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1 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 PNEUMONIA DA INFÂNCIA A pneumonia na infância tem algumas peculiaridades em relação ao adulto. Devemos sempre: - Relacionar idade e etiologia, de acordo com cada criança - Como diagnosticar - Quais exames solicitar - Como diferenciar Pneumonia viral e bacteriana - Identificar gravidade - Indicar internação - Conhecer o perfil de resistência - Qual antibiótico usar Caso clínico 1 Criança, 9 meses, com febre (38°C), coriza, obstrução nasal e tosse há 3 dias. Hoje a mãe percebeu que está mais cansadinha. Boa aceitação da dieta e estado geral preservado. O irmão esteve gripado recentemente. É a 1º vez que adoece. Em uso de LM. Ao exame: ativa, corada, hidratada, FR= 50 irpm, com expiração prolongada. Tiragem leve. MVF simétrico com sibilos expiratórios e crepitações móveis. Oximetria de pulso: 94% em ar ambiente. A conduta mais adequada é: a) Indicar a internação b) Iniciar a antibioticoterapia e agendar o retorno para o dia seguinte c) Orientar cuidados com hidratação e alimentação; prova terapêutica com Beta 2 e agendar o retorno para o dia seguinte. Caso clínico 2 Criança, 9 meses, com febre, coriza, obstrução nasal e tosse há 5 dias. Desde ontem com febre mais alta (39,5°C), mais prostrada e recusando a dieta. O irmão esteve gripado recentemente. É o segundo episódio febril. Está na creche. LM por 2 meses. Ao exame: hipocorada, hidratada, FR= 70 irpm, com gemência e tiragens intercostais e subdifragmáticas. MVF diminuído à direita direito com crepitações finas. Oximetria de pulso: 90% em ar ambiente. A conduta mais adequada é: a) Indicar a internação b) Iniciar a antibioticoterapia e agendar o retorno para o dia seguinte c) Orientar cuidados com hidratação e alimentação; prova terapêutica com Beta 2 e agendar o retorno para o dia seguinte. Podemos ver nesses dois casos clínicos a diferença de vírus e bactéria. A primeira é uma pneumonia viral (é mais brando), com febre mais baixa, com sintomas de vias aéreas superiores, estadia bom, taquipneia mais tranquila, tem sibilância. A segunda é uma pneumonia bacteriana que tem uma febre mais alta, está mais prostada, hipocorada, FR maior com gemência e tiragens intercostais, na ausculta não tem sibilos mas tem crepitos. INTRODUÇÃO A pneumonia é uma infecção do parênquima pulmonar, podemos dividir em duas: ▪ Pneumonia adquirida na comunidade (PAC): infecção adquirida na comunidade ▪ Pneumonia nosocomial: Infecção que ocorre 48h ou mais após a admissão hospitalar. Obs: Nessa aula só abordaremos a Pneumonia adquirida na comunidade. Obs: Se o paciente chega por outro motivo no hospital e começa a desenvolver um quadro de pneumonia, mas ainda tem 24 hs de internamento, provavelmente foi uma PAC. EPIDEMIOLOGIA ▪ Principal causa de mortalidade em crianças menores de 5 anos nos países em desenvolvimento ▪ A OMS estima 156 milhões de casos de pneumonia a cada ano em crianças com menos de 5 anos ▪ A incidência anual de em países desenvolvidos é estimada em 33 por 10.000 em menores de 5 anos e 14,5 por 10.000 em crianças de 0-16 anos 2 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 ▪ Aproximadamente metade das crianças com menos de 5 anos com pneumonia necessitam de hospitalização ▪ A taxa de mortalidade nos países em desenvolvimento é de 31 por 100.000 A pneumonia é uma causa de mortalidade importante, porém vem diminuindo a mortalidade, como causas nas crianças, isso acontece por conta do: melhora da condição higiênica, saneamento básico, programa de saúde da família que se aplicou, vacinação (Haemophilus, Pneumococo). ETIOLOGIA A etiologia de pneumonia os vírus são as principais causas, mas o foco hoje é bacteriana. Então, devemos saber, que na pediatria tudo que vem no RN é diferente dos demais. RN (até 28 dias) e depois subdivide. Nos primeiros três dias tem uma importância maior aos germes do canal do parto, vai entrar os Estreptococo do grupo B, Bacilos Gram negativos, Listeria monocytogenis. Já de 3 a 28 dias vai entrar o Stafilococcus