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O problema 0 psicodiagnóstico é um processo, desencadeado quase sempre em vista de um encaminhamento, que tem início numa consulta, a partir da qual se delineiam os passos do exame, que constitui uma das rotinas do psicólogo clínico. Entretanto, tal tipo de avaliação decorre da existência de um problema prévio,, que o psicólogo deve identificar e avaliar, para poder chegar a um diagnóstico. Não obstante, entre a emergência de sinais ou sintomas precoces e incipientes, nem sempre fáceis de detectar ou de identificar, e a chegada à primeira consulta, podem surgir muitas dúvidas, fantasias e busca de explicações, que retardam a ajuda, podem agravar o problema e, eventualmente, interferem na objetividade do relato do caso. Dizem que "os sintomas estão presentes quando os limites da variabilidade normal são ultrapassados- (Yager & Gitlin, 1999, p.694). Então, se considerarmos a aparente continuidade entre ajustamentos que as mudanças de rotina impõem, os estados emocionais associados a acontecimentos da vida diária, as reações a situações estressantes freqüentes e os sintomas iniciais de um transtorno mental, evidencia-se a dificuldade de julgar quando se configura um problema que necessita de uma avaliação clínica. E tal dificuldade tanto pode ser sentida pelo sujeito como pelas pessoas que convivem com o paciente, inclusive por aquelas que podem ser classificadas como agentes de saúde mental (como professores, orientadores, padres, médicos, etc.). Já em 1970, Shaw e Lucas lembravam que muitos pais hesitam em considerar certo comportamento do filho como motivo de preocupação, alegando que muitas crianças podem apresentá-lo, no que muitas vezes têm razão. Freqüentemente, é a falta de distinção entre desajustes ocasionais e prolongados que faz com que as pessoas confiem no tempo para que desapareçam. Às vezes, há certa tolerância quanto a comportamentos que devem ser superados, seja porque deixaram de ser proporcionais às suas causas, porque uma determinada idade foi ultrapassada, por normas mais flexíveis do ambiente ou, ainda, porque alguém da família apresentava os mesmos sintomas na infância. Quando o problema ocorre com um adulto, pode-se verificar uma tendência a enfrentá-lo sem ajuda, ou uma tentativa de explicá-lo em termos de fatores circunstanciais e, assim, talvez resolvê-lo através de mudanças externas. De qualquer maneira, desde o surgimento do problema e até a consulta, "a natureza e a expressão dos sinais e sintomas psiquiátricos são profundamente alteradas pelos recursos pessoais, capacidades de enfrentamento [coping] e defesas psicológicas do paciente" (Yager & Gitlin, 1999, p.692). Esta pré-história de um estudo de caso é importante porque a percepção da dificuldade, a gravidade maior ou menor atribuída a um ou a vários sintomas, as dúvidas sobre a existência de patologia, a confiabilidade de quem possa ter sugerido uma avaliação psicológica, para não falar em atitudes preconceituosas sobre a possibilidade de doença mental, além de outros fatores, tudo pode influir na dinâmica da interação clínica, na maior ou menor atitude de colaboração durante a testagem e na seletividade das informações prestadas. Conseqüentemente, se a consulta foi precedida de uma fase tumultuada e crítica, com forte sobrecarga emocional, pode haver uma facilitação da ocorrência de percepções distorcidas, de fantasias variadas e de um incremento de defesas dificultando a coleta de dados. Cabe, pois, ao psicólogo examinar as circunstâncias que precederam a consulta, avaliar as maneiras de perceber o problema e delimitá-lo, atribuindo a sinais e sintomas sua significação adequada. Esta não é uma tarefa fácil, principalmente para o psicólogo iniciante. SINAIS E SINTOMAS Fala-se em sinais e sintomas na psicologia e na psiquiatria, mas tal terminologia é oriunda da medicina. Em sentido lato, tais termos têm uma acepção comparável nas três áreas. Em geral, referém-se a sinais, para designar comportamentos observáveis, "achados objetivos" (Kaplan & Sadock, 1999b, p.584), enquanto os sintomas