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ANTIJURIDICIDADE

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI.
Acadêmicos: Juliana Dos Santos.
Trabalho referente ao Resumo da Unidade 3 do Livro de Direito Penal I.
ANTIJURIDICIDADE, CULPABILIDADE E CONCURSO DE PESSOAS
- Conceito de Antijuricidade: 
Considerada como um sinônimo de ilicitude pelos penalistas brasileiros, “antijuricidade” é empregado para determinar a “relação de contrariedade do fato humano com o ordenamento jurídico (ilicitude informal), quando há, pela conduta, exposição a perigo de dano, lesão a um bem jurídico tutelado” (LIXA, 2019, p.129), sendo que o bem jurídico tutelado é constituído pela ilicitude material, onde a antijuridicidade é visto como a categoria de maior importância para a definição de um crime.
Marques (2002 apud LIXA, 2019, p. 129) define a antijuridicidade como:
contradição do fato, eventualmente adequado ao modelo legal, com a ordem jurídica. Não basta, portanto, para haver crime, que uma conduta humana corresponda materialmente ao tipo de lei descreve: é preciso, além disso, que constitua a lesão a um interesse juridicamente protegido.
Vários autores abordam o tema da antijuridicidade de uma forma distinta, portanto, Heleno Fragoso (2006 apud LIXA, 2019 p. 130) apresenta a antijuridicidade e a ilicitude como uma discriminação dos elementos distintas de um crime: 
É injusto o comportamento que, na condição especial em que se apresenta, não corresponde à concepção do ideal social de uma comunidade de homens livres, o que se determina indagando-se se o comportamento constitui justo meio para justo fim. É evidente que a própria lei pode ser injusta, mas até prova em contrário deve presumir-se que o legislador somente proíbe comportamento injustos. Mas não é possível declarar-se a invalidade do direito vigente injusto, de modo que fórmula visa, em última análise, estabelecer um critério para os casos de justificação ou exclusão da antijuridicidade.
Neste âmbito é de suma importância verificar que se o crime é uma violação a um normativo juridicamente legal, a antijuridicidade pode ser vista como “um juízo de valor negativo ou um desvalor ínsito na proibição legal que contribui à conduta humana a qualidade de ser contrária ao Direito, conferindo-lhe o caráter de rechaçado pelo ordenamento jurídico” (LIXA, 2019 p. 130).
Em síntese, a antijuridicidade manifesta-se um juízo de valor, sendo este respondido pelas seguintes perguntas:
· A conduta humana foi contrária ao exigido pelo Direito?
· O agente poderia ou não se ter omitido de praticar tal conduta?
É importante observar que a antijuridicidade propõe um juízo de valor e Direito regulamenta condutas e não juízos, sendo assim, a antijuridicidade, não é um elemento do crime, mas sim a essência.
FIGURA 1 - ANTIJURIDICIDADE:
 Fonte: LIXA, 2019, p. 131.
A Antijuridicidade pode ser classificada da seguinte maneira de acordo com a Doutrina Penal e explanada:
- Antijuridicidade formal e material: A antijuricidade formal corresponde como a contrariedade à Norma de Direito, a contrariedade do fato está envolta na conduta típica, ou seja, a antijuridicidade formal, de acordo com Lixa (2019, p. 132) corresponde a “contradição entre a conduta e a norma legal.”
Já a antijuridicidade material é explanada pela autora supracitada como “lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido pela norma legal”, desta forma, entende-se que a antijuridicidade material não é simplesmente a contradição entre o fato e a norma, mas sim, entre os fatos e os valores, interesses, necessidades e bens de existência ao ser humano que proporcionam a permanência e vivencia em grupos coletivos sociais e assistidos ao Direito.
- Antijuridicidade objetiva e subjetiva: Considera-se antijuridicidade objetiva um juízo de valor que reflete sobre a conduta em si, sendo estes elementos que correspondem a culpabilidade e demais externos que são efeitos da realidade.
Entende-se como antijuridicidade subjetiva aquela vontade inicial, que define e impulsiona ao ato, gerando posteriormente a culpabilidade (antijuridicidade externa), pode-se ser definida como o “fazer ou não fazer”.
- Antijuridicidade genérica e específica: De acordo com Lixa (2019, p.133) a antijuridicidade genérica “é a que corresponde na contraposição entre o fato e a norma abstrata, por meio de afronta ou lesão a um bem jurídico. É a que está situada fora do tipo legal incriminador.”
Por outro lado, a antijuridicidade especifica caracteriza-se pela designação equivocada a certos elementos normativos de determinados tipos penais (LIXA, 2019).
FIGURA 2 - ANTIJURIDICIDADE E SUAS CLASSIFICAÇÕES:
Fonte: LIXA, 2019, p. 134.
- EXCLUDENTES DE ILICITUDE
De acordo com Lixa (2019, p. 135) “Ilicitude é definida como a contrariedade de uma conduta com o Direito causando a ofensa a um bem jurídico. É, portanto, a contradição entre o fato e a lei penal.”