aureus, S. Epidermidis, Gram negativos. Depois, de 1 a 3 meses, vai entrar os vírus e algumas bactérias importantes, Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Streptococcus pneumoniae, S. aureus. Depois de 4 meses a 5 anos, vírus, Streptoccus pneumoniae, Stafilococcus aureus, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae. Já acima de 5 anos, começa a ser a principal causa bacteriana, Streptoccus pneumoniae (principalmente, conhecido como Pneumococo), Stafilococcus aureus, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae (essas duas últimas são as atípicas, costumam aparecer acima de 5 anos). Os vírus é o que mais acontece, mas tirando a faixa etária neonatal, o pneumococo assume o principal papel. Ainda assim, existe infecções mistas que são bactérias e vírus. 20% a 30% das infecções mistas viral e bacteriana. ▪ Os vírus são responsáveis por até 90% dos casos até um ano de idade e 50% em escolares (VSR, influenzae, parainfluenzae, adenovírus, rinovírus, metapneumovírus) ▪ Atípicas (Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae) – normalmente acima de 5 anos ▪ Staphylococcus aureus está relacionado a maior gravidade. COMO DIAGNOSTICAR O diagnóstico é clínico + radiológico, mas vamos ver que por ser uma causa importante de mortalidade, no Brasil, o MS tinha um programa chamado AIDPI que era uma estratégia atenção integrada às doenças prevalentes na infância. A pneumonia é uma causa bem frequente de mortalidade, mas ultimamente vem caindo, mas naquele local que não temos condição nenhum, ou seja, não vamos ter nada para diagnosticar por conta dos recursos devemos nos alertar as crianças que chegam com: taquipneia e febre, assumiria isso como pneumonia e trataria com antibiótico, então é um diagnóstico clínico e não precisamos de uma radiografia para iniciar um tratamento. Mas é importante ter uma radiografia, porque auxilia no diagnóstico. Os sinais e sintomas são: - Tosse - Febre - Dispneia Obs: A tríade principal é tosse, febre e dispneia, mas nem sempre será uma pneumonia bacteriana. - Dor torácica 3 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 - Dor abdominal (Principalmente quando é uma pneumonia de base, um derrame pleural, cursando com dor torácica também) - Sintomas sistêmicos (prostração, diminuição do apetite, gemência) - Taquipneia - Hipoxemia - Presença de crepitações localizadas (na ausculta normalmente apresenta-se assim, é pouco provável na pneumonia bacteriana ter presença de sibilos- é uma caracterização de broncoespasmos, ou seja, broncobstrução-). Vale ressaltar que pode ser que tenha os dois, em casos de pacientes asmáticos e tenha uma pneumonia bacteriana descompensada então ele vai crepitar e sibilar, mas a pneumonia em si só não traz a broncoobstrução, ele traz a crepitação. Devemos conhecer as frequências tanto para a vida quanto para a prova. Com menos de 2 meses a taquipneia nas crianças se apresenta acima de 60, de 2 a 11 meses acima de 50, de 1 a 4 anos acima de 40 irpm. PNEUMONIA ATÍPICA - Mycoplasma Pneumoniae - Chlamydia Pneumoniae OBS: Esses germes, normalmente aparece acima de 5 anos de idade, tem um tratamento diferente. É atípica porque são: - Sintomas insidiosos - Tosse seca - Faringite, rinorreia (sintomas de via aérea alta) - Ausculta normal, podendo apresentar crepitações (se apresentar não é localizada) e sibilos - Pode apresentar-se de maneira grave Ex: paciente acima de 5 anos, sintomas insidiosos que se arrastam, tosse mais prolongada, com uma febre mais baixa que vai e volta, isso é suspeita de pneumonia atípica. QUAL A IMPORTÂNCIA DA RADIOGRAFIA DO TÓRAX NO DIAGNÓSTICO DE PNEUMONIA? Não deveser realizada de rotina em pacientes sem sinais de gravidade, recomendação da Sociedade brasileira. OBS: Se temos uma criança com tosse, dispneia, prostrada, febre e quando auscultamos ouvimos uma crepitação localizada, logo vamos tratar como pneumonia. As vezes, vamos fazer a radiografia e naquele momento a imagem radiográfica pode passar como radiografia normal, por isso devemos tratar imediatamente. OBS: Se tiver RX fácil, devemos fazer