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Manual de Patologias! Letícia Negrini da Costa 2021/2 Audiologia Clínica Sumário 1 Otite Externa................................................... 1.1 Conceito.................................................. 1 1.2 Sintomas do paciente........................... 1 1.3 Tratamento........................................... 2 1.4 Características audiológicas............. 2 1.5 Audiometria......................................... 2 1.6 Imitanciometria.................................. 2 2 Otite Média..................................................... 1.1 Conceito.................................................. 3 1.2 Sintomas do paciente........................... 3 1.3 Tratamento........................................... 4 1.4 Características audiológicas............. 4 1.5 Audiometria......................................... 4 1.6 Imitanciometria.................................. 5 3 Colesteatoma................................................... 1.1 Conceito.................................................. 6 1.2 Sintomas do paciente........................... 6 1.3 Tratamento........................................... 7 1.4 Características audiológicas............. 7 1.5 Audiometria......................................... 7 1.6 Imitanciometria.................................. 7 4 Otosclerose................................................... 1.1 Conceito.................................................. 8 1.2 Sintomas do paciente........................... 8 1.3 Tratamento........................................... 9 1.4 Características audiológicas............. 9 1.5 Audiometria......................................... 9 1.6 Imitanciometria.................................. 9 5 Schwannoma do acústico.............................. 1.1 Conceito.................................................. 10 1.2 Sintomas do paciente........................... 10 1.3 Tratamento........................................... 10 1.4 Características audiológicas............. 10 1.5 Audiometria......................................... 10 1.6 Imitanciometria.................................. 11 6 Alterações auditivas neurossensoriais hereditárias .................................................... 1.1 Conceito.................................................. 12 1.2 Sintomas do paciente........................... 12 1.3 Tratamento........................................... 12 1.4 Características audiológicas............. 12 1.5 Audiometria......................................... 13 1.6 Imitanciometria.................................. 13 7 Doença de Méniere............................................ 1.1 Conceito.................................................. 14 1.2 Sintomas do paciente........................... 14 1.3 Tratamento........................................... 14 1.4 Características audiológicas............. 14 1.5 Audiometria......................................... 14 1.6 Imitanciometria.................................. 15 8 Esclerose Múltipla............................................. 1.1 Conceito.................................................. 16 1.2 Sintomas do paciente........................... 16 1.3 Tratamento........................................... 16 1.4 Características audiológicas............. 16 1.5 Audiometria......................................... 16 1.6 Imitanciometria.................................. 17 9 Perda auditiva induzida por ruído............. 1.1 Conceito.................................................. 18 1.2 Sintomas do paciente........................... 18 1.3 Tratamento........................................... 18 1.4 Características audiológicas............. 18 1.5 Audiometria......................................... 18 1.6 Imitanciometria.................................. 19 10 Trauma acústico.............................................. 1.1 Conceito.................................................. 20 1.2 Sintomas do paciente........................... 20 1.3 Tratamento........................................... 20 1.4 Características audiológicas............. 20 1.5 Audiometria......................................... 20 1.6 Imitanciometria.................................. 21 11 Ototoxicidade.................................................. 1.1 Conceito.................................................. 22 1.2 Sintomas do paciente........................... 22 1.3 Tratamento........................................... 22 1.4 Características audiológicas............. 22 1.5 Audiometria......................................... 