajewski (2007) o processo de projeto é uma sequência de operações e o processo envolvido em cada uma delas é únicos, feitos especificamente para atender aos pedidos dos clientes, tornando cada projeto único, embora alguns possam parecer similares. - Processos de jobbing: da mesma forma dos processos por projetos, apresentam variedade alta e volume baixo, porém no primeiro os recursos transformadores são dedicados exclusivamente para um determinado produto, enquanto que no segundo os recursos são compartilhados entre todas as unidades. 31 “Os processos de Jobbing produzem mais itens e, usualmente, menores do que os processos de projeto, o grau de repetição é baixo” (SLACK e STUART, 2007, p. 130). - Processos em lotes ou bateladas: frequentemente confundido com Jobbing, porém os processos em lote não têm o mesmo grau de variedade. “A diferença fundamental é que os volumes são maiores porque produtos ou serviços iguais ou similares são fornecidos repetidamente” (RITZMAN e KRAJEWSKI, 2007, p. 33). De acordo com Moreira (2000), na produção em lotes, é necessário o uso de equipamentos diferenciados, e a sua própria adaptabilidade exige uma mão de obra especializada, devido às constantes mudanças de calibragens, ferramentas e acessórios. - Processos de produção em massa: são aqueles que fabricam um alto volume de produtos, porém com pequena variedade. “Esses processos tendem a ser altamente automatizados e a produzir produtos com elevado grau de padronização, sendo qualquer diferenciação pouca, ou nada permitida” (MOREIRA, 2000, P. 11). - Processos contínuos: são muitas vezes associados a tecnologias relativamente inflexíveis, de capital intensivo com fluxo altamente previsível. Conforme Ritzman e Krajewski (2007, p. 33) “são o extremo da produção em grande volume e padronizada com fluxos de produção em massa, sendo que a operação ocorre vinte e quatro horas por dia, para maximizar a utilização e evitar interrupções onerosas”. Os processos existentes em serviços são: - Serviços profissionais: serviços como estes proporcionam altos níveis de customização e o processo todo é em virtude de atender e satisfazer as necessidades individuais dos consumidores. Tal relação com o cliente indica, porém um alto tempo de pessoal desperdiçado no escritório e da linha de frente no atendimento aos clientes. Serviços profissionais são baseados em pessoas, as quais buscam melhorar a prestação de serviço e, não, o que é fornecido. “Esses esquemas oferecem serviços especializados e um elevado grau de contato com o cliente” (GAITHER e FRAZIER, 2002, p.117). - Serviços em massa: ao contrário dos serviços profissionais, são baseados em equipamentos e não em pessoas, sendo que provavelmente tenha uma divisão do trabalho precisamente definida e normalmente com suas tarefas preestabelecidas. Silvestro (1999, apud SAKURADA; MIYAKE, 2009) relata que a formatação deste tipo 32 de serviço se apoia num elevado grau de padronização e rotinização, baseado em pesquisas sobre expectativas dos clientes. - Lojas de serviços: o serviço é prestado por meio de combinações de atividades do pessoal do escritório e da linha de frente, e a ênfase passa a ser no produto e no processo de produção. Conforme Corrêa e Caon (2002, apud SAKURADA; MIYAKE, 2009) são definidas como intermediário entre Serviços Profissionais e Serviços de Massa. Para Slack e Stuart (2007, p.132) “são caracterizadas por níveis de contato com o cliente, customização, volume de clientes e liberdade de decisão do pessoal”. Por conta desta variedade de tipos de processo, tanto na manufatura, como nos serviços, é necessária atenção no momento de escolher o mercado de atuação, pois primeiramente é necessário compreender certas especificidades, como afirma Harrington (1993, p. 135), “precisamos compreender claramente várias características de processo, [...] como fluxo, eficácia, eficiência, tempo de ciclo e custo”. O autor ainda elenca três motivos para justificar a importância desta compreensão: CAPÍTULO 7 – PLANEJAMENTO DO ARRANJO FÍSICO O arranjo físico de uma organização está relacionado ao posicionamento físico dos recursos transformadores de uma organização, ou seja: as instalações, equipamentos e pessoas que trabalham na empresa. O seu objetivo é permitir o melhor desempenho dos colaboradores e dos equipamentos, de forma que o trabalho flua de maneira simples e fácil. O arranjo físico está relacionado ao posicionamento físico dos recursos transformadores de uma organização, ou seja: as instalações, equipamentos e pessoas que trabalham