Porém, deve-se atentar que quando há condutas típicas, previstas em Lei como criminosas, entretanto o agente pratica o ato em legitima defesa, estado de necessidade ou estrito de cumprimento de dever legal, segundo previsto no art. 23 do CP não há crime, devido a exclusão de ilicitude.
A conceituação de exclusão de ilicitude se dá por Lixa (2019, p.139) como sendo “a afronta ao justo, em situações comuns consideradas injustas, pode ser excepcionalmente admitida por normas denominadas permissivas chamadas de causas de exclusão de ilicitude: justificação, justificativa excludente, eximentes etc.”
A redação de um artigo penal que compreende-se tais elementos da exclusão de ilicitude permeou por muitos anos, sendo que as primeiras escriturações sobre tal fato ocorreu no período da história a.C, ou seja, o primórdio da legislação da vivencia em sociedade, determinando sobre quaisquer violência ou vingança, sendo este conhecido como Código de Manu, escrito em 1.500 a.C.
Tal qual, a partir deste Código, novas tribos criaram sua própria legislação, onde algumas delas ficaram conhecidas por várias regiões do mundo, como por exemplo a Lei de Talião, que determina uma reação ao mal praticado: Olho por olho, dente por dente.
Na Legislação brasileira, a exclusão de ilicitude permeou em diversos artigos, sendo que somente na Reforma de 1984 que ele se concretizou nos artigos do Código Penal, sob os números Art. 23. A partir desta reforma, os excludentes permaneceram da seguinte forma: 
Exclusão de ilicitude
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade
II – em legítima defesa
III – em estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito.
Excesso punível.
Parágrafo Único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo (BRASIL, 1984, s.p).
Como também, a legítima defesa e estado de necessidade foram regulamentados pelos Art. 24 e 25, conforme segue:
Art. 24. Considera-se estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, quem não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
Ainda, se define a legítima defesa como:
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem (BRASIL, 1984, s.p.).
Em resumo, criminalmente, o comportamento humano será típico, quando a lei apresenta o ato como um delito. Contudo, essa ilicitude ou antijuridicidade, consiste na relação de contrariedade entre a ação/conduta típica do autor e o ordenamento jurídico, podendo esta ser suprimida, desde que, em caso concreto, estejam dispostas em uma das hipóteses previstas no Artigo 23 do Código Penal:
I – O estado de necessidade
II – A legítima defesa
III – O estrito cumprimento do dever legal do exercício regular do Direito (BRASIL, 1984, s.p.).
FIGURA 3 – EXCLUDENTESDE ILICITUDE
Fonte: LIXA, 2019, p. 145.
- EXCESSO PUNIVEL
Define-se o excesso como “a desnecessária intensificação de uma conduta inicialmente legítima” (LIXA, 2019, p. 145). Em suma, entende-se que o princípio do excesso punível, refere-se ao ultrapasse de limite da ação do autor, ou seja, quando em uma situação de perigo, legítima defesa, estado de necessidade, etc., exagere na ação para repelir a injusta agressão, comete um crime culposo ou doloso conforme o aumento do dano.
Assim como a antijuridicidade, de acordo com Lixa (2019) o excesso punível possui algumas classificações, sendo elas:
- Excesso Consciente (ou voluntário): ocorre quando o indivíduo agente tem plena consciência de que a ação praticada está tornando-se além do que o necessário para afastar uma agressão incialmente injusta.
- Excesso inconsciente (ou involuntário): quando o agente realiza uma avaliação inadequada da situação e inconscientemente ultrapassa os limites da sua ação perante outrem, desta forma, excedendo-se o que seria considerado uma excludente de ilicitude. Neste caso, será avaliado se o erro cometido, foi evitável ou não.
- Excesso por medo: o medo pode vir a provocar uma alteração no estado psíquico e emocional do indivíduo, levando-o a cometer a conduta em excesso.
FIGURA 4 – EXCLUDENTES E EXCESSO PUNÍVEL:
Fonte: LIXA, 2019, p. 147.
- ESTADO DE NECESSIDADE:
Apresentado pelo Artigo 24 do Código Penal brasileiro, o estado da necessidade, de acordo com Nucci (2019 apud LIXA, 2019 p. 148) corresponde ao “[...] sacrifício de um interesse juridicamente protegido, para salvar do perigo atual e inevitável o direito do próprio agente ou de terceiros, desde que outra conduta, nas circunstâncias concretas, não era razoavelmente exigível”.
Em síntese, aborda-se o estado de necessidade, como um ato criminoso para resguardar-se do perigo atual, sendo por seu direito próprio ou de terceiro, cujo sacrifício em razão das condições momentâneas, não era razoável exigir-se.
Em contrapartida, Lixa (2019, p. 148) explana:
Não há que se falar em estado de necessidade aquele que fere ou sacrifica bem de outrem para proteger bem juridicamente não protegido, uma vez que é clara a disposição legal que se admite como pressuposto da excludente de estado de necessidade a existência de um direito em ameaça.
