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Semiologia Médica II Eduarda Alves – Medicina, LI 1 Abdome agudo O Toda condição dolorosa no abdome, em geral de início súbito que requeira uma decisão rápida seja ela clínica ou cirúrgica. Classificação O Síndrome inflamatória. O Síndrome perfurativa. O Síndrome hemorrágica. O Síndrome oclusiva. Todas essas síndromes possuem indicação potencial de intervenção cirúrgica imediata ou a curto prazo. Síndrome inflamatória Sintomatologia: O Dor precedida por desconforto, localizada no início, podendo evoluir para a generalização. O Mal-estar, náuseas ou vômitos. O Febre contínua, inferior a 38°C, podendo elevar com a evolução. Principais patologias: O Apendicite aguda. O Colecistite aguda. O Pancreatite aguda. O Abcesso subfrênico. O Diverticulite cólica. Apendicite aguda O Causa mais comum de abdome agudo. O Maior incidência em adolescentes e adultos jovens. O Agentes mais frequentes: E. coli, Klebisella, Enterobacter (gram-negativos), Streptococcus faecalis (gram-positivo). Anamnese: O Pródomos em alguns casos: flatulência, constipação ou diarreia e anorexia. O Início do quadro: dor de pequena intensidade na região epigástrica. O Evolução: dor com irradiação para fossa ilíaca direita, onde, posteriormente, torna-se localizada. Torna-se mais acentuada, contínua, intensificando-se com movimentos. O Podem surgir náuseas e vômito. Exame físico Inspeção: normal no início ou com abaulamento quando plastrão (bolsa de isolamento formada pelo peritônio visceral, é um mecanismo de defesa do peritônio, sinal de que o quadro já é mais complexo) Ausculta: normal no início ou ruídos ausentes se perfuração ou peritonite O Temperatura retal 1ºC acima da temperatura axilar. Palpação: dor na fossa ilíaca direita. O Defesa voluntária evoluindo à contratura. O Quando há contratura intensa, indica peritonite. Percussão: dolorosa no ponto de McBurney. Sinais que podem estar positivos: O Sinal de Blumberg O Sinal do psoas: quando há irritação do músculo pelo processo inflamatório. O Sinal do obturador: quando há comprometimento desse músculo pelo processo inflamatório. Nesse caso o paciente refere dor em hipocôndrio. O Sinal de Rovsing: trazer o conteúdo de dentro da alça intestinal retrogradamente. Ao chegar no ângulo hepático, pode haver dor, levando à hipótese de apendicite. Ponto de McBurney Semiologia Médica II Eduarda Alves – Medicina, LI 2 Febre: moderada ou alta, se houver perfuração. Variações da localização e da dor Apêndice retrocecal: a dor pode ser referida no dorso. Manobras utilizadas: O Manobra do psoas. O Manobra do obturador Complicações O Perfuração. O Peritonite generalizada. O Plastrão. O Obstrução. Em casos de perfuração e peritonite generalizada, ocorre abdome em tábua. Exames complementares O Leucocitose (10.000 a 20.000). O Hemossedimentação discretamente elevada – importante no diagnóstico diferencial de pelviperitonites, nas quais os valores estão 2 a 3x maiores. O Raios X – nível hidroaéreo na região cecal, alça sentinela, presença de fecalito, pneumoperitônio. O Ultrassonografia – aumento do diâmetro do apêndice e da espessura da parede, líquido livre e linfadenomegalia mesentérica. O Tomografia computadorizada – realizada quando os apêndices não podem ser visualizados. Diagnóstico diferencial O Gastroenterite. O Salpingite aguda. O Torção de cisto ovariano. O Ovulação O Gravidez ectópica rota O Ileíte de Chron. O Adenite mesentérica O Diverticulite de Meckel O Psoíte. Colecistite aguda Predomínio: pacientes obesos, acima de 40 anos, sexo feminino (4:1) Predisponentes: obesidade, gravidez múltipla, diabetes, distúrbios pancreáticos, hipotireoidismo e doenças hemolíticas. O Em 93% dos casos é litiásica Germes mais comuns: E. coli, Streptococcus não hemolítico, Klebsiella, Proteus e anaeróbios. Fisiopatologia Obstrução → pressão intra-biliar → isquemia da parede biliar → proliferação bacteriana → formação de pus e sangramento intra-biliar → desconjugação dos sais biliares → ácidos biliares lesivos à mucosa → necrose → perfuração. Anamnese O Inicialmente a dor é do tipo cólica, no epigástrio ou hipocôndrio direito com irradiação para dorso ou para região da escápula direita. O Evolui com dor parietal fixa no HD por mais de 6h. O Náuseas e vômitos. O Febre de 38°C a 39°C O Icterícia se houver edema acometendo o colédoco. O Procurar saber sobre litíase biliar prévia. Exame físico Inspeção: paciente em posição antálgica, imóvel, com respiração superficial, entrecortada e sudoreico. Ausculta: normal Percussão: dor em HD. Palpação: hiperestesia cutânea nos dermátomos equivalentes a T8 e T9, defesa voluntária, dor à palpação local e sinal de Murphy positivo em 65%. Complicações O Supuração O Perfuração: peritonite biliar, abcesso sub-hepático O Íleo biliar. Exames complementares O Leucocitose moderada (10.000 a 15.000) O Hiperbilirrubinemia com predomínio da fração direta. O Amilase aumentada. O RX – Mostrará cálculos na região da vesícula, calcificação da parede, íleo focal ou alça sentinela. O US – Presença de cálculos, aumento da espessura da parede, característicos do conteúdo. Diagnóstico diferencial O Colangite O Úlcera péptica perfurada. O Pancreatite aguda O IAM O Pneumonia Semiologia Médica II Eduarda Alves – Medicina, LI 3 O Apendicite Colangite Conceito: obstrução do colédoco associada a infecção por bactérias de origem intestinal. Anamnese Tríade de Charcot: cólica em HD, febre com calafrios e icterícia. Pêntade de Reynold: tríade de Charcot associada a hipotensão e confusão mental. O Colangite sempre vai ter icterícia, pois o colédoco vai estar obstruído por processo inflamatório. O Os cálculos biliares são formados por gordura ressecada. O O RX não é o exame ideal para diagnóstico de colelitíase pois os cálculos não são calcificados. Pancreatite aguda O Sua forma de apresentação varia entre um simples edema e congestão do órgão até necrose hemorrágica, supuração e gangrena. Fatores desencadeantes: O Doença biliar O Alcoolismo O Traumatismos O Caxumba O Doenças metabólicas (hiperlipidemia, hiperparatireoidismo) O Imunossupressores O Herança Fisiopatologia: autodigestão pancreática, resultante da ativação de suas enzimas. Sintomatologia O Dor súbita, intensa, contínua, com início em epigástrio e flanco esquerdo com irradiação para flanco direito e dorso (dor em faixa). O Náuseas e vômitos. O Sudorese fria, pulso de pequena amplitude. O Casos de maior gravidade: sequestro de líquidos para a cavidade abdominal gerando hipotensão e choque. O Sinais de hipovolemia devido à perda de líquido para o terceiro espaço. O Primeiro espaço: circulação O Segundo espaço: interstício O Terceiro espaço: pleura, pericárdio e peritônio (processos patológicos). O Icterícia em 50% dos casos (em virtude da compressão do colédoco e hemólise). O Taquipneia e ventilação superficial (pois o paciente tem dor ventilatório dependente, com a movimentação do diafragma e consequente movimentação do pâncreas). Exame físico Inspeção: O Distensão abdominal, ascite e, quando necro-hemorrágica, apresentam: O Sinal de Cullen: equimose periumbilical O Sinal de Grey-Turner: equimose em flanco esquerdo O Sinal de Fox: equimose em base do pênis ou abaixo do ligamento inguinal. Palpação: O Contratura da parede, inicialmente em epigástrio. O Contratura difusa, quando há peritonite generalizada. O Tumor palpável em epigástrio em 20% dos casos. Percussão: O Normal ou timpanismo, se íleo adinâmico. Ausculta: O RHA diminuídos ou ausente, se íleo adinâmico. Íleo adinâmico: o intestino para sua movimentação, secundariamente ao processo inflamatório intenso. O Alguns pacientes podem apresentar derrame pleural esquerdo. O Derrame pleuralpela proximidade do pâncreas com o pulmão Desencadeantes O Coledocolitíase O Alcoolismo O Traumatismos O Caxumba O Úlcera duodenal perfurante: o ácido liberado