23 1.6 Imitanciometria.................................. 23 12 Presbiacusia...................................................... 1.1 Conceito.................................................. 24 1.2 Sintomas do paciente........................... 24 1.3 Tratamento........................................... 24 1.4 Características audiológicas............. 24 1.5 Audiometria......................................... 25 1.6 Imitanciometria.................................. 25 13 Perda auditiva súbita.................................. 1.1 Conceito.................................................. 26 1.2 Sintomas do paciente........................... 26 1.3 Tratamento........................................... 26 1.4 Características audiológicas............. 26 1.5 Audiometria......................................... 27 1.6 Imitanciometria.................................. 27 14 Fístula perilinfática...................................... 1.1 Conceito.................................................. 28 1.2 Sintomas do paciente........................... 28 1.3 Tratamento........................................... 28 1.4 Características audiológicas............. 28 1.5 Audiometria......................................... 29 1.6 Imitanciometria.................................. 29 15 Meningite.......................................................... 1.1 Conceito.................................................. 30 1.2 Sintomas do paciente........................... 30 1.3 Tratamento........................................... 30 1.4 Características audiológicas............. 30 1.5 Audiometria......................................... 31 1.6 Imitanciometria.................................. 31 Referências.......................................................... ................................................................... 32 Otite Externa (OE) 1.1 Conceito É uma inflamação da orelha externa, que pode ser caracterizada como alérgica, infecciosa ou inflamatória. Causada pela umidade excessiva no canal auditivo, contudo é mais comum em bebês e crianças, sendo conhecida como ouvido de nadador ou orelha tropical, devido ocorrer frequentemente no verão e em climas tropicais, após frequentarem piscinas ou mares ou com os papais de primeira viagem, que acabam deixando entrar muita água na orelha dos pequenos e esquecem de secá-las. Em adultos, ocorre devido ao uso excessivo de cotonetes. 1.2 Sintomas do paciente Figura 1: Otite externa, onde a secreção ocorre na parte externa da orelha, o canal auditivo se encontra inflamado e a membrana timpânica sem perfuração. Os principais sintomas são a dor de ouvido, coceira, descamação ou pus da pele do canal auditivo, Vermelhidão ou inchaço da orelha, perfuração do tímpano e pode haver febre ou secreção esbranquiçada ou amarelada Figura 2: Típico caso de Otite Externa – Observe a descamação e redução do diâmetro do canal Figura 3: A infecção está localizada apenas na pele, apresenta-se com a membrana timpânica opaca e sem sinais de perfuração. 1 1.4 Características audiológicas 1.3 Tratamento É feito com gotas otológicas, contendo analgésico, anti inflamatório e antibióticos. A melhora do quadro de dor ocorre poucos minutos após a instilação das primeiras gotas, e entre 48-72 horas do início do tratamento, todos os sintomasdesapareceram e o tratamento deve continuar por 5-7 dias. Evitar limpar o ouvido com os dedos, cotonetes ou tampas de caneta, por exemplo, preferindo limpar somente com a pontinha de uma toalha depois do banho; Se for à piscina com frequência usar sempre uma bola de algodão umedecida com um pouquinho de vaselina dentro do ouvido; Ao lavar o cabelo, preferir inclinar a cabeça para frente e logo depois enxugar o ouvido. Para complementar o tratamento indicado pelo médico, também é importante adotar certas medidas caseiras para se recuperar mais rápido: Figura 4: Aplicação das gotas otológicas no paciente. Via de condução óssea normal, via de condução aérea com limiares aumentados. Gap aéreo-ósseo maior que 15dB. 1.5 Audiometria 1.6 Imitanciometria 2 1.1 Conceito Resume ao acúmulo de fluido dentro do espaço do ouvido médio (tímpano, ossículos e janela oval), no qual, decorre de uma inflamação do revestimento mucoperiostal da cavidade do ouvido médio, através de vírus, bactérias e fungos. Ou por meio de alterações genéticas, imunológicas, anatômicas e determinados fatores ambientais, como o clima. Em alguns indivíduos está relacionada á ventilação inadequada da cavidade timpânica por disfunção ou obstrução da tuba de Eustáquio. Algumas causas de mau funcionamento podem ser alergia, adenoides hipertrofiadas, barotrauma, palato fissurado e fatores que envolvem o desenvolvimento. O fluido pode ser aquoso (OM serosa) ou mucóide (OM secretora) , podem estar relacionadas ao "catarro do ouvido médio". É uma doença de ouvido muito comum em crianças entre 6 e 24 meses, e entre 4 e 6 anos de idade. Porém, a doença pode ocorrer em qualquer idade. 