são experiências do sujeito, são por ele sentidos. Entretanto, essa diferenciação se torna vaga ou praticamente inexistente no âmbito da doença mental, porque esta envolve estados internos, psicopatologia subjetiva, difícil de descrever. E, "em comparação com os transtornos médicos" – salientam Yager e Gitlin (1999) – "os transtornos psiquiátricos não podem ser entendidos sem uma completa avaliação e compreensão do amplo contexto das queixas do paciente" (p.694). Por outro lado, os medos, por exemplo, são sentidos pelo sujeito, mas também podem se expressar através de comportamentos observáveis. Parece que, se tomarmos num sentido amplo, a distinção torna-se uma questão de ponto de vista. Shaw (1977), por exemplo, afirmava que "sintoma é um sinal" (p.8), porque se torna significativo na medida em que evidencia uma perturbação. Então, é considerado como um sinal de perturbação, que pode precocemente servir de alerta, mesmo que não tenha sido registrada qualquer queixa explícita, isto é, mesmo que não tenha se verificado a identificação de um sintoma. Por outro lado, na prática, fala-se em sintoma quando parece possível atribuir-lhe uma significação mais clínica. Pode-se, então, afirmar "que os sintomas estão presentes quando os limites da variabilidade normal são ultrapassados" (Yager & Gitlin, 1999, p.693). CRITÉRIOS USUAIS DE DEFINIÇÃO DE UM PROBLEMA Um problema é identificado quando são reconhecidas alterações ou mudanças nos padrões de comportamento comum, que podem ser percebidas como sendo de natureza quantitativa ou qualitativa. Se, como observam Kaplan e Sadock (1999b), a maioria das manifestações de transtornos psiquiátricos representa variações de diferentes graus de um continuam entre saúde mental e psicopatologia, então, na maior parte das vezes, as mudanças percebidas são de natureza quantitativa. Pode-se falar, em primeiro lugar, em alterações autolimitadas, que se verificariam pela presença de um exagero ou diminuição de um padrão de comportamento usual, dito normal. Tais mudanças quantitativas podem ser observadas em várias dimensões, como na atividade (motora, da fala, do pensamento), no humor (depressão vs. euforia), em outros afetos (embotamento, excitação), etc. Freqüentemente, esse tipo de alterações surge como resposta a determinados eventos da vida, e a perturbação é proporcional às causas, ficando circunscrita aos efeitos estressantes dos mesmos. Não obstante, se sua intensidade for desproporcional às causas e/ou tal alteração persistir além da vigência normal dos efeitos das mesmas (por exemplo, no luto patológico), já pode ter uma significação clínica. Naturalmente, deve ser considerada a possibilidade de outras variações, quando uma alteração aparentemente pareceu ser autolimitada, mas reaparece sob diferentes modalidades, numa mutação sintomática, ou da mesma maneira, repetitivamente, de forma cíclica. Por certo, esses critérios de intensidade e/ ou persistência podem ser também aplicados à dimensão desenvolvimento, considerando os limites de variabilidade para a aprendizagem de novos padrões de comportamento, para certos comportamentos imaturos serem superados, em determinadas faixas etárias. Por exemplo, o controle definitivo do esfíncter vesical deve ser alcançado, no máximo, ao redor dos três anos. Então, um episódio de aparente fracasso em fase posterior não teria maior significação, se fosse uma reação a uma situação estressante. Mas sua persistência já pode representar um sinal de alerta, justificando-se uma avaliação clínica. Note-se que aqui estamos utilizando um julgamento clínico. Entretanto, sobre questões de desenvolvimento, há muita coincidência entre o senso comum e o que é sancionado pela ciência. A expectativa social, porém, às vezes, não é corroborada pelas normas e costumes de uma ou outra família. Nota-se que, na prática, as famílias podem diferir na determinação de quais são os limites da variabilidade normal,por rigidez ou, pelo contrário, por protecionismo. Isso faz com que determinado comportamento pareça sintomático num determinado ambiente familiar, mas não em outro. Por