Independentemente da popularização de publicações antropológicas sobre a cultura e sociedade brasileiras, Eunice Durham (2004) nos apresenta um qua...

Independentemente da popularização de publicações antropológicas sobre a cultura e sociedade brasileiras, Eunice Durham (2004) nos apresenta um quadro explicativo que demonstra algumas das principais características da disciplina: “[...] a antropologia sempre demonstrou especial interesse pelas minorias despossuídas e dominadas de todos os tipos (“índios”, negros, camponeses, favelados, desviantes e “pobres” em geral) em detrimento de estudos dos grupos ou classes politicamente dominantes e atuantes. Quanto aos temas, sempre revelou uma afinidade particular por aqueles que eram claramente periféricos à grande arena das lutas políticas: dedicou-se muito mais ao estudo da família, da religião, do folclore, da medicina popular, das festas do que à análise do Estado, dos partidos, dos movimentos sindicais, das relações de classe, do desenvolvimento econômico.” DURHAM, E. A pesquisa antropológica com populações urbanas. In: A dinâmica da cultura. São Paulo: Cosac & Naify, 2004. p. 360. Considerando o trecho do texto de Durham (2004) e a discussão sobre a crise explicativa nas ciências sociais, assinale a alternativa correta: a. Não houve nenhuma crise explicativa nas ciências sociais nas últimas décadas, pois Durham (2004., em sua análise, realiza uma reflexão exemplificadora do lugar específico que a antropologia social ocupa no hall das ciências humanas e sociais. b. A crise explicativa, segundo Eunice Durham (2004., das ciências sociais atingiu em cheio as grandes narrativas que se propunham a imensas generalizações acerca de nossa civilização, a exemplo do marxismo ou mesmo explicações durkheimianas. A isso se soma a chegada de novos atores sociais, desde meados dos anos 1960 do século passado, que exigiam soluções originais e metodologias menos totalizantes. A antropologia também sofreu com tais mudanças de paradigma, mas de uma maneira peculiar, já que continuou centrada em pesquisas etnográficas, porém agora com uma maior abrangência explicativa de fenômenos sociais, sejam eles de nossa civilização ou de outros povos. c. A crise explicativa que Eunice Durham (2004. nos alerta tem relação direta com a retomada dos paradigmas clássicos, estabelecidos entre o final do século XIX e início do século XX. Tais paradigmas haviam sido abandonados pela academia e havia a necessidade urgente de retomá-los para a explicação dos fenômenos sociais. d. Não houve nenhuma crise explicativa, mas a acomodação de novos paradigmas e metodologias de pesquisa para a abordagem de novíssimos fenômenos sociais, inexistentes até meados dos anos 1970. e. A crise explicativa à qual Durham se refere diz respeito ao afastamento da ciência antropológica das questões estritamente pedagógicas às quais ela está ligada desde sua fundação como disciplina acadêmica no final do século XIX.