1.2 Sintomas do paciente Otite Média (OM) Figura 5: Orelha média normal X otite média. Figura 6: Catarro do ouvido médio. Está relacionado á perda auditiva, sensação de plenitude no ouvido, um tinnitus contínuo ou pulsátil de pitch baixo, sons de estalo ou crepitação dentro do ouvido, frio e febre. A voz do paciente pode parecer atipicamente forte ou diferente para ele (autofonia). Em algumas crianças, a otite média recorrente e severa durante os três primeiros anos de vida, pode estar associado á um atraso de linguagem. 3 1.3 Tratamento Inclui terapia medicamentosa, técnicas de insuflação, tratamento de alergia, e cirurgia. Tubos de ventilação podem ser colocados na(s) membrana(s) timpânica(s). FIgura 7: Tubos de ventilação. 1.4 Características audiológicas Observa-se perda auditiva condutiva bilateral, entre 20dB e 40dBNA. Os estágios iniciais de OM podem estar associados á audição normal. Estágios mais avançados de OM podem ser associados á perda auditiva maior que 40dBNA. A curva audiométrica pode variar de acordo com o avanço da doença. Inicialmente, devido a pressão do ouvido médio estar reduzido, a membrana timpânica e a cadeia ossicular podem tornar-se cada vez mais rígidas. Pode ser ascendente com perda maior na região das frequências mais baixas do que na região das frequências mais altas. Como há um acúmulo de líquido a sensibilidade nas frequências altas diminui, devido a grande quantidade de massa na cadeia ossicular. Neste estágio, a curva audiométrica caracteriza-se horizontalmente. Na VO os limiares encontram-se anormais, dependendo da duração e grau da doença. Em pacientes que apresentam-se perda sensorioneural, a curva pode ser horizontal ou descendente. 1.5 Audiometria O audiograma apresenta uma perda condutiva leve em ambos os ouvidos. A audiometria vocal mostra valores normais em ambos os ouvidos. 4 1.6 Imitanciometria Apresenta-se anormal em ambos os ouvidos. A configuração da curva é tipo B no ouvido direito e do tipo C no ouvido esquerdo. 5 Colesteatoma 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente É um tumor benigno composto de pele (tecido epitelial) que se forma dentro do ouvido, para dentro do tímpano. A membrana mucosa assume um caráter dermatoide, inflamando-se e degenerando-se. Em muitos casos, o tumor não para de crescer, invade as estruturas da orelha e as destrói gradualmente. Quando não tratada, pode ter graves complicações e resultar em perda auditiva parcial ou total. Adquirido: pode acontecer ao longo da vida devido à perfuração da membrana do tímpano ou devido a infecções do ouvido repetidas ou não tratadas corretamente; (são mais comuns) Congênito: a pessoa já nasce com o excesso de pele no canal auditivo, no entanto a razão pela qual isso acontece ainda é desconhecida. Pode ser classificado em: Colesteatomas iniciais, podem ser assintomáticos. Na medida que vão crescendo, apresentam-se os seguintes sintomas: secreção amarelada (otorreia) pelo ouvido (com odor forte), perda de audição, zumbido e dor. Em casos mais graves pode levar a consequências como a paralisia facial, meningites e abcessos cerebrais. Nesses casos de complicações cerebrais, pode haver risco de morte. 6 1.3 Tratamento Ocorre em dois estágios. Logo após o diagnóstico do tumor, o médico poderá prescrever uso de antibióticos para tratar a infecção por uma a duas semanas. Colírios e limpeza cuidadosa também podem ser recomendados para tratar a infecção e drenar o ouvido. Em seguida, o profissional poderá analisar as condições do ouvido e criar um plano para a sua remoção cirúrgica. Em um primeiro momento, a cirurgia remove toda a pele que está no ouvido médio. Em muitos casos, também é necessário fazer a reconstrução de partes danificadas do ouvido interno. Frequentemente, a perda auditiva pode ser restaurada em algum grau durante o procedimento cirúrgico. Mas, se a doença impedir a restauração total da audição, pode ser necessário realizar outra operação menor futuramente. 1.4 Características audiológicas Os resultados do tom puro mostram uma perda auditiva condutiva. O grau de perda, varia de acordo com a localização e o tamanho do colesteatoma. Pode aparecer uma perda sensorioneural como uma perda sensorioneural como uma sensitividade normal para tom puro. Os valores dos limiares de fala estão dentro dos padrões normais. 