RX de tórax sempre, em suspeita de pneumonia. - Melhor acurácia do diagnóstico. Radiografia normal não exclui diagnóstico Indicação: - Doença grave – Pacientes internados - Falha do tratamento ambulatorial - Exclusão de outros diagnósticos (corpo estranho, ICC) - Avaliação de complicações - entramos em Sinal de febre sem sinal localizatório: Crianças 3 a 36 meses com febre >39°C e leucocitose (≥20.000) E A RADIOGRAFIA DE CONTROLE? Não há necessidade de fazer radiografia de controle, em casos de pacientes já tratados e respondem bem clinicamente. Até porque a imagem RX da pneumonia pode demorar para voltar ao normal. Devemos fazer em casos de suspeita de complicação, como derrame pleural, necrose, abscesso ou que não está melhorando tem indicação de realizar a radiografia de controle. - Após 4 a 6 semanas, se história de pneumonias recorrentes, sempre no mesmo lobo; suspeita de malformação ou aspiração de corpo estranho - Deve ser considerado nos casos de complicação ou sintomas persistentes Não deve ser realizada após tratamento de Pneumonia com boa resposta clínica. 4 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 RADIOGRAFIA DE TÓRAX PA Na radiografia devemos saber a técnica porque muita das vezes sem saber muita das coisas podem passar despercebidas. A principal incidência que utilizamos é em PA (póstero anterior). Paciente posicionado a 1,8m da fonte de RX Coloca o peito sobre o anteparo, retirando as escápulas Os raios vêm de posterior para anterior Evita uma magnificação do coração e dos grandes vasos, então é uma imagem mais nítida. A visualização da imagem é na forma de espelho Respirar fundo RADIOGRAFIA DE TÓRAX AP A distancia da pessoa para o Rx é menor , isso faz com que magnifique as margens, aumente a área cardíaca, aumente os grandes vasos, aumente os vasos intersticiais e é muito comum nas crianças, porque as vezes são crianças pequenas e não conseguem ficar em PA e fazer o movimento necessário. Paciente coloca do dorso sobre o anteparo Utilizado em pacientes acamados ou com dificuldades para se manter em pé Tecnicamente pior que a radiografia em PA Há magnificação do coração e das estruturas Dificuldades: retirar as escápulas dos campos, inspiração correta e posicionamento Menos nitidez OBS: Pacientes acamados, em UTI vamos realizar esse tipo de RX. TÉCNICA RADIOGRAFIA Nessa imagem vemos, uma coluna vertebral, temos o RX onde temos a fonte que imite os fótons, temos também o anteparo. O raio vem, pode então ultrapassar o tórax, ele tem um pouco de refração, ele pode ser absorvido no osso. TEMOS: Radiopaco: o osso (BRANCO NA IMAGEM DE RX) absorve muito os fótons. Radiotransparente: O ar (PRETO NA IMAGEM DE RX) ele não absorve e os fótons ultrapassam Opacidade Hipotransparente Hipertransparente As consolidações, também é branco no RX, como nas pneumonias, porque naquele local está preenchido com catarro, então aquilo ali está branco, pois não tem somente preenchimento alveolar, mas sim secreção e células mortas. 5 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 No meio do caminho tem as partes moles, o coração que está em cinza, porque tem músculo e sangue. INTERPRETAÇÃO DA RADIOGRAFIA DE TÓRAX Na rotação a pessoa está em PA, colado no anteparo e retira a escápula do tronco e tem que ficar reta. Vamos ver isso através das clavículas, se estão equidistantes, vamos ver os processos espinhosos em cima, a traqueia (coluna de ar), porque muita das vezes é comum nas crianças eles virarem no antiquadro e ai ao bater o raio x, vamos ver mais uma região tenho uma tendência das vezes aparecer algo que não existe na realidade. Se temos uma radiografia bem inspirada, vamos ver melhor o campo pulmonar, pois puxamos o ar, no adulto é bem fácil, mas nas crianças é bem difícil. Então, uma radiografia pouco inspirada tende a aumentar os vasos e parece ter algum infiltrado e não tem. Tentamos identificar isso na técnica, buscamos os arcos intercostais anteriores de 5-7 ou anteriores de 7-9, o professor acha mais fácil contar os anteriores. Na figura a direita, a imagem está ruim, pois isso