queima o pâncreas, levando à pancreatite. Exames complementares O Amilase: dosada no sangue, urina, líquido peritoneal e pleural. Estará aumentada atingindo 3x ou mais o valor de referência. Retorna aos níveis normais em 36h a 72h. O Lipase: elevada e costuma se manter nesses níveis por mais tempo do que a amilase. Semiologia Médica II Eduarda Alves – Medicina, LI 4 O Glicose: pode estar elevada por conta do aumento da liberação do glucagon ou da queda da insulina. O Cálcio: indicador da evolução. Redução abaixo de 7mg% indica mau prognóstico. O RX: pode mostrar íleo segmentar do intestino delgado, alça sentinela, distenção do cólon transverso, apagamento do psoas, calcificação pancreática. O É comum derrame pleural à esquerda. O TC: pode mostrar alterações de parenquima pancreático e de tecido peripancreático. O Laparoscopia: permite a realização de biópsias e revela áreas de esteatonecroses. Complicações O Sintomas de diabetes O Sintomas de hipoglicemia Abcesso subfrênico Região subfrênica: O Limitada superiormente pelo diafragma. O Limitada inferiormente pelo colo transverso e mesocólon. Classificação O Primários ou secundários O Agudos ou crônicos O Unilaterais ou bilaterais O Únicos ou múltiplos. Provêm de: O Úlcera gastroduodenal O Apendicite aguda O Diverticulite cólica perfurada O Cirurgias e traumatismos abdominais Em abcessos subfrênicos são comuns a associação de bactérias aeróbias (E. coli, Streptococcus, Proteus, Klebisella, Pseudomonas, Stafilococcus) com anaeróbios, clostrídio e fusobactérias. Sintomatologia O Febre O Taquicardia O Leucocitose com desvio para a esquerda O Anemia O Perda de peso O Anorexia O Sudorese. O Dor unilateral. Exame físico O Dor à palpação do hipocôndrio direito. O Punhopercussão lombar positiva, se o abcesso for posterior. O Compressão brusca na parte inferior do tórax no lado do abcesso provoca dor aguda. Abcesso subfrênico pode ser consequência de cirurgia abdominal prévia. Exames complementares O RX: elevação do diafragma, nível hidroaéreo subdiafragmático, bolhas de gás na cavidade abcedada, derrame pleural com lobo inferior atelectasiado. O US: presença de cavidade hipoecogênica, rodeada pela parede do abcesso. O TC Abcesso pélvico O Pode se apresentar como coleção purulenta no findo do saco de Douglas, abcesso tubo-ovariano. O Pode ser uni ou bilaterais. Causas predisponentes: O Doenças inflamatórias da pelve O Cirurgias ginecológicas prévias O Cirurgias abdominais prévias O Exemplo: cirurgia abdominal que derramou pus (infecção supurada em que a lavagem não foi suficiente ou que o antibiótico não foi efetivo) Sintomatologia O Dor pélvica, febre alta, calafrios e sintomas urinários. O Dispareunia e sintomas evacuatórios. Exame físico Inspeção: O Normal ou distensão pélvica. Ausculta: O Normal Percussão: O Dolorosa Palpação: Semiologia Médica II Eduarda Alves – Medicina, LI 5 O Pode ser notada massa dolorosa ao nível da região inguinal ou mais alta. O Toque vaginal doloroso à mobilização do colo uterino. O Abaulamento do fundo do saco de Douglas. Fundo de saco de Douglas: porção mais baixa da cavidade peritoneal, entre o reto e o útero. Germes mais comuns: O Aeróbios: E. coli, Klebsiella, Streptococcus, Pseudomonas, Stafilococcus e N. gonorrheae. O Anaeróbios (bacteroides fragilis), clostrídio e fusobactérias. Exames complementares O Leucocitose com desvio para a esquerda O Hemossedimentação elevada O RX: massa pélvica, íleo-intestinal e gás em pequenas bolhas na cavidade do abcesso. O US: mostra o abcesso e eu conteúdo livre. O Colpocentese/Culdocentese: punção do fundo do saco de Douglas. Pode confirmar o diagnóstico ao mostrar a presença de material purulento. Diverticulite cólica O Acomete principalmente pacientes acima de 45 anos. O O colo sigmoide é o mais afetado. O Um ou mais divertículos no mesmo segmento podem se infectar. O Pode haver perfuração gerando peritonite generalizada. O Pode infectar