1.5 Audiometria O audiograma acima mostra uma perda condutiva leve no ouvido direito e limiares normais no ouvido esquerdo. 1.6 Timpanometria No ouvido direito não puderam ser obtidas devido á perfuração da membrana timpânica. No ouvido esquerdo a curva é do tipo A, normal. 7 Otosclerose 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente É uma doença caracterizada pela calcificação e crescimento anormal do tecido ao redor do estribo, um dos ossículos. Isso faz com que ele perca espaço para vibrar e se torne mais fixo. Com isso, o ouvido médio perde capacidade de vibração e, consequentemente, a ampliação do som fica prejudicada, no qual, ocasiona a perda auditiva de diferentes graus. A doença se manifesta em duas fases: a primeira é chamada de Otospongiose (o osso está imaturo, não está fixado) e a segunda é a Otosclerose propriamente dita (o osso está maduro e já se fixou). A doença pode também afetar isoladamente a cóclea (porção do ouvido interno que contém terminações nervosas responsáveis pela audição). Nesse caso, é chamada de Otosclerose Coclear. Aparece no início da vida adulta, por volta dos 20 anos. Logo no começo, os sintomas são pouco perceptíveis e, por isso, muitas vezes ignorados. O sintoma principal é perda de audição uni ou bilateral progressiva, zumbidos e raramente tonturas. 1.3 Tratamento Não há um padrão de tratamento, irá depender da fase da doença. Incluem o uso de aparelhos auditivos, a prescrição de medicamentos e a realização de cirurgia. A cirurgia restauradora pode melhorar os limiares auditivos na maioria dos pacientes. Entretanto, pode haver uma perda auditiva em alguns casos devido ao aparecimento do foco otosclerótico. Em raras ocasiões, pode aparecer uma fístula na membrana que recobre a janela oval como uma complicação cirúrgica. Nestes casos, pode ocorrer uma perda auditiva sensorioneural. 1.4 Características audiológicas Pode ocorrer uma perda auditiva condutiva,gradualmente progressiva se o foco otosclerótico se estender até a janela oval e fixar a base do estribo. 8 https://menthel.com.br/os-diferentes-graus-de-perda-auditiva/ 1.5 Audiometria Os resultados dos limiares de tom puro caracteristicamente mostram uma perda auditiva condutiva bilateral. O grau da perda é geralmente de leve a moderado. O GAP geralmente ultrapassa os 50dB. A curva é geralmente ascendente. com perda maior na região de frequências altas e horizontalmente. 1.6 Timpanometria Perda moderada, predominantemente condutiva no ouvido direito e uma perda sensorioneural muito leve no ouvido esquerdo. Configura-se tipo A, normal, e medidas de compliância estática normais em ambos os ouvidos. 9 Schwannoma do acústico 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente É um tumor benigno, de crescimento lento, que tem origem, na maioria dos casos, na divisão superior do nervo vestibular (células de Schwann). O aparecimento dos sintomas acontece geralmente entre 30 e 50 anos de idade. Os sintomas iniciais incluem perda auditiva progredindo lentamente em um ouvido, ruído ou zumbido, dor de cabeça, sensação de pressão ou entupimento do ouvido, dor de ouvido, desequilíbrio ou instabilidade quando a pessoa se vira de forma rápida. 1.3 Tratamento Tumores pequenos e que não estejam crescendo ou provocando sintomas não necessitam de tratamento. Tumores que começarem a crescer ou causar sintomas são removidos através de uma cirurgia ou controlados utilizando-se radioterapia. 1.4 Características audiológicas Perda auditiva sensorial unilateral progressiva. Os pacientes demonstram geralmente uma inabilidade pra manter uma resposta de tom puro contínuo. 1.5 Audiometria Perda sensorioneural leve até 2KHz e acima de 2KHz perda sensorioneural profunda. 10 1.6 Timpanometria Configuração normal, curva tipo A e complacência estática normais bilateralmente. 11 Alterações auditivas sensorioneural hereditárias 1.1 Conceito É bastante comum e atinge várias crianças ao nascer, tendo como principal causa as mutações genéticas. Se um gene anormal for suficiente para produzir uma deficiência auditiva é caracterizada por um traço dominante, se um par de gene anormal for necessário para produzir a alteração é caracterizado por um traço recessivo. Por isso, é muito importante realizar o teste da orelhinha em todas as crianças com até 1 mês de vida. Essas mutações podem atingir vários genes, mas é mais comum no gene da conexina 26. 