é importante a inspiração. Hoje em dia com as radiografias digitais, a penetração ficou melhor. Vamos ver basicamente, se os espaços estão bem visíveis ou não, as vezes estão muito pretos ou muito brancos, a coluna vertebral deve vim mais ou menos ate onde fica o coração é onde conseguimos ver a coluna nesse tipo de Rx, na imagem abaixo. Se vemos a coluna muito bem, ela está bem penetrada, mas se não tiver vendo a coluna de jeito nenhum ela está pouco penetrada. Devemos enquadrar, para não acontecer de cortar as estruturas que devem ser avaliadas. ROTINA SEMIOLÓGICA “Aqui Tem Muitas Patologias Pulmonares?” A: Abdome 6 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 T: Tórax M: Mediastino P: Pulmão P: Pulmão x Pulmão ABDOME - Avaliação bidirecional, devemos olhar em zigue zague - Densidade de ar a) estômago (vamos ver a bolha gástrica com ar dentro) b) cólon (fleitura esplênica- vamos ver também gás) - Densidade de par a) Fígado (sempre visível – vamos ver opaco, branco) b) Baço (frequentemente visível) TÓRAX - Base direita -> Clavícula direita -> Clavícula esquerda -> Base esquerda - Observar estruturas ósseas, musculares e tecidos moles: a) Diafragma, costelas, mamas, músculos, clavículas, escápulas, úmero. b) Diafragma direito -1 a 1,5 cm mais elevado que o esquerdo. LEMBRAR: É normal o diafragma direito ser mais elevado que o esquerdo. Vamos ver se tem algum enfisema subcutâneo por fora, vemos a escápula e observamos se tem alguma fratura e vai fazendo o movimento demonstrado abaixo. MEDIASTINO Vamos ver o coração e em criança o que nos chama atenção é o timo. - Avaliação global e contornos - Avaliação traqueia e carina ▪ Estenose, desvio, lesões - Avaliação da aorta e coração ▪ Índice cardio-torácico, arco aórtico, derrame pericárdico, massas Obs: Para vermos se o coração é grande ou não, usamos uma régua se tiver, e então vamos medir o diâmetro entre as paredes torácicas e o coração. Essa relação tem que ser <0,5 para ver se é grande ou não o coração, vale ressaltar que se for em AP ele magnifica. - Avaliação dos hilos pulmonares ▪ Hilo esquerdo em topografia superior 7 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 PULMÃO Primeiro olhamos um e depois comparamos com o outro. Pulmão x Pulmão Obs: Chama atenção de se ver é o seio costofrênico, vamos ver se está ou não apagado, as vezes tem uma opacidade em uma região e em outra não tem. - Avaliação da anatomia pulmonar ▪ Ângulo costofrênico direito -> pulmão direito -> pulmão esquerdo -> ângulo costofrênico esquerdo - Comparação bilateral - Comparação com exames anteriores, sempre que disponíveis. RX TÓRAX EM PERFIL - A sequência de leitura é idêntica (‘’ATMPP’’) a) Comece examinando abaixo do diafragma; b) Continue pela parte inferior da coluna; c) Examine as partes moles e os ossos posteriormente e então anteriormente; d) Volte à traqueia e faça o percurso até o mediastino. e) Técnica de observação em ‘’X’’ dos pulmões sobrepostos e ângulos costofrênicos. COMO DIAGNOSTICAR PNEUMONIA LOBAR Nessa pneumonia ela pega o lobo do pulmão. - Progride da região subpleural e atravessa ossegmentos pulmonares e envolve parte ou todo o lobo do pulmão e causa uma opacidade. - Consolidação normalmente toca a pleura visceral - Broncograma aéreo: brônquios pérvios, ar no interior da consolidação 8 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 - Atravessa os segmentos pulmonares e envolve parte ou todo o lobo - Consolidação normalmente toca a pleura visceral - Broncograma aéreo (=área branca que está passando brônquios por dentro, isso é bem típico de pneumonia): brônquios pérvios, ar no interior da consolidação BRONCOPNEUMONIA - Progride da região centrolobular (bronquíolos) para lóbulos e segmentos - Áreas de consolidação esparsas ou confluentes - Frequentemente afetam mais de um lobo pulmonar Ele não respeita tanto o lobo pulmonar, podendo estar o inferior e o superior juntos. PNEUMONIA REDONDA - Pneumonia que se manifesta como área de consolidação redonda ou oval que pode simular uma massa pulmonar. - Geralmente etapa precoce da pneumonia