outro lado, nem sempre os problemas que chamam a atenção da família são clinicamente os mais significantes. Num estudo de 80 crianças, realizado por Kwitko (1984), houve diferença quanto à média dos sintomas informados e a registrada pelos técnicos durante o exame. Por outro lado, as queixas de familiares referiam-se mais a sintomas que pertur bavam a rotina da vida cotidiana, ignorando alguns sintomas mais graves. Quando as mudanças percebidas são de natureza qualitativa, habitualmente chamam a atenção por seu cunho estranho, bizarro, idiossincrásico, inapropriado ou esquisito e, então, mesmo o leigo tende a associá-las com dificuldades mais sérias. Apesar disso, ainda que sejam geralmente tomadas como sinal de perturbação, eventualmente poderão ser explicadas em termos culturais ou subculturais. Pode-se afirmar que "um comportamento ou experiência subjetiva definidos como sintomáticos em um contexto podem ser perfeitamente aceitáveis e estar dentro dos limites normais em outro contexto" (Yager & Gitlin, 1999, p.694). Uma manifestação inusitada, do ponto de vista qualitativo, deve, assim, ser julgada dentro do contexto em que o indivíduo está e, como sintoma, será tanto mais grave se for compelida mais por elementos interiores do que pelo campo de estímulos da realidade, que é praticamente ignorada. Entretanto, é preciso ficar bem claro que um sintoma único não tem valor diagnóstico por si, o que vale dizer que nenhum sintoma é patognomônico de uma determinada síndrome ou condição reconhe- __ cida. Assim, "todos os sintomas psiquiátricos devem ser considerados como inespecíficos –vistos em uns poucos e, mais provavelmente, em muitos transtornos" (Yager & Gitlin, 1999, p.694). Dada a relatividade dos critérios usuais na definição de um problema, a abordagem científica atual para a determinação diagnostica advoga o uso de critérios operacionais. É, pois, necessário que o paciente apresente um certo número de características sintomatológicas, durante um certo período de tempo, para ser possível chegar a uma decisão diagnostica. PROBLEMAS PSICOSSOCIAIS E AMBIENTAIS: ACONTECIMENTOS DA VIDA O conceito de estresse, termo cunhado no âmbito da pesquisa endocrinológica, pela metade do século XX, teve o seu sentido extremamente expandido para explicar, de um modo geral, "a relação entre o indivíduo e o ambiente e se comprovou particularmente útil durante a Segunda Guerra Mundial" (Klerman, 1990, p.34). Na realidade, pode-se dizer que a importância atribuída ao estresse, no campo da saúde mental, é de certa maneira herdada do conceito de crise que, originário de investigações com sobreviventes de desastres, por vezes de grandes proporções, resultou aplicável a uma grande variedade de situações pessoais. Atualmente, crise se refere mais a uma reação, associada à especificidade de uma situação ou fase, e envolve uma perturbação, relacionada com a dificuldade de manejá-la pelos meios usuais. Pode-se afirmar que o conceito de crise é extremamente útil em termos de diagnóstico, especialmente para o entendimento do funcionamento psicológico do indivíduo em pontos nodais do desenvolvimento, por exemplo. Já a ênfase do conceito de estresse parece que está no impacto, no fato de se constituir como um fator potencial para conseqüências futuras, que podem variar em termos do poder do estressor e da vulnerabilidade do sujeito. Durante Segunda Guerra Mundial, foram desenvolvidos extensos projetos para pesquisas sobre "o papel do estressor como um precipitador da -doença mental- (Klerman, 1990, p.34). A comprovação supostamente encontrada pelas observações de estressores em situações de guerra foi aplicada a estressores civis e caiu como uma luva no ambiente de insatisfação da comunidade psiquiátrica da época com o modelo médico, que adotou a pressuposição teórica de um continuam de saúde mental-doença mental, dando ao impacto provocado pelo estresse a significação de um fator-chave para o desenvolvimento de transtornos mentais. Ainda no DSM-III-R (APA, 1987), que já comportava a avaliação multiaxial, havia a orientação de avaliar a gravidade da