vísceras vizinhas. Sintomatologia O Achados mais comuns à esquerda. O Dor intensa e localizada, principalmente à evacuação em fossa ilíaca esquerda e/ou hipogástrio. O Hematoquezia (presença de sangue vivo nas fezes em pouca quantidade). O Pode haver náuseas e vômitos. Dor localizada: Exame físico Inspeção: normal Ausculta: normal Palpação: O Dor intensa em fossa ilíaca esquerda, contratura e Blumberg + (mas nem em todos os casos) O Presença de massa palpável em palpação abdominal ou toque, que é intensamente doloroso. O Pode haver sangue no toque retal. Síndrome perfurativa O Perfuração de vísceras ocas do tubo digestivo, além de útero, trompar, ureter e bexiga. O A consequência da perfuração é uma peritonite. O 1º ocorre peritonite química local ou difusa. O 2º ocorre peritonite bacteriana local ou difusa. O A perfuração de um órgão pode penetrar na víscera vizinha, não havendo necessariamente perfuração em peritônio livre, ocasionando um quadro mais localizado. Processos perfurativos agudos comuns: O Úlcera péptica perfurada O Perfuração uterina O Perfuração de bexiga e ureter Úlcera péptica perfurada O Geralmente duodenal e em homens entre 30 e 50 anos. O É mais comum à noite, após refeições volumosas, vômitos e tosse. O Maioria dos casos já apresentou úlcera péptica prévia. Sintomatologia Primeira fase: prostração ou choque neurogênico O Dor aguda, intensa, em punhalada, persistente. O Pode ser referida em um ou ambos os ombros (decorrente da irritação diafragmática). O Sinal de Kher: dor no ombro por consequência de uma afecção de abdome superior. Normalmente no ombro esquerdo. O Náuseas e vômitos. Segunda fase: fase de reação ou de peritonite química O Ocorre de 2h a 6h após a perfuração. O Melhora de estado geral, da dor e dos vômitos. Terceira fase: peritonite franca ou peritonite séptica O Após 12h da perfuração. Semiologia Médica II Eduarda Alves – Medicina, LI 6 O Agravamento do caso. O Toxemia, vômitos frequentes, soluços, oligúria, face de sofrimento, febre, sinais de hipovolemia, pulso filiforme, oligúria. O Desidratação e hipotensão. Exame físico Inspeção: O Pouco ou nenhum movimento respiratório, pernas fletidas. O Dor ventilatório dependente Ausculta: O RHA diminuídos ou ausentes. O Sinal de Jakoucheff: som do ar passando pela fístula à respiração. Palpação: O Contratura acentuada (abdome em tábua). O Dor à palpação. O Blumberg (+) O Kullen Kampf: toque retal doloroso na úlcera perfurada, por escoamento do suco gástrico e sua coleção na pelve. Percussão: O Dor intensa e difusa. O Sinal de Jobert: timpanismo na área hepática por pneumoperitonio. Atenção: não confundir com sinal de Chilaidit! Sinal de Chilaidit: timpanismo na área hepática por sobreposição de alça intestinal. Exames complementares O Leucocitose (acima de 15.000) com desvio à esquerda na terceira fase O Hematócrito: elevado pela perda de plasma para o terceiro espaço. O Amilase: pode estar aumentada em até 2x. O RX: pesquisa por pneumoperitônio (ar fora das alças intestinais) O Se houver pneumoperitônio, confirmar Jobert. O Se não houver pneumoperitônio, confirmar Chilaidit. Perfuração uterina O Normalmente é complicação da curetagem uterina. O Dor localizada em região hipogástrica ou suprapúbica. O Quadro varia entre pequena metrorragia até perfuração grave, hemorragia e peritonite. Métodos diagnósticos: O RX, punção do fundo de saco de Douglas, US, videolaparoscopia. Perfuração de bexiga e ureter O Normalmente decorre de instrumentação cirúrgica ou traumatismos. O Dor e peritonite urinária. O Hematúria ou saúda deurina pelo orifício da perfuração podem ocorrer. O Infiltração urinária das regiões peritoneal, suprapúbica e lombossacra. O Exames complementares: RX, exame de urina. Síndrome hemorrágica Pode ser classificada em: O Intraluminal alta O Intraluminal baixa O Extraluminal (intra ou retroperitoneal) Exame físico geral Avaliar o volume da perda sanguínea e suas