lobar PNEUMONIA ATÍPICA - Padrão reticunodular unilateral ou bilateral, que pode estar associada a áreas de consolidação unilaterais ou bilaterais esparsas ou confluentes. Obs: o padrão parece com pneumonia viral. MAMA PNEUMONIA REDONDA 9 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 PNEUMONIA VIRAL - Radiografia normal - Acentuação da trama pulmonar - Padrão reticulonodular (Parece com a atípica) - Hiperinsuflação pulmonar - Áreas de consolidação O COVID faz um estrago, como mostra acima, lembrar que é uma pneumonia viral. A radiografia do covid é mais intersticial, bilateral, ou seja, é dos dois lados. Então, ela não é aquela pneumonia que foi vista anteriormente com opacidade em um determinado local somente. QUAIS EXAMES SOLICITAR Hemocultura: Recomendada em pacientes internados. Reagentes de fase aguda (PCR, VHS, Procalcitonina): Não são recomendados de rotina para diferenciação entre vírus x bactéria. Na pratica, na pediatria, pedimos muito, porque eles nos ajuda, logo quando o PCR está aumentado faz a gente pensar em algo bacteriano, porém é um marcador inflamatório, então se a pessoa tiver uma inflamação por qualquer outro motivo ele vai dar alto também, por exemplo o COVID porque é uma doença inflamatória e infecciosa. Diagnóstico microbiológico (swab, teste sorológico para atípicos): Pode ser realizado em pacientes internados. Sensibilidade e especificidade variável. Difícil acesso. Hemograma: não é recomentado de rotina. Deve ser avaliado no contexto clínico. Aspirado traqueal: em pacientes em VM, na UTI. Lavado broncoalvolar: pacientes imunocomprometidos com infecção grave. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL IDENTIFICAR A GRAVIDADE - Dificuldade respiratória - Hipoxemia (SatO2<92%) - Cianose - Taquicardia significativa 10 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 - Sinal de sepse - Preenchimento capilar >2 seg. - Não conseguir alimentar; desidratação - Toxemia - Qualidade do choro e da resposta à estimulação dos pais - Complicações (derrame, abscesso, pnm necrosante) - Alteração do estado mental - Tiragens INDICAR INTERNAÇÃO 1. Pneumonia grave (aquele paciente que tem hipoxemia, saturação baixa, cianótico, tiragem). 2. Idade <3-6 meses de idade 3. Condições crônicas associadas (cardiopatia, desnutrição, displasia broncopulmonar, encefalopatia) 4. Preocupação com a observação cuidadosa em casa 5. Falha terapêutica ou piora em 48-72hs (complicação) CONHECER O PERFIL DE RESI STÊNCIA No Brasil, o Pneumococo que é o nosso principal agente infeccioso, ele responde muito bem as penicilinas, que é a penicilina cristalina e amoxicilina. A Cefalosporina e o cefaloxone e é bom, mas podemos tratar o pneumococo simples com a amoxicilina e penicilina, sendo assim essas últimas é a principal escolha. QUAL ANTIBIÓTICO USAR TRATAMENTO AMBULATORIAL EMPÍRICO As crianças que tiverem pneumonia bacteriana menores que 5 anos, vamos pensar em pneumococo, sendo assim o tratamento é com amoxacilina, se for ambulatorial. E se for atípica usamos azitromicina (=macrolídeo). Se tiver mais que 5 anos, podemos pensar em fazer uma associação de amoxacilina + Azitromicina. Vemos que amox/clavulanato é a segunda escolha. Então pneumonia comunitária simples é sempre amoxacilina e o tratamento por volta de 7 dias. TRATAMENTO HOSPITALAR EMPIRÍCO Se internou vamos ter um quadro mais grave, podemos fazer uso das penicilinas que é a ampicilina ou penicilina cristalina, sendo essa a primeira opção. E como alternativa será o ceftriaxone associado. OBS: Não deve ser a primeira escolha a ceftriaxone. Se tiver suspeita de S. aureus a primeira escolha é associar a oxacilina. QUAIS OS SINAIS DE MELHORA? Melhora clínica Melhora laboratorial 48 h a 72h A melhora na imagem pode demorar E SE A CRIANÇA NÃO APRESENTAR MELHORA? - Uso correto da medicação? - É pneumonia? 11 Keyse Mirelle – 6° Período Pneumoped – 18/10/2021 - É pneumonia bacteriana? - A escolha antimicrobiana está correta? - Trata-se de resistência bacteriana? - Há sinais de complicação?
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