1.2 Sintomas do paciente Além da perda auditiva, outros sintomas e sinais, entre eles: problemas cardíacos, Síndrome de Usher, Síndrome de Down e cegueira. Já na surdez hereditária não sindrômica, o indivíduo não apresenta muitos sintomas. O único indício é a perda auditiva, que pode surgir em 70% dos casos da doença. 1.3 Tratamento 1.4 Características audiológicas O tratamento necessita o uso de aparelhos auditivos para amplificar o som, para conseguir desenvolver a fala, garantindo uma melhor qualidade de vida no seu dia a dia. Isso também facilita o seu convívio social com todos à sua volta. Se a perda auditiva for congênita, o grau de perda é geralmente estável. Se, entretanto, a perda auditiva for desenvolvida após o nascimento, o grau da perda pode progredir em grau severo ao longo do tempo. Em pessoas com alterações auditivas sensorioneurais hereditárias tardias, o aparecimento da perda é caracteristicamente enganoso. A observação da instabilidade dos limiares de tom puro em alguns pacientes ressalta a importância das avaliações audiométricas periódicas dos indivíduos. 12 1.5 Audiometria 1.6 imitanciometria Perda auditiva sensorioneural moderada em ambos os ouvidos. Configuração normal tipo A, em ambos os ouvidos. 13 Doença de Meniére 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente 1.3 Tratamento 1.4 Características audiológicas 1.5 Audiometria É uma quantidade de líquido, endolinfa, em excesso que esteja normalmente presente no ouvido interno. Esse líquido é secretado e reabsorvido de forma contínua, mantendo-se em uma quantidade constante. Tanto um aumento da produção quanto uma diminuição de sua reabsorção, resultam em excesso de líquido. Os sintomas incluem vertigem incapacitante severa, náusea e vômito, geralmente seguidos de sensações de pressão no ouvido e perda da audição. Envolve terapia medicamentosas, modificação na dieta, e/ou cirurgias em pacientes com crises vertiginosas incapacitantes e tratadas sem sucesso. Perda auditiva sensorioneural unilateral flutuante. Durante as fases iniciais da doença, o grau de perda é variável. Contudo, o grau de perda progride sendo permanente, moderado ou severo. Em raras ocasiões, pode ocorrer uma perda total de audição. 14 1.6 Imitanciometria OD, perda sensorioneural leve com uma configuração ascendente. OE, normal para tom puro com exceção de uma leve perda neurossensorial em 8KHz. Configuração normal, tipo A e medidas de complacência estática normais bilaterais. 15 Esclerose Múltipla 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente 1.3 Tratamento 1.4 Características audiológicas 1.5 Audiometria Doença crônica do sistema nervoso central. Sua principal característica é a destruição da bainha de mielina das fibras nervosas. Os sintomas incluem: cansaço excessivo; Sensação de dormência ou formigamento nos braços ou pernas; Falta de força muscular; Rigidez ou espasmo muscular; Tremor; Dor de cabeça ou enxaqueca; Lapsos de memória e dificuldade de concentração; Incontinência urinária ou fecal; Problemas de visão como visão dupla, nublada ou borrada; Dificuldade para falar ou engolir; Alterações no andar ou perda do equilíbrio; Falta de ar; Depressão. Deve ser feito com medicamentos indicados pelo médico com o objetivo evitar a progressão da doença, diminuir o tempo e a intensidade das crises e controlar os sintomas. Os resultados dos limiares para tom puro podem variar amplamente conforme o paciente com esclerose múltipla. Os resultados mostram uma perda auditiva sensorioneural bilateral, em pelo menos uma frequência. O grau é geralmente leve, A curva mostra uma configuração descendente com perda maior nas frequências altas do que nas frequências medias ou baixas. 16 1.6 Imitanciometria Perda sensorioneural nas frequências baixas no OD e normalidade para tom puro no OE. Apresenta-se limiares altos e configuração normal tipo A, em ambos os ouvidos. 17 Perda auditiva induzida por ruído (PAIR) 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente 1.3 Tratamento 1.4 Características audiológicas 1.5 Audiometria A exposição ao ruído com intensidade forte, pode resultar em uma perda de audição temporária ou permanente. Pode ocorrer de duas maneiras: perda auditiva por indução de ruídos ou traumas acústicos. • Auditivos (perda auditiva, zumbido e dificuldade de discriminação do som); • Transtornos Auditivos (Comportamentais, Cardiovasculares, Digestivos, Vestibulares, Neurológicos e de Comunicação) • Apresenta perda neurossensorial irreversível, com predominância coclear; • Exposição prolongada a níveis de ruídos superiores a 85 dB (8 horas); • Perda gradual ao longo de 6 a 10 anos; • Inicia-se nas freqüências altas; • Estabiliza quando pára a exposição ao ruído. A PAIR uma vez instalada no indivíduo não tem cura, o que pode ser evitado é que a doença evolua. Existe a possibilidade de reabilitação, que pode ser realizada por meio de ações terapêuticas individuais e em grupo, nos casos mais severos o paciente poderá necessitar de próteses auditivas. Os resultados dos limiares para tom puro apresentam perda auditiva sensorioneural simétrica e bilateral. A curva possui uma configuração descendente com perda maior nas frequências altas. O grau de perda é geralmente progressivo. 