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Tanto o CI como o mindful eating (que vem do mildfulness), tradução para o português em comer com atenção plena, estruturam-se na prática em reduzi...

Tanto o CI como o mindful eating (que vem do mildfulness), tradução para o português em comer com atenção plena, estruturam-se na prática em reduzir os elementos externos que interferem na ingestão de comida, como por exemplo: assistir TV, estar conectado a redes sociais, e elevar a importância das propriedades sensoriais dos alimentos e dos sinais internos relacionados à ingestão alimentar (fome, saciação e saciedade) (BAER, 2013). O comer com atenção plena consiste em concentrar-se durante as refeições, com consciência e foco na experiência com os alimentos. A intenção não é a perda de peso ou a restrição alimentar, mas ter o conhecimento e estar envolvido com as sensações desencadeadas pelo alimento no organismo sem julgamentos (bom ou ruim, saudável ou não saudável) (BAER, 2013). A imersão nas cores, texturas, aromas, sentidos e nos sons de comer e beber permite que se tenha contato com as reações frente ao alimento e, além disso, aos sinais de fome e saciedade. Intervenções baseadas no comer atenção plena têm sido estudadas no tratamento da obesidade e de transtornos alimentares (WARREN; SMITH; ASHWELL, 2017; ARTILES et al., 2019). Grider, Douglas, Raynor (2020), ao elaborarem uma revisão sistemática concluíram que poucas evidências sugerem que o emprego das duas ferramentas, comer intuitivo ou comer com atenção plena, tiveram influência na ingestão energética ou na qualidade da dieta. Para se obter maior robustez de evidências é preciso delinear estudos com maior rigor metodológico. A variabilidade e o estudo criterioso das ferramentas utilizadas na prática pelos profissionais de saúde garante que a terapêutica pode ser efetuada com flexibilidade, variabilidade e mudança, de acordo com o tipo de comportamento, de intervenção, características e objetivos do paciente. Comportamento alimentar de obesos e sua correlação com o tratamento nutricional. Introdução A obesidade é considerada um problema de saúde pública, com aumento significativo das taxas de sobrepeso e obesidade entre adultos e crianças em diversos países. No Brasil, em 2018, de acordo com a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), a frequência de excesso de peso foi de 55,7% e de obesidade, de 19,8%. Vários padrões de comportamentos alimentares foram identificados e eles incluem o descontrole alimentar (DA), a alimentação emocional (AE) e a restrição cognitiva (RC). O The Three-Factor Eating Questionnaire (TFEQ) é uma escala autoavaliativa amplamente utilizada em indivíduos com sobrepeso/obesidade e eutróficos. Ela foi projetada para avaliar os três fatores da alimentação (DA, AE e RC) e, dessa forma, facilitar a compreensão multidimensional da obesidade que será necessária para delinear o rumo do tratamento. Diante do aumento crescente das taxas de obesidade no país, explorar o comportamento alimentar e relacioná-lo com a obesidade se faz necessário para a construção de uma abordagem nutricional multidimensional que abarca o contexto biológico e psicossocial, que poderá resultar em maior adesão ao tratamento. Objetivo Avaliar os tipos de comportamentos alimentares em indivíduos com obesidade e correlacionar com a adesão ao tratamento proposto. uras (p = 0,02) e fibra alimentar (p = 0,004). A subescala AE apresentou correlação negativa com a adesão ao consumo de gorduras (p = 0,03) e correlação positiva com a DA (p < 0,01). Conclusão O tipo de comportamento alimentar mais frequente na amostra foi a restrição cognitiva, que não foi correlacionada com o escore total de adesão. A AE foi associada com maior consumo de gorduras, similar ao encontrado em estudos nacionais e internacionais. Nota-se uma lacuna de estudos que relacionam o comportamento alimentar com a adesão ao tratamento nutricional. FONTE: Adaptada de . Acesso em: 20 jul. 2020. tura, palatabilidade, familiaridade, composição nutricional etc.); dos indivíduos (aspectos socioculturais e psicológicos, tabus, crenças, renda, mídia etc.) e os internos (nível de glicemia, ação de neurotransmissores, taxa de metabólica, receptores sensoriais, reserva energética etc.), resulta em um controle da ingestão alimentar e denota a complexidade desse processo essencial à vida. • A necessidade de se alimentar resultante da privação de energia ou de alimentos, o que permite a busca por comida, chama-se de fome. • A saciedade diz respeito à plenitude gástrica associada a ausência de fome com sensação de bem-estar e o intervalo entre uma refeição e outra; saciação traduz-se em controle do tamanho da refeição. • A fome hedônica ou apetite se expressa no desejo de comer um alimento ou grupo de alimentos em particular, a fim de se obter prazer. • O apetite pode ser estimulado pela disponibilidade de alimentos bastante palatáveis (ricos em açúcar, gorduras e sódio) e pelo estresse. 135 • As escolhas alimentares envolvem ações conscientes, automáticas, habituais e subconscientes, assim sendo dependem das atitudes. • Há três tipos de determinantes das escolhas alimentares, os quais referem-se ao alimento, ao comedor e ao ambiente. • Os quatro pilares que alicerçam a prática da empatia e o estabelecimento do vínculo com o outro, de acordo com a Nutrição Comportamental, são: a) ver o mundo do seu paciente; b) não ser julgador; c) compreender sentimentos; e d) comunicar o que se compreendeu. • Há formas diferentes de se comunicar e interagir socialmente e dentre as modalidades destacam-se a não verbal e a verbal. • A comunicação verbal além da fala e da conversa, envolve também a forma de perguntar, de escutar e de responder. • O comer intuitivo tem por objetivo favorecer a confiança em diferenciar sensações físicas e emocionais relacionadas ao comportamento alimentar e descarta a prescrição de dietas como ferramenta terapêutica para mudança comportamental. • O comer com atenção plena estrutura-se na prática de reduzir os elementos externos que interferem na ingestão de comida, ou seja, elevar a importância das propriedades sensoriais dos alimentos e dos sinais internos relacionados ao comer (fome, saciação e saciedade). 136 1 O comportamento alimentar diz respeito ao consumo e ao modo de comer, e como e onde o indivíduo se alimenta. Sendo assim, é reconhecido que o momento pré-ingest

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Tópicos Especiais em Nutrição
178 pág.

Nutrição Universidade Norte do ParanáUniversidade Norte do Paraná

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