ocorrência de estresse, no ano anterior, quanto ao "desenvolvimento de um novo transtorno mental", à "recorrência de um transtorno mental anterior" e quanto à "exacerbação de um transtorno mental já existente- (p.18). Dado o rigor científico introduzido nas pesquisas sobre estresse, poucos cientistas assumiriam hoje em dia uma posição tão extremada. Ainda se mantém como um conceito extremamente importante, no que se refere a duas categorias diagnósticas, o Transtorno de Estresse Agudo e o Transtorno de Estresse Pós-traumático. Ademais, o Eixo IV do DSM-IV (APA, 1995) ainda é reservado para "o relato de problemas psicossociais e ambientais que podem afetar o diagnóstico, tratamento e prognóstico dos transtornos mentais", especificados nos Eixos I e 11 (p.30). Por exemplo, embora pesquisas salientem a existência de uma associação entre fatores socioeconômicos e esquizofrenia, "poucos teóricos sustentam, atualmente, que um ambiente socioeconômico fraco causa esquizofrenia, mas poucos duvidam que este tem um efeito importante sobre o seu curso" (McGlashman & Hoffman, 1999, p.1035). A AVALIAÇÃO DA PSICOPATOLOGIA* Num sentido lato, psicodiagnóstico consiste, sobretudo, na identificação de forças e fraquezas no funcionamento psicológico e se distingue de outros tipos de avaliação psicológica de diferenças individuais por seu foco na existência ou não de psicopatologia. Falando em psicopatologia, é bom lembrar que pesquisadores nessa área têm destacado modelos de psicopatologia utilizados. Referem-se ao modelo categórico e ao modelo dimensional (Dobson & Cheung, 1990). O modelo categórico, de enfoque qualita- tivo, exemplifica-se pelo julgamento clínico sobre a presença ou não de uma configuração de sintomas significativos. Já o modelo dimensional, de enfoque quantitativo, exemplifica-se pela medida da intensidade sintomática. Tradicionalmente, o psiquiatra tem dado mais ênfase ao modelo categórico, embora cada vez mais não ignore a importância do modelo dimensional. Já o psicólogo, na prática, costuma dar ênfase ao modelo dimensional. Na realidade, avaliar diferenças individuais envolve algum tipo de mensuração. Além disso, o enfoque quantitativo oferece fundamentos para inferências com um grau razoável de certeza. Mas o psicólogo utiliza, também, o modelo categórico. Na maioria das vezes, porém, associa o enfoque quantitativo e o qualitativo, no desenvolvimento do processo psicodiagnóstico, utilizando estratégias diagnósticas (entrevistas, instrumentos psicométricos, técnicas projetivas e julgamento clínico) para chegar ao diagnóstico. *Grande parte deste tema foi apresentado pela autora, no VIII Congresso Nacional de Avaliação Psicológica, Porto Alegre, 1999. É evidente que, conforme o objetivo, o processo diagnóstico terá maior ou menor abrangência, adotará um enfoque mais qualitativo ou mais quantitativo, e, conseqüentemente, o elenco de estratégias ficará variável no seu número ou na sua especificidade. Embora o psicodiagnóstico tenha um domínio próprio, o seu foco na existência ou não de psicopatologia torna essencial a manutenção de canais de comunicação com outras áreas, precisando o psicólogo estar atento para questões que são fundamentais na determinação de um diagnóstico. TRANSTORNOS MENTAIS E CLASSIFICAÇÕES NOSOLÓGICAS Se abrirmos o Novo Dicionário Aurélio (Ferreira, 1986), na página 1.703, vamos encontrar que transtorno é sinônimo de perturbação mental. Entende-se que se pode categorizar, como tal, uma diversidade de condições, que se situam entre o que se costuma caracterizar como normalidade e patologia. Portanto, é uma expressão menos compatível com a antiga concepção de doença mental. Não obstante, temos deconvir que, semanticamente, bastaria o termo transtorno, embora a sua significação não modificasse a crítica feita à expressão transtorno mental, que, "infelizmente, implica uma distinção entre transtornos 'mentais' e transtornos 'físicos', que é um anacronismo reducionista do dualismo mente/corpo" (APA, 1995, p.xx). No DSM-IV (APA, 1995), é reapresentada a definição de transtorno mental que foi incluída no