18 1.6 Imitanciometria Perda sensorioneural nas frequências altas em 4KHz e normalidade para tom puro em ambos os ouvidos. Apresenta-se limiares com configuração normal tipo A, em ambos os ouvidos e em todas as frequências. 19 Trauma acústico 1.1Conceito 1.2 Sintomas do paciente 1.3 Tratamento 1.4 Características audiológicas Ocorre em situações de exposição aguda a sons intensos, como estouros, explosões, tiros ou em shows de música. A exposição a ruído de alta intensidade, geralmente acima de 140 decibéis, pode acarretar em perda auditiva abrupta, geralmente de um único lado. Os barulhos muito altos podem prejudicar a audição porque danificam as pequenas células ciliadas do ouvido interno. A perda auditiva é considerada um dos principais sintomas do trauma acústico. O paciente apresenta zumbido, com as células lesadas, o ouvido passa a enviar sinais sem que haja uma fonte sonora. Incluindo diminuição de memória imediata, perda de controle emocional, depressão e fadiga incomum. Consiste no uso de corticosteroides, vasodilatadores e substâncias antioxidantes e deve ser instituído o mais precocemente possível. O audiograma pode mostrar uma perda condutiva, mista ou sensorioneural. O tipo de perda varia dependendo da localização da lesão na cabeça. Em pacientes com alteração condutiva, a perda é geralmente unilateral. Em pacientes com alterações sensorioneurais, a perda pode ser uni ou bilateral. O grau de perda é caracteristicamente leve, mas pode alcançar um grau profundo em alguns indivíduos. Em pacientes com perda auditiva bilateral, o grau de perda pode ser assimétrico. Na maioria dos indivíduos, a perda é severa no lado lesado. Contudo, em raras ocasiões, o grau de perda pode ser mais severo no ouvido contralateral ao lado lesado da cabeça. A curva varia significativamente. A perda auditiva pode ocorrer em um limite restrito de frequências ou em todas as frequências. 20 1.6 Imitanciometria Perda condutiva moderada no OD e normalidade para tom puro no OE. Apresenta no OD uma configuração tipo B, e compliância reduzida. Na OE a configuração e compliância estão dentro da normalidade. 1.5 Audiometria 21 Ototoxicidade 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente 1.3 Tratamento 1.4 Características audiológicas Refere-se á uma reação tóxica não desejada no sistema vestibular ou auditivo. Estas reações podem ser causadas por uma grande variedade de substâncias como antibióticos, diuréticos, álcool, tabagismo, chumbo, aspirina, quinino, entre outros. Os fatores que auxiliam na perda auditiva são agentes ototóxicos que incluem o potencial de toxicidade do agente, dosagem absoluta, duração e método de exposição, normalidade da função renal, uso prévio ou simultâneo de drogas ototóxicas. As substâncias tóxicas alcançam o ouvido interno através da corrente sanguínea e acumulam-se nos fluidos do ouvido interno. Os sintomas incluem perda auditiva uni ou bilateral, zumbido, osciloscopia (incapacidade de fixar o olhar e embaralhamento visual), vertigem, alterações do equilíbrio, náuseas e vômitos. Pelo fato da maioria dos pacientes apresentarem queixa apenas quando a perda auditiva já está em torno de 30dB, e apresenta frequências relativamente baixas (3000-4000Hz), a detecção precoce da ototoxicidade é difícil. Nos pacientes em quem as lesões já estão instaladas, podemos solicitar a troca as medicações em uso para reduzir esse efeito tóxico ao sistema auditivo e vestibular, ou então, quando isso não é possível (casos de quimioterapia por exemplo), propor a redução de dose e maior espaçamento nas aplicações – sempre com avaliação multidisciplinar com o médico que prescreveu o tratamento em questão. Aquelas com diagnóstico de lesões auditivas com perda parcial devem efetuar a reabilitação auditiva com os aparelhos auditivos. Nos casos de perda total da audição, são encaminhados para a realização do implante coclear. Nas lesões do sistema vestibular, o tratamento é realizado pelo uso de depressores labirínticos e reabilitação labiríntica para a adequação compensação cerebral. 