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PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Em primeiro lugar, pode-se destacar a relevância da Antropologia da Saúde para Educação Física na dimensão da produção do ...

PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Em primeiro lugar, pode-se destacar a relevância da Antropologia da Saúde para Educação Física na dimensão da produção do conhecimento. Embora tenha ocorrido o aumento do desenvolvimento de estudos a partir dos referenciais das Ciências Sociais no campo da Saúde (LUZ, 2011; CANESQUI, 2011) e de pesquisas qualitativas na Educação Física (SILVA; VELOZO; RODRIGUES JUNIOR, 2008; GOELLNER et al., 2010), a subárea sociocultural ainda enfrenta dificuldades de se legitimar face a hegemonia da subárea biodinâmica no cenário acadêmico da Educação Física (BETTI et al., 2004; MANOEL; CARVALHO, 2011). Tal cenário supracitado se deve pela área de Educação Física ter privilegiado investigações de caráter biológico sobre exercício físico e atividade física voltada à Saúde Pública (NAHAS; GARCIA, 2010) em detrimento da ótica das práticas corporais que se preocupa com os significados e os sentidos que determinados grupos sociais atribuem à cultura corporal de movimento (SILVA; DAMIANI, 2005; LAZZAROTTI FILHO et al., 2010; SILVA, 2014). Pela Educação Física historicamente ter interface com o campo da Saúde, as relações entre corpo, saúde-doença e cultura ainda tornam-se uma perspectiva relativamente desconhecida ou pouco investigada no âmbito das práticas corporais. Nesse contexto, a partir da possibilidade de exploração de novos e complexos objetos, temas e abordagens teórico-metodológicas no campo da Antropologia da Saúde na contemporaneidade (CANESQUI, 2011a; IRIART; CAPRARA, 2011; DESLANDES; IRIART, 2012), abre-se um espaço profícuo de estudos sobre a multiplicidade de formas de conceber o processo saúde-doença e os inúmeros artifícios terapêuticos presentes na prática profissional em Educação Física ou nas concepções e comportamentos daqueles que realizam as práticas corporais. Noções de riscos à saúde, práticas e saberes clínicos envolvidos no movimento humano, usos de substâncias ou produtos para aprimoramento do corpo (fármacos, anabolizantes, suplementos alimentares, etc.), práticas corporais realizadas em ambientes indoor ou outdoor como processos terapêuticos, sociabilidades entre grupos que realizam determinada modalidade de atividade física, imbricamentos entre consumos e tecnologias visando performances atléticas ou modificações corporais, redes sociais como espaços de compartilhamento de representações sobre exercício físico e saúde-doença, dentre outras perspectivas de análise, são campos ainda pouco explorados na área Educação Física pelo referencial antropológico. Destarte, argumenta-se, portanto, a necessidade do estímulo a investigações quanti-quali ou quali-quanti, ou ainda, estudos que centrem suas análises transdisciplinares ou interdisciplinares abordando os referenciais da Antropologia da Saúde junto aos pressupostos epidemiológicos ou estatísticos que ainda predominam no âmbito das práticas corporais.

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O texto destaca a relevância da Antropologia da Saúde para a Educação Física na dimensão da produção do conhecimento. A subárea sociocultural ainda enfrenta dificuldades de se legitimar face a hegemonia da subárea biodinâmica no cenário acadêmico da Educação Física. A partir da possibilidade de exploração de novos e complexos objetos, temas e abordagens teórico-metodológicas no campo da Antropologia da Saúde na contemporaneidade, abre-se um espaço profícuo de estudos sobre a multiplicidade de formas de conceber o processo saúde-doença e os inúmeros artifícios terapêuticos presentes na prática profissional em Educação Física ou nas concepções e comportamentos daqueles que realizam as práticas corporais. É necessário estimular investigações quanti-quali ou quali-quanti, ou ainda, estudos que centrem suas análises transdisciplinares ou interdisciplinares abordando os referenciais da Antropologia da Saúde junto aos pressupostos epidemiológicos ou estatísticos que ainda predominam no âmbito das práticas corporais.

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