Desta forma, aceita-se apenas a excludente prevista no Art. 24 do CP, quando à mesma apresenta tais requisitos: 
- Atualidade do perigo: corresponde a situação presente, que está acontecendo no momento.
- Inevitabilidade do perigo e Inevitabilidade da Lesão: a conduta do agente deve constituir a única forma de salvaguardar e evitar o bem jurídico em perigo, consistindo na ação de menor lesão nesta proteção.
- Involuntariedade na causa do perigo: consiste na incapacidade de “relação do emprego do estado de necessidade por aquele que deu causa ao perigo” (LIXA, 2019, p. 149).
- Inexigibilidade do Sacrifício do bem ameaçado: elemento de suma importância na relação de ameaça do bem jurídico ao qual se sacrifica, com o intuito de compensar o afronte entre ambos valores.
- Conhecimento da situação justificadora da conduta: somente considera-se excludente a ação onde te o indivíduo possuía consciência da condição de perigo e agiu com o desejo de salvaguardar o bem jurídico até então ameaçado.
 - EXCLUSÃO DO ESTADO DE NECESSIDADE:
Conforme previsto em lei, indivíduos que possuem caráter em enfrentar o perigo, como por exemplo, bombeiros, policiais civis e militares, soldado, agentes de penitenciária, dentre outros, não podem alegar estado de necessidade. Entretanto, tais funções, apesar de suas obrigações, não se pode cobrar quaisquer atos de bravura/heroísmo ou sacrifício dos seus direitos legais (LIXA, 2019).
Salvo em resumo, para ser considerado o estado de necessidade, de acordo com a autora Lixa (2019, p. 151) deve-se verificar se há as seguintes premissas:
- Situação de perigo real, atual ou iminente;
- Perigo inevitável;
- Inexigibilidade de sacrifício do bem ameaçado;
- Não estar em situação de garante – agente que possui obrigação em enfrentar o perigo;
- Não ter sido o agente causador ou provocador da situação de perigo.
- LEGITIMA DEFESA
Conforme explícito no artigo 23 do Código Penal, a legítima defesa 
é a causa de exclusão de culpabilidade prevista no inciso II e regulada pelo mesmo ordenamento no art. 25: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente os meios necessários, repele a injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem” (BRASIL, 1984, s.p.).
Para ser considerado legítima defesa, à mesma deve apresentar os seguintes requisitos:
- Reação a uma injusta agressão atual ou iminente;
- Defesa de um direito próprio ou de terceiros;
- Moderação no emprego necessário para conter a ação;
- Elemento subjetivo;
Explanando e aprofundando o primeiro requisito da legitima defesa, a agressão injusta, atual ou iminente consiste na agressão ilícita, quando o agressor possui ou não consciência dos seus atos perante outrem.
A agressão pode ser considerada como atual quando a mesma não foi concluída e que se for prolongada poderá produzir danos irreversíveis ao bem jurídico, ou então, ela é iminente pois ainda não aconteceu, mas há a intenção imediata de ser iniciada (Lixa, 2019).
Um ponto importante que deve ser ressaltado é que a legítima defesa não pode ser confundida como um ato de vingança, como também, não é admitido a à legítima defesa de alguém que foi inicialmente o agressor da ação.
Já a moderação dos meios necessários, baseia-se pelo uso dos meios eficazes e eficientes para realizar o afastamento da agressão injusta, no intuito de causar o menor dano possível, devendo ocorrer o equilíbrio entre a defesa executada e o ataque sofrido (Lixa, 2019).
A legítima defesa possui dois tipos de classificação, sendo eles:
- Legítima defesa recíproca: aquela em que há possibilidade de legítima defesa contra uma legítima defesa, onde nesta não há ressalva e amparo jurídico, exceto em caso de putativa.
- Legítima defesa contra agressão de inimputáveis: é admissível uma vez que inimputáveis agem voluntariamente e ilicitamente, apesar de não serem culpáveis.
- Legítima defesa putativa: trata-se de uma reação a agressão mediante uma interpretação errônea da situação.
- Legítima defesa sucessiva: neste caso, há “uma hipótese em que alguém se defende do excesso da legítima defesa” (LIXA, 2019, p. 160).
- Legitima defesa contra provocação: não é admissível perante o Direito brasileiro, uma defesa referente a uma provação para começar ou gerar uma briga.
Por fim, verifica-se a violência esportiva, onde nela, segundo Damásio de Jesus (2011, apud LIXA, 2019, p. 163) não há crime desde que sejam seguidas as regras pertinentes a cada esporte (futebol, luta livre, boxe, dentre outros), desta forma, apenas que haja infrações a cerca das regras é que se pode considerar um delito ou crime.
REFERÊNCIAS:
BRASIL, Constituição da república federativa do Brasil de 1988. Brasília: Congresso Nacional, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 02 mar. 2020.
LIXA, Ivone Fernandes Morcilo. Direito Penal I. Indaial: UNIASSELVI, 2019.

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