consequências hemodinâmicas: O Mucosas O PA, FC e pulsos periféricos O Estado mental O Sudorese Hemorragia digestiva alta O Sangramentos proximais ao ligamento de Treitz. O Geralmente se manifesta como sangramento oculto nas fezes, hematêmese e melena. Melena: são necessários mais de 100 mL de sangue e surge de 8h a 10h após o evento hemorrágico. O Úlcera péptica é a principal causa de hemorragia digestiva alta (HDA). pneumoperitônio Semiologia Médica II Eduarda Alves – Medicina, LI 7 Hematêmese e melena O Úlcera péptica: duodenal ou gástrica (maior sangramento, pois os vasos da região possuem calibre maior). O Varizes esofágicas. O Síndrome de Mallory Weiss O CA gástrico. Hemorragia digestiva baixa O Qualquer sangramento distal ao ligamento de Treitz. O Menos frequente do que a hemorragia digestiva alta. O Cessa espontaneamente na maioria doa casos O Causa mais comum: doença diverticular O Se manifesta como sangue oculto nas fezes, melena, hematoquezia ou enterorragia. O Hematêmese: só ocorre se for próximo ao ligamento de Treitz e em volume alto. Sangue oculto nas fezes e hematoquezia O Neoplasias O Coagulopatias O Íleo vascular O Doença diverticular O Angiodisplasias O Doenças do canal anal, reto, sigmoide Enterorragia O Doença diverticular (cólon ascendente e sigmoide) O Angiodisplasia (ceco e cólon ascendente) O Neoplasias O Doença inflamatória intestinal (disenteria) O Coagulopatia Colonoscopia é o exame de escolha para enterorragia. A colonoscopia não é ideal para analisar reto. Síndrome hemorrágica intraluminal baixa Conforme a idade: O Jovens: doença inflamatória intestinal, pólipos, divertículo de Meckel. O Idosos: angiodisplasia, neoplasias, doença diverticular. Conforme o momento do sangramento: O Durante a evacuação: doenças do canal anal e reto O Independente da evacuação: cólons. Conforme o hábito intestinal: O Diarreia: doença inflamatória intestinal O Constipação: tumores e estenoses. Importante!! Hematêmese sangue vivo + melena: HDA severa Hematêmese borra de café + melena: HDA moderada Melena sem hematêmese: HDA menor Hematoquezia, enterorragia: HDB Síndrome hemorrágica extraluminal O Manifesta-se como hemoperitônio ou hematoma retroperitoneal. O Se a hemorragia abdominal não está na luz, ela não é exteriorizada. Gravidez ectópica rota O Manifesta-se com 2 a 4 semanas de gestação. Sintomatologia O Dor súbita e intensa unilateral, em hipogástrio ou fossa ilíaca.. O Sudorese, palidez, hipotensão, tenesmo, polaciúria e distensão pélvica. O Ingurgitamento doloroso das mamas, náuseas e mal-estar. Exame físico O Sinal de Laffont: dor interescapular referida. O Blumberg positivo. Semiologia Médica II Eduarda Alves – Medicina, LI 8 O Percussão dolorosa e macicez móvel presente. O RHA diminuídos ou ausentes. Atentar-se ao ciclo menstrual da paciente, provavelmente estará atrasado. Cisto ovariano roto O Igual a gravidez ectópica rota, mas de menor intensidade. O Não tem relação com o ciclo menstrual. Ruptura de aneurisma de aorta abdominal O Massa pulsátil com sopro. O Haverá palidez. Hemorragia digestiva grave O Hipotensão ortostática (PAS cai 20 e/ou PAD cai 10). O Queda de 2g/dL na hemoglobina O Necessidade de transfusão sanguínea (2 unidades de concentrado de hemácias) Geralmente tal quadro ocorre com: O PAS < 100 mmHg O FC > 100 bpm O Queda de PAS > 10 e aumento de FC > 20 em paciente em decúbito que assume a posição ortostática, significa perda sanguínea superior a 1 litro, ou seja, HD grave. Exame físico Inspeção: O Distensão pélvica, abaulamentos (tumores), equimoses. Ausculta: O Intraluminal: aumento do peristaltismo até a oclusão. O Extraluminal: redução do peristaltismo. Palpação: O Pesquisa de massas e megalias O Blumberg Síndrome vascular O Poucos sinais e sintomas característicos Fatores de risco: O Dislipidemia, hipertensão, arritmias, diabetes, vasculites, aterosclerose, doenças autoimunes, estado de hipercoagulabilidade, tabagismo, alcoolismo. Verificar