22 1.6 Imitanciometria 1.5 Audiometria Os resultados dos limiares para tom puro apresentam perda auditiva sensorioneural bilateral, instável. Porém pode ocorrer apenas perda sensorioneural unilateral. O grau de perda varia de leve a profundo, podendo ser assimétrico. A configuração apresenta uma curva descendente. Contudo, pode mudar ocasionando uma curva horizontal, com perda severa em frequências altas. Apresenta na OD uma perda sensorioneural leve até 1KHz e uma perda sensorioneural moderada acima de 1KHz. No OE mostra uma perda sensorioneural moderada em todas as frequências. Apresenta configuração normal, tipo A e medidas de compliância estática normais bilateralmente. 23 Presbiacusia 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente 1.3 Tratamento 1.4 Características audiológicas É definida como diminuição auditiva relacionada ao envelhecimento por alteração degenerativa fazendo parte do processo de envelhecimento do organismo. A presbiacusia é uma das causas mais comuns da perda auditiva na terceira idade e afeta pessoas com mais de 60 anos. Ela se instala de forma lenta e gradual modificando elementos da cóclea (células ciliadas) levando assim a perda auditiva. “Todo este processo acontece no ouvido interno.” Os mais comuns são: Zumbido ; dificuldade em entender a fala em ambientes ruidosos; desconforto na presença de som alto, Não existe tratamento que previna ou cure um paciente portador de presbiacusia, ou perda da audição no idoso. Porém já existe várias opções para se atenuar e compensar este tipo de perda auditiva, tais como: Aparelhos auditivos; implante coclear. Paralelamente a isso é muito importante consultar com um médico otorrinolaringologista e posteriormente consultar um fonoaudiólogo, para realização de testes auditivos e os resultados promovam segurança, conforto, bem estar e qualidade de vida ao idoso portador dessa patologia. O audiograma tonal mostra uma perda auditiva nas frequências de4 e 8KHz, que vai progredindo para as frequências médias e graves, à medida que a doença avança. Os resultados mostram uma perda sensorioneural bilateral, gradualmente progressiva, geralmente simétrica. A curva é caracteristicamente descendente, com perda maior nas frequências altas. 24 1.6 Imitanciometria1.5 Audiometria Apresenta em ambos os ouvidos normalidade para tom puro até 1KHz e perda sensorioneural leve acima de 1KHz. Apresenta configuração normal, tipo A e medidas de compliância estática normais bilateralmente. 25 Perda auditiva súbita 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente 1.3 Tratamento 1.4 Características audiológicas É a perda auditiva neurossensorial moderada a grave que se desenvolve repentinamente no período de algumas horas ou é percebida ao despertar. Ainda não se conhece a causa exata que pode levar ao aparecimento de surdez súbita, no entanto, algumas situações parecem estar relacionadas ao aparecimento do problema, como: Infecções no ouvido, Doenças virais, como caxumba, sarampo ou catapora; Pancadas na cabeça, mesmo que não afetem diretamente o ouvido; Uso de remédios anti- inflamatórios ou antibióticos; Doença auto-imune, como HIV ou lúpus; Problemas do ouvido interno, como doença de Ménière. Estas causas provocam inflamação das estruturas do ouvido e, por isso, podem afeta a audição, pelo menos até que a inflamação desapareça. Pode ocorrer instantaneamente ou pode desenvolver-se em poucos dias. Na maioria dos indivíduos, a perda é percebida logo ao acordar. Em cerca de 50% a perda é precedida, acompanhada de vertigem, tontura ou sensação de instabilidade. Não existe qualquer tipo de tratamento médico. Existem médicos que prefere optar por nenhum tipo de tratamento. Outros recomendam restrição de dieta, terapia medicamentosa, repouso ou atividade física limitada. Os resultados mostram uma perda sensorioneural unilateral de grau severo a profundo. Contudo, existem indivíduos que possuem de grau leve a moderado. 26 1.6 Imitanciometria1.5 Audiometria Apresenta normalidade no ouvido direito e uma perda sensorioneural severa no ouvido esquerdo. Apresenta configuração normal, tipo A e medidas de compliância estáticanormais bilateralmente. 27 Fístula perilinfática 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente 1.3 Tratamento 1.4 Características audiológicas É uma abertura dentro da orelha interna que drena perilinfa para dentro da orelha média, afetando a comunicação entre ambas as orelhas. Perilinfa: Líquido encontrado dentro da cóclea, que preenche as rampas vestibular e timpânica. A perilinfa localiza-se entre o labirinto membranoso e o ósseo com função de amortecer as vibrações ósseas. Considerada como uma comunicação anormal entre a cóclea e a cavidade da orelha média, a fístula perilinfática (FP) pode originar-se de complicação de otite média crônica, traumatismo cranioencefálico, trauma acústico e barotrauma entre outros, devendo-se ressaltar as fístulas devido a malformações congênitas responsáveis por surtos de meningite de repetição, e as iatrogênicas, relacionadas a cirurgias otológicas, em especial as do estribo Os sintomas geralmente são a nível vestibular. Surdez; Vertigem; Zumbido; Tontura; Náuseas; Falta de equilíbrio Tratamento conservador com possível fechamento espontâneo da fístula é utilizado. Caso o conservador não obtenha o fechamento da fístula, deve-se considerar o tratamento cirúrgico. Aspiração da janela redonda Perda auditiva neurossensorial unilateral; Ocorre de forma súbita e progressiva; Reflexos acústicos presentes. Fenômeno de Túlio; Presença de nistagmo e/ou vertigem com a apresentação de estímulo intenso; Fenômeno de Hennebert; Presença de nistagmo e/ou vertigem com a variação rápida da pressão dentro do MAE. 28 1.6 Imitanciometria1.5 Audiometria Controle um mês após a cirurgia. Persistiu a perda auditiva neurossensorial moderada a grave. 29 Meningite 1.1 Conceito 1.2 Sintomas do paciente 1.3 Tratamento 30 A meningite é uma inflamação nas membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por bactérias, vírus, parasitas e fungos ou por processos não infecciosos, como traumatismo. O risco de desenvolver perda auditiva após quadros de meningite está relacionado a gravidade da doença, ao tipo de bactéria e à demora para se implementar o tratamento adequado. Quando a cóclea é acometida pela inflamação, pode ocorrer lesão em grau variável das suas células ciliadas, causando surdez neurossensorial. Quando de grau leve a moderada, a maioria dos pacientes pode ser bem reabilitada com aparelhos auditivos comuns. Com o fim do processo infeccioso e inflamatório, segue-se um processo cicatrização que pode levar a ossificação do interior da cóclea em cerca de 20 a 30% dos casos. Quando esta ossificação acomete parcialmente a cóclea, nós dispomos de técnicas e dispositivos para conseguir posicionar o implante coclear de forma adequada. Entretanto, uma ossificação completa do interior da cóclea pode impedir o implante, ou piorar muito seu resultado. Infelizmente nem todos os casos de surdez por meningite chegam a tempo de uma ação tão rápida. Por isso é importante que todos, especialmente os médicos pediatras e neurologistas estejam cientes do risco e encaminhem os pacientes para exames auditivos após quadros de meningite. Ainda mais importante é que se cumpra rigorosamente as vacinas indicadas pelo pediatra. Estão disponíveis vacinas contra 3 tipos para bactérias que causam meningites: Meningococo. Estreptococo e Haemophilus. Os sintomas da meningite incluem início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço. Muitas vezes há outros sintomas, como: Mal estar, Náusea, Vômito, Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), Status mental alterado (confusão). Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves de meningite bacteriana podem aparecer, como: convulsões, delírio, tremores e coma. 1.6 Imitanciometria 1.5 Audiometria 31 1.4 Características audiológicas A perda auditiva, nos três pacientes que apresentaram alteração audiométrica, foi do tipo sensorioneural (Quadro 6). Perda assimétrica e bilateral no paciente 5 Também apresentou acometimento bilateral, ao exame de Audiometria Tonal Limiar, com rebaixamento neurossensorial nas frequências de 3.000 a 8.000 Hz em OD e disacusia neurossensorial de grau moderado em OE. Determinou-se o tipo de curva, apenas os pacientes com audiometria normal, ou então que, em caso de alteração desta, apresentaram Imitanciometria Tipo A. Pfaff JÁ, Moore GP. Otolaringology in Rosen’s Emergency Medicine 2018. Rosenfeld RM, Schwartz SR, Cannon CR, et al. Clinical practice guideline: acute otitis externa. Otolaryngol Head Neck Surg 2014; 150:S1. Drehobl, M et al. Comparison of efficacy and safety of ciprofloxacin otic solution 0.2% versus polymyxin B-neomycin-hydrocortisone in the treatment of acute diffuse otitis externa. Curr Med Res Opin, 2008, 24(12):3531–42. Roland, PS et al. A single topical agent is clinically equivalent to the combination of topical and oral antibiotic treatment for otitis externa. Am J Otolaryngol, 2008;29(4):255–61. .Ministério da Saúde – Brasil. Medicamentos tópicos para Otite Externa Aguda. Relatório N° 253, Março/2017. SIH, T. et al. XIII Manual de Otorrinolaringologia Pediátrica da IAPO. 1. ed. 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