na empresa. O planejamento do arranjo físico é estudar as decisões que serão tomadas para definir as instalações que é qualquer coisa que ocupe lugar, como por exemplo: grupo de pessoas, máquinas, bancadas, salas, departamentos e etc. O objetivo deste planejamento é permitir o melhor desempenho dos funcionários e dos equipamentos fazendo com que o trabalho flua de forma mais fácil. Planejar o arranjo físico é estudar as decisões que serão tomadas para definir as instalações que é qualquer coisa que ocupe lugar, como por exemplo: grupo de pessoas, máquinas, bancadas, salas, departamentos e etc. O objetivo deste 33 planejamento é permitir o melhor desempenho dos funcionários e dos equipamentos fazendo com que o trabalho flua de forma mais fácil. Um planejamento mal feito pode afetar a capacidade e a produtividade da empresa, e causar interrupções no processo, também pode ocorrer em estoque de materiais, longos tempos de processamento e atrasos nas entregas dos pedidos. O arranjo físico pode afetar a competitividade da empresa, proporcionando facilidade no fluxo de informações e materiais, aumento da produtividade tanto das pessoas como dos equipamentos, redução dos riscos de acidentes e à saúde dos trabalhadores. Caso o planejamento não seja feito de forma adequada pode afetar a capacidade e a produtividade da empresa, e causar interrupções no processo, também pode ocorrer em estoque de materiais, longos tempos de processamento e atrasos nas entregas dos pedidos. O arranjo físico pode afetar a competitividade da empresa, proporcionando facilidade no fluxo de informações e materiais, aumento da produtividade tanto das pessoas como dos equipamentos, redução dos riscos de acidentes e à saúde dos trabalhadores. Em relação a classificação dos arranjos físicos entre eles, podemos citar: Arranjo Físico de Processo: reúne estações de trabalho de acordo com as funções a serem desenvolvidas, as máquinas são agrupadas com as mesmas funções formando um departamento por onde caminham os produtos. Consiste em um arranjo físico em que processos similares são posicionados juntos uns dos outros. É muito utilizado em hospitais, que são divididos em setores como cardiologia, pediatria e oftalmologia, ou são separados por processo. É mais utilizada em processos intermitentes, como a produção por lotes ou encomendas, quando a operação atende diversos clientes por meio da produção de produtos diferenciados. Arranjo Físico de Produto: os postos de trabalho são colocados de forma linear, linha de montagem. Conhecido também como linear ou linha de produção, envolve localizar os recursos produtivos transformadores, segundo a melhor conveniência do recurso que está sendo transformado. 34 Cada centro de trabalho é responsável por uma etapa do trabalho e o fluxo de pessoas emateriais é balanceado, é o melhor tipo de arranjo físico quando se trata de produção repetitiva e de volumes elevados. Vale destacar que o tipo de arranjo físico adotado pode impactar significativamente nos custos da operação produtiva, causando muitos prejuízos quando é ineficiente e favorecendo a produtividade quando bem aplicado. Arranjo Físico de Posição Fixa: utilizado para projeto aonde o produto permanece fixo em um determinado local e os funcionários são direcionados para trabalhar neste produto. A imobilidade do produto é devido a peso, tamanho e formato. Exemplo de produtos que utilizam este tipo de arranjo físico: construção de navios, locomotivas, prédios, represas e etc. Exemplo de arranjo físico por processo: Departamentos de uma empresa. a)Contas à pagar b)Contas à receber c)Exportação Vantagens do arranjo por processo: Flexibilidade para atender a demanda de mercado; Atende produtos diversificados em quantidades variadas ao mesmo tempo. Vantagens do arranjo físico por produto: Produção em massa com grande produtividade; Controle de produtividade mais fácil. Arranjo físico celular: É aquele em que os recursos transformados são selecionados previamente para movimentar-se para uma localidade específica onde se encontram todos os recursos transformadores necessários a atender suas necessidades imediatas. 