DSM-III e no DSM-III-R, não por parecer especialmente adequada, mas "por ser tão útil quanto qualquer outra definição disponível" (p.xxi). Na tradução brasileira dessa classificação, consta que transtorno mental pode ser conceituado "como uma síndrome ou padrão comportamental ou psicológico clinicamente importante, que ocorre no indivíduo-, registrando-se, a seguir, "que está associado com sofrimento ou incapacitação ou com um risco significativamente aumentado de—sofrimento atual, morte, dor, deficiência ou perda importante da liberdade" e, ademais, "não deve ser meramente uma resposta previsível e culturalmente sancionada a um determinado evento, por exemplo a morte de um ente querido`'. Além disso, independentemente da causa original, "deve ser considerada no momento como uma manifestação de uma disfunção comportamental, psicológica ou biológica no indivíduo" (p.xxi). Comportamentos socialmente desviantes não são considerados transtornos mentais, a não ser que se caracterizem como sintoma de uma disfunção, no sentido já descrito. A partir dessa conceituação, vê-se que é clara a exigência de uma associação com sofrimento ou incapacitação ou, ainda, com risco de comprometimento ou perda de um aspecto vitalmente significante. Em segundo lugar, fica evidente que os sintomas devam ser comportamentais ou psicológicos, embora possa haver uma disfunção biológica. Em terceiro lugar, esse conceito descaracteriza os serviços e os membros da comunidade de saúde mental como agentes de controle social, no momento em que considera que um conflito entre indivíduo e sociedade pode ser identificado como um desvio, condenável pelos padrões sociais, mas que, por si, não é tido como transtorno mental, a menos que, ao mesmo tempo, constitua o sintoma de uma disfunção. Essa caracterização de transtorno mental é apresentada pelo DSM-IV, que é a edição mais recente da classificação oficial nos Estados Unidos. Depois de muitas modificações em relação à abordagem e classificação da psicopatologia, durante o século XX, o DSM-IV recapitulou o conceito de transtornos distintos, mas com um enfoque "ateórico com relação às causas" (Sadock & Kaplan, 1999, p.727). O modelo pode ser considerado categórico, mas a classificação nosológica passou a se basear em critérios operacionais ou critérios diagnósticos específicos, que constituem "uma lista de características que devem estar presentes para que o diagnóstico seja feito" (Sadock & Kaplan, 1999, p.727). Isso não pressupõe "que todos os indivíduos descritos como tendo o mesmo transtorno mental são semelhantes em um grau importante" (APA, 1995, p.xxi). O DSM-IV prevê a possibilidade de uma avaliação multiaxial, sendo que toda a classificação dos transtornos mentais consta nos Eixos 1 e lI. O Eixo 111 prevê a inclusão de transtorno físico ou condição médica adicional. O Eixo IV é reservado para o registro de problemas psicossociais e ambientais, e no Eixo V é feito o julgamento do nível geral de funcionamento do paciente, conforme a Escala de Ava liação Global de Funcionamento (vide APA, 1995, p.33). O DSM-IV é compatível com a classificação utilizada na Europa, a CID-10, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1993). "Todas as categorias usadas no DSM-IV são encontradas na CID-1 0, mas nem todas as categorias da CID-10 estão no DSM-IV" (Sadock & Kaplan, 1999, p.727). Para quem trabalha com psicodiagnóstico, é essencial a familiaridade com os sistemas de classificação nosológica, já que a nomenclatura oficial dos transtornos é extremamente útil na comunicação entre profissionais, além do fato de que outros documentos, como atestados, além de laudos, podem exigir o código do transtorno de um paciente. Confira cuidadosamente todos os critérios a partir de suas hipóteses diagnosticas, pondere bem sobre todas as características do caso, examine o que diferencia o caso de outros transtornos e tenha em mente critérios usados para a exclusão de outros diagnósticos (Consulte o capítulo Uso do Manual, no DSM-IV, bem como Sadock & Kaplan, 1999, p.737).
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