história de dor pós-prandial sugestiva de sub-oclusão prévia. Pode ser: obstrução de vasos, vasculites (lúpus, artrite reumatoide). O Paciente normalmente tem dor mal definida e repousaa a mão sobre o abdome. O Suspeitar de síndrome vascular quando paciente for de risco. Alerta: pacientes usando anticoncepcional associado ao tabagismo Íleo vascular Pode se apresentar como: O Embolia mesentérica O Trombose arterial mesentérica O Trombose venosa mesentérica O Isquemia de baixo fluxo não oclusiva. Sintomatologia: O Dor súbita, intensa, tipo cólica, epigástrica ou periumbilical. Evolui para dor constante e difusa. O Vômitos e disenteria (gelatina de groselha) seguida de constipação, peritonite, perfuração e sepse. Exame físico: O Inspeção: distensão, abaulamentos e equimoses. O Ausculta: sopro e RHA reduzidos. O Palpação: defesa voluntária e involuntária. O Percussão: timpanismo e som metálico. Exame complementar: angiotomografia de abdome Síndrome oclusiva O O obstáculo pode ser mecânico ou funcional. Vômitos e constipação O Quanto mais distal a origem da obstrução, maior a distensão abdominal. O O conteúdo distal é eliminado, mas após isso, o paciente não evacua mais. O O paciente vomita e não evacua, porque não tem mais peristaltismo. Obstrução mecânica do estômago O Pode ser parcial ou total Sintomatologia: Semiologia Médica II Eduarda Alves – Medicina, LI 9 O Plenitude pós-prandial, vômitos precoces de alimentos não digeridos, pouca distensão abdominal. O Ondas de Kussmaul, no sentido do estômago, 3x/min. O Ondas de Kussmaul: ondas que tentam vencer o ponto obstruído. Obstrução mecânica do intestino delgado Causas: O Áscaris, aderências (pacientes com cirurgia abdominal prévia), tumores, tuberculose, sarcoidose, íleo biliar, doença de Chron, intussuscepção (quando a alça entra dentro dela mesma). Sintomatologia: O Dor, náuseas, vômitos e obstipação (exceto pelo conteúdo distal à oclusão). O Agravação da dor se estrangulamento, isquemia e necrose com evolução para síndrome inflamatória. O Sinal de Wahl: peristaltismo visível na parede abdominal. O RHA podem estar aumentados ou diminuídos. O peristaltismo aumenta para tentar vencer a obstrução, mas não conseguindo, ele cessa. Obstrução recente: RHA aumentados. Obstrução longa: RHA diminuídos ou cessados. Sinal do empilhamento de moedas: ocorre quando há distensão do cólon. Obstrução do intestino grosso O Normalmente distal ao ângulo esplênico. O A incidência aumenta com a idade, sendo mais recorrente em pacientes idosos. Causas: O Câncer. O Volvo (torção de alça). O Diverticulite. O Fecalomas. Sintomatologia: O Dor intensa em cólica no hipogástrio, intermitente, com período de acalmia de 15 minutos, com início progressivo de distensão abdominal. Exame físico: Palpação: O Tensão intra-abdominal, desconforto, toque retal obrigatório. O Blumberg. O Teste de Gersuny: comprimir a massa por 15 a 20 segundos e aliviar a pressão mantendo a mão no local. Verificar o surgimento de crepitações que significam a interposição de ar entre o bolo fecal e a parede abdominal. Usado para diferencial CA de fecaloma. Percussão: O Timpanismo Atenção! O O estrangulamento gera isquemia, necrose e irritação peritoneal, surgindo Blumberg. O A eliminação de sangue e muco sugere invaginação ou isquemia. O A distensão é maior quanto mais o tempo passa equanto mais distal é a causa. O O toque vaginal pode apresentar tumores ginecológicos geradores da obstrução. Íleo adinâmico O Obstrução intestinal decorrente de mecanismo funcional. O Perda da capacidade contrátil da víscera. O Ocorre mais comumente em pós-operatório. Sintomatologia O Distensão abdominal, com sensação de mal-estar e agitação. O Vômitos sem esforço. O Drenagem de grande quantidade de líquido e estase (quando paciente estiver com sonda nasogástrica). O Obstipação. Exame físico O Inspeção: abdome distendido e imóvel. O Ausculta: RHA ausentes.