35 Vantagens do arranjo físico celular: Aumento da flexibilidade; Diminuição do transporte do material; Diminuição dos estoques. Arranjo físico posicional: É um arranjo físico em que os recursos transformados não se movem entre recursos transformadores, ou seja: aquilo que vai ser transformado fica em uma posição fixa, enquanto os agentes transformadores vão se movimentando ao redor dele. Esta é uma característica de grandes construções, em que o produto é muito grande e fica difícil de movimentá-lo. Vantagens do arranjo físico posicional: Possibilidade de terceirização de todo o projeto, ou de parte dele; Alta flexibilidade. Entre as vantagens de ter um bom arranjo físico é que quando bem escolhido o arranjo físico pode trazer uma infinidade de benefícios para empresas e profissionais, uma vez que melhora o ambiente de trabalho como um todo e também a produtividade dos colaboradores, que passam a sentir-se cada vez melhores na organização, contribuindo, assim, para o sucesso dos negócios. Acessibilidade A adoção de um destes modelos de arranjo físico contribui para que todas as máquinas da empresa, por exemplo, estejam dispostas em um nível de acessibilidade suficiente para a plena utilização dos colaboradores, bem como para a limpeza e manutenção, o que torna tudo muito mais fluído dentro da organização. 36 Conforto Primeiro ganho que se tem ao contar com um arranjo físico verdadeiramente eficiente é o conforto que ele proporciona aos colaboradores da empresa. Isso porque ao ser implementado os profissionais terão um ambiente de trabalho mais ventilado, iluminado e agradável, algo que contribui significativamente para uma performance de excelência e qualidade de vida no trabalho. Espaço Melhor aproveitamento do espaço que se tem dentro da empresa, já que suas diretrizes servem justamente para orientar empresários, gestores e profissionais de RH a como devem dispor de equipamentos e mobiliários, por exemplo, para que assim tudo fique melhor e mais fácil de ser acessado, bem como mais harmonioso. Flexibilidade É preciso que os arranjos sejam alterados a longo prazo, na medida em que as necessidades da operação mudam, sendo assim, o arranjo físico escolhido precisa contar com este fator, para que assim possa trazer verdadeiros benefícios e vantagens a todos Segurança Inerente Quando se escolhe um arranjo adequado é possível contar, por exemplo, com sinalizações adequadas, com saídas de emergência, entre outros fatores, que trarão mais tranquilidade aos colaboradores e todos que façam parte do ambiente. Extensão do Fluxo Os processos organizacionais são verdadeiramente beneficiados com a implementação de um arranjo físico. O fluxo de informações e materiais passa a atender ao objetivo da operação que está sendo realizada, o traz uma melhora significativa e uma fluidez maior para as atividades desempenhadas. 37 CAPÍTULO 8 – PLANEJAMENTO AGREGADO O Planeamento Agregado é considerado por Monks (1987, p. 230) como "uma decisão negociada de alto nível que coordena as atividades de marketing, finanças e outras funções". É o processo de planeamento das quantidades a produzir a médio prazo, através do ajuste da velocidade de produção, mão-de-obra disponível, estoques e outros, sendo seu objetivo atender às demandas irregulares, empregando os recursos disponíveis na empresa. O planejamento agregado da produção, abreviado como APP (Aggregate Production Planning), é útil para o gerenciamento da operação. Está associado à determinação dos níveis de produção, estoque e pessoal para atender à demanda variável, sob uma perspectiva de planejamento que varia de um período de seis meses a um ano. São necessários planos de produção agregados para explorar as oportunidades da força de trabalho e representar uma parte crucial do gerenciamento de operações. Planos de produção agregados facilitam a correspondência entre oferta e demanda e, ao mesmo tempo, reduzem custos. O processo de planejamento de produção agregado aplica as previsões de nível superior ao planejamento de nível de produção inferior e é mais bem-sucedido quando aplicado a períodos de 2 a 18 meses no futuro. Os planos geralmente “perseguem” a demanda, ajustando a força de trabalho de acordo, ou os planos “nivelados”, o que significa que o trabalho é comparativamente constante, com as flutuações na demanda sendo atendidas por estoques e pedidos pendentes. Para que ele seja planejado de forma correta, existem algumas recomendações. Variação de tamanho de equipe de trabalho; Tempo extra e tempo ocioso; Variação de níveis de estoque; Aceite de pedidos para atendimento futuro; Subcontratação; Utilização da capacidade a se seguir. 38 Planejamento agregado ou APP (Aggregate Production Planning) é o processo de tomada de decisão para estimar a quantidade de produção a médio prazo. Em um período de 3 a 18 meses, o planejamento agregado busca balancear os recursos produtivos da empresa com a demanda agregada, equilibrar a demanda com a oferta. Para isso, considera um agregado de recursos. Esses recursos podem ser produtos, produção, mão de obra, vendas e promoção. Ele existe, pois, nem sempre a demanda de uma empresa se mantém constante. Assim, o benefício deste planejamento é equilibrar oferta e demanda em um curto período de tempo. O planejamento agregado é importante, porque nem sempre a demanda de uma empresa é constante O planejamento agregado considera a demanda do mercado, ou seja, a exigência dos consumidores por novos produtos. E, também, a capacidade para oferta: o poder da empresa para produção desses produtos. Este planejamento agrega produtos em grupos sem qualquer distinção. Todos os setores da empresa trabalham juntos no momento de criar o planejamento agregado. Isso porque o planejamento ajuda a equilibrar fatores importantes para todas as áreas. Para o financeiro, por exemplo, o planejamento agregado tem como objetivo alcançar a meta financeira, tanto de investimentos como de lucro. Este planejamento não só é necessário para maximizar a eficiência operacional, mas também os lucros. Por considerar questões de estoque e mão de obra, é possível mensurar os investimentos necessários a curto prazo, como contratação de novos funcionários e matéria prima. Seu principal objetivo é garantir que os recursos estejam disponíveis para a produçãona quantidade adequada e nos momentos apropriados. A empresa precisa definir uma estratégia de operações que poderá ser, por exemplos: Adequar os recursos necessários para o atendimento da demanda. Atuar na demanda a fim de que os recursos disponíveis possam atendê-la. Utilizar uma estratégia mista, ou seja, atuar tanto nos recursos quanto na demanda. 39 Para realizar o planejamento agregado, o primeiro passo na execução do planejamento agregado é obter o perfil da demanda para o período do planejamento. É importante estimar o que irá acontecer com as vendas em um determinado tempo. Dessa forma, essa estimativa irá guiar todo o planejamento de setores e tomadas de decisão, fazendo a previsão da demanda. Determinar sua oferta: após ter feito a previsão de demanda, é necessário desenvolver a sua oferta. Estimar todas as alterações que podem acontecer, porque estimando todas as alterações que podem acontecer tanto com a demanda, quanto com os recursos produtivos, a empresa estará gerenciando riscos. Horas extras: consiste em trabalhar horas extras a fim de compensar as necessidades decorrentes do aumento da demanda. Neste caso, os custos são bem maiores do que o trabalho em horas normais. Admissão/demissão: consiste em admitir ou demitir colaboradores de acordo com as necessidades de mão-de-obra. Quando a variação da demanda é muito acentuada, como no exemplo apresentado, os custos são muito altos, tanto na admissão (recrutamento, treinamento) quanto na demissão (encargos sociais, relocação. Subcontratações: consiste em subcontratar com terceiros a fabricação das unidades que deixaram de ser produzidas, podendo gerar maiores ou menores custos. Estoques: consiste em fazer com que os estoques absorvam as variações da demanda. Esta é a prática mais usada, apesar de também levar a custos elevados de estoques e outros problemas decorrentes de sua existênciatc.). Preço de venda: consiste em aumentar o preço de venda para que a demanda diminua (quando os recursos produtivos forem insuficientes para atendê-la), e diminuir o preço de venda (quando os recursos produtivos estiverem sobrando), gerando desta forma o aumento da demanda. Promoção: ocorre quando há excesso de recursos produtivos. Atraso na entrega: consiste em atrasar a entrega dos pedidos, até quando haja recursos para atendê-los, não esquecendo de que há o risco de desagradar o cliente, onde a empresa correrá o risco de perdê-lo. 40 O planejamento agregado atua tanto na demanda quanto na oferta de recursos produtivos, é uma estratégia mista, onde procura-se a combinação dos dois casos anteriores, visando o menor custo possível, sem deixar de atender os clientes. O “agregado” do nome é exatamente por isso: este planejamento agrega produtos em grupos sem qualquer distinção. Por exemplo: você, como dono de uma montadora de carros, está considerando produzir mais para atender o aumento repentino da demanda do mercado, deverá colocar todos os carros em apenas um grupo: o dos automóveis. Marketing, vendas, compras e até mesmo o financeiro. Todos trabalham juntos no momento de criar o planejamento agregado. Isso porque o planejamento ajuda a equilibrar fatores importantes para todas as áreas. Para o financeiro, por exemplo, o planejamento agregado tem como objetivo alcançar a meta financeira, tanto de investimentos como de lucro. As empresas que se utilizam do planejamento agregado deverão ter o cuidado de jamais deixar de atender a demanda. Portanto, as estratégias apresentadas poderão auxiliá-las a tomar a decisão que mais se aplica a seu negócio, com o menor custo possível e satisfação do cliente. Ao adotar a estratégia de perseguição é importante analisar a demanda dos clientes. É necessário também considerar se a empresa deverá aumentar ou diminuir a demanda em determinado período do ano Ao adotar a estratégia de nível a empresa estará comprometida com o nivelamento de toda a sua produção. Para o planejamento agregado isto representa o nível constante entre demanda dos clientes e oferta da empresa. Portando, a empresa deve considerar a demanda prevista dos clientes. Poderá então nivelar a sua produção durante os próximos meses, mantendo linear a contratação de funcionários, mão de obra e venda de produtos. Em contrapartida, um dos pontos negativos é o alto investimento com estoque para suprir a demanda. Se for preciso aumentar, novos funcionários devem ser contratos e mais matéria prima será necessária. Ao contrário, haverá corte de mão de obra e utilização do estoque existente. Nessa estratégia, esse processo é repetido algumas vezes, pois a empresa estará na constante busca de se enquadrar na demanda do mercado. Dentre as vantagens dessa estratégia, destaca-se o nível baixo de utilização de estoque. Assim, economiza-se na pouca utilização dos materiais. Por outro lado, 41 existe a possibilidade de contratação e demissão de funcionários em períodos sazonais de produção. Algumas empresas acreditam ser mais vantajosa: a estratégia mista. Como sugerido pelo nome, esta estratégia é uma conexão entre as duas anteriores. Nessa terceira opção, todos os fatores anteriores, como mão de obra, produção e matéria prima, respondem diretamente com o aumento ou diminuição da demanda. O passo a passo do planejamento agregado deve seguir os seguintes passos: Entender a demanda do período; Desenvolver sua oferta; Considerar as variáveis que possam surgir, trabalhando com a Simulação de Cenários; Calcular o seu estoque para o período; Montar o planejamento orçamentário. Portanto, o planejamento agregado serve para equilibrar diversos fatores: Minimização dos custos de produção; Maximização do atendimento à demanda; Minimização dos níveis de variação da produção. As etapas para fazer o planejamento agregado são as seguintes: Faça a previsão de demanda Antes de tudo, é importante estimar o que irá acontecer com as vendas em um determinado tempo. Dessa forma, essa estimativa irá guiar todo o planejamento de setores e tomadas de decisão. Determine a sua oferta Após ter feito a previsão de demanda, você precisará desenvolver a sua oferta, sempre visando atender ao que você estimou no tópico anterior. https://www.voitto.com.br/blog/artigo/processo-de-vendas 42 Estime todas as alterações que podem acontecer Essa etapa é muito importante, porque estimando todas as alterações que podem acontecer tanto com a demanda, quanto com com os recursos produtivos, você estará gerenciando riscos. Dessa forma, você poderá prever e corrigir imprevistos que virão acontecer, sem prejudicar a organização. Calcule o estoque do período Calcular o estoque serve para, justamente, prever o que será ofertado no período e o que estará sendo requisitado. Assim, isso diminui o risco de falta de estoque e de produção. Montar seu planejamento orçamentário Por último, mas não menos importante, é preciso fazer o planejamento orçamentário. Isso porque ele proporciona ao gestor visualizar estrategicamente a longo prazo, analisando e prevendo metas e cenários estabelecidos. Em suma, a gestão orçamentária previne perdas, crises e imprevistos. Podemos separar duas formas de desenvolver um planejamento agregado: utilizando uma estratégia de nível ou de perseguição. Estratégia de nível Ao adotar esta estratégia, a empresa estará comprometida com o nivelamento de toda a sua produção. Para o planejamento agregado isto representa o nível constante entre demanda dos clientes e oferta da empresa. Sendo assim, a empresa deve considerar a demanda prevista dos clientes. Poderá então nivelar a sua produção durante os próximos meses, mantendo linear a contratação de funcionários, mão de obra e venda de produtos. Em